17.04.2013 Views

percursos do artista como agente transformador - UFF

percursos do artista como agente transformador - UFF

percursos do artista como agente transformador - UFF

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

que saboreamos quan<strong>do</strong> temos a oportunidade de viajar para cidades <strong>do</strong> interior. A<br />

avó de Bia, a pedi<strong>do</strong> da neta, fez especialmente para a ocasião o delicioso pão<br />

caseiro português, cuja receita é guardada a sete chaves e passada de geração em<br />

geração. Cris chegou por volta das 15h, tocou a campainha; trocaram os primeiros<br />

sorrisos ali mesmo, uma no portão, a outra na janela. Depois de um longo abraço<br />

ainda na porta, Bianca encarregou-se de preparar um chá de camomila para<br />

confortar a conversa que fluiu agradavelmente <strong>como</strong> de costume, em meio a<br />

dezenas de livros de arte. Cris estava na casa de Bia com o intuito de realizar um de<br />

seus trabalhos, denomina<strong>do</strong> Troca de azulejos. Ela, autoproclamada a propositora,<br />

troca um azulejo da casa <strong>do</strong> participa<strong>do</strong>r por outro de cor azul, estabelecen<strong>do</strong> uma<br />

espécie de destruição criativa. A proposta de Cris coloca em movimento uma<br />

engrenagem originan<strong>do</strong> um campo afetivo em que a dimensão das palavras “<strong>artista</strong>”<br />

e “especta<strong>do</strong>r” tornam-se sem importância. Bianca é amiga de Cristina, mas não<br />

precisaria sê-la; na premissa de sua ação Cristina descreve:<br />

Demorar-se na casa de conheci<strong>do</strong>s e desconheci<strong>do</strong>s, saber das<br />

histórias de suas moradas, intervir na “pele da casa” (Bianca<br />

Bernar<strong>do</strong>), pensar a cidade e o espaço urbano de outra forma<br />

diferentes das intervenções que acontecem em grande parte no<br />

espaço “público” da cidade e raramente constituem um ambiente de<br />

troca de tempo prolonga<strong>do</strong> que permita a relação intersubjetiva entre<br />

propositor e participa<strong>do</strong>r. 47<br />

Relacionar-se com o outro e sua casa (preciosa para aquele que abriga) é<br />

questão essencial ao referi<strong>do</strong> trabalho de Cristina Ribas; <strong>como</strong> <strong>artista</strong> e cidadã <strong>do</strong><br />

mun<strong>do</strong> Cristina precisa <strong>do</strong> contato, permutar sentimentos, imprimir sua marca e se<br />

47 RIBAS, Cristina. Troca de Azulejos: Disponível em<br />

http://azulejista.wordpress.com/cristin/estampas/troca-de-azulejo/. Acessa<strong>do</strong> no dia 22 de<br />

Setembro de 2010.<br />

38

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!