percursos do artista como agente transformador - UFF
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preceitos <strong>do</strong> filósofo francês, é a meta da filosofia e, consequentemente, da vida. Se<br />
as aplicações práticas dadas à tal teoria pudessem de fato tornar-se verdade,<br />
estaríamos então diante da solução para o objetivo de cada ser humano (alcançar a<br />
felicidade) e, por conseguinte, um pouco mais próximo da possibilidade de um<br />
mun<strong>do</strong> melhor.<br />
A necessidade de uma arte que se pretende transforma<strong>do</strong>ra tem me<br />
acompanha<strong>do</strong> há alguns anos. Ainda criança convivi constantemente com o<br />
universo artístico, através de minha avó, meu pai, meus tios. Ao ingressar na<br />
graduação em Artes, esse convívio tornou-se diário e forte; estava num centro de<br />
produção prática e teórica, pensan<strong>do</strong>, discutin<strong>do</strong> e realizan<strong>do</strong>. Desde tenra idade o<br />
incômo<strong>do</strong> e, ao mesmo tempo, o fascínio com os fazeres artísticos estiveram<br />
sempre presentes. Na faculdade esses sentimentos só fizeram-se acentuar,<br />
proporcionan<strong>do</strong> um embate por diversas vezes – e até hoje – sofri<strong>do</strong>, entre minhas<br />
(in)certezas e o sistema das artes. Isso porque a necessidade de uma utilidade para<br />
o fazer artístico, o anseio por uma arte que estabelecesse relações com os mínimos<br />
fluxos cotidianos da vida, por uma arte que construísse uma base de troca com os<br />
mais varia<strong>do</strong>s <strong>do</strong>mínios da sociedade no intuito de fincar pilares para uma vida<br />
coletiva melhor, ininterruptamente estiveram presentes na construção <strong>do</strong>s meus<br />
ideais acerca da arte.<br />
A pergunta que se segue brotou no desenrolar <strong>do</strong>s pensamentos que a<br />
leitura de A felicidade, desesperadamente suscitou: poderíamos fazer uso <strong>do</strong>s<br />
verbos 4 , que serviram de mote para André Comte-Sponville no campo <strong>do</strong><br />
pensamento filosófico, na vereda <strong>do</strong> produzir e pensar arte? Consideramos tal<br />
questionamento primordial para as discussões na esfera da arte na<br />
4 Conhecer, fazer e amar.<br />
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