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Dissertacao Mar ... - Versão Final - 02-08.pdf - Sistema de ...

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FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS<br />

ESCOLA BRASILEIRA DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E DE EMPRESAS -<br />

EBAPE<br />

MARCELLO SILVA BARRETO<br />

UMA INVESTIGAÇÃO SOBRE O IMPACTO DOS ACCRUALS NA<br />

VARIABILIDADE DOS RESULTADOS NOS DIFERENTES CONTRASTES CROSS-<br />

SECTIONAL NAS FIRMAS BRASILEIRAS DE CAPITAL ABERTO<br />

Rio <strong>de</strong> Janeiro<br />

2012


MARCELLO SILVA BARRETO<br />

UMA INVESTIGAÇÃO SOBRE O IMPACTO DOS ACCRUALS NA<br />

VARIABILIDADE DOS RESULTADOS NOS DIFERENTES CONTRASTES CROSS-<br />

SECTIONAL NAS FIRMAS NAS FIRMAS BRASILEIRAS DE CAPITAL ABERTO<br />

Dissertação para obtenção do grau <strong>de</strong> mestre apresentada à<br />

Escola Brasileira <strong>de</strong> Administração Pública e <strong>de</strong> Empresas -<br />

EBAPE da Fundação Getulio Vargas.<br />

Área <strong>de</strong> concentração: Ciências Contábeis<br />

Orientador: Professor Doutor Ricardo Lopes Cardoso<br />

Rio <strong>de</strong> Janeiro<br />

2012


AGRADECIMENTOS<br />

À minha esposa Aline, amor da minha vida, que está sempre ao meu lado e não <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> me<br />

incentivar um só minuto e aos meus filhos amados Gabriel e Juliana, que durante o tempo <strong>de</strong><br />

realização do mestrado não tiveram a minha presença e <strong>de</strong>dicação <strong>de</strong> que eles precisavam e<br />

mereciam. Sem a compreensão e o amor <strong>de</strong>les eu não teria conseguido. Eles são o motivo da<br />

minha vida.<br />

Ao Professor Diego <strong>de</strong> Faveri Pereira Lima, pelas valiosas contribuições estatísticas.<br />

Ao meu Orientador, Professor Ricardo, pelos ensinamentos e orientações transmitidas na<br />

realização <strong>de</strong>sta dissertação.<br />

Agra<strong>de</strong>ço também a Deus que sempre me supriu com força, coragem e ânimo para seguir em<br />

frente. Sem Ele nada disso teria acontecido.


“A coragem é a primeira das qualida<strong>de</strong>s<br />

humanas porque garante todas as outras.”<br />

Aristóteles


RESUMO<br />

Esta dissertação tem como objetivo principal investigar o impacto dos accruals na<br />

variabilida<strong>de</strong> dos resultados corporativos (EVAR) que influenciam a aplicação prática do<br />

income smoothing nas firmas brasileiras <strong>de</strong> capital aberto. Inicialmente, é <strong>de</strong>monstrada a<br />

importância das <strong>de</strong>monstrações contábeis que <strong>de</strong>vem ser evi<strong>de</strong>nciadas em cumprimento aos<br />

princípios contábeis geralmente aceitos. Sua evi<strong>de</strong>nciação <strong>de</strong>ve representar a realida<strong>de</strong><br />

econômico-financeira da firma para o processo <strong>de</strong> tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão dos acionistas e<br />

credores. Porém, em <strong>de</strong>terminados momentos, os gestores se sentem motivados a praticar o<br />

gerenciamento dos resultados contábeis na tentativa <strong>de</strong> reduzir a variabilida<strong>de</strong> dos lucros por<br />

meio da utilização dos accruals. Os accruals correspon<strong>de</strong>m à diferença entre o lucro líquido e<br />

o fluxo <strong>de</strong> caixa operacional. Nesse processo <strong>de</strong> redução da volatilida<strong>de</strong> dos resultados, os<br />

gestores se utilizam da prática do income smoothing procurando reduzir eventuais distorções<br />

no preço das ações da firma. A amostra neste estudo é composta por um grupo <strong>de</strong> 163 firmas<br />

<strong>de</strong> capital aberto listadas na Bovespa e que apresentaram informações financeiras no intervalo<br />

<strong>de</strong> 2000 a 2007, categorizadas por setores através <strong>de</strong> dados obtidos na Economática. O<br />

mo<strong>de</strong>lo estatístico utilizado na pesquisa foi a análise <strong>de</strong> regressão para explicar os diferentes<br />

mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> cross-sectional. Os resultados <strong>de</strong>sta pesquisa indicam que os accruals são<br />

significativos para explicar a variabilida<strong>de</strong> dos resultados corporativos (EVAR) <strong>de</strong> empresas<br />

brasileiras. Além disso, nossos resultados sugerem que o mo<strong>de</strong>lo estrutural <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação<br />

do EVAR nas empresas brasileiras <strong>de</strong>ve ser explicado por variáveis não contábeis diferentes<br />

das que são apresentadas pelas firmas norte-americanas.<br />

Palavras-chave: accruals, income smoothing, variabilida<strong>de</strong> dos resultados, EVAR, Mo<strong>de</strong>lo<br />

Jones e Mo<strong>de</strong>lo Jones Modificado.


ABSTRACT<br />

The main objective of this dissertation is to investigate the impact of accruals on the corporate<br />

earnings variability (EVAR) results that influence the practical application of income<br />

smoothing in Brazilian capital market firms. Initially, it approaches the importance of<br />

financial statements that must be evi<strong>de</strong>nced in compliance with accounting principles<br />

generally accepted. Its disclosure should represent the reality of the economic-financial firm<br />

to the process of <strong>de</strong>cision-making of sharehol<strong>de</strong>rs and creditors. But at certain times,<br />

managers are motivated to practice the earnings management in an attempt to reduce the<br />

variability of profits through the use of accruals. The accruals represent the difference<br />

between net income and operating cash flow. In the process for reducing results volatility<br />

managers use the practice of income smoothing that represents a smoothing of profits,<br />

reducing any distortions in the market price of the firm. In this study, the sample is formed by<br />

a group of 163 capital market firms listed on Bovespa and presenting financial information in<br />

the period 2000 to 2007, categorized by sector, using data obtained in Economática. The<br />

statistical mo<strong>de</strong>l used for this research was the regression analysis in or<strong>de</strong>r to explain the<br />

different cross-sectional mo<strong>de</strong>ls. These survey results indicate that accruals are significant to<br />

explain the EVAR of Brazilian companies. Our results suggest that the i<strong>de</strong>ntification of<br />

structural mo<strong>de</strong>l corporate earnings variability (EVAR) in Brazilian companies should be<br />

evi<strong>de</strong>nced by non-financial variables that differ from those ma<strong>de</strong> by U.S. firms.<br />

Keywords: accruals, income smoothing, earning variability, EVAR, Mo<strong>de</strong>l Jones and<br />

Modified Mo<strong>de</strong>l Jones.


LISTA DE QUADROS<br />

Quadro 1 Incentivos para o gerenciamento <strong>de</strong> resultados (earnings management) ... 25<br />

Quadro 2 Consequências do gerenciamento <strong>de</strong> resultados contábeis ....................... 26


LISTA DE TABELAS<br />

Tabela 1 Filtros <strong>de</strong> Seleção da Amostra na Estimação |TAC| – Mo<strong>de</strong>lo<br />

Jones (1991) ................................................................................................<br />

Tabela 2 Filtros <strong>de</strong> Seleção da Amostra na Estimação |TAC| - Mo<strong>de</strong>lo Jones<br />

Modificado (1995) ......................................................................................<br />

Tabela 3 Filtros <strong>de</strong> Seleção da Amostra na Estimação |TAC| ................................... 45<br />

Tabela 4 Resultados da Regressão dos Accruals Totais - Mo<strong>de</strong>lo Jones (1991) ...... 47<br />

Tabela 5 Composição da Amostra Estatística - Mo<strong>de</strong>lo Jones (1991) ...................... 47<br />

Tabela 6<br />

Tabela 7<br />

Tabela 8<br />

Tabela 9<br />

Tabela 10<br />

Tabela 11<br />

Tabela 12<br />

Resultados da Regressão na Amostra Completa - Mo<strong>de</strong>lo Jones (1991) ...<br />

Resultados da Regressão na Amostra Completa Apresentados por Kang<br />

& Silhan - Mo<strong>de</strong>lo Jones (1991) .................................................................<br />

Variações do R² – Mo<strong>de</strong>lo Jones (1991) ....................................................<br />

Resultados da Regressão dos Accruals Totais - Mo<strong>de</strong>lo Jones<br />

Modificado (1995) ......................................................................................<br />

Composição da Amostra Estatística - Mo<strong>de</strong>lo Jones Modificado (1995) ..<br />

Resultados da Regressão na Amostra Completa - Mo<strong>de</strong>lo Jones<br />

Modificado (1995) ......................................................................................<br />

Variações do R² – Mo<strong>de</strong>lo Jones Modificado (1995) .................................<br />

44<br />

45<br />

48<br />

49<br />

50<br />

51<br />

51<br />

52<br />

53


LISTA DE FIGURAS<br />

Figura 1 Income smoothing: intencional e natural ................................................... 31<br />

Figura 2 Modalida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> gerenciamento <strong>de</strong> resultados ........................................... 32<br />

Figura 3 Segregação dos accruals em discricionários e não discricionários ........... 34<br />

Figura 4 Padrões <strong>de</strong> “gerenciamento” <strong>de</strong> resultados contábeis a partir dos<br />

accruals discricionários (ad) ......................................................................<br />

35


SUMÁRIO<br />

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 13<br />

1.1 FORMULAÇÃO DO PROBLEMA ................................................................... 18<br />

1.2 OBJETIVO .......................................................................................................... 19<br />

1.3 DELIMITAÇÃO DE ESTUDO .......................................................................... 19<br />

1.4 HIPÓTESE .......................................................................................................... 19<br />

1.5 RELEVÂNCIA DO ESTUDO ............................................................................ 19<br />

2 REFERENCIAL TEÓRICO ............................................................................ 20<br />

2.1 O GERENCIAMENTO DE RESULTADOS CONTÁBEIS .............................. 20<br />

2.1.1 Incentivos para o gerenciamento dos resultados contábeis ........................... 21<br />

2.1.1.1 Motivações vinculadas ao mercado <strong>de</strong> capitais ................................................ 22<br />

2.1.1.2 Motivações contratuais ........................................................................................ 23<br />

2.1.1.3 Motivações regulamentares e custos políticos.................................................... 23<br />

2.1.2 Fatores <strong>de</strong>terminantes e consequências do gerenciamento <strong>de</strong> resultados .... 25<br />

2.2 OS TIPOS DE GERENCIAMENTO DE RESULTADOS CONTÁBEIS ......... 26<br />

2.2.1 Income smoothing .............................................................................................. 27<br />

2.2.2 Big Bath accounting, Bump up e Cookie Jar Reserve ou Cookie Jar<br />

Accounting……………………………………………………………………...<br />

2.3 ACCRUALS DISCRICIONÁRIOS E NÃO DISCRICIONÁRIOS ................ 32<br />

3 METODOLOGIA ............................................................................................. 37<br />

3.1 MENSURAÇÃO DO EVAR .............................................................................. 37<br />

3.2 MENSURAÇÃO DOS FATORES QUE SUPOSTAMENTE DETERMINAM<br />

O EVAR ..............................................................................................................<br />

3.2.1 Outros fatores ................................................................................................... 38<br />

3.2.1.1 Tamanho da firma ............................................................................................... 38<br />

3.2.1.2 Durabilida<strong>de</strong> do produto ...................................................................................... 39<br />

3.2.1.3 Performance corporativa ..................................................................................... 39<br />

3.2.1.4 Alavancagem financeira ...................................................................................... 40<br />

3.3 ANÁLISE DE REGRESSÃO ............................................................................. 40<br />

3.4 AMOSTRA ......................................................................................................... 44<br />

31<br />

38


4 RESULTADOS .................................................................................................. 46<br />

4.1 MODELO JONES ............................................................................................... 46<br />

4.1.1 Estimação <strong>de</strong> EVAR .......................................................................................... 48<br />

4.2 MODELO JONES MODIFICADO .................................................................... 50<br />

4.2.1 Estimação <strong>de</strong> EVAR........................................................................................... 52<br />

5 CONCLUSÕES ................................................................................................. 54<br />

REFERÊNCIAS................................................................................................. 56<br />

GLOSSÁRIO ..................................................................................................... 68<br />

ANEXOS ............................................................................................................ 70


1 INTRODUÇÃO<br />

As fontes fundamentais <strong>de</strong> informações sobre todas as ativida<strong>de</strong>s econômicas das<br />

firmas para os públicos interno ou externo são as <strong>de</strong>monstrações financeiras. Faz-se<br />

necessário que estas expressem as implicações financeiras consequentes das ativida<strong>de</strong>s<br />

econômicas efetuadas sobre o patrimônio e o resultado (lucro/prejuízo) da empresa.<br />

É essencial que, para assegurar a representação fi<strong>de</strong>digna das <strong>de</strong>monstrações<br />

financeiras, os gestores usem <strong>de</strong> forma a<strong>de</strong>quada e eficaz os princípios contábeis geralmente<br />

aceitos na elaboração das <strong>de</strong>monstrações.<br />

Há, entretanto, situações nas quais os gestores são pressionados para atingir metas<br />

financeiras e cláusulas contratuais – por exemplo, lucro, retorno sobre o investimento, EVA,<br />

endividamento, liqui<strong>de</strong>z e divi<strong>de</strong>ndos –, mesmo quando as condições para atingi-las são<br />

adversas ou reduzidas, e/ou quando os custos são <strong>de</strong>masiadamente altos para cumprir os<br />

objetivos esperados (FUJI; CARVALHO, 2005; BAPTISTA, 2009; SANCOVSCHI;<br />

MATOS, 2003). Nessas circunstâncias, os administradores po<strong>de</strong>m aproveitar a maleabilida<strong>de</strong><br />

dos princípios contábeis para assegurar que as metas sejam alcançadas (SANCOVSCHI;<br />

MATOS, 2003).<br />

Quando os gestores através <strong>de</strong> suas discricionarieda<strong>de</strong>s se aproveitam da flexibilida<strong>de</strong><br />

concedida pelos princípios contábeis para atingir metas financeiras ou <strong>de</strong> lucro é chamada <strong>de</strong><br />

earnings management, ou gerenciamento <strong>de</strong> resultados contábeis (SANCOVSCHI; MATOS,<br />

2003; FUJI; CARVALHO, 2005).<br />

Uma forma <strong>de</strong> gerenciamento <strong>de</strong>sses resultados se encontra na utilização <strong>de</strong> accruals.<br />

Na realida<strong>de</strong>, o accrual é a diferença temporal do reconhecimento <strong>de</strong> receitas e <strong>de</strong>spesas pelos<br />

regimes <strong>de</strong> caixa e <strong>de</strong> competência na apuração do lucro (MARTINEZ, 2004; PAULO;<br />

MARTINS; CORRAR, 2007; PAE, 2005; CUPERTINO; MARTINEZ, 2007). <strong>Mar</strong>tinez<br />

(2004) observou que somente em períodos <strong>de</strong> longo prazo este processo apresenta diferenças<br />

no reconhecimento das contas <strong>de</strong> resultado, o que já não acontece no cenário <strong>de</strong> curto prazo,<br />

pois não há alteração no resultado.<br />

O objetivo da utilização <strong>de</strong> accruals é mensurar o resultado contábil da entida<strong>de</strong>,<br />

utilizando contas <strong>de</strong> resultado que não necessariamente impactam a movimentação das<br />

disponibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> caixa e equivalentes <strong>de</strong> caixa (MARTINEZ, 2001, 2004; MATSUMOTO<br />

e PARREIRA, 2007).<br />

13


Pela discricionarieda<strong>de</strong>, os accruals po<strong>de</strong>m sofrer alterações que atendam aos<br />

interesses dos gestores em <strong>de</strong>trimento das ativida<strong>de</strong>s normais da empresa. Desta forma, os<br />

accruals po<strong>de</strong>m ser segregados em accruals discricionários (discretionary) e não<br />

discricionários (non discretionary) (DECHOW; SLOAN; SWEENEY, 1995; MARTINEZ,<br />

2008; LOPES; MARTINS, 2005). O primeiro tipo tem como objetivo “gerenciar” o resultado<br />

contábil (earnings management). Já o segundo é o utilizado <strong>de</strong> acordo com a realida<strong>de</strong> do<br />

negócio (DECHOW; SLOAN; SWEENEY, 1995; MARTINEZ, 2001).<br />

A divulgação <strong>de</strong> lucros estáveis nas <strong>de</strong>monstrações contábeis é uma das razões pelas<br />

quais os gestores manipulam os resultados da firma na tentativa <strong>de</strong> diminuir a variabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

resultados (MARTINEZ, 2001; MATSUMOTO E PARREIRA, 2007). A variabilida<strong>de</strong> dos<br />

resultados corporativos (EVAR) tem sido associada a uma ampla varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> questões <strong>de</strong><br />

negócios, incluindo a previsibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> receitas (BAREFIELD; COMISKEY, 1975; KROSS;<br />

RO; SCHROEDER, 1990; LUTTMAN; SILHAN, 1995), a previsibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> riscos<br />

corporativos (FARRELLY; FERRIS; REICHENSTEIN, 1985; BARTH; LANDSMAN;<br />

WAHLEN, 1995), os riscos inerentes ao mercado (GHOSH; OLSEN, 2008) e as<br />

oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> gestão <strong>de</strong> riscos (GORDON; LOEB; TSENG, 2009).<br />

Geralmente as firmas que reportam em seus resultados uma alta variabilida<strong>de</strong> dos<br />

lucros têm menor propensão a emitir previsões corporativas do que aquelas que apresentam<br />

uma baixa variabilida<strong>de</strong> dos resultados, além <strong>de</strong> terem uma maior classificação <strong>de</strong> risco<br />

(IMHOFF, 1978; WAYMIRE, 1985; COX, 1985; CLARKSON; KAO; RICHARDSON,<br />

1994; DEFOND; HUNG, 2003; HODDER; HOPKINS; WOOD, 2008; GRAHAM;<br />

HARVEY; RAJGOPAL, 2005).<br />

A Standard & Poor’s em seus rankings <strong>de</strong> classificação utiliza a variabilida<strong>de</strong> dos<br />

resultados como um fator para analisar os ganhos <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r e os riscos nos negócios<br />

(SANTICCHIA; MURPHY, 2005). Consequentemente, as firmas com negócios mais voláteis<br />

alcançam as mais baixas posições no ranking (SANTICCHIA; MURPHY, 2005, p. 18).<br />

O valor <strong>de</strong> mercado das ações é influenciado pela variabilida<strong>de</strong> dos resultados. A<br />

incidência <strong>de</strong> relatos sobre modificações nos resultados é cada vez maior em firmas <strong>de</strong><br />

accruals elevados do que nas que apresentam baixos accruals (FRANCIS; KRISHNAN,<br />

1999; BAPTISTA, 2008). Os auditores associam a “intensida<strong>de</strong> dos accruals” (ou seja, a<br />

extensão dos accruals utilizados por uma firma pela média <strong>de</strong> accruals absolutos) com a<br />

incerteza <strong>de</strong> ganhos da entida<strong>de</strong> e risco <strong>de</strong> auditoria (BECKER et al., 1998; FRANCIS;<br />

KRISHNAN, 1999; GUL; CHEN; TSUI, 2003).<br />

14


Acionistas e credores ten<strong>de</strong>m a se sentir mais confiantes para investir seus recursos em<br />

empresas que exibem lucros estáveis (HEPWORTH, 1953). Esta constatação indica que esses<br />

públicos preferem uma baixa variabilida<strong>de</strong>, que representa controle e po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rada<br />

como um indicador da capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> gestão da empresa (HEPWORTH, 1953; WANG;<br />

WILLIAMS, 1994).<br />

O income smoothing é uma forma <strong>de</strong> gerenciamento cujo objetivo é a redução da<br />

variabilida<strong>de</strong> dos resultados apresentados pela firma. Várias intenções dos gestores<br />

incentivam a adoção <strong>de</strong>sta prática, tais como uma previsão melhor nos resultados, custos<br />

reduzidos <strong>de</strong> capital, melhores relações com investidores, planos <strong>de</strong> compensação, melhoria<br />

das relações industriais, aumento <strong>de</strong> segurança no emprego, e medidas melhores <strong>de</strong><br />

performance a longo prazo (HEPWORTH, 1953; GORDON, 1964; BEIDLEMAN, 1973;<br />

RONEN; SADAN, 1981; MOSES, 1987; TRUEMAN; TITTNAN, 1988; CHANEY; LEWIS,<br />

1995; GOEL; THAKOR, 2003; TUCKER; ZAROWIN, 2006).<br />

Com a intenção <strong>de</strong> reduzir a variabilida<strong>de</strong> dos resultados a níveis “naturalmente<br />

baixos”, os gestores se utilizam <strong>de</strong> métodos contábeis <strong>de</strong> mensuração e evi<strong>de</strong>nciação para<br />

suavizar os lucros pela utilização dos accruals (BAPTISTA, 2009; SUBRAMANYAM, 1996;<br />

JONES, 1991).<br />

O impacto líquido dos accruals na variabilida<strong>de</strong> dos resultados, visto que os accruals<br />

se situam em um ambiente imprevisível, é uma questão <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m empírica. A<br />

discricionarieda<strong>de</strong> po<strong>de</strong> reduzir a variabilida<strong>de</strong> dos resultados <strong>de</strong> algumas firmas, mas causar<br />

aumento da variação <strong>de</strong> outras (MATSUMOTO; PARREIRA, 2007). Esforços utilizados para<br />

suavizar os lucros por meio da utilização dos accruals po<strong>de</strong>m comprometer os resultados<br />

futuros da firma (GOEL; THAKOR, 2003, p. 169; FUJI; CARVALHO, 2005; CASTRO,<br />

2008). Caso ocorra a “suavização do lucro”, esta não po<strong>de</strong> ser continuada ao longo dos<br />

próximos exercícios (COPELAND, 1968; MOSES, 1987). Do ponto <strong>de</strong> vista estatístico, ainda<br />

não é conhecido o efeito da eficácia da suavização (HILLIER; MCCRAE, 1998, p. 76).<br />

A suavização <strong>de</strong> lucros por meio dos accruals envolveria critério proativo<br />

(JAYARAMAN, 2008) com uma mistura <strong>de</strong> previsão e flexibilida<strong>de</strong> (COPELAND, 1968;<br />

SCHIPPER; VICENT, 2003; TAN; JAMAL, 2006). Sem dúvida, a suavização <strong>de</strong> lucros<br />

exigiria um conhecimento particular sobre lucros futuros; entretanto, caso tal conhecimento<br />

não seja preciso, o processo <strong>de</strong> suavização do lucro po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>sestabilizador (BEAVER,<br />

1970; BALL; WATTS, 1972; WANG; WILLIANS, 1994; WILLET, 20<strong>02</strong>) e gerar um erro <strong>de</strong><br />

estimativa (ALBRECHT, 1976; DECHOW; DICHEV, 20<strong>02</strong>; JAYARAMAN, 2008;<br />

CASTRO, 2008). Consequentemente, “técnicas contra a suavização” (COPELAND, 1968),<br />

15


expressões como “contador <strong>de</strong> suavização” (BEIDLEMAN, 1973) e incentivos à “não<br />

suavização” (WHITE, 1970) po<strong>de</strong>riam surgir. A incerteza aumenta a complexida<strong>de</strong> do<br />

processo contábil (BRIEF; OWEN, 1970; ALBRECHT, 1976), o que, em geral, acrescenta<br />

risco inato à organização e possibilita que, em <strong>de</strong>corrência, erros e reformulações possam<br />

ocorrer (LEV; RYAN; WU, 2008).<br />

As firmas po<strong>de</strong>m não ser bem-sucedidas na diminuição da variabilida<strong>de</strong> dos resultados<br />

por três motivos. Primeiramente, em cenários <strong>de</strong> longo prazo, por meio dos accruals po<strong>de</strong><br />

haver fatores não contábeis que atenuem as tentativas <strong>de</strong> reduzir a variabilida<strong>de</strong> dos lucros.<br />

Como exemplos que influenciariam essa estabilida<strong>de</strong>, po<strong>de</strong>m ser citados: fechamento <strong>de</strong><br />

fábricas, greve <strong>de</strong> funcionários e dificulda<strong>de</strong>s na ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> abastecimento (KANG; SILHAN,<br />

2010).<br />

Em segundo lugar, po<strong>de</strong> haver fatores contábeis que atenuem a suavização (BROOKS;<br />

BUCKMASTER, 1976). Questões gerais, tais como erros <strong>de</strong> exercícios anteriores<br />

(ANTHONY; PETRONI, 1997; RICHARDSON et al., 2005), reformulações contábeis<br />

(LUNDHOLM, 1999; LEV; RYAN; WU, 2008), reconhecimento <strong>de</strong> perdas em tempo<br />

oportuno (BALL; SHIVAKUMAR, 2006), articulação do balanço patrimonial (DICHEV;<br />

TANG, 2009) e as receitas e os custos correspon<strong>de</strong>ntes (SU, 2005) colaborariam também para<br />

uma variabilida<strong>de</strong> maior dos resultados.<br />

Decisões peculiares, como menos-valia e impairments, também po<strong>de</strong>riam compensar<br />

as tentativas <strong>de</strong> suavização (ZUCCA; CAMPBELL, 1992). A liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> ação futura é<br />

essencial para uma suavização bem-sucedida (COPELAND, 1968). Tentativas <strong>de</strong> suavização<br />

em períodos correntes com o objetivo <strong>de</strong> cumprimento <strong>de</strong> metas futuras, provavelmente trarão<br />

reflexos no aumento na volatilida<strong>de</strong> dos resultados a longo prazo. Em um primeiro momento,<br />

o impacto gerado pela contabilida<strong>de</strong> e pelas <strong>de</strong>cisões da firma não parece ser óbvio<br />

(DHARAN, 1987; FRANCIS, 1990; BARTH; LANDSMAN; WAHLEN, 1995; KOTHARI;<br />

LAGUERRE; LEONE, 20<strong>02</strong>).<br />

Quando ocorre a aplicação <strong>de</strong> diversas estratégias ao mesmo tempo, o income<br />

smoothing não <strong>de</strong>ve ser a prática dominante da contabilida<strong>de</strong> (KIRSCHENHEITER;<br />

MELUMAD, 20<strong>02</strong>). Por esses motivos, o income smoothing po<strong>de</strong> ser intermitente, esporádico<br />

ou usual.<br />

Em terceiro lugar, a incidência do income smoothing não po<strong>de</strong> ser generalizada.<br />

Estudos anteriores têm questionado a sua incidência (WHITE, 1970; IMHOFF, 1977;<br />

ECKEL, 1981; ALBRECHT; RICHARDSON, 1990; BAO; BAO, 2004; JAYARAMAN,<br />

16


2008), pois esta medida po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>snecessária em alguns casos (IMHOFF, 1981; MOSES,<br />

1987). Assim, a baixa incidência <strong>de</strong> suavização diluiria o impacto geral dos accruals.<br />

Em uma amostra <strong>de</strong> firmas, essas condições reunidas po<strong>de</strong>m atenuar os efeitos <strong>de</strong><br />

suavização. Assim sendo, é praticamente improvável um processo prolongado <strong>de</strong> suavização<br />

(DASCHER; MALCOLM, 1970; WHITE, 1970; IMHOFF, 1981). Gone<strong>de</strong>s (1972) informa o<br />

que seria necessário para uma realização eficaz do processo <strong>de</strong> suavização, <strong>de</strong>screvendo o<br />

fluxo dos lucros das empresas a partir <strong>de</strong> dois processos aleatórios: (1) o processo <strong>de</strong> geração<br />

<strong>de</strong> números contábeis “básicos” e (2) o processo <strong>de</strong> geração dos números contábeis<br />

“reportados/relatados”. Assim, ao se projetar o futuro, as taxas <strong>de</strong> retorno po<strong>de</strong>riam ser<br />

<strong>de</strong>finidas como um processo aleatório induzido por um período <strong>de</strong> multifunção <strong>de</strong> distribuição<br />

<strong>de</strong> (1) e (2). Em seguida, essa questão é formulada como um problema <strong>de</strong> programação<br />

dinâmica para relatar uma taxa <strong>de</strong> retorno tão elevada quanto possível e suficientemente<br />

próxima à taxa do período anterior <strong>de</strong> retorno. Dessa maneira, a empresa teria que relatar<br />

lucros/investimentos para cada período, ou seja, a taxa base mais o fator <strong>de</strong> suavização – por<br />

exemplo, o fator <strong>de</strong> ajuste, para conseguir atingir este objetivo. Neste caso, o processo da taxa<br />

<strong>de</strong> retorno relatada é um processo básico transformado. Para isso, a seleção <strong>de</strong> qualquer ação<br />

suavizante teria <strong>de</strong> reconhecer as consequências das ações atuais <strong>de</strong> suavização em um vis-à-<br />

vis <strong>de</strong> resultados relatados no futuro.<br />

Gone<strong>de</strong>s (1972) conclui que, para a suavização efetiva dos resultados, os gestores<br />

teriam que se comportar como se fossem empiricamente guiados pelo mo<strong>de</strong>lo dinâmico <strong>de</strong><br />

programação postulado. Beidleman (1973) observa que: (1) o ajuste <strong>de</strong>sejado <strong>de</strong>ve ser feito<br />

com alguma precisão; (2) os gestores <strong>de</strong>vem concordar com objetivo implícito nesse ajuste;<br />

(3) para o cumprimento dos objetivos <strong>de</strong> longo prazo, a variabilida<strong>de</strong> dos lucros <strong>de</strong>ve ser<br />

reduzida; e, (4) uma vez utilizado, a firma não <strong>de</strong>verá sofrer nenhum tipo <strong>de</strong> custo particular<br />

<strong>de</strong> ação.<br />

Gone<strong>de</strong>s e Dopuch (1979) fornecem um cenário para analisar ao longo do tempo as<br />

proprieda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> sequências <strong>de</strong> números contábeis. Afirmam os autores que estes <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m<br />

(1) do ambiente econômico, (2) dos investimentos <strong>de</strong> produção e <strong>de</strong>cisões financeiras da<br />

empresa, e (3) das técnicas contábeis. Assim, a variação dos resultados seria <strong>de</strong>terminada por<br />

uma combinação <strong>de</strong> fatores econômicos e contábeis.<br />

Lev (1983) observou que a variabilida<strong>de</strong> dos resultados é <strong>de</strong>limitada por fatores<br />

econômicos. Utilizando-se dos resultados da análise <strong>de</strong> regressão múltipla em cross-sectional,<br />

com uma amostra <strong>de</strong> 385 firmas, a pesquisa aponta que a variabilida<strong>de</strong> dos resultados é<br />

influenciada pelo tamanho da firma e a durabilida<strong>de</strong> do produto. Em seu estudo, ele faz uma<br />

17


advertência sobre a falta <strong>de</strong> variáveis. Seu mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> regressão múltipla justifica cerca <strong>de</strong> 5%<br />

da variação no cross-sectional da variabilida<strong>de</strong> dos resultados.<br />

Além do tamanho da empresa e da durabilida<strong>de</strong> do produto, Luttman e Silhan (1991)<br />

justificam as variáveis econômicas líquidas. Adotando a análise <strong>de</strong> regressão múltipla em uma<br />

amostra <strong>de</strong> 199 firmas, eles obtiveram resultados <strong>de</strong>monstrativos <strong>de</strong> que a variabilida<strong>de</strong> dos<br />

lucros também é afetada pelo <strong>de</strong>sempenho das firmas e da estrutura <strong>de</strong> capital. Seu mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong><br />

variabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> resultados justifica cerca <strong>de</strong> um quarto da variação cross-sectional <strong>de</strong><br />

variabilida<strong>de</strong>.<br />

1.1 FORMULAÇÃO DO PROBLEMA<br />

A <strong>de</strong>monstração do resultado do exercício é um dos <strong>de</strong>monstrativos contábeis <strong>de</strong><br />

fundamental importância para análise e tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão dos stakehol<strong>de</strong>rs. Colauto e Beuren<br />

(2004, p. 2) avaliam a importância da apuração do resultado como um indicador <strong>de</strong> política <strong>de</strong><br />

investimento. Coelho (2007, p. 50) afirma que quando o resultado da firma é apurado<br />

corretamente pela contabilida<strong>de</strong>, os riscos <strong>de</strong> investimento para credores e acionistas são<br />

reduzidos. Entretanto, esta percepção está associada ao fato <strong>de</strong> os resultados serem avaliados<br />

in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente dos grupos <strong>de</strong> interesses envolvidos.<br />

Com a realida<strong>de</strong> dos fatos apresentados, ocorrem alguns questionamentos para os<br />

gestores. Decisões fundamentadas na contabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> risco <strong>de</strong>sempenham um importante<br />

papel para a comunida<strong>de</strong> financeira (BAGINSKI; WHALEN, 2003; SANTICHIA;<br />

MURPHY, 2005). Existe muita preocupação quando o assunto é gerenciamento <strong>de</strong> riscos<br />

(GORDON; LOEB; TSENG, 2009, p. 301), e uma melhor compreensão po<strong>de</strong>ria ser aplicada<br />

para aprimorar a elaboração das políticas <strong>de</strong> risco (RYAN, 1997, p. 134).<br />

Diante <strong>de</strong>ssas variáveis, surge a questão <strong>de</strong> quais seriam os fatores <strong>de</strong>terminantes da<br />

variabilida<strong>de</strong> dos resultados: seriam somente os accruals ou existiriam também fatores não<br />

contábeis? O tamanho da empresa, a performance corporativa, a durabilida<strong>de</strong> do produto e a<br />

alavancagem financeira seriam os principais impulsionadores da variabilida<strong>de</strong> dos resultados<br />

(PAULO; LIMA; LIMA, 2008)? Esta questão nos conduz à formulação da seguinte pergunta:<br />

“Qual é o impacto dos accruals na variabilida<strong>de</strong> dos resultados?” (KANG; SILHAN, 2010).<br />

Este questionamento será o foco central <strong>de</strong>sta.<br />

18


1.2 OBJETIVO<br />

O objetivo final <strong>de</strong>ste trabalho é i<strong>de</strong>ntificar o impacto dos accruals na variabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

resultados em diferentes contrastes cross-sectional nas firmas brasileiras <strong>de</strong> capital aberto.<br />

1.3 DELIMITAÇÃO DO ESTUDO<br />

O presente estudo será <strong>de</strong>limitado às organizações cujas ações são negociadas na<br />

Bolsa <strong>de</strong> Valores <strong>de</strong> São Paulo (Bovespa). Assim, será utilizada uma amostra não aleatória,<br />

cujas empresas estejam ativas e suas informações se encontrem evi<strong>de</strong>nciadas na Economática<br />

no período <strong>de</strong> 2000 a 2007, excetuando-se as instituições financeiras.<br />

1.4 HIPÓTESE<br />

O estudo foca sua análise sobre os accruals, o tamanho da firma, a performance<br />

corporativa, a durabilida<strong>de</strong> do produto e a alavancagem financeira como possíveis fatores<br />

<strong>de</strong>terminantes da variabilida<strong>de</strong> dos resultados (EVAR). Nossa principal hipótese é que os<br />

accruals influenciam EVAR.<br />

1.5 RELEVÂNCIA DO ESTUDO<br />

A literatura apresenta diversos incentivos para a prática do income smoothing. Dentre<br />

eles, po<strong>de</strong>-se <strong>de</strong>stacar a utilização <strong>de</strong>ste tipo <strong>de</strong> gerenciamento para sinalizar valor ao mercado<br />

na medida em que este diminui o risco sistemático, compondo um importante direcionador <strong>de</strong><br />

valor. Inclusive para aumentar o valor <strong>de</strong> mercado da firma, os gestores po<strong>de</strong>m utilizar sua<br />

discricionarieda<strong>de</strong> para suavizar os resultados. Sua estratégia, portanto, estará voltada para<br />

19


eduzir a variabilida<strong>de</strong> dos resultados contábeis com o propósito <strong>de</strong> gerar valor para os<br />

acionistas.<br />

2 REFERENCIAL TEÓRICO<br />

2.1 O GERENCIAMENTO DE RESULTADOS CONTÁBEIS<br />

O termo earnings management, conhecido na literatura nacional como gerenciamento<br />

<strong>de</strong> resultados contábeis, é utilizado para <strong>de</strong>finir um grupo <strong>de</strong> práticas adotadas por gestores<br />

que objetivam divulgar resultados que sejam favoráveis aos acionistas da firma (FUJI;<br />

CARVALHO, 2005). No processo <strong>de</strong> gerenciamento dos resultados, o gestor <strong>de</strong>termina suas<br />

<strong>de</strong>cisões contábeis em <strong>de</strong>corrência <strong>de</strong> outros motivos que colaboram para dirigi-lo a um<br />

resultado financeiro almejado distinto do resultado esperado antes das supostas modificações<br />

– e não <strong>de</strong> acordo com a realida<strong>de</strong> operacional do negócio. Faz-se necessário <strong>de</strong>stacar que<br />

estas <strong>de</strong>cisões contábeis precisam estar em acordo com a legislação vigente.<br />

Os investidores diante <strong>de</strong> <strong>de</strong>monstrações contábeis suavizadas estarão suscetíveis a<br />

tomarem <strong>de</strong>cisões equivocadas (PAULO; LIMA; LIMA, 2006). Para que isto seja evitado é<br />

<strong>de</strong> suma importância i<strong>de</strong>ntificar quais são as empresas que estão praticando o gerenciamento<br />

dos resultados contábeis.<br />

Como são aplicados diferentes critérios nos métodos <strong>de</strong> evi<strong>de</strong>nciação e mensuração<br />

contábeis, os gestores têm mais facilida<strong>de</strong> para apresentar <strong>de</strong>monstrações financeiras da forma<br />

<strong>de</strong>sejada, acarretando perdas na análise do <strong>de</strong>sempenho empresarial.<br />

A divulgação dos resultados negativos ou abaixo das expectativas dos investidores<br />

po<strong>de</strong> enfraquecer a confiabilida<strong>de</strong> na firma. Observa-se, também, que em muitas empresas, a<br />

remuneração variável dos gestores está condicionada aos resultados contábeis. Diante <strong>de</strong>ssa<br />

possibilida<strong>de</strong>, os gestores po<strong>de</strong>m agir <strong>de</strong> forma discricionária.<br />

Por isso, nas situações nas quais existe a possibilida<strong>de</strong> do gerenciamento dos<br />

resultados contábeis para que não se apresentem <strong>de</strong>sempenhos inferiores, os gestores sentem-<br />

se incentivados, agindo <strong>de</strong> forma discricionária, ou seja, utilizando-se <strong>de</strong> seus conhecimentos<br />

20


técnicos <strong>de</strong> contabilida<strong>de</strong> para realizar suas manipulações (MATSUMOTO; PARREIRA,<br />

2007; CASTRO, 2008).<br />

Giroux (2004, p. 4) conceitua earnings management como a intencional utilização por<br />

parte dos gestores nas escolhas dos métodos contábeis <strong>de</strong> mensuração e evi<strong>de</strong>nciação e na<br />

interferência das ativida<strong>de</strong>s operacionais para que a <strong>de</strong>monstração contábil apresente valores<br />

ajustados.<br />

<strong>Mar</strong>tinez (2001) afirma que o gerenciamento <strong>de</strong> resultados não acontece em<br />

<strong>de</strong>scumprimento da legislação vigente, mas que, em <strong>de</strong>terminados pontos, as normas<br />

contábeis facultam certa discricionarieda<strong>de</strong> ao gestor. Neste caso, o gestor não faz suas<br />

escolhas <strong>de</strong> acordo com a realida<strong>de</strong> dos negócios, mas em função <strong>de</strong> outros motivos.<br />

A expressão earnings management, na concepção <strong>de</strong> Santos e Grateron (2003),<br />

<strong>de</strong>nomina a intervenção do gestor, <strong>de</strong> acordo com sua conveniência, na aplicação dos<br />

princípios contábeis com o objetivo <strong>de</strong> <strong>de</strong>monstrar uma imagem distorcida da realida<strong>de</strong><br />

operacional da empresa.<br />

Roychowdhury (2006) e Cardoso e <strong>Mar</strong>tinez (2006) enfatizam que a utilização da<br />

mensuração dos accruals e/ou a interferência das ativida<strong>de</strong>s operacionais “reais” da firma são<br />

os fatores <strong>de</strong>terminantes do gerenciamento <strong>de</strong> resultados.<br />

Também na opinião <strong>de</strong> Schipper (1989, p. 92), o processo <strong>de</strong> gerenciamento acontece<br />

quando os gestores por meio <strong>de</strong> suas <strong>de</strong>cisões manipulam as <strong>de</strong>monstrações financeiras<br />

externas, com o propósito <strong>de</strong> obter vantagens, o que é contrário ao papel imparcial <strong>de</strong><br />

informar os resultados contábeis.<br />

2.1.1 Incentivos para o gerenciamento dos resultados contábeis<br />

Vários motivos são apresentados por Watts e Zimmerman (1986, p. 257-261) e<br />

Jones (1991, p. 193) como incentivadores do gerenciamento <strong>de</strong> resultados. Entre as razões<br />

que impulsionam a ação oportunista dos administradores, po<strong>de</strong>-se <strong>de</strong>stacar: (i) evitar a<br />

divulgação <strong>de</strong> perdas (resultados negativos) ou <strong>de</strong>clínio dos resultados contábeis (PAULO,<br />

2007); (ii) reduzir a variabilida<strong>de</strong> dos resultados, evitando distorções no mercado <strong>de</strong> capitais;<br />

(iii) aumentar a remuneração variável dos gestores condicionados ao <strong>de</strong>sempenho empresarial<br />

(HEALY, 1985; WAHLEN, 1999; BARTOV; MOHANRAM, 2004; MARTINEZ, 2001);<br />

(iv) captação <strong>de</strong> novas fontes <strong>de</strong> investimento (MARTINEZ, 2001; FUJI; CARVALHO,<br />

21


2005; VERHAGEM, SANTOS; BEZERRA, 2011); (v) manutenção do cargo, mesmo que,<br />

<strong>de</strong>vido a este fator, a acurácia dos resultados contábeis fique comprometida; (vi) maior<br />

captação <strong>de</strong> recursos financeiros pelo lançamento <strong>de</strong> títulos através da oferta pública <strong>de</strong> ações<br />

(TEOH et al., 1998; ROOSENBOOM et al., 2003; DARROUGH; RANGAN, 2005).<br />

Como já explicitado anteriormente, a divulgação <strong>de</strong> resultados negativos po<strong>de</strong> trazer<br />

efeitos in<strong>de</strong>sejados, o que é perfeitamente normal em um ambiente <strong>de</strong> negócios, além <strong>de</strong><br />

resultados positivos influenciarem na remuneração dos gestores. O uso do gerenciamento dos<br />

resultados po<strong>de</strong> encontrar motivação nestes fatores, levando os administradores a atuarem <strong>de</strong><br />

forma discricionária.<br />

Segundo McKee (2005, p. 29), os analistas financeiros frequentemente estimam a<br />

volatilida<strong>de</strong> dos resultados por meio dos <strong>de</strong>svios do lucro líquido dos períodos<br />

anteriores divulgados nas <strong>de</strong>monstrações financeiras. Uma maior volatilida<strong>de</strong> dos<br />

resultados passados afeta a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> previsão dos resultados futuros, sugerindo<br />

um maior risco <strong>de</strong> investimento e, consequentemente, resultando em maiores<br />

prêmios ou taxas <strong>de</strong> <strong>de</strong>sconto nos mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> avaliação <strong>de</strong> firmas. Quando os<br />

gestores são motivados por esse tipo <strong>de</strong> situação acabam adotando a prática da<br />

variabilida<strong>de</strong> dos resultados, <strong>de</strong>nominada income smoothing. (PAULO; LIMA;<br />

LIMA, 2006)<br />

Healy e Wahlen (1999) apontam ser uma abordagem comum para investigar a<br />

existência <strong>de</strong> gerenciamento <strong>de</strong> resultados a análise dos incentivos oferecidos aos gestores<br />

para administrar lucros (BAPTISTA, 2009). A pesquisa empírica em gerenciamento <strong>de</strong><br />

resultados encontra-se classificada por esses autores em conformida<strong>de</strong> com três incentivos:<br />

relacionados ao mercado <strong>de</strong> capitais, contratuais, e regulamentares e custos políticos.<br />

2.1.1.1 Motivações vinculadas ao mercado <strong>de</strong> capitais<br />

O parecer dos analistas <strong>de</strong> mercado e as consequentes <strong>de</strong>cisões dos investidores na<br />

avaliação dos investimentos po<strong>de</strong>m motivar os gestores a utilizarem o gerenciamento <strong>de</strong><br />

resultados com o objetivo <strong>de</strong> influenciar, no curto prazo, o <strong>de</strong>sempenho das ações da firma<br />

(ALMEIDA-SANTOS; VERHAGEM; BEZERRA, 2011).<br />

A prática da suavização dos resultados tem o po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> influenciar e distinguir tipos<br />

específicos <strong>de</strong> investidores, como os investidores institucionais com um percentual alto <strong>de</strong><br />

ações da empresa investida, na opinião <strong>de</strong> Healy e Wahlen (apud BAPTISTA, 2009;<br />

ALMEIDA-SANTOS; VERHAGEM; BEZERRA, 2011). Entretanto, há duas posições <strong>de</strong><br />

22


investidores institucionais: os orientados para o curto prazo, e os voltados para o longo prazo.<br />

Os primeiros se utilizam da prática <strong>de</strong> oferecer incentivos para que os administradores<br />

gerenciem os resultados, enquanto os segundos po<strong>de</strong>m exercer um papel <strong>de</strong> monitoramento<br />

sobre os gestores, inibindo a prática do gerenciamento (ALMEIDA-SANTOS; VERHAGEM;<br />

BEZERRA, 2011).<br />

2.1.1.2 Motivações contratuais<br />

Healy e Wahlen (1999) afirmam que a contabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenha um papel<br />

fundamental na divulgação <strong>de</strong> informações que ajudarão no monitoramento da regulação<br />

contratual entre a firma, credores e <strong>de</strong>mais stakehol<strong>de</strong>rs (BAPTISTA, 2009). Utilizam-se<br />

contratos <strong>de</strong> remuneração <strong>de</strong> gestores vinculados à informação contábil para alinhar os<br />

objetivos <strong>de</strong>stes aos dos stakehol<strong>de</strong>rs. Já a elaboração <strong>de</strong> contratos <strong>de</strong> empréstimos que<br />

dispõem <strong>de</strong> cláusulas restritivas vinculadas à informação contábil se dá para limitar as ações<br />

dos gestores que beneficiam os sharehol<strong>de</strong>rs em prejuízo dos credores (ALMEIDA-<br />

SANTOS; VERHAGEM; BEZERRA, 2011).<br />

Na avaliação <strong>de</strong> Watts e Zimmerman (1990), entretanto, contratos baseados em<br />

informação contábil carecem <strong>de</strong> eficácia para alinhar interesses <strong>de</strong> gestores e das <strong>de</strong>mais<br />

partes do contrato (ALMEIDA-SANTOS; VERHAGEM; BEZERRA, 2011). No que tange<br />

aos contratos <strong>de</strong> dívida, po<strong>de</strong>-se analisar a relação entre estes e o gerenciamento sob uma<br />

perspectiva ex ante e ex post, como explica Baptista (2009):<br />

Numa situação ex ante, as empresas po<strong>de</strong>m praticar o gerenciamento para obter uma<br />

menor variância do lucro e, com isso, obter financiamento a um custo menor<br />

(SCHIPPER, 1989). Numa situação ex post, o gerenciamento po<strong>de</strong> ser praticado<br />

para evitar a violação das cláusulas <strong>de</strong> contratos <strong>de</strong> dívida (WATTS;<br />

ZIMMERMAN, 1990).<br />

2.1.1.3 Motivações regulamentares e custos políticos<br />

De acordo com Healy e Wahlen (1999), os segmentos sujeitos ao monitoramento<br />

regulatório vinculado à informação contábil oferecem motivações para gerenciar as variáveis<br />

23


<strong>de</strong> relatórios contábeis que interessam ao órgão regulador. Enten<strong>de</strong>-se, portanto, que po<strong>de</strong><br />

haver influência do ambiente legal sobre o gerenciamento, ou seja, empresas pertencentes<br />

“[...] a setores regulados têm incentivos para adotar o gerenciamento, como consequência da<br />

legislação que a afeta, e se a mesma pu<strong>de</strong>r ser beneficiada com a prática” (BAPTISTA, 2009,<br />

p. 9).<br />

Da mesma forma, empresas vulneráveis às consequências políticas adversas também<br />

apresentam incentivos para gerenciar lucros, com o objetivo <strong>de</strong> parecerem menos<br />

lucrativas. De acordo com Watts e Zimmerman (1978, 1990), existe uma maior<br />

probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> que empresas maiores pratiquem o gerenciamento (para diminuir<br />

lucro) do que as empresas menores, o que po<strong>de</strong> ser explicado pela hipótese <strong>de</strong> custo<br />

político (tamanho é uma proxy <strong>de</strong> custo político) (BAPTISTA, 2009, p. 9).<br />

É prerrogativa do governo transferir riqueza entre diversos grupos e, em especial, o<br />

setor corporativo é bastante vulnerável a essas redistribuições, ensinam Watts e Zimmerman<br />

(apud BAPTISTA, 2009). Também apresentam incentivos semelhantes, segundo Healy e<br />

Wahlen (apud BAPTISTA, 2009), as empresas que <strong>de</strong>sejam <strong>de</strong>sfrutar <strong>de</strong> algum tipo <strong>de</strong><br />

subsídio ou proteção governamental.<br />

De acordo com Schipper (1989), no cenário regulatório o gerenciamento é conduzido<br />

por um conjunto <strong>de</strong> normas/regras. Quando ocorrem alterações nestas, seus efeitos po<strong>de</strong>m<br />

levar a mudanças previsíveis no comportamento da manipulação do lucro.<br />

Apresenta-se uma síntese das relações entre as principais motivações e os objetivos<br />

gerais e específicos no quadro a seguir.<br />

Motivações Objetivos gerais Objetivos específicos<br />

Motivações<br />

vinculadas ao<br />

Mercado <strong>de</strong><br />

Capitais<br />

Motivações<br />

contratuais<br />

• Modificar a percepção <strong>de</strong> risco<br />

quanto a investimentos nas ações<br />

da empresa<br />

• Monitorar e regular os contratos<br />

entre a empresa e os grupos <strong>de</strong><br />

interesse (stakehol<strong>de</strong>rs)<br />

• Busca <strong>de</strong> financiamento externo, como lançamento<br />

<strong>de</strong> títulos;<br />

• Evitar perdas e manter a continuida<strong>de</strong> dos<br />

resultados;<br />

• Aten<strong>de</strong>r expectativas <strong>de</strong> lucro dos analistas;<br />

• Pagar divi<strong>de</strong>ndos aos acionistas.<br />

• Contrato <strong>de</strong> dívida (leding agreements);<br />

• Contratos <strong>de</strong> compensação <strong>de</strong> executivos, para<br />

garantir remuneração a partir <strong>de</strong> bônus condicionados<br />

a lucros;<br />

• Negociação <strong>de</strong> convenções coletivas <strong>de</strong> trabalho;<br />

• Contratos implícitos e stakehol<strong>de</strong>rs costs;<br />

• Para manter acordos pactuados com os credores ou<br />

evitar pagar divi<strong>de</strong>ndos.<br />

24


Incentivos<br />

regulamentares e<br />

custo políticos<br />

• Evitar <strong>de</strong>sgastes ao <strong>de</strong>spertar<br />

inveja, quando os resultados estão<br />

muito elevados ou acima da média<br />

<strong>de</strong> outros setores;<br />

• Processos políticos;<br />

• Proteção <strong>de</strong> mercado (restrições alfan<strong>de</strong>gárias);<br />

• Empresas que estão sendo investigadas.<br />

Quadro 1: Incentivos para o gerenciamento <strong>de</strong> resultados (earnings management)<br />

Fonte: Adaptado por Matsumoto e Parreira (2007) a partir <strong>de</strong> <strong>Mar</strong>tinez (2001).<br />

2.1.2 Fatores <strong>de</strong>terminantes e consequências do gerenciamento <strong>de</strong> resultados<br />

Ao possibilitar uma margem <strong>de</strong> arbitrarieda<strong>de</strong> na elaboração das <strong>de</strong>monstrações<br />

financeiras, a maleabilida<strong>de</strong> dos princípios e das normas contábeis po<strong>de</strong> proporcionar a<br />

apresentação <strong>de</strong> informações contábeis voltadas para os interesses dos gestores das empresas.<br />

Essas <strong>de</strong>monstrações contábeis, mesmo em conformida<strong>de</strong> com a legislação vigente, po<strong>de</strong>m<br />

não retratar <strong>de</strong> forma autêntica a realida<strong>de</strong> econômico-financeira das organizações,<br />

contribuindo para a assimetria informacional, indo contra os interesses dos usuários da<br />

informação contábil que po<strong>de</strong>m ser induzidos a tomar <strong>de</strong>cisões equivocadas (FUJI;<br />

CARVALHO, 2005).<br />

As várias alternativas contábeis, conforme Fuji (2004), po<strong>de</strong>m propiciar <strong>de</strong>cisões que<br />

aumentem ou diminuam os resultados da firma em atendimento a mercado <strong>de</strong> capitais menos<br />

ou mais sofisticados, a setores da indústria, a estrutura <strong>de</strong> controle acionário ou a influência<br />

maior da contabilida<strong>de</strong> tributária perante a societária.<br />

A pressão para que metas financeiras sejam cumpridas po<strong>de</strong> levar gestores a<br />

“gerenciar” resultados contábeis, em especial nas situações em que as condições <strong>de</strong> alcance<br />

são reduzidas e /ou custos esperados são consi<strong>de</strong>rados altos (FUJI; CARVALHO, 2005).<br />

No quadro seguinte, elaborado por Matsumoto e Parreira (2007), é perfeitamente<br />

possível perceber algumas das consequências advindas do processo <strong>de</strong> gerenciamento dos<br />

resultados.<br />

Consequências Efeitos Motivação<br />

• Avaliação positiva da gestão dos dirigentes.<br />

• Defesa contra aquisições hostis.<br />

• Melhora a posição negociadora dos contratos.<br />

• Incrementa a remuneração dos dirigentes.<br />

• Maior prestígio profissional<br />

Incrementa ou estabiliza o valor<br />

patrimonial da empresa no mercado<br />

<strong>de</strong> capitais.<br />

Influir nos<br />

resultados<br />

contábeis<br />

25


• Apresenta uma situação crítica da empresa para tirar<br />

proveito no pagamento <strong>de</strong> impostos.<br />

• Evita exigências salariais elevadas.<br />

• Oculta a situação real frente aos competidores.<br />

• Permite reescalonar dívidas no longo prazo.<br />

• Avaliação positiva da gestão dos dirigentes.<br />

• Estabilida<strong>de</strong> na remuneração dos gerentes.<br />

• Maior prestígio profissional<br />

• Impressiona investidores <strong>de</strong> capital.<br />

• Melhora <strong>de</strong> posição na celebração <strong>de</strong> contratos.<br />

• Incrementa a remuneração dos executivos.<br />

• Maior estabilida<strong>de</strong> na permanência no cargo.<br />

• Apresenta uma situação crítica da companhia para tirar<br />

proveito no momento da renegociação <strong>de</strong> contratos,<br />

tanto da própria empresa como <strong>de</strong> remuneração dos<br />

gerentes.<br />

• Poupança para assegurar futuras remunerações.<br />

• Melhora <strong>de</strong> posição na celebração <strong>de</strong> contratos.<br />

• Estabilida<strong>de</strong> na remuneração dos dirigentes.<br />

• Poupança para assegurar futuras remunerações.<br />

• Aten<strong>de</strong> imposições acionárias por divi<strong>de</strong>ndos.<br />

• Atendimento das exigências sociais.<br />

• Contempla as diretrizes <strong>de</strong> gestão responsável.<br />

• Mostra uma situação crítica da empresa para tirar<br />

proveito dos recursos públicos.<br />

• Evita exigências <strong>de</strong> reposição salarial.<br />

• Minimiza as suspeitas <strong>de</strong> que a companhia pratica o<br />

monopólio ou oligopólio no mercado<br />

• Permite pleitear aumento <strong>de</strong> tarifas nos setores que<br />

estão sob regulação estatal.<br />

• Reduz as dívidas fiscal-tributárias.<br />

• Minimiza as suspeitas <strong>de</strong> que a companhia pratica o<br />

monopólio ou oligopólio no mercado.<br />

• Planejamento do pagamento das dívidas.<br />

• Evita reduzir as tarifas em setores regulados.<br />

Diminui as receitas ou aumenta as<br />

<strong>de</strong>spesas e custos <strong>de</strong> forma a reduzir<br />

os lucros para sinalizar uma pior<br />

situação ao mercado.<br />

Estabiliza as receitas ou os lucros<br />

para apresentar um menor perfil <strong>de</strong><br />

risco ao mercado.<br />

Mostra bons indicadores <strong>de</strong><br />

rentabilida<strong>de</strong>, liqui<strong>de</strong>z, solvência e<br />

endividamento.<br />

Mostra maus indicadores <strong>de</strong><br />

rentabilida<strong>de</strong>, liqui<strong>de</strong>z, solvência e<br />

endividamento.<br />

Reduz picos <strong>de</strong> receitas ou lucros, no<br />

sentido <strong>de</strong> potencializar o nível <strong>de</strong><br />

confiança na empresa.<br />

Mostra maus indicadores <strong>de</strong><br />

rentabilida<strong>de</strong>, liqui<strong>de</strong>z, solvência e<br />

endividamento.<br />

Mostra maus indicadores <strong>de</strong><br />

rentabilida<strong>de</strong>, liqui<strong>de</strong>z, solvência e<br />

endividamento.<br />

Evita excessivas flutuações que<br />

possam vir a <strong>de</strong>teriorar ou prejudicar<br />

a imagem social ou política da<br />

empresa.<br />

Quadro 2: Consequências do gerenciamento <strong>de</strong> resultados contábeis<br />

Fonte: Adaptado por Matsumoto e Parreira (2007) a partir <strong>de</strong> Cosenza (2000)<br />

2.2 OS TIPOS DE GERENCIAMENTO DE RESULTADOS CONTÁBEIS<br />

26<br />

Necessida<strong>de</strong>s<br />

Contratuais<br />

Interesses<br />

políticos e<br />

sociais<br />

Interesses<br />

políticos e<br />

sociais<br />

Mohanram (2003) afirma que as empresas po<strong>de</strong>m utilizar diferentes práticas <strong>de</strong><br />

gerenciamento <strong>de</strong> resultados contábeis (CASTRO, 2008). Uma das mais usuais consiste na<br />

mudança <strong>de</strong> critérios <strong>de</strong> mensuração e evi<strong>de</strong>nciação contábeis, a qual, por ser possibilitada


pela maleabilida<strong>de</strong> das normas e padrões contábeis, faz crescer o grau <strong>de</strong> complexida<strong>de</strong> para a<br />

averiguação <strong>de</strong> tais mudanças representarem manipulação ou utilização da prerrogativa <strong>de</strong><br />

arbitrarieda<strong>de</strong> dos gestores.<br />

Para facilitar a compreensão dos propósitos <strong>de</strong>ste trabalho, alguns termos precisam<br />

estar bem esclarecidos e <strong>de</strong>finidos.<br />

2.2.1 Income Smoothing<br />

Matsumoto e Parreira (2007) <strong>de</strong>finem o income smoothing, ou suavização dos lucros,<br />

como o gerenciamento dos resultados que tem como objetivo a redução da variabilida<strong>de</strong> dos<br />

resultados (EVAR) apresentados pela firma. Esse método <strong>de</strong> gerenciamento é um esforço<br />

planejado para diminuir as variações nos lucros divulgados; este procedimento os mantém<br />

estáveis, e consequentemente reduz as oscilações do resultado.<br />

EVAR tem sido associada a uma gran<strong>de</strong> varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> questões relacionadas com o<br />

risco da firma. Luttman e Silhan (1993) observaram que EVAR é utilizado como um índice <strong>de</strong><br />

previsibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> resultados corporativos. Em outros estudos, EVAR tem sido associado a<br />

valores patrimoniais (DALEY, 1984), a qualida<strong>de</strong> dos resultados (IMHOFF, 1992), a<br />

previsões gerenciais (WAYMIRE, 1985 ), a tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisões estratégias (MALONE,<br />

1986), a adoção <strong>de</strong> planos <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho (KUMAR, 1988), a estrutura <strong>de</strong> proprieda<strong>de</strong><br />

(DEMSETZ e LEHN, 1985), e a política <strong>de</strong> divi<strong>de</strong>ndos (CHANG e RHEE, 1990). Estes<br />

diversos estudos ressaltam a importância <strong>de</strong> EVAR para os investidores.<br />

EVAR é uma medida utilizada para quantificar a volatilida<strong>de</strong> dos resultados em uma<br />

série temporal <strong>de</strong> lucros, cujo o objetivo é a estimação <strong>de</strong> resultados futuros. As firmas ao<br />

divulgarem suas <strong>de</strong>monstrações financeiras evi<strong>de</strong>nciam o resultado contábil do período. Logo,<br />

a diferença entre os resultados <strong>de</strong>monstrados pela firma em um intervalo <strong>de</strong> tempo será<br />

passível <strong>de</strong> estimação pelo EVAR. Quanto maior for EVAR, maior será a variabilida<strong>de</strong><br />

apresentada nos resultados em diferentes períodos. Em contra partida, um menor EVAR<br />

<strong>de</strong>monstrará uma redução na flutuação dos lucros. Dessa forma, os gestores po<strong>de</strong>m tomar<br />

<strong>de</strong>cisões no sentido <strong>de</strong> reduzir o EVAR interferindo nas ativida<strong>de</strong>s operacionais e/ou através<br />

<strong>de</strong> escolhas contábeis (MARTINEZ, 2006).<br />

Como observado por Lev (1983, p. 31), o principal objetivo <strong>de</strong> EVAR é ganhar uma<br />

compreensão dos processos que afetam os lucros da firma porque tal entendimento é essencial<br />

27


para o estudo <strong>de</strong> muitas questões em matéria <strong>de</strong> finanças, contabilida<strong>de</strong> e economia.<br />

De um modo geral, a dispersão dos resultados contábeis é entendida pelos investidores<br />

e credores como medida <strong>de</strong> risco (CASTRO; MARTINEZ, 2009). Por essa razão, as empresas<br />

que apresentam menor EVAR costumam ser mais atraentes para os investidores, além <strong>de</strong><br />

terem como obter empréstimos com custos mais reduzidos. Diante disso, os gestores po<strong>de</strong>m<br />

suavizar os resultados para estabilizar o fluxo contínuo <strong>de</strong> lucros reportados (CASTRO, 2008;<br />

CASTRO; MARTINEZ, 2009; MATSUMOTO; PARREIRA, 2007; LOPES; TUKAMOTO,<br />

2007).<br />

Stolowy e Breton (2000) <strong>de</strong>finem o propósito da suavização dos resultados como a<br />

produção <strong>de</strong> fluxos <strong>de</strong> crescimento <strong>de</strong> lucros estáveis.<br />

Income smoothing é uma forma característica <strong>de</strong> gerenciamento dos resultados com a<br />

intenção <strong>de</strong> manipulação dos resultados para reduzir a sua volatilida<strong>de</strong>, afirmam Castro e<br />

<strong>Mar</strong>tinez (2009) citando Black, Sellers e Manly (1998). Estes autores argumentam que <strong>de</strong>sta<br />

forma, os gestores conduzirão EVAR em um nível que po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rado natural,<br />

preservando assim, os lucros reportados.<br />

Na concepção <strong>de</strong> Imhoff (1981) a suavização dos resultados consiste em um caso<br />

especial <strong>de</strong> divulgação imprópria <strong>de</strong> informações financeiras. É um método que pressupõe um<br />

esforço <strong>de</strong>liberado no sentido <strong>de</strong> sua divulgação <strong>de</strong> forma a que seja reduzida artificialmente a<br />

variação dos fluxos <strong>de</strong> lucros.<br />

O income smoothing é tratado por <strong>Mar</strong>tinez (2001) como o gerenciamento <strong>de</strong><br />

resultados para reduzir a variabilida<strong>de</strong>, com o propósito <strong>de</strong> manter os resultados em<br />

<strong>de</strong>terminado patamar e evitar sua excessiva flutuação. Assim sendo, se os resultados forem<br />

baixos, os gestores procuram aumentá-lo, e, quando são bem elevados, há a tendência <strong>de</strong><br />

reduzi-los.<br />

Na visão <strong>de</strong> Beattie et al. (apud CASTRO; MARTINEZ, 2009), o income smoothing<br />

po<strong>de</strong> ser interpretado como uma forma <strong>de</strong> diminuir a volatilida<strong>de</strong> do lucro para conduzi-lo a<br />

um nível esperado em um ou mais períodos.<br />

De acordo com Beidleman (1973), a prática da suavização dos resultados representa<br />

uma suavização proposital nas flutuações <strong>de</strong> uma série <strong>de</strong> resultados contábeis. Essa prática é<br />

adotada por gestores <strong>de</strong> várias empresas, já que variações constantes nos resultados<br />

geralmente são vistas como sério indicador <strong>de</strong> risco por parte dos credores e investidores,<br />

como já mencionado (CASTRO; MARTINEZ, 2009).<br />

Income smoothing é uma forma <strong>de</strong> gerenciamento <strong>de</strong> resultados e é geralmente<br />

<strong>de</strong>finida como uma tentativa <strong>de</strong>liberada <strong>de</strong> suavização das flutuações do lucro cujo objetivo é<br />

28


torná-lo menos volátil em um período <strong>de</strong> tempo contínuo (CASTRO; MARTINEZ, 2009;<br />

RONEM; YAARI, 2008; BARNEA et al., 1976 ). Ronen e Sadan (1981) o <strong>de</strong>finem como<br />

uma prática <strong>de</strong> manipulação cujo objetivo é inibir as flutuações temporais do lucro. Black,<br />

Sellers e Manly (1998) enten<strong>de</strong>m que, para que ocorra a prática do income smoothing, os<br />

gestores precisam manter os lucros próximos a um patamar consi<strong>de</strong>rado normal, evitando<br />

assim todo tipo <strong>de</strong> volatilida<strong>de</strong>. Em outras palavras, a gestão está inclinada a tomar medidas<br />

para aumentar os ganhos quando os lucros são relativamente baixos e diminuir os ganhos<br />

quando os lucros são relativamente elevados. Dentre as principais razões para os gestores<br />

suavizarem os resultados estão: a maximização da sua própria riqueza, a redução da<br />

percepção <strong>de</strong> risco, o aumento do valor da empresa, o cumprimento dos contratos <strong>de</strong> dívidas<br />

(<strong>de</strong>bt covenants), a redução dos custos fiscais, e a melhoria nas relações com os funcionários,<br />

credores e investidores.<br />

Os mo<strong>de</strong>los teóricos <strong>de</strong> income smoothing fornecem duas visões contrastantes sobre o<br />

porquê <strong>de</strong> os gestores optarem pela suavização dos resultados (LOPES; TUKAMOTO, 2007).<br />

A primeira percepção consi<strong>de</strong>ra o incoming smoothing como uma forma oportunista <strong>de</strong><br />

gerenciar os resultados. Os gestores se sentem motivados a manipultar os resultados da<br />

empresa quando <strong>de</strong>sejam esten<strong>de</strong>r seus mandatos na organização (FUNDENERG; TIROLE,<br />

1995; DYE, 1988; ARYA et al., 1998), e para suavizar a sua própria compensação ao longo<br />

do tempo que é parte integrante da relação <strong>de</strong> agência entre o principal e o agente, permitindo<br />

que a relação entre ambos funcione <strong>de</strong> forma mais eficiente e eficaz (LAMBERT, 1984),<br />

como uma ferramenta <strong>de</strong> autopromoção, exaltando suas próprias qualida<strong>de</strong>s (CHANEY;<br />

LEWIS, 1995). A segunda perspectiva sobre a suavização dos resultados consi<strong>de</strong>ra o income<br />

smoothing como um veículo utilizado pelos gestores para transmitirem aos acionistas,<br />

informações privadas sobre as expectativas <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenhos futuros (RONEN; SADAN,<br />

1981; DEMSKI, 1998; CASTRO, 2008).<br />

O income smoothing é segregado em smoothing natural e smoothing intencional<br />

(MARTINEZ, 2001). Existem basicamente dois tipos <strong>de</strong> smoothing intencional: o real e o<br />

artificial, no entendimento <strong>de</strong> Ronen e Yaari (2007). Por esta classificação o real smoothing<br />

abrange as tomadas <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisões <strong>de</strong> investimento e produção como redutores da variabilida<strong>de</strong><br />

dos resultados contábeis, ao passo que o artificial smoothing é alcançado por meio <strong>de</strong><br />

escolhas <strong>de</strong> evi<strong>de</strong>nciação e mensuração contábeis (CASTRO; MARTINEZ, 2009). (Ver<br />

Figura 1). Assim os accruals discricionários <strong>de</strong>sempenham um importante papel na<br />

suavização dos resultados pelo volume <strong>de</strong> sua mensuração e pelo reconhecimento do período<br />

<strong>de</strong> sua evi<strong>de</strong>nciação. Os ajustes não po<strong>de</strong>m ser processados <strong>de</strong> forma indiscriminada sob o<br />

29


isco <strong>de</strong> comprometer os interesses <strong>de</strong> longo prazo, porém pequenos ajustes em accruals<br />

discricionários, se revertidos em anos seguintes, provavelmente produzirão efeitos<br />

permanentes pouco adversos sobre a empresa.<br />

Outro ponto importante a ser <strong>de</strong>stacado na prática do income smoothing é que os<br />

gestores preferem reportar lucros estáveis (GRAHAM et al., 2005), por enten<strong>de</strong>rem que as<br />

empresas que apresentam lucros com aumentos suaves ao longo do tempo <strong>de</strong>sfrutam <strong>de</strong><br />

avaliações <strong>de</strong> mercado mais favoráveis (BARTH; ELLIOTT; FINN, 1999), uma vez que os<br />

analistas <strong>de</strong> mercado preferem seguir aquelas que apresentam lucros menos voláteis<br />

(PREVITS et al., 1994) e seus pareceres sobre estas empresas produzem impacto direto ou<br />

indireto sobre o <strong>de</strong>sempenho <strong>de</strong> suas ações negociadas no mercado <strong>de</strong> capitais (LOH; MIAN,<br />

2006; ERTIMUR; SUNDER; SUNDER, 2007). Dessa forma, Badrinath, Gay e Kale (1989)<br />

argumentam que os investidores institucionais normalmente evitam empresas que apresentam<br />

gran<strong>de</strong>s oscilações em seus resultados, <strong>de</strong>finindo-as como mais propensas a riscos. Moses<br />

(1987) observa que o processo <strong>de</strong> suavização implica uma relação direta <strong>de</strong> causa-efeito entre<br />

as flutuações dos resultados e o risco <strong>de</strong> mercado. Nesse sentindo, Beaver (20<strong>02</strong>) argumenta<br />

que a gestão <strong>de</strong> lucros po<strong>de</strong> melhorar ou prejudicar a qualida<strong>de</strong> dos resultados, o que<br />

<strong>de</strong>termina o valor da empresa. Como o income smoothing é uma forma <strong>de</strong> gerenciamento dos<br />

resultados, também po<strong>de</strong> interferir na qualida<strong>de</strong> dos lucros reportados, e, portanto, no valor <strong>de</strong><br />

mercado da empresa. Faz-se necessário mencionar que a suavização dos resultados ocorre<br />

com mais frequência em países que não dispõem <strong>de</strong> um sistema regulatório mais rígido<br />

(LEUZ; NANDA; WYSOCKI, 2003).<br />

A Figura 1 apresenta o processo <strong>de</strong> gerenciamento <strong>de</strong> resultados conhecido como<br />

income smoothing.<br />

30


2.2.2 Big Bath accounting, Bump up e Cookie Jar Reserve ou Cookie Jar Accounting<br />

Na modalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> gerenciamento <strong>de</strong> resultados conhecida como big bath accounting,<br />

os gestores reduzem os lucros correntes para aumentar os lucros futuros quando esses não<br />

conseguirem atingir as metas <strong>de</strong> bônus estabelecidas (KERSTEIN; RAI, 2007;<br />

BURGSTAHLER; DICHEV, 1997; MARTINEZ, 2001).<br />

Bump up po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>finido como o gerenciamento <strong>de</strong> resultado que tem como objetivo<br />

ultrapassar as metas estabelecidas no momento em que elas estão muito próximas <strong>de</strong> serem<br />

atingidas para que a firma possa alavancar o preço <strong>de</strong> suas ações. Dessa forma, os resultados<br />

são suavizados por pequenas diferenças <strong>de</strong> valores (MOHANRAM, 2003).<br />

A modalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> gerenciamento <strong>de</strong> resultados conhecida como cookie jar reserve ou<br />

cookie jar accounting se utiliza da constituição <strong>de</strong> elevadas provisões em períodos correntes<br />

que serão estornadas em períodos futuros com o objetivo <strong>de</strong> maximizar os resultados <strong>de</strong>stes.<br />

Os mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> gerenciamento <strong>de</strong> resultados aqui <strong>de</strong>scritos se encontram representados<br />

na figura a seguir.<br />

31


Figura 2: Modalida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> gerenciamento <strong>de</strong> resultados<br />

Fonte: Mohanram (2003, p. 4)<br />

2.3 Accruals discricionários e não discricionários<br />

Pressupondo racionalida<strong>de</strong> quase plena dos agentes e que o mercado funciona na<br />

forma semi-forte, as empresas precisam oferecer resultados para manter seu valor <strong>de</strong> mercado<br />

maior do que seu valor contábil, objetivando criar expectativas <strong>de</strong> fluxo <strong>de</strong> caixa futuro aos<br />

seus acionistas e agentes interessados. A exposição <strong>de</strong>sses resultados po<strong>de</strong>rá influenciar no<br />

valor das ações, permitindo que o valor <strong>de</strong> mercado seja diferente do valor contábil da firma.<br />

Almeida, Lopes e Corrar (2008, p.2) postulam que<br />

No mercado <strong>de</strong> capitais, uma das medidas mais adotadas para indicar o<br />

<strong>de</strong>sprendimento existente entre valor <strong>de</strong> mercado e valor contábil é o índice marketto-book<br />

(CHEN; ZHAO, 2004). Corporações que apresentam este índice muito alto<br />

indicam que os agentes possuem alta expectativa por resultados futuros (retorno das<br />

ações e fluxo <strong>de</strong> caixa), ou seja, o mercado reconhece informações que a<br />

contabilida<strong>de</strong> não é capaz <strong>de</strong> <strong>de</strong>monstrar claramente <strong>de</strong>vido aos princípios e/ou<br />

dispositivos legais.<br />

Assim sendo, é possível consi<strong>de</strong>rar ser o índice market-to-book um incentivo ao<br />

mercado, que faz com que os gestores busquem ir ao encontro do que os acionistas esperam e,<br />

ao mesmo tempo, valorizar a importância da sua função. Po<strong>de</strong> surgir então a ação oportunista<br />

no que tange à discricionarieda<strong>de</strong> das tomadas <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisões relativas à contabilida<strong>de</strong> das<br />

empresas por meio da flexibilida<strong>de</strong> dos princípios contábeis geralmente aceitos.<br />

32


Tal conjuntura <strong>de</strong>corrente <strong>de</strong> incentivos ou restrições contratuais (<strong>de</strong>bt covenants), da<br />

previsão dos analistas e/ou do mercado, regulatórios ou econômico-financeiros propicia uma<br />

oportunida<strong>de</strong> para os administradores tomarem <strong>de</strong>cisões sobre os accruals, distorcendo a<br />

performance da empresa (WATTS; ZIMMERMAN, 1990; LOPES; MARTINS, 2005). Dessa<br />

forma, um índice que esteja <strong>de</strong> acordo com o que o mercado espera <strong>de</strong>monstra para acionistas<br />

e investidores uma boa reputação da organização, o que po<strong>de</strong> aumentar a liqui<strong>de</strong>z <strong>de</strong> ações e o<br />

valor da empresa (SHAPIRO, 1983; WATTS; ZIMMERMAN, 1990).<br />

Segundo McNichols e Wilson (1988) a investigação do gerenciamento por meio dos<br />

accruals se realiza por dois gêneros <strong>de</strong> abordagens: os estudos pela utilização <strong>de</strong> um grupo <strong>de</strong><br />

contas como portfolio approach (ou accruals agregados), e os que se realizam por meio <strong>de</strong><br />

uma conta específica, como representative approach (ou accruals específicos). A principal<br />

questão envolvida no uso do gerenciamento <strong>de</strong> resultados resi<strong>de</strong> no fato <strong>de</strong> o gestor<br />

discricionariamente aumentar ou reduzir esses accruals com o objetivo <strong>de</strong> ter influência sobre<br />

o lucro, incentivado por razões externas ao negócio (MARTINEZ, 2004). Nessas<br />

metodologias, os accruals totais são divididos em:<br />

a) Accruals discricionários (discretionary accruals) – que são artificiais e possuem<br />

o intuito exclusivo <strong>de</strong> manipular o resultado contábil; e<br />

b) Accruals não discricionários (non discretionary accruals) – que são inerentes às<br />

ativida<strong>de</strong>s da corporação.<br />

Os mo<strong>de</strong>los econométricos que foram <strong>de</strong>senvolvidos avaliam os accruals<br />

discricionários como uma proxy do gerenciamento <strong>de</strong> resultados (HEALY, 1985; JONES,<br />

1991; KANG; SIVARAMAKRISHNAN, 1995). Como se encontra em Paulo (2007, p. 9 ),<br />

Apesar <strong>de</strong> amplamente usados em investigações empíricas, os mo<strong>de</strong>los que têm<br />

como base os accruals recebem críticas <strong>de</strong> alguns pesquisadores, pois falham na<br />

distinção dos accruals agregados resultantes das mudanças ocasionadas pelo<br />

ambiente econômico e das originadas pela manipulação dos dados contábeis<br />

(BENEISH, 2001).<br />

Os accruals po<strong>de</strong>m <strong>de</strong>terminar a variabilida<strong>de</strong>. É importante ressaltar que o valor<br />

<strong>de</strong>les possui um limite que <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>rá <strong>de</strong> cada organização. Isso significa que, por mais que se<br />

possa gerenciar o resultado num sentido <strong>de</strong>sejado, sempre se encontrará um impeditivo nas<br />

próprias contas contábeis. Diante disto conclui-se que os accruals discricionários não seriam<br />

boas proxies do gerenciamento <strong>de</strong> resultados (BARTOV; MOHANRAM, 2004).<br />

A utilização <strong>de</strong> accruals específicos ou em setores específicos, objetivando investigar<br />

quais itens são usados para o gerenciamento <strong>de</strong> resultados, seria uma alternativa para a<br />

33


utilização das abordagens em accruals (MARTINEZ, 2001). A abordagem <strong>de</strong>sagregada tem<br />

como vantagem a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sustentação teórica que se baseia no entendimento dos<br />

pesquisadores e a avaliação <strong>de</strong> como os tomadores <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão mudam os incentivos<br />

associados com o objetivo contábil <strong>de</strong> estudo (FRANCIS, 2001).<br />

A seguir, apresenta-se a segregação dos accruals (Figura 3) e os tipos <strong>de</strong><br />

gerenciamentos <strong>de</strong> resultados existentes (Figura 4).<br />

Figura 3: Segregação dos accruals em discricionários e não discricionários<br />

Fonte: <strong>Mar</strong>tinez (2001)<br />

34


Figura 4: Padrões <strong>de</strong> “gerenciamento” <strong>de</strong> resultados contábeis<br />

a partir dos accruals discricionários (ad)<br />

Fonte: <strong>Mar</strong>tinez (2001)<br />

O foco <strong>de</strong>ste estudo está no impacto incremental da intensida<strong>de</strong> dos accruals no<br />

EVAR. Os períodos do mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> Jones (1991) são utilizados para segmentar o accrual total<br />

(TAC) <strong>de</strong>ntro dos accruals discricionários (DAC) e os accruals não discricionários (NDAC)<br />

para cada ano da amostra. Os valores médios absolutos <strong>de</strong> NDAC (|NDAC|) e DAC (|DAC|)<br />

são regredidos contra a EVAR para <strong>de</strong>terminar seu po<strong>de</strong>r explicativo além <strong>de</strong> diversos outros<br />

fatores.<br />

|NDAC| são muitas vezes referidos como accruals normais. A associação entre<br />

|NDAC| e EVAR <strong>de</strong>verá ser positiva, porque estes accruals são em gran<strong>de</strong> parte<br />

impulsionados por mudanças nas vendas que refletem eventos econômicos. Imhoff (1977),<br />

Lev (1983), Jones (1991) e outros relacionam vendas a esses eventos.<br />

Depen<strong>de</strong>ndo das circunstâncias, o |DAC| po<strong>de</strong> aumentar ou diminuir a EVAR<br />

(JAYARAMAN, 2008). Em alguns casos, os efeitos líquidos dos accruals po<strong>de</strong>riam ser uma<br />

combinação <strong>de</strong> efeitos, como um “big bath” write-downs e suavização<br />

(KIRSCHENHEITER; MELUMAD, 20<strong>02</strong>). Em um nível prático, a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma<br />

empresa para romper a correlação serial no processo <strong>de</strong> resultados subjacentes através dos<br />

accruals está sujeita à flexibilida<strong>de</strong> do GAAP (GUAY; KOTHARI; WATTS, 1996, p. 88).<br />

35


Para <strong>de</strong>terminados processos, as tentativas <strong>de</strong> suavização po<strong>de</strong>riam ter exatamente o efeito<br />

oposto (BEAVER, 1970, p. 62). Além disso, a volatilida<strong>de</strong> operacional geralmente ten<strong>de</strong> a<br />

aumentar o |DAC| (HRIBAR; NICHOLS, 2007).<br />

36


3 METODOLOGIA<br />

3.1 MENSURAÇÃO DO EVAR<br />

Estudos anteriores <strong>de</strong>monstram diferentes graus <strong>de</strong> income smoothing entre as<br />

empresas (WHITE, 1970; DASCHER; MALCOLM, 1970; BELKAOUI; PICUR, 1984;<br />

ALBRECHT; RICHARDSON, 1990; ASHARI et al., 1994; JAYARAMAN, 2008). Este<br />

trabalho se propõe a explorar diferentes questões sobre os <strong>de</strong>terminantes <strong>de</strong> EVAR. Com o<br />

objetivo <strong>de</strong> ampliar o impacto dos accruals na variação dos resultados no longo prazo, Levy<br />

(1983) e Luttman e Silhan (1995) utilizaram a metodologia <strong>de</strong> cross-sectional na elaboração<br />

dos seus estudos sobre os <strong>de</strong>terminantes <strong>de</strong> EVAR.<br />

O EVAR é a variável <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte e foi calculada para o período <strong>de</strong> 8 anos, que<br />

terminou em 2007. Utilizou-se o coeficiente <strong>de</strong> variação do retorno sobre os ativos (ROA),<br />

calculado da seguinte forma:<br />

Em que:<br />

EVAR = σ (ROA) / |µ(ROA)| Eq. 1<br />

σ (ROA) = <strong>de</strong>svio padrão do retorno sobre os ativos para a empresa i,<br />

ROA = lucro líquido da empresa i no período t, escalonado pelo ativo total no período t-1.<br />

|µ(ROA)| = média <strong>de</strong> retorno sobre os ativos da empresa i.<br />

Desta forma, usou-se uma análise <strong>de</strong> regressão múltipla para testar a hipótese nula <strong>de</strong><br />

que os accruals não interferem na variabilida<strong>de</strong> dos resultados. Desta forma, aplica-se a<br />

seguinte equação:<br />

EVAR = f (accruals, SIZE, DUR, NPM, GROW, LEVR) Eq. 2<br />

Nota: SIZE = tamanho da firma, DUR = durabilida<strong>de</strong> do produto, GROW = performance corporativa, LEVR =<br />

alavancagem financeira.<br />

37


De acordo com a equação 2, o EVAR é uma função da discricionarieda<strong>de</strong> dos accruals<br />

contábeis e <strong>de</strong> diversos outros fatores. A busca pela geração <strong>de</strong> informação confiável e<br />

relevante que represente a substância econômica das transações leva os normatizadores<br />

contábeis a elaborar pronunciamentos que privilegiem o exercício <strong>de</strong> julgamento profissional<br />

e estimativas por parte <strong>de</strong> preparadores e auditores das <strong>de</strong>monstrações contábeis. Esses<br />

julgamentos e estimativas são suscetíveis a erros e ações oportunistas.<br />

3.2 MENSURAÇÃO DOS FATORES QUE SUPOSTAMENTE DETERMINAM O EVAR<br />

3.2.1 Outros fatores<br />

Pesquisas anteriores i<strong>de</strong>ntificaram vários fatores <strong>de</strong>terminantes da EVAR. Usam-se<br />

neste trabalho as variáveis <strong>de</strong> Lev (1983) e Luttman e Silhan (1995) para controlar tais<br />

fatores.<br />

Para o controle <strong>de</strong> outros fatores, diversas variáveis são utilizadas, uso este apoiado<br />

por pesquisas anteriores como variáveis <strong>de</strong> controle.<br />

3.2.1.1 Tamanho da firma<br />

O tamanho da organização reflete uma varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> fatores que po<strong>de</strong>riam afetar a<br />

EVAR (LEV, 1983). Estes fatores incluem, por exemplo, a discricionarieda<strong>de</strong> gerencial<br />

(WILLIAMSON, 1963), os custos políticos (WATTS; ZIMMERMAN, 1978) e diversificação<br />

(SILHAN, 1984). Prevê-se uma associação negativa entre o tamanho da firma e a EVAR.<br />

O tamanho foi medido utilizando o reconhecimento das médias anuais <strong>de</strong> vendas em<br />

milhões (2000-2007), que é o critério que a Fortune 500 utiliza em seu ranking anual <strong>de</strong><br />

vendas para classificar as maiores empresas. Consistentemente com Lev (1983), Cox (1987),<br />

Luttman e Silhan (1995), Kothari, Laguerre e Serra (20<strong>02</strong>), entre outros, o sinal esperado<br />

entre tamanho (SIZE) e EVAR é negativo.<br />

38


3.2.1.2 Durabilida<strong>de</strong> do produto<br />

A <strong>de</strong>manda por bens duráveis é geralmente vista como mais volátil do que a <strong>de</strong>manda<br />

por bens não duráveis. A teoria econômica consi<strong>de</strong>ra que o consumo dos bens não duráveis é<br />

uma função da renda permanente, enquanto os gastos com bens duráveis possuem relação<br />

com a renda transitória (LEV, 1983). Por esta razão, prevê-se neste trabalho uma associação<br />

positiva entre EVAR e a durabilida<strong>de</strong> do produto (DUR).<br />

3.2.1.3 Performance corporativa<br />

Diversas variáveis <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho são incluídas porque o <strong>de</strong>sempenho das empresas<br />

tem sido associado a EVAR, especialmente na literatura <strong>de</strong> estratégia (BOWMAN, 1980;<br />

ANDERSEN; DENRELL; BETTIS, 2007). Bowman (1980) verificou que empresas <strong>de</strong> alto<br />

<strong>de</strong>sempenho ten<strong>de</strong>m a ter menor EVAR do que as firmas <strong>de</strong> baixo <strong>de</strong>sempenho. Esse<br />

“paradoxo do risco-retorno” tem sido atribuído a uma varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> fatores, incluindo<br />

comportamentos <strong>de</strong> risco (BOWMAN, 1982) e capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> resposta estratégica<br />

(ANDERSEN; DENRELL; BETTIS, 2007). Empresas <strong>de</strong> alto <strong>de</strong>sempenho refletem a<br />

capacida<strong>de</strong> das organizações <strong>de</strong> reportar resultados superiores (BOWMAN, 1980). Em um<br />

ambiente <strong>de</strong> mudanças, o tempo <strong>de</strong> obtenção <strong>de</strong> a<strong>de</strong>quação estratégica <strong>de</strong>manda mais (e<br />

outros) recursos, o que propicia que uma empresa avalie as mudanças ambientais, formule<br />

uma resposta apropriada, e então reconfigure os recursos internos <strong>de</strong> forma a<strong>de</strong>quada<br />

(ANDERSEN; DENRELLA; BETTIS, 2007, p. 410). Curiosamente, os benefícios do<br />

gerenciamento <strong>de</strong> risco corporativo são ligados à incerteza do ambiente (GORDON; LOEB;<br />

TSENG, 2009).<br />

Luttman e Silhan (1995) incorporam a margem <strong>de</strong> lucro líquido e crescimento das<br />

vendas como <strong>de</strong>terminantes <strong>de</strong> EVAR associadas ao <strong>de</strong>sempenho. A Standard & Poor’s<br />

consi<strong>de</strong>ra que níveis mais elevados e estáveis <strong>de</strong> rentabilida<strong>de</strong> trazem resultados maiores e<br />

mais estáveis e aumento nos divi<strong>de</strong>ndos (SAMTICCHIA; MURPHY, 2005, p. 23). Devido a<br />

esse cenário, prevê-se uma associação negativa entre a margem <strong>de</strong> lucro líquido (NPM) e<br />

EVAR, e uma associação negativa entre crescimento (GROW) e EVAR.<br />

39


A NPM foi medida com percentual médio do lucro líquido sobre as receitas líquidas.<br />

Essa medida <strong>de</strong>monstra as diferenças do cross-sectional na rentabilida<strong>de</strong> corporativa<br />

(SLADE, 1986; SANTICCHIA; MURPHY, 2005). Para refletir a rentabilida<strong>de</strong> sustentada, a<br />

NPM foi baseada em 8 anos <strong>de</strong> dados. De acordo com Luttman e Silhan (1995), o sinal<br />

esperado entre NPM e EVAR é negativo.<br />

A GROW foi medida utilizando porcentagem média <strong>de</strong> crescimento <strong>de</strong> longo prazo<br />

nas vendas anuais. Para que esta medida <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho reflita um crescimento sustentado, a<br />

mesma é baseada em 8 anos <strong>de</strong> dados. Consistente com Luttman e Silhan (1995), o sinal<br />

esperado entre GROW e EVAR é negativo.<br />

3.2.1.4 Alavancagem financeira<br />

Dhaliwal (1988) e outros observaram que seria esperado que a EVAR aumentasse com<br />

o aumento da alavancagem financeira. Prevê-se uma associação positiva entre alavancagem<br />

(LEVR) e EVAR.<br />

A LEVR foi usada para investigar os efeitos da alavancagem financeira sobre EVAR.<br />

A LEVR foi medida utilizando a proporção entre a média da dívida total e dos ativos totais.<br />

Em conformida<strong>de</strong> com Luttman e Silhan (1995) e Kothari, Laguerre e Leone (20<strong>02</strong>), o sinal<br />

esperado entre LEVR e EVAR é positivo.<br />

3.3 ANÁLISE DE REGRESSÃO<br />

A análise <strong>de</strong> regressão foi usada para avaliar o po<strong>de</strong>r explicativo dos mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong><br />

cross-sectional a seguir:<br />

EVAR = α + β1SIZE + β2DUR + β3NPM + β4GROW + β5LEVR + ε (Mo<strong>de</strong>lo 1) Eq. 3<br />

40


EVAR = α + β1 SIZE + β2DUR + β3NPM + β4GROW + β5LEVR + β6|NDAC| + β7|DAC| +<br />

ε (Mo<strong>de</strong>lo 2)<br />

41<br />

Eq. 4<br />

EVAR = α + β1 SIZE + β2DUR + β3NPM + β4GROW + β5LEVR + β8|TAC| + ε (Mo<strong>de</strong>lo 3) Eq. 5<br />

Em que:<br />

EVAR = variabilida<strong>de</strong> dos resultados para a empresa i,<br />

SIZE = log das receitas da empresa i,<br />

DUR = variável dummy indicando a produção <strong>de</strong> bens <strong>de</strong> consumo duráveis da empresa i,<br />

NPM = lucro líquido do período t escalonado pelas receitas do período t da empresa i,<br />

GROW = receitas do período t, escalonadas pelas receitas no período t-1 da empresa i,<br />

LEVR = empréstimos e financiamentos a curto e longo prazo no período t, escalonados pelo<br />

ativo total no período t da empresa i,<br />

|NDAC| = média <strong>de</strong> accruals não discricionários escalonados pelo ativo total da empresa i,<br />

|DAC| = média <strong>de</strong> accruals discricionários escalonados pelo ativo total da empresa i,<br />

|TAC| = média <strong>de</strong> accruals totais escalonados pelo ativo total da empresa i.<br />

ε = erro <strong>de</strong> regressão (resíduos)<br />

α, β1, β2 , β3 , β4 , β5 , β6 , β7 e β8 = coeficientes estimados da regressão<br />

Nesta pesquisa, |NDAC|, |DAC| e |TAC| são as variáveis principais <strong>de</strong> interesse. Essas<br />

variáveis são consi<strong>de</strong>radas como in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes. Com efeito, estas variáveis refletem a<br />

variabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> accruals numa firma <strong>de</strong> base sólida ao longo do tempo. A inclusão ou<br />

acréscimo no mo<strong>de</strong>lo 2 e no mo<strong>de</strong>lo 3 proporcionam evidências sobre o po<strong>de</strong>r explicativo<br />

incremental dos accruals.<br />

Os accruals totais foram calculados baseados na abordagem <strong>de</strong> estimação pautada nas<br />

contas do Balanço Patrimonial (HEALY, 1985; DeANGELO, 1986; JONES, 1991;<br />

DECHOW et al., 1995; KANG; SIVARAMAKRISHNAN, 1995; BURGSTAHLER;<br />

DICHEV, 1997; TEOH et al., 1998; HEALY; WAHLEN, 1999; MARTINEZ, 2001;<br />

ZENDERSKY, 2005; PAE, 2005; ALMEIDA, 2006; PAULO, 2007).


Em que:<br />

TACt = ((∆CAt – ∆Casht) – ∆CLt – Deprt) / At-1 Eq. 6<br />

TACt = accruals totais da empresa no período t;<br />

∆CAt = variação do ativo corrente (circulante) da empresa no final do período t-1 para o final<br />

do período t;<br />

∆Casht = variação das disponibilida<strong>de</strong>s da empresa no final do período t-1 para o final do<br />

período t;<br />

∆CLt = variação do passivo corrente (circulante) da empresa no final do período t-1 para o<br />

final do período t;<br />

Deprt = montante das <strong>de</strong>spesas com <strong>de</strong>preciação e amortização da empresa durante o período<br />

t;<br />

At-1 = ativos totais da empresa no final do período t-1.<br />

Conforme Jones (1991), o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> regressão a seguir foi usado para estimar NDAC<br />

e DAC, para cada firma:<br />

Em que<br />

TACit = α (1/Ait–1) + β1 (∆REVit) + β2 (PPEit) + εit Eq. 7<br />

TACit = accruals totais da empresa i no período t, escalonados pelos ativos totais no final do<br />

período t-1;<br />

∆REVit = variação das receitas líquidas da empresa i do período t-1 para o período t,<br />

escalonada pelos ativos totais no final do período t-1;<br />

PPEit = saldos das contas do Ativo Imobilizado e Ativo Diferido (bruto) da empresa i no final<br />

do período t, escalonados pelos ativos totais no final do período t-1;<br />

Ait–1 = ativos totais da empresa no final do período t -1;<br />

εit = erro <strong>de</strong> regressão (resíduos)<br />

α, β1, β2 = coeficientes estimados da regressão<br />

42


Para cada empresa da amostra, o termo <strong>de</strong> erro residual εit serve como uma medida <strong>de</strong><br />

componente DAC. O TAC inclui mudanças no capital <strong>de</strong> giro (contas a receber, estoque e<br />

contas a pagar) e <strong>de</strong>preciação. As variáveis in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes, ∆ Receitasit e PPEit, estão incluídas<br />

para refletir o componente NDAC dos accruals. Alterações nas vendas líquidas e o nível <strong>de</strong><br />

ativo imobilizado e diferido refletem alterações nas condições <strong>de</strong> funcionamento. Com efeito,<br />

este mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> regressão assume que a relação entre essas variáveis e NDAC está associada.<br />

Todos os accruals são escalonados por ativos <strong>de</strong>fasados para reduzir a<br />

heterocedasticida<strong>de</strong> e mínimos quadrados ordinários são usados para estimar este mo<strong>de</strong>lo.<br />

Usando esses resultados da regressão, NDAC e DAC foram computados para cada firma,<br />

como segue:<br />

NDACit = α (1/At–1) + β1 (∆REVit) + β2 (PPEit) Eq. 8<br />

DACit = TACit – NDACit Εq. 9<br />

Levando em conta a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> manipulação das vendas a prazo, utilizou-se o<br />

mo<strong>de</strong>lo Jones Modificado (1995) para estimar NDAC, para cada firma:<br />

Em que:<br />

NDACit = α (1/At–1) + β1 (∆REVt – ∆RECt) + β2 (PPEt) Eq. 10<br />

∆REVit = variação das receitas líquidas da empresa i do período t-1 para o período t,<br />

escalonada pelos ativos totais no final do período t-1;<br />

∆RECit = variação das contas a receber (clientes) da empresa i do período t-1 para o período t,<br />

escalonada pelos ativos totais no final do período t-1;<br />

PPEit = saldos das contas Ativo Imobilizado e Ativo Diferido (bruto) da empresa i no final do<br />

período t, escalonados pelos ativos totais no final do período t-1;<br />

Ait–1 = ativos totais da empresa no final do período t -1;<br />

Α e β´s = coeficientes estimados da regressão;<br />

43


3.4 AMOSTRA<br />

Para analisar os fatores <strong>de</strong>terminantes da variabilida<strong>de</strong> no processo <strong>de</strong> income<br />

smoothing no mercado brasileiro foi escolhida uma amostra <strong>de</strong> empresas do país que constam<br />

no banco <strong>de</strong> dados da Economática, com as seguintes características:<br />

a) Estão listadas para negociação na Bolsa <strong>de</strong> Valores <strong>de</strong> São Paulo (Bovespa).<br />

b) Dispõem <strong>de</strong> informações contábeis no intervalo <strong>de</strong> 2000 a 2007, sendo que<br />

algumas empresas dispunham <strong>de</strong> informações para o período completo.<br />

c) Estão distribuídas em 19 setores (indústria, comércio e serviços) não financeiros.<br />

Desse modo, foram coletados dados <strong>de</strong> 165 empresas no período 2000-2007. Todas<br />

estas empresas apresentavam dados completos em 2007, o que significa que estavam ativas<br />

nesse ano.<br />

Nossa base, porém, continha alguns missings. Além disso, foram eliminadas as<br />

observações cujos dados não pertenciam ao intervalo <strong>de</strong> três <strong>de</strong>svios padrão para baixo e três<br />

<strong>de</strong>svios padrão para cima em relação ao valor médio das variáveis consi<strong>de</strong>radas.<br />

Os filtros <strong>de</strong> seleção da amostra estão evi<strong>de</strong>nciados nas tabelas a seguir.<br />

A tabela 1 indica que o |TAC| do Mo<strong>de</strong>lo Jones foi estimado com 1.118 observações<br />

<strong>de</strong> 163 empresas, o que representa uma média <strong>de</strong> 6,86 anos <strong>de</strong> observações/empresas.<br />

Tabela 1 – Filtros <strong>de</strong> Seleção da Amostra na Estimação |TAC| – Mo<strong>de</strong>lo<br />

Jones (1991)<br />

Nº Observações Nº Obersevações Quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

Excluídas<br />

Empresas<br />

Início 1.320<br />

165<br />

Missings Values 136<br />

1.184<br />

165<br />

Outliers nas Variáveis 36<br />

1.148<br />

164<br />

Outliers nos Resíduos 30<br />

1.118<br />

163<br />

Total 2<strong>02</strong><br />

% Total Perdas - Outilers 5%<br />

% Total Perdas - Missings Values 10%<br />

Estimação |TAC| - Mo<strong>de</strong>lo Jones<br />

Quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

Anos<br />

8,00<br />

7,18<br />

7,00<br />

6,86<br />

44


Já o |TAC| do Mo<strong>de</strong>lo Jones Modificado, conforme indicado na tabela 2, foi estimado<br />

com 1.073 observações <strong>de</strong> 163 empresas, o que representa uma média <strong>de</strong> 6,58 anos <strong>de</strong><br />

observações/empresas.<br />

Tabela 2 - Filtros <strong>de</strong> Seleção da Amostra na Estimação |TAC| - Mo<strong>de</strong>lo Jones<br />

Modificado (1995)<br />

Nº Observações Nº Obersevações Quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

Excluídas<br />

Empresas<br />

Início 1.320<br />

165<br />

Missings Values 191<br />

1.129<br />

165<br />

Outliers nas Variáveis 31<br />

1.098<br />

164<br />

Outliers nos Resíduos 25<br />

1.073<br />

163<br />

Total 247<br />

% Total Perdas - Outilers 4%<br />

% Total Perdas - Missings Values 14%<br />

Estimação |TAC| - Mo<strong>de</strong>lo Jones Modificado<br />

Quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

Anos<br />

8,00<br />

6,84<br />

6,70<br />

6,58<br />

Por fim, pela tabela 3 temos que a estimação EVAR contou com 138 empresas, o que<br />

representa uma exclusão <strong>de</strong> aproximadamente 15% <strong>de</strong> outliers no mo<strong>de</strong>lo.<br />

Tabela 3 - Filtros <strong>de</strong> Seleção da Amostra na Estimação |TAC|<br />

Estimação EVAR<br />

Início<br />

Nº Empresas Excluídas Nº Total Empresas<br />

163<br />

Outliers nas Variáveis 14<br />

149<br />

Outliers nos Resíduos 11<br />

138<br />

Total 25<br />

% Total Perdas - Outilers 15%<br />

45


4 RESULTADOS<br />

Seguindo Kang e Silhan (2010), três mo<strong>de</strong>los foram estimados <strong>de</strong> forma a avaliar o<br />

po<strong>de</strong>r explicativo incremental dos accruals contábeis na estimação <strong>de</strong> EVAR. O Mo<strong>de</strong>lo 1 é a<br />

regressão <strong>de</strong> benchmark sem accruals, o Mo<strong>de</strong>lo 2 acrescenta ao Mo<strong>de</strong>lo 1 os accruals<br />

<strong>de</strong>sagregados (|NDAC| e |DAC|) e o Mo<strong>de</strong>lo 3 acrescenta ao Mo<strong>de</strong>lo 1 os accruals totais<br />

(|TAC|).<br />

Além disso, para medir a sensibilida<strong>de</strong> dos resultados com relação à forma <strong>de</strong><br />

estimação dos accruals, os mo<strong>de</strong>los 1, 2 e 3 foram estimados consi<strong>de</strong>rando-se os mo<strong>de</strong>los<br />

Jones e Jones Modificado. Conforme exposto na seção 3.3, diferentemente do Mo<strong>de</strong>lo Jones,<br />

o Mo<strong>de</strong>lo Jones Modificado leva em conta a manipulação das vendas a prazo através do<br />

coeficiente β1.<br />

Os resultados das estimações estão evi<strong>de</strong>nciados nas tabelas a seguir. A análise <strong>de</strong>stes<br />

resultados, bem como a conclusão do presente estudo, será apresentada nas próximas seções.<br />

4.1 MODELO JONES<br />

Os resultados da nossa estimação |TAC| <strong>de</strong> acordo com o Mo<strong>de</strong>lo Jones para as 163<br />

empresas consi<strong>de</strong>radas são apresentados na Tabela 4.<br />

46


Tabela 4 - Resultados da Regressão dos Accruals Totais - Mo<strong>de</strong>lo Jones (1991)<br />

Amostra<br />

|TAC|<br />

1/Ait-1<br />

(t-estatístico )<br />

∆REVit<br />

(t-estatístico )<br />

Médias<br />

PPEt<br />

(t-estatístico )<br />

R²<br />

Ajustado<br />

Durbin-<br />

Watson<br />

Número <strong>de</strong><br />

Anos<br />

Número <strong>de</strong><br />

Firmas<br />

326,815 0,129*** -0,089*** 0,191 1,744 8 163<br />

(0,829) (9,373) (-15,695)<br />

*. O coeficiente estimado é significante ao nível <strong>de</strong> 10%<br />

**. O coeficiente estimado é significante ao nível <strong>de</strong> 5%<br />

***. O coeficiente estimado é significante ao nível <strong>de</strong> 1%<br />

Na Tabela 5 temos um resumo das médias, <strong>de</strong>svios-padrão e correlações. Entre as<br />

variáveis <strong>de</strong> controle, a correlação mais forte foi entre GROW e SIZE (0,287). Já a correlação<br />

mais forte com a variável <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte foi entre SIZE e EVAR (-0,231). Ao contrário do que se<br />

esperava, as variáveis DUR e EVAR apresentaram correlação negativa (-0,045). No geral, vê-<br />

se que as correlações entre EVAR e as variáveis explicativas, incluindo |NDAC| e |DAC|, não<br />

são muito fortes.<br />

Tabela 5 - Composição da Amostra Estatística - Mo<strong>de</strong>lo Jones (1991)<br />

Variável Média<br />

EVAR<br />

Pearson Correlação Coeficiente<br />

SIZE DUR NPM GROW LEVR |NDAC| |DAC|<br />

EVAR 0,675 0,261 0,184 1,420 1<br />

SIZE 13,614 1,607 9,647 18,386 -0,231*** 1<br />

DUR 0,360 0,480 0,000 1,000 -0,045 -0,238*** 1<br />

NPM 0,104 0,072 0,163 0,386 -0,085 -0,062 0,057 1<br />

GROW 0,185 0,136 -0,195 0,587 -0,160 0,287** 0,142 -0,<strong>02</strong>7 1<br />

LEVR 0,103 0,063 0,000 0,351 0,161 0,<strong>02</strong>9 -0,015 -0,190** -0,124 1<br />

|NDAC| 0,035 0,016 0,006 0,078 0,150 0,123 -0,253*** 0,290** -0,086 -0,101 1<br />

|DAC| 0,061 0,031 0,129 0,167 0,124 -0,154 0,194** 0,057 0,227** 0,109 -0,176** 1<br />

Desvio<br />

Padrão<br />

Mínimo Máximo<br />

Nota: EVAR = coeficiente <strong>de</strong> variação <strong>de</strong> retorno dos ativos, SIZE = log das receitas (em milhões), DUR = variável dummy<br />

para produtos duráveis, NPM = margem do lucro líquido, GROW = taxa <strong>de</strong> crescimento das vendas, LEVR = grau <strong>de</strong><br />

47


alavancagem financeira, |NDAC| = média absoluta do valor dos accruals não discricionários, |DAC| = média absoluta do<br />

valor dos accruals discricionários.<br />

**. A correlação é significante ao nível <strong>de</strong> 5%<br />

***. A correlação é significante ao nível <strong>de</strong> 1%<br />

4.1.1 Estimação <strong>de</strong> EVAR<br />

Os resultados da nossa estimação <strong>de</strong> EVAR são apresentados na Tabela 6. Na Tabela 7<br />

apresentamos, para efeito <strong>de</strong> comparação, os resultados encontrados por Kang e Silhan<br />

(2010).<br />

Tabela 6 - Resultados da Regressão na Amostra Completa - Mo<strong>de</strong>lo Jones (1991)<br />

Variável<br />

Mo<strong>de</strong>lo 1 Mo<strong>de</strong>lo 2 Mo<strong>de</strong>lo 3<br />

Coeficiente Beta t-estatístico Coeficiente Beta t-estatístico Coeficiente Beta t-estatístico<br />

Intercepto 1,216*** 5,953 1,<strong>02</strong>4*** 4,829 1,<strong>02</strong>4*** 4,788<br />

SIZE [ - ] -0,039*** -0,243 -2,687 -0,039*** -0,238 -2,635 -0,034** -0,210 -2,348<br />

DUR [ + ] -0,048 -0,088 -1,007 -0,<strong>02</strong>5 -0,046 -0,527 -0,045 -0,083 -0,973<br />

NPM [ - ] -0,252 -0,069 -0,819 -0,561* -0,154 -1,777 -0,430 -0,118 -1,390<br />

GROW [ - ] -0,118 -0,062 -0,687 -0,166 -0,086 -0,949 -0,220 -0,115 -1,272<br />

LEVR [ + ] 0,601* 0,146 1,716 0,558 0,135 1,612 0,484 0,118 1,398<br />

NDAC [ + ] 3,952*** 0,246 2,769<br />

|DAC| 1,289* 0,154 1,761<br />

|TAC| 1,756** 0,219 2,557<br />

R² Ajustado 0,065 (n = 138) 0,117 (n = 138) 0,103 (n = 138)<br />

[ ] Indica os sinais esperados<br />

*. O coeficiente estimado é significante ao nível <strong>de</strong> 10%<br />

**. O coeficiente estimado é significante ao nível <strong>de</strong> 5%<br />

***. O coeficiente estimado é significante ao nível <strong>de</strong> 1%<br />

48


Tabela 7 - Resultados da Regressão na Amostra Completa - Mo<strong>de</strong>lo Jones (1991)<br />

apresentados por Kang & Silhan<br />

Variável<br />

Mo<strong>de</strong>lo 1 Mo<strong>de</strong>lo 2 Mo<strong>de</strong>lo 3<br />

Coeficiente t-estatístico Coeficiente t-estatístico Coeficiente t-estatístico<br />

Intercepto 1,8396 21,847 1,2391 12,737 1,2553 13,<strong>02</strong>2<br />

SIZE [ - ] -0,1290 -13,821 -0,0840 -8,232 -0,0900 -9,344<br />

DUR [ + ] 0,2<strong>02</strong>4 5,110 0,1593 4,114 0,1745 4,563<br />

NPM [ - ] -8,9287 -24,774 -7,5984 -20,510 -7,7411 -21,342<br />

GROW [ - ] -1,5790 -6,427 -2,0589 -8,545 -2,0008 -8,350<br />

LEVR [ + ] 0,8670 7,365 0,6<strong>02</strong>4 5,196 0,6177 5,347<br />

NDAC [ + ] 3,9804 6,035<br />

|DAC| 5,7947 7,724<br />

|TAC| 6,7540 11,322<br />

R² Ajustado 0,4853 (n = 1649) 0,5219 (n = 1649) 0,5223 (n = 1649)<br />

Diferentemente do encontrado por Kang e Silhan (2010), nossos resultados indicam<br />

que o po<strong>de</strong>r explicativo dos três mo<strong>de</strong>los – medido pelo R-quadrado ajustado – é muito baixo<br />

e muitas variáveis <strong>de</strong> controle não se mostraram significantes. Isso provavelmente significa<br />

que o mo<strong>de</strong>lo para o caso brasileiro seria diferente, isto é, EVAR seria explicada por outras<br />

variáveis <strong>de</strong> controle.<br />

No Mo<strong>de</strong>lo 1 apenas as variáveis SIZE e LEVR são significantes estatisticamente. A<br />

variável SIZE apresenta o maior dos coeficientes beta, o que indica que, das variáveis <strong>de</strong><br />

controle, esta é a que mais influencia o EVAR.<br />

Já no Mo<strong>de</strong>lo 2, que inclui os accruals como um fator explicativo, SIZE, NPM,<br />

|NDAC| e |DAC| são significantes. As variáveis que apresentam os maiores coeficientes beta<br />

são SIZE e |NDAC|. O sinal <strong>de</strong> |NDAC| é positivo, como esperado, refletindo a sua ligação à<br />

variabilida<strong>de</strong> das receitas <strong>de</strong> vendas. A variável |DAC| também apresenta sinal positivo, o que<br />

é consistente com o fato <strong>de</strong> |DAC| refletir o risco dos accruals (DECHOW; DICHEV, 20<strong>02</strong>) e<br />

a volatilida<strong>de</strong> operacional (HRIBAR; NICHOLS, 2007). Este resultado, porém, não <strong>de</strong>scarta a<br />

prática <strong>de</strong> income smoothing. Ele indica apenas que o impacto líquido dos accruals parece<br />

refletir mais a variabilida<strong>de</strong> inata do que a suavização discricionária.<br />

O Mo<strong>de</strong>lo 3 usa |TAC| para representar os accruals em vez <strong>de</strong> |NDAC| e |DAC|. A<br />

variável |TAC| tem sido usada para representar a propensão <strong>de</strong> uma empresa para gerar os<br />

accruals (FRANCIS; MAYDEW; SPARKS, 1999). Na estimação <strong>de</strong>ste trabalho, SIZE e<br />

|TAC| foram significativos. Estas duas variáveis também apresentaram os maiores<br />

49


coeficientes beta. |TAC| apresentou uma correlação positiva com EVAR, o que é compatível<br />

com Wartfield, Wild e Wild (1995, p.81) e Dichev e Tang (2009, p. 174).<br />

Assim como em Kang e Silhan (2010), o R-quadrado ajustado dos Mo<strong>de</strong>los 2 e 3 foi<br />

maior do que o do Mo<strong>de</strong>lo 1, o que indica que os accruals adicionariam volatilida<strong>de</strong> além das<br />

variáveis <strong>de</strong> controle contidas no Mo<strong>de</strong>lo 1. Por outro lado, o R-quadrado ajustado se reduziu<br />

ligeiramente do Mo<strong>de</strong>lo 2 para o Mo<strong>de</strong>lo 3, passando <strong>de</strong> 0,117 para 0,103. Tal resultado é<br />

diferente ao encontrado por Kang e Silhan (2010) e indica que a separação <strong>de</strong> |TAC| em<br />

|NDAC| e |DAC| aumenta ligeiramente o po<strong>de</strong>r explicativo do mo<strong>de</strong>lo.<br />

A influência dos accruals também é corroborada pelos resultados apresentados na<br />

Tabela 8, uma vez que as variações do R² tanto do Mo<strong>de</strong>lo 1 para o Mo<strong>de</strong>lo 2 quanto do<br />

Mo<strong>de</strong>lo 1 para o Mo<strong>de</strong>lo 3 são significantes.<br />

Mo<strong>de</strong>lo 1<br />

Mo<strong>de</strong>lo 2<br />

Tabela 8 – Variações do R² – Mo<strong>de</strong>lo Jones (1991)<br />

R² Valor-P<br />

0,099<br />

0,162<br />

Variação do Mo<strong>de</strong>lo 1 para o Mo<strong>de</strong>lo 2 -0,063 0,009<br />

Mo<strong>de</strong>lo 1<br />

Mo<strong>de</strong>lo 3<br />

0,099<br />

0,142<br />

Variação do Mo<strong>de</strong>lo 1 para o Mo<strong>de</strong>lo 3 -0,043 0,012<br />

4.2 MODELO JONES MODIFICADO<br />

A Tabela 9 contém os resultados da estimação |TAC| <strong>de</strong> acordo com o Mo<strong>de</strong>lo Jones<br />

Modificado para as 163 empresas consi<strong>de</strong>radas. Este novo mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> estimação dos accruals<br />

não parece acrescentar po<strong>de</strong>r explicativo em relação ao Mo<strong>de</strong>lo Jones, uma vez que o R-<br />

quadrado ajustado encontrado é <strong>de</strong> 0,149 ante 0,191 do mo<strong>de</strong>lo anterior.<br />

50


Amostra<br />

|TAC|<br />

Tabela 9 - Resultados da Regressão dos Accruals Totais - Mo<strong>de</strong>lo Jones<br />

1/Ait-1<br />

(t-estatístico)<br />

∆REVit -<br />

∆RECit<br />

(t-estatístico)<br />

Modificado (1995)<br />

Médias<br />

PPEt<br />

(t-estatístico)<br />

R²<br />

Ajustado<br />

Durbin-<br />

Watson<br />

Número <strong>de</strong><br />

Anos<br />

Número <strong>de</strong><br />

Firmas<br />

573,219 0,099*** -0,08*** 0,149 1,733 8 163<br />

(1,412) (6,092) (-13,593)<br />

*. O coeficiente estimado é significante ao nível <strong>de</strong> 10%<br />

**. O coeficiente estimado é significante ao nível <strong>de</strong> 5%<br />

***. O coeficiente estimado é significante ao nível <strong>de</strong> 1%<br />

A Tabela 10, que traz um resumo das estatísticas <strong>de</strong>scritivas das variáveis, mostra que<br />

a correlação entre |NDAC| e |DAC| aumenta, passando <strong>de</strong> -0,176 no Mo<strong>de</strong>lo Jones para -0,293<br />

no mo<strong>de</strong>lo atual. Por outro lado, a correlação <strong>de</strong> cada um dos accruals com EVAR é menor.<br />

Tabela 10 - Composição da Amostra Estatística - Mo<strong>de</strong>lo Jones Modificado (1995)<br />

Variável Média<br />

Pearson Correlação Coeficiente<br />

EVAR SIZE DUR NPM GROW LEVR |NDAC| |DAC|<br />

EVAR 0,675 0,261 0,184 1,420 1<br />

SIZE 13,614 1,607 9,647 18,386 -0,231*** 1<br />

DUR 0,360 0,480 0,000 1,000 -0,045 -0,238*** 1<br />

NPM 0,104 0,072 0,163 0,386 -0,085 -0,062 0,057 1<br />

GROW 0,185 0,136 -0,195 0,587 -0,160 0,287** 0,142 -0,<strong>02</strong>7 1<br />

LEVR 0,103 0,063 0,000 0,351 0,161 0,<strong>02</strong>9 -0,015 -0,190** -0,124 1<br />

|NDAC| 0,035 0,016 0,005 0,077 0,136 0,184** -0,293*** 0,291*** -0,157 -0,108 1<br />

|DAC| 0,061 0,031 0,013 0,177 0,106 -0,127 0,198** 0,053 0,250*** 0,138 -0,293*** 1<br />

Desvio<br />

Padrão<br />

Mínimo Máximo<br />

Nota: D.P. = <strong>de</strong>svio padrão, EVAR = coeficiente <strong>de</strong> variação <strong>de</strong> retorno dos ativos, SIZE = log das receitas (em milhões),<br />

DUR = variável dummy para produtos duráveis, NPM = margem do lucro líquido, GROW = taxa <strong>de</strong> crescimento das vendas,<br />

51


LEVR = grau <strong>de</strong> alavancagem financeira, |NDAC| = média absoluta do valor dos accruals não discricionários, |DAC| =<br />

média absoluta do valor dos accruals discricionários.<br />

**. A correlação é significante ao nível <strong>de</strong> 5%<br />

***. A correlação é significante ao nível <strong>de</strong> 1%<br />

4.2.1 Estimação <strong>de</strong> EVAR<br />

Os resultados da estimação EVAR são apresentados na Tabela 11.<br />

Tabela 11 - Resultados da Regressão na Amostra Completa - Mo<strong>de</strong>lo Jones<br />

Modificado (1995)<br />

Variável<br />

Mo<strong>de</strong>lo 1 Mo<strong>de</strong>lo 2 Mo<strong>de</strong>lo 3<br />

Coeficiente Beta t-estatístico Coeficiente Beta t-estatístico Coeficiente Beta t-estatístico<br />

Intercepto 1,216*** 5,953 1,073*** 5,155 1,063*** 5,047<br />

SIZE [ - ] -0,039*** -0,243 -2,687 -0,043*** -0,266 -2,932 -0,036** -0,223 -2,499<br />

DUR [ + ] -0,048 -0,088 -1,007 -0,<strong>02</strong>2 -0,041 -0,464 -0,047 -0,086 -1,000<br />

NPM [ - ] -0,252 -0,069 -0,819 -0,596* -0,164 -1,873 -0,426 -0,117 -1,370<br />

GROW [ - ] -0,118 -0,062 -0,687 -0,123 -0,064 -0,698 -0,210 -0,109 -1,214<br />

LEVR [ + ] 0,601* 0,146 1,716 0,558 0,136 1,604 0,463 0,112 1,327<br />

NDAC [ + ] 4,572*** 0,273 2,917<br />

|DAC| 1,36* 0,167 1,861<br />

|TAC| 1,722** 0,206 2,400<br />

R² Ajustado 0,065 (n = 138) 0,119 (n = 138) 0,098 (n = 138)<br />

[ ] Indica os sinais esperados<br />

*. O coeficiente estimado é significante ao nível <strong>de</strong> 10%<br />

**. O coeficiente estimado é significante ao nível <strong>de</strong> 5%<br />

***. O coeficiente estimado é significante ao nível <strong>de</strong> 1%<br />

No Mo<strong>de</strong>lo 1, que não inclui os accruals, as variáveis SIZE e LEVR são significativas<br />

e SIZE apresenta o maior coeficiente beta 1 . No Mo<strong>de</strong>lo 2, as variáveis SIZE, NPM, |NDAC| e<br />

|DAC| apresentam significância. Destas, SIZE e |NDAC| são as que apresentam os maiores<br />

1 Esta estimação é exatamente a mesma apresentada na Tabela 6.<br />

52


etas. Os coeficientes <strong>de</strong> |NDAC| e <strong>de</strong> |DAC| têm sinal positivo, tal como encontrado no<br />

Mo<strong>de</strong>lo Jones. Já no Mo<strong>de</strong>lo 3, as variáveis SIZE e |TAC| são significativas e apresentam os<br />

maiores beta. |TAC| apresenta sinal positivo, como esperado.<br />

A inclusão dos accruals fez com que o R-quadrado ajustado aumentasse, passando <strong>de</strong><br />

0,065 no Mo<strong>de</strong>lo 1 para 0,119 no Mo<strong>de</strong>lo 2 e 0,098 no Mo<strong>de</strong>lo 3, o que indica que os<br />

accruals são relevantes para explicar a variabilida<strong>de</strong>. A<strong>de</strong>mais, como o R-quadrado ajustado<br />

do Mo<strong>de</strong>lo 2 é maior que o do Mo<strong>de</strong>lo 3, tem-se que a separação do |TAC| em |NDAC| e<br />

|DAC| acrescentaria po<strong>de</strong>r explicativo à análise <strong>de</strong> EVAR.<br />

As variações do R² mostradas na Tabela 12 indicam que a inclusão dos accruals<br />

melhorou o po<strong>de</strong>r explicativo do mo<strong>de</strong>lo.<br />

Tabela 12 – Variações do R² – Mo<strong>de</strong>lo Jones Modificado (1995)<br />

Mo<strong>de</strong>lo 1<br />

Mo<strong>de</strong>lo 2<br />

R² Valor-P<br />

0,099<br />

0,164<br />

Variação do Mo<strong>de</strong>lo 1 para o Mo<strong>de</strong>lo 2 -0,065 0,008<br />

Mo<strong>de</strong>lo 1<br />

Mo<strong>de</strong>lo 3<br />

0,099<br />

0,137<br />

Variação do Mo<strong>de</strong>lo 1 para o Mo<strong>de</strong>lo 3 -0,038 0,018<br />

53


5 CONCLUSÕES<br />

Neste trabalho, investigou-se o impacto incremental da intensida<strong>de</strong> dos accruals na<br />

variabilida<strong>de</strong> dos resultados (EVAR). Com efeito, este estudo serve para esten<strong>de</strong>r as<br />

evidências <strong>de</strong> Kang e Silhan (2010), que investigaram este mesmo impacto usando uma<br />

amostra <strong>de</strong> empresas norte-americanas. Além disso, esten<strong>de</strong>-se também o trabalho <strong>de</strong> Luttman<br />

e Silhan (1995), que i<strong>de</strong>ntificaram os cinco principais <strong>de</strong>terminantes <strong>de</strong> EVAR à parte <strong>de</strong><br />

características setoriais. Estes <strong>de</strong>terminantes seriam o tamanho da firma (SIZE), a<br />

durabilida<strong>de</strong> do produto (DUR), a performance da firma (NPM e GROW) e a sua<br />

alavancagem financeira (LEVR).<br />

O diferencial <strong>de</strong>ste trabalho está não apenas em replicar o estudo <strong>de</strong> Kang e Silhan<br />

(2010) para uma amostra <strong>de</strong> empresas brasileiras como também em adotar duas diferentes<br />

metodologias para a estimação dos accruals – os Mo<strong>de</strong>los Jones e Jones Modificado.<br />

Em seu estudo, Kang e Silhan (2010) usam apenas o Mo<strong>de</strong>lo Jones para estimar os<br />

accruals. Suas estimações dos três mo<strong>de</strong>los EVAR têm um bom po<strong>de</strong>r explicativo – medido<br />

pelo R-quadrado ajustado – e apresentam todas as variáveis significativas, o que inclui tantos<br />

as variáveis <strong>de</strong> controle quanto os accruals. Estes resultados permitem aos autores concluir<br />

que a intensida<strong>de</strong> dos accruals é maior nas empresas com alto EVAR do que em empresas<br />

com baixo EVAR.<br />

No presente estudo, porém, os resultados são um pouco diferentes. O po<strong>de</strong>r<br />

explicativo dos três mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> estimação <strong>de</strong> EVAR é muito baixo e muitas variáveis<br />

previstas no mo<strong>de</strong>lo estrutural não se mostraram significativas nos níveis convencionais.<br />

A<strong>de</strong>mais, a separação do |TAC| em |NDAC| e |DAC| parece acrescentar po<strong>de</strong>r explicativo à<br />

análise <strong>de</strong> EVAR. No entanto, a hipótese <strong>de</strong> que os accruals têm impacto positivo em EVAR<br />

foi corroborada.<br />

No caso do Mo<strong>de</strong>lo 1, que consi<strong>de</strong>ra apenas as variáveis <strong>de</strong> controle, conforme<br />

i<strong>de</strong>ntificados por Luttman e Silhan (1995), apenas SIZE e LEVR foram significantes. A<br />

variável SIZE apresentou o coeficiente beta mais elevado.<br />

Quanto ao Mo<strong>de</strong>lo 2, que inclui os accruals <strong>de</strong>sagregados |NDAC| e |DAC|, estas<br />

variáveis apresentaram significância para explicar EVAR tanto na estimação pelo Mo<strong>de</strong>lo<br />

Jones como na estimação pelo Mo<strong>de</strong>lo Jones Modificado. Em ambos os casos, as variáveis<br />

SIZE e |NDAC| apresentaram os maiores coeficientes beta.<br />

54


Por fim, no Mo<strong>de</strong>lo 3, a variável |TAC|, que representa os accruals totais, também<br />

apresentou significância nos Mo<strong>de</strong>los Jones e Jones Modificado. As variáveis SIZE e |TAC|<br />

apresentaram os coeficientes beta mais elevados. O po<strong>de</strong>r explicativo do Mo<strong>de</strong>lo 2 foi<br />

ligeiramente maior do que o do Mo<strong>de</strong>lo 3 em ambos os mo<strong>de</strong>los.<br />

A partir <strong>de</strong>stes resultados, po<strong>de</strong>mos concluir que os accruals adicionam volatilida<strong>de</strong><br />

aos resultados <strong>de</strong> empresas brasileiras. Assim sendo, as firmas que apresentam menor EVAR<br />

são as que mais praticam o income smoothing. Desta forma os gestores <strong>de</strong> maneira intencional<br />

e artificial utilizam os accruals para reduzir o EVAR nas firmas. Uma vez reduzida a EVAR a<br />

patamares <strong>de</strong>sejados pela gestão, a firma po<strong>de</strong> divulgar em suas <strong>de</strong>monstrações financeiras<br />

um fluxo regular <strong>de</strong> lucros com o objetivo <strong>de</strong> reduzir uma possível queda nos preços das<br />

ações (MOYER e SHEVLIN, 1995), apresentar uma melhor situação econômico-financeira<br />

no momento da oferta pública <strong>de</strong> ações, minimizar os custos políticos, evitar efeitos<br />

in<strong>de</strong>sejados no <strong>de</strong>scumprimento <strong>de</strong> cláusulas contratuais <strong>de</strong> crédito ou <strong>de</strong> dívida e reduzir o<br />

custo do capital <strong>de</strong> terceiros (TRUEMAN; TILMAN 1988). Com a divulgação <strong>de</strong> resultados<br />

com um menor EVAR, as firmas diminuem seus riscos no mercado e consequentemente<br />

atraem o interesse <strong>de</strong> investidores.<br />

Em sua pesquisa, <strong>Mar</strong>tinez (2006) <strong>de</strong>monstrou que os gestores se apropriam das<br />

<strong>de</strong>spesas com provisão para <strong>de</strong>vedores duvidosos, <strong>de</strong>spesas <strong>de</strong> <strong>de</strong>preciação e receitas não<br />

operacionais para reduzir a EVAR. Além <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificar que existe uma correlação entre a<br />

redução do EVAR e as provisões para perdas em investimentos, reservas <strong>de</strong> reavaliação e as<br />

variações na amortização <strong>de</strong> ágio/<strong>de</strong>ságio <strong>de</strong> investimentos.<br />

Além dos accruals, o tamanho da empresa parece ser bastante relavante para explicar<br />

EVAR. O tamanho da organização po<strong>de</strong> refletir fatores como a discrionarieda<strong>de</strong> gerencial<br />

(WILLIAMSON, 1963), os custos políticos (WATTS; ZIMMERMAN, 1978) e a<br />

diversificação (SILHAN, 1984), o que faz com que a associação entre o tamanho da firma e<br />

EVAR seja negativa.<br />

Por fim, o fato <strong>de</strong> muitas variáveis <strong>de</strong> controle não apresentarem significância<br />

provavelmente significaria que o mo<strong>de</strong>lo para o caso brasileiro seria outro, isto é, que o<br />

EVAR das empresas brasileiras seria <strong>de</strong>terminado por variáveis diferentes do EVAR das<br />

empresas norte-americanas.<br />

55


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assets. Accounting Horizons, v. 6, n. 3, p. 30-41, Sept. 1992.<br />

67


GLOSSÁRIO<br />

ACCRUALS<br />

O termo accruals (acumulações) é apresentado como a diferença entre o lucro líquido e o<br />

fluxo <strong>de</strong> caixa operacional. Desse modo, accruals são as contas <strong>de</strong> resultado introduzidas na<br />

apuração do lucro, mas que não implicam uma movimentação <strong>de</strong> disponibilida<strong>de</strong>s financeiras<br />

com o propósito <strong>de</strong> mensurar o resultado no sentido econômico, representando acréscimo<br />

efetivo na riqueza patrimonial.<br />

BENCHMARK<br />

Conjunto <strong>de</strong> normas, usado como ponto <strong>de</strong> referência para avaliar o <strong>de</strong>sempenho ou o nível <strong>de</strong><br />

qualida<strong>de</strong>.<br />

BIG BATH WRITE-DOWNS<br />

Possui a mesma <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> big bath write-off, ou seja, remove ou reduz os ativos<br />

financeiros dos livros contábeis, resultando em menor lucro líquido do exercício.<br />

BIG BATH WRITE-OFF<br />

O big bath write-off remove ou reduz os ativos financeiros dos livros contábeis, resultando em<br />

menor lucro líquido do exercício.<br />

DEBT COVENANTS<br />

Termo que vem do inglês e significa acordo. Trata-se <strong>de</strong> uma restrição legal imposta nos<br />

contratos <strong>de</strong> emissão <strong>de</strong> títulos, ou financiamento, nos quais o tomador <strong>de</strong> crédito tem suas<br />

ativida<strong>de</strong>s restritas e cujo objetivo é dar mais segurança ao financiador.<br />

EX. ANTE<br />

O termo ex-ante (por vezes escrito "ex ante" ou "exante") é uma expressão neolatina cujo<br />

significado é "antes do evento". Ex-ante é comumente utilizado na ativida<strong>de</strong> comercial que<br />

resulta numa ação específica ou numa série <strong>de</strong> ações <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>adas em antecipação. O oposto<br />

a ex-ante é ex-post (ou ex post).<br />

EX. POST<br />

Traduzido do latim significa "<strong>de</strong>pois do fato". A utilização <strong>de</strong> retornos históricos tem sido<br />

tradicionalmente a forma mais comum <strong>de</strong> prever a probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> incorrer em uma perda<br />

em um <strong>de</strong>terminado dia.<br />

GAP<br />

Palavra <strong>de</strong> origem inglesa que significa período <strong>de</strong> tempo, lapso <strong>de</strong> tempo.<br />

IMPAIRMENTS<br />

É uma palavra inglesa que significa, em sua tradução literal, diminuição, redução e<br />

<strong>de</strong>terioração. Essa técnica <strong>de</strong>termina que se os ativos estiverem avaliados por valor superior<br />

ao valor recuperável por meio do uso ou da venda, a entida<strong>de</strong> <strong>de</strong>verá reduzir estes ativos ao<br />

seu valor recuperável, reconhecendo no resultado a perda referente a essa <strong>de</strong>svalorização.<br />

MARKET-TO-BOOK<br />

É uma relação que compara o preço <strong>de</strong> mercado das ações ordinárias da firma com o valor do<br />

estoque contábil por ação. Essencialmente, o market-to-book relata o que os investidores<br />

acreditam que uma empresa vale e o que os contadores da empresa dizem que vale a pena <strong>de</strong><br />

acordo com princípios contábeis geralmente aceitos.<br />

PORTFOLIO APPROACH<br />

Expressão utilizada para referenciar os accruals agregados, ou seja, referenciar um grupo <strong>de</strong><br />

contas contábeis.<br />

68


RATCHET EFFECT<br />

É um termo da teoria macroeconómica e se refere às mudanças da relação nominal dos<br />

salários ao nível dos preços (salários reais), na variante Keynesiania dos mo<strong>de</strong>los totais para<br />

abrir e fechar a economia nacional.<br />

REPRESENTATIVE APPROACH<br />

Expressão utilizada para referenciar os accruals específicos, ou seja, referenciar contas<br />

contábeis específicas.<br />

STAKEHOLDERS<br />

São todas as partes ou grupos interessados nas ativida<strong>de</strong>s da firma: acionistas, governo,<br />

clientes, funcionários, fornecedores e socieda<strong>de</strong>.<br />

TAKING A BATH<br />

Expressão ou termo <strong>de</strong> Wall Street utilizado para <strong>de</strong>finir a perda <strong>de</strong> muito dinheiro.<br />

69


ANEXOS<br />

Tabela Mo<strong>de</strong>lo Jones<br />

Setores Empresas<br />

Nº Total<br />

Observações<br />

Nº Total<br />

Observações<br />

- Missings<br />

Values<br />

Nº Total<br />

Observações -<br />

Missing<br />

Values -<br />

Outlier nas<br />

Variáveis<br />

70<br />

Nº Total<br />

Observações -<br />

Missing Values<br />

- Outlier nas<br />

Variáveis -<br />

Outliers nos<br />

Resíduos<br />

Agro e Pesca<br />

Rasip Agro<br />

Renar<br />

8<br />

8<br />

8<br />

6<br />

8<br />

6<br />

8<br />

6<br />

Ambev 8 8 8 8<br />

BRF Foods 8 8 8 8<br />

Cacique 8 8 8 8<br />

Alimentos &<br />

Bebidas<br />

Excelsior<br />

Iguacu Cafe<br />

Josapar<br />

8<br />

8<br />

8<br />

8<br />

8<br />

8<br />

1<br />

8<br />

8<br />

1<br />

8<br />

8<br />

M. Diasbranco 8 4 4 4<br />

Minupar 8 8 8 8<br />

O<strong>de</strong>rich 8 3 3 3<br />

Battistella 8 4 4 3<br />

Dimed 8 8 8 8<br />

Grazziotin 8 8 8 8<br />

Lojas Americ 8 8 8 8<br />

Lojas Hering 8 8<br />

Lojas Renner 8 8 8 8<br />

Comércio Minasmaquinas 8 8 7 6<br />

Natura 8 4 4 4<br />

P.Acucar-Cbd 8 8 8 8<br />

Profarma 8 2 2 2<br />

RaiaDrogasil 8 8 8 8<br />

Viavarejo 8 8 8 8<br />

Wlm Ind Com 8 5 5 5<br />

AES Elpa 8 6 6 6<br />

AES Sul 8 8 8 8<br />

AES Tiete 8 8 8 8<br />

Ampla Energ 8 8 8 8<br />

Ampla Invest 8 2 2 2<br />

Ban<strong>de</strong>irante<br />

8 8 8 8<br />

Energia Elétrica Energ<br />

Ceee-Gt 8 5 5 5<br />

Celesc 8 8 8 8<br />

Celpa 8 8 8 8<br />

Celpe 8 8 8 8<br />

Cemar 8 5 5 5<br />

Cemat 8 7 7 7


Papel & Celulose<br />

Petróleo & Gas<br />

Química<br />

Serviço<br />

Transporte<br />

Telecomunicações<br />

Cemig 8 8 8 8<br />

Cesp 8 8 8 8<br />

Coelba 8 8 8 8<br />

Coelce 8 6 6 6<br />

Copel 8 8 8 8<br />

CPFL Energia 8 8 7 7<br />

CPFL Geracao 8 7 6 6<br />

CPFL<br />

8 6 6 6<br />

Piratininga<br />

Elektro 8 8 8 8<br />

Eletrobras 8 8 8 8<br />

Eletropaulo 8 8 8 8<br />

Emae 8 8 8 8<br />

Energias BR 8 5 5 5<br />

Energisa 8 7 7 7<br />

Enersul 8 8 8 8<br />

Escelsa 8 8 8 8<br />

Ger Paranap 8 8 8 8<br />

Light S/A 8 8 8 7<br />

Neoenergia 8 6 6 6<br />

Paul F Luz 8 6 6 6<br />

Re<strong>de</strong> Energia 8 8 8 8<br />

Rio G<strong>de</strong> Ener 8 8 8 8<br />

Tractebel 8 8 8 8<br />

Tran Paulist 8 8 8 7<br />

Celul Irani 8 7 7 7<br />

Fibria 8 8 8 8<br />

Klabin S/A 8 8 8 8<br />

Melhor SP 8 7 7 6<br />

Suzano Papel 8 8 8 8<br />

Ceg 8 8 8 8<br />

Comgas 8 8 8 8<br />

Pet Manguinh 8 8 8 4<br />

Petrobras 8 8 8 8<br />

Bombril 8 8 8 8<br />

Braskem 8 8 8 8<br />

Elekeiroz 8 8 8 8<br />

M G Poliest 8 5 5 5<br />

Millennium 8 8 8 8<br />

Ultrapar 8 8 7 7<br />

Unipar 8 8 8 8<br />

Gol 8 5 4 4<br />

Tam S/A 8 8 8 8<br />

Embratel Part 8 8 8 8<br />

La Fonte Tel 8 8 8 8<br />

Oi 8 8 7 7<br />

71


Tele Nort Cl 8 8 8 8<br />

Telef Brasil 8 8 8 8<br />

Telemar N L 8 8 7 7<br />

Tim Part S/A 8 8 7 6<br />

Alpargatas 8 8 8 8<br />

Cambuci 8 8 8 8<br />

Cedro 8 8 8 8<br />

Cia Hering 8 8 8 8<br />

Coteminas 8 8 8 8<br />

Dohler 8 8 8 8<br />

Encorpar 8 8 8 8<br />

Fab C Renaux 8 5 5 5<br />

Textil Gren<strong>de</strong>ne 8 3 3 3<br />

Guararapes 8 6 6 6<br />

Karsten 8 8 8 8<br />

<strong>Mar</strong>isol 8 8 8 8<br />

Santanense 8 8 8 8<br />

Schlosser 8 8 8 7<br />

Vicunha Text 8 7 7 7<br />

Vulcabras 8 8 6 6<br />

Wembley 8 8 8 8<br />

Brookfield 8 2 2 2<br />

CC Des Imob 8 2 2 1<br />

Company 8 3 3 2<br />

Const A Lind 8 8 7 5<br />

Cyrela Realty 8 8 8 8<br />

Construção<br />

Even<br />

Gafisa<br />

8<br />

8<br />

2<br />

8<br />

2<br />

8 8<br />

Helbor 8 3 3 3<br />

Lix da Cunha 8 8 8 8<br />

Men<strong>de</strong>s Jr 8 8 8 8<br />

Rossi Resid 8 8 8 8<br />

Sultepa 8 8 8 7<br />

Itautec 8 8 8 8<br />

Eletroeletrônicos Springer 8 8 8 8<br />

Whirlpool 8 8 8 8<br />

AGconcessoes 8 5 5 4<br />

All Amer Lat 8 8 8 8<br />

CCR AS 8 8 8 8<br />

Infraestrutura Ecorodovias 8 4 3 3<br />

Transporte Fer C Atlant 8 8 8 8<br />

OHL Brasil 8 3 3 3<br />

Santos Bras 8 7 7 7<br />

Triunfo Part 8 6 4 4<br />

Máquinas Bar<strong>de</strong>lla 8 8 8 8<br />

72


Industriais Inds Romi 8 8 8 8<br />

Weg 8 8 8 8<br />

Mineração Vale 8 8 8 8<br />

Minerais Não Eternit 8 8 8 8<br />

Metais Nadir Figuei 8 8 8 8<br />

Aliperti 8 8 8 8<br />

Confab 8 8 8 8<br />

Ferbasa 8 8 8 8<br />

Forjas Taurus 8 7 7 7<br />

Gerdau 8 7 7 7<br />

Gerdau Met 8 7 7 7<br />

Hercules 8 8 7 7<br />

Kepler Weber 8 8 8 8<br />

Si<strong>de</strong>rúrgica & Lupatech 8 4 4 3<br />

Metalúrgica Mangels Indl 8 8 8 8<br />

Met Duque 8 8 8 8<br />

Metisa 8 7 7 6<br />

Mundial 8 8 8 8<br />

Panatlantica 8 8 8 8<br />

Paranapanema 8 8 8 8<br />

Sid Nacional 8 8 8 8<br />

Tekno 8 8 8 8<br />

Usiminas 8 8 8 8<br />

Software & Dados Totvs 8 3 2 1<br />

Bic Monark 8 8 8 8<br />

Cobrasma 8 4 3 1<br />

DHB 8 8 8 8<br />

Embraer 8 8 8 7<br />

Fras-Le 8 8 8 8<br />

Iochp-Maxion 8 8 8 7<br />

<strong>Mar</strong>copolo 8 8 8 8<br />

Veiculos & Peças Metal Leve 8 8 8 8<br />

Plascar Part 8 8 8 7<br />

Pro Metalurg 8 8 4 3<br />

Randon Part 8 8 8 8<br />

Recrusul 8 8 8 6<br />

Schulz 8 7 7 7<br />

Tupy 8 8 8 8<br />

Wetzel S/A 8 8 8 8<br />

Total 1320 1184 1148 1118<br />

73


Tabela Mo<strong>de</strong>lo Jones Modificado<br />

Setores Empresas<br />

Agro e Pesca<br />

Alimentos &<br />

Bebidas<br />

Comércio<br />

Energia Elétrica<br />

Nº Total<br />

Observações<br />

Nº Total<br />

Observações<br />

- Missings<br />

Values<br />

Nº Total<br />

Observações -<br />

Missing<br />

Values -<br />

Outlier nas<br />

Variáveis<br />

74<br />

Nº Total<br />

Observações -<br />

Missing Values<br />

- Outlier nas<br />

Variáveis -<br />

Outliers nos<br />

Resíduos<br />

Rasip Agro 8 8 8 8<br />

Renar 8 6 6 6<br />

Ambev 8 8 8 8<br />

BRF Foods 8 8 8 8<br />

Cacique 8 8 8 8<br />

Excelsior 8 5 1 1<br />

Iguacu Cafe 8 8 8 8<br />

Josapar 8 8 8 8<br />

M. Diasbranco 8 4 4 4<br />

Minupar 8 6 6 6<br />

O<strong>de</strong>rich 8 3 3 3<br />

Battistella 8 4 4 3<br />

Dimed 8 8 8 8<br />

Grazziotin 8 8 8 8<br />

Lojas Americ 8 8 8 8<br />

Lojas Hering 8 7<br />

Lojas Renner 8 8 8 8<br />

Minasmaquinas 8 8 7 6<br />

Natura 8 4 4 4<br />

P.Acucar-Cbd 8 8 8 8<br />

Profarma 8 2 2 2<br />

RaiaDrogasil 8 8 8 8<br />

Viavarejo 8 8 8 8<br />

Wlm Ind Com 8 5 4 4<br />

AES Elpa 8 6 6 6<br />

AES Sul 8 6 6 6<br />

AES Tiete 8 8 8 8<br />

Ampla Energ 8 8 8 8<br />

Ampla Invest 8 2 2 2<br />

Ban<strong>de</strong>irante<br />

Energ<br />

8 8 8 8<br />

Ceee-Gt 8 5 5 5<br />

Celesc 8 8 8 8<br />

Celpa 8 8 8 8<br />

Celpe 8 8 8 8<br />

Cemar 8 5 5 5<br />

Cemat 8 7 7 7<br />

Cemig 8 8 8 8<br />

Cesp 8 8 8 8


Papel & Celulose<br />

Petróleo & Gas<br />

Química<br />

Serviço<br />

Transporte<br />

Telecomunicações<br />

Coelba 8 8 8 8<br />

Coelce 8 5 5 5<br />

Copel 8 8 8 8<br />

CPFL Energia 8 8 7 7<br />

CPFL Geracao 8 6 6 6<br />

CPFL<br />

8 6 6 6<br />

Piratininga<br />

Elektro 8 8 8 8<br />

Eletrobras 8 8 8 8<br />

Eletropaulo 8 8 8 8<br />

Emae 8 8 8 8<br />

Energias BR 8 5 5 5<br />

Energisa 8 6 6 6<br />

Enersul 8 8 8 8<br />

Escelsa 8 8 8 8<br />

Ger Paranap 8 8 8 8<br />

Light S/A 8 8 8 7<br />

Neoenergia 8 6 6 6<br />

Paul F Luz 8 4 4 4<br />

Re<strong>de</strong> Energia 8 8 8 8<br />

Rio G<strong>de</strong> Ener 8 8 8 8<br />

Tractebel 8 8 8 8<br />

Tran Paulist 8 8 8 7<br />

Celul Irani 8 6 6 6<br />

Fibria 8 8 8 8<br />

Klabin S/A 8 8 8 8<br />

Melhor SP 8 7 7 6<br />

Suzano Papel 8 8 8 8<br />

Ceg 8 8 8 8<br />

Comgas 8 8 8 8<br />

Pet Manguinh 8 8 6 4<br />

Petrobras 8 8 8 8<br />

Bombril 8 8 8 8<br />

Braskem 8 8 8 8<br />

Elekeiroz 8 8 8 8<br />

M G Poliest 8 5 5 5<br />

Millennium 8 8 8 8<br />

Ultrapar 8 8 7 7<br />

Unipar 8 7 7 7<br />

Gol 8 5 4 4<br />

Tam S/A 8 8 8 8<br />

Embratel Part 8 8 8 8<br />

La Fonte Tel 8 8 8 8<br />

Oi 8 8 7 7<br />

Tele Nort Cl 8 8 8 8<br />

Telef Brasil 8 8 8 8<br />

75


Textil<br />

Construção<br />

Eletroeletrônicos<br />

Infraestrutura<br />

Transporte<br />

Máquinas<br />

Industriais<br />

Telemar N L 8 8 7 7<br />

Tim Part S/A 8 8 7 6<br />

Alpargatas 8 8 8 8<br />

Cambuci 8 4 4 4<br />

Cedro 8 8 8 8<br />

Cia Hering 8 8 8 8<br />

Coteminas 8 8 8 8<br />

Dohler 8 8 8 8<br />

Encorpar 8 7 7 7<br />

Fab C Renaux 8 5 5 5<br />

Gren<strong>de</strong>ne 8 3 3 3<br />

Guararapes 8 6 6 6<br />

Karsten 8 8 8 8<br />

<strong>Mar</strong>isol 8 8 8 8<br />

Santanense 8 8 8 8<br />

Schlosser 8 8 8 7<br />

Vicunha Text 8 7 7 7<br />

Vulcabras 8 4 3 3<br />

Wembley 8 8 8 8<br />

Brookfield 8 2 2 2<br />

CC Des Imob 8 2 2 1<br />

Company 8 3 3 2<br />

Const A Lind 8 7 7 5<br />

Cyrela Realty 8 8 8 8<br />

Even 8 2 2<br />

Gafisa 8 8 8 8<br />

Helbor 8 3 3 3<br />

Lix da Cunha 8 8 8 8<br />

Men<strong>de</strong>s Jr 8 8 8 8<br />

Rossi Resid 8 8 8 8<br />

Sultepa 8 8 8 7<br />

Itautec 8 8 8 8<br />

Springer 8 8 8 8<br />

Whirlpool 8 8 8 8<br />

AGconcessoes 8 5 5 4<br />

All Amer Lat 8 8 8 8<br />

CCR SA 8 5 5 5<br />

Ecorodovias 8 1 1 1<br />

Fer C Atlant 8 8 8 8<br />

OHL Brasil 8 1 1 1<br />

Santos Bras 8 1 1 1<br />

Triunfo Part 8 4 3 3<br />

Bar<strong>de</strong>lla 8 8 8 8<br />

Inds Romi 8 8 8 8<br />

Weg 8 7 7 7<br />

76


Mineração Vale 8 8 8 8<br />

Minerais Não Eternit 8 8 8 8<br />

Metais Nadir Figuei 8 8 8 8<br />

Aliperti 8 8 8 8<br />

Confab 8 8 7 7<br />

Ferbasa 8 8 8 8<br />

Forjas Taurus 8 5 5 5<br />

Gerdau 8 7 7 7<br />

Gerdau Met 8 7 7 7<br />

Hercules 8 7 7 7<br />

Kepler Weber 8 8 8 8<br />

Si<strong>de</strong>rúrgica & Lupatech 8 2 2 1<br />

Metalúrgica Mangels Indl 8 8 8 8<br />

Met Duque 8 8 8 8<br />

Metisa 8 7 7 6<br />

Mundial 8 6 6 6<br />

Panatlantica 8 8 7 7<br />

Paranapanema 8 8 8 8<br />

Sid Nacional 8 8 8 8<br />

Tekno 8 8 8 8<br />

Usiminas 8 8 8 8<br />

Software & Dados Totvs 8 1 1 1<br />

Bic Monark 8 8 8 8<br />

Cobrasma 8 3 2 1<br />

DHB 8 8 8 8<br />

Embraer 8 8 8 7<br />

Fras-Le 8 8 8 8<br />

Iochp-Maxion 8 8 7 7<br />

<strong>Mar</strong>copolo 8 8 8 8<br />

Veiculos & Peças Metal Leve 8 8 8 8<br />

Plascar Part 8 8 8 7<br />

Pro Metalurg 8 8 4 3<br />

Randon Part 8 8 8 8<br />

Recrusul 8 8 8 6<br />

Schulz 8 4 4 4<br />

Tupy 8 8 8 8<br />

Wetzel S/A 8 8 8 8<br />

Total 1320 1129 1098 1073<br />

77


Tabela EVAR<br />

Setores Empresas<br />

Agro & Pesca<br />

Alimentos & Bebidas<br />

Comércio<br />

Energia Elétrica<br />

Rasip Agro<br />

Renar<br />

Ambev<br />

BRF Foods<br />

Cacique<br />

Excelsior<br />

Iguacu Cafe<br />

Josapar<br />

M. Diasbranco<br />

Minupar<br />

O<strong>de</strong>rich<br />

Battistella<br />

Dimed<br />

Grazziotin<br />

Lojas Americ<br />

Lojas Renner<br />

Minasmaquinas<br />

Natura<br />

P.Acucar-Cbd<br />

RaiaDrogasil<br />

Viavarejo<br />

Wlm Ind Com<br />

AES Elpa<br />

AES Sul<br />

AES Tiete<br />

Ampla Energ<br />

Ban<strong>de</strong>irante Energ<br />

Celesc<br />

Celpa<br />

Celpe<br />

Cemar<br />

Cemat<br />

Cemig<br />

Coelba<br />

Coelce<br />

Copel<br />

CPFL Piratininga<br />

Elektro<br />

Eletrobras<br />

78


Papel & Celulose<br />

Petróleo & Gas<br />

Química<br />

Serviço <strong>de</strong> Transporte<br />

Telecomunicações<br />

Textil<br />

Eletropaulo<br />

Emae<br />

Energias BR<br />

Energisa<br />

Enersul<br />

Escelsa<br />

Ger Paranap<br />

Light S/A<br />

Neoenergia<br />

Paul F Luz<br />

Re<strong>de</strong> Energia<br />

Rio G<strong>de</strong> Ener<br />

Tractebel<br />

Tran Paulist<br />

Celul Irani<br />

Fibria<br />

Klabin S/A<br />

Melhor SP<br />

Suzano Papel<br />

Ceg<br />

Comgas<br />

Petrobras<br />

Braskem<br />

Elekeiroz<br />

M G Poliest<br />

Millennium<br />

Ultrapar<br />

Unipar<br />

Gol<br />

Tam S/A<br />

Embratel Part<br />

La Fonte Tel<br />

Oi<br />

Telef Brasil<br />

Telemar N L<br />

Tim Part S/A<br />

Alpargatas<br />

Cedro<br />

Cia Hering<br />

Coteminas<br />

Dohler<br />

Fab C Renaux<br />

Gren<strong>de</strong>ne<br />

Guararapes<br />

Karsten<br />

79


<strong>Mar</strong>isol<br />

Santanense<br />

Schlosser<br />

Vicunha Text<br />

Wembley<br />

Brookfield<br />

Const A Lind<br />

Cyrela Realty<br />

Gafisa<br />

Construção<br />

Helbor<br />

Lix da Cunha<br />

Rossi Resid<br />

Sultepa<br />

Itautec<br />

Eletroeletrônicos Springer<br />

Whirlpool<br />

CCR SA<br />

Fer C Atlant<br />

Santos Bras<br />

Infraestrutura <strong>de</strong> Transporte<br />

Triunfo Part<br />

AGconcessoes<br />

All Amer Lat<br />

Bar<strong>de</strong>lla<br />

Máquinas Industustriais Inds Romi<br />

Weg<br />

Mineração Vale<br />

Eternit<br />

Minerais Não Metais<br />

Nadir Figuei<br />

Aliperti<br />

Confab<br />

Ferbasa<br />

Forjas Taurus<br />

Gerdau<br />

Gerdau Met<br />

Lupatech<br />

Si<strong>de</strong>rúrgica & Metalúrgica Mangels Indl<br />

Met Duque<br />

Metisa<br />

Panatlantica<br />

Paranapanema<br />

Sid Nacional<br />

Tekno<br />

Usiminas<br />

Software & Dados Totvs<br />

Veiculos & Peças Embraer<br />

80


Fras-Le<br />

Iochp-Maxion<br />

<strong>Mar</strong>copolo<br />

Metal Leve<br />

Plascar Part<br />

Randon Part<br />

Schulz<br />

Tupy<br />

Wetzel S/A<br />

138<br />

81


Histograma e Resíduos dos Accruals Totais - Mo<strong>de</strong>lo Jones (1991)<br />

82


Histograma e Resíduos dos Accruals Totais - Mo<strong>de</strong>lo Jones Modificado (1995)<br />

83

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