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Poemas Malditos - Unama

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E interessante como um catecismo;<br />

Que tem ares até de ladainha!<br />

Quem não sonhou a terra do Levante?<br />

As noites do Oriente, o mar, as brisas,<br />

Toda aquela sua natureza<br />

Que amorosa suspira e encanta os olhos?<br />

Princípio no harém. Não é tão novo.<br />

Mas esta vida é sempre deleitosa.<br />

As almas d'homem ao harém se voltam —<br />

Ser um dia sultão quem não deseja?<br />

Quem não quisera das sombrias folhas.<br />

Nas horas do calor, junto do lago<br />

As odaliscas espreitar no banho<br />

E mais bela a sultana entre as formosas?<br />

Mas ah! O plágio nem perdão merece!<br />

Digam — pega ladrão! — Confesso o crime,<br />

Não é Ovídio só que imito e sonho<br />

Quando pinta Acteon fitando os olhos<br />

Nas formas nuas de Diana virgem!<br />

Não! Embora eu aqui não fale em ninfas,<br />

Essa idéia é do cônego Filipe!<br />

TERZA RIMA<br />

E, belo de entre a cinza ver ardendo<br />

Nas mãos do fumador um bom cigarro,<br />

Sentir o fumo em névoas recendendo,<br />

Do cachimbo alemão no louro barro<br />

Ver a chama vermelha estremecendo<br />

E até perdoem respirar-lhe o sarro!<br />

Porém o que há mais doce nesta vida,<br />

O que das mágoas desvanece o luto<br />

E dá som a uma alma empobrecida,<br />

Palavra d'honra, és tu, ó meu charuto!<br />

NAMORO A CAVALO<br />

Eu moro em Catumbi. Mas a desgraça<br />

Que rege minha vida malfadada<br />

Pôs lá no fim da rua do Catete<br />

A minha Dulcinéia namorada.<br />

Alugo (três mil réis) por uma tarde<br />

www.nead.unama.br<br />

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