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percursos do artista como agente transformador - UFF

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não é um destino ou uma fatalidade, mas apenas o resulta<strong>do</strong> da<br />

práxis humana. 11<br />

Ainda pensan<strong>do</strong> em Joseph Beuys e na máxima que serve de<br />

combustível à essa escrita, caminho um pouco mais, em direção à Walter Benjamin<br />

e seu texto O autor <strong>como</strong> produtor. 12 Benjamin nos fala de um tipo de <strong>artista</strong> que<br />

aban<strong>do</strong>nou os preceitos de Clement Greenberg 13 , no tocante à autonomia da arte, e<br />

buscou uma aproximação com os contextos sociais em que está inseri<strong>do</strong>, focan<strong>do</strong><br />

sua atividade “em função <strong>do</strong> que for útil ao proletaria<strong>do</strong>, na luta de classes”. 14<br />

Sem a intenção de julgar os méritos da tese, a mudança de postura que<br />

Benjamin anuncia diluiu a barreira existente entre o <strong>artista</strong> e seu público, numa<br />

espécie de via de mão dupla, onde o especta<strong>do</strong>r é também produtor. O surgimento<br />

de processos colaborativos que atenuaram as distinções entre autor e receptor e,<br />

consequentemente, o germinar da arte <strong>como</strong> ação ampliada no campo da vida nos<br />

permite estabelecer pontos de tangência com o conceito Beuysiano de escultura<br />

social, esgarçan<strong>do</strong>, <strong>como</strong> desejava o <strong>artista</strong> alemão, a definição de arte de mo<strong>do</strong><br />

que to<strong>do</strong>s exercitassem sua “criatividade latente [...] terminan<strong>do</strong> por moldar a<br />

sociedade <strong>do</strong> futuro.” 15 A preocupação de Beuys sempre esteve mais voltada para a<br />

humanidade de seus alunos <strong>do</strong> que para as obras que produziam, procuran<strong>do</strong><br />

estabelecer uma rede de cooperação (palavra de ordem) com o intuito de abarcar<br />

todas as camadas sociais transforman<strong>do</strong> o planeta através da arte; queria retirar a<br />

11<br />

JAMESON, Fredric. Espaço e Imagem: teorias <strong>do</strong> pós-moderno e outros ensaios. Rio de Janeiro:<br />

Editora UFRJ, 2006, p. 265.<br />

12<br />

BENJAMIN, Walter. O autor <strong>como</strong> produtor. In BENJAMIN, Walter. Magia, técnica, arte e política:<br />

ensaios sobre literatura e história da cultura. São Paulo: Editora Brasiliense, 1994.<br />

13<br />

Consideramos apenas os conceitos de Walter Benjamin e Clement Greenberg, visto que<br />

cronologicamente os escritos <strong>do</strong> crítico de arte norte-americano são posteriores ao O autor <strong>como</strong><br />

produtor.<br />

14<br />

Ibid., p. 120.<br />

15<br />

GOLDBERG, RoseLee. A arte da performance: <strong>do</strong> futurismo ao presente. São Paulo: Editora<br />

Martins Fontes, 2006, p. 141.<br />

24

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