17.04.2013 Views

imagens de memória/esquecimento na contemporaneidade

imagens de memória/esquecimento na contemporaneidade

imagens de memória/esquecimento na contemporaneidade

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

ao futuro no espírito que compreen<strong>de</strong> o real <strong>de</strong> modo imediato, e correspon<strong>de</strong> a uma<br />

experiência direta entre o sujeito e o objeto. Quando Benjamin faz o elogio a Proust e sua<br />

obra aberta Ŕ on<strong>de</strong> cada história é o ensejo para uma nova história, cada texto suscita a outros,<br />

movimento infinito da <strong>memória</strong> Ŕ po<strong>de</strong>mos perceber uma estruturação da <strong>memória</strong> que<br />

remonta precisamente ao fluxo entre passado e presente já apontado pelo sistema do cone que<br />

Bergson (2006, p.178) elaborou em Matéria e Memória. É pautado em um tempo único que<br />

Benjamin (1994, p.226) nos fala <strong>de</strong> uma Ŗca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> acontecimentosŗ e <strong>de</strong> uma Ŗcatástrofe<br />

únicaŗ ao a<strong>na</strong>lisar a imagem do Angelus Novus <strong>de</strong> Paul Klee (FIG. 3):<br />

FIGURA 3 - Paul Klee, Angelus Novus, 1920 (Fonte: Centre<br />

for the Study of Historical Consciousness - CSHC 8 ).<br />

Há um quadro <strong>de</strong> Klee que se chama Angelus Novus. Representa um anjo que<br />

parece querer afastar-se <strong>de</strong> algo que ele encara fixamente. Seus olhos estão<br />

escancarados, sua boca dilatada, suas asas abertas. O anjo da história <strong>de</strong>ve ter esse<br />

aspecto. Seu rosto está dirigido para o passado. On<strong>de</strong> nós vemos uma ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong><br />

acontecimentos, ele vê uma catástrofe única, que acumula incansavelmente ruí<strong>na</strong><br />

sobre ruí<strong>na</strong> e as dispersa a nossos pés. Ele gostaria <strong>de</strong> <strong>de</strong>ter-se para acordar os<br />

mortos e juntar os fragmentos. Mas uma tempesta<strong>de</strong> sopra do paraíso e pren<strong>de</strong>-se em<br />

suas asas com tanta força que ele não po<strong>de</strong> mais fechá-las. Essa tempesta<strong>de</strong> o impele<br />

irresistivelmente para o futuro, ao qual ele vira as costas, enquanto o amontoado <strong>de</strong><br />

ruí<strong>na</strong>s cresce até o céu. Essa tempesta<strong>de</strong> é o que chamamos progresso.<br />

(BENJAMIN,1994, p.226)<br />

8 Disponível em: Acesso em: 19 maio 2010.<br />

22

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!