Revista Móin-Móin - CEART - Udesc
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composição do movimento expressivo. Os princípios coreológicos<br />
passam a estar presentes na composição da partitura e o dançador<br />
“mergulha” no espaço usando desenhos, saltos e giros. Os giros<br />
representam bem a coreologia espacial típica de Maricota e são<br />
muito freqüentes. É neste momento que a figura desengonçada<br />
ganha leveza e graça, aumentando sua comunhão com o espaço e<br />
com o público.<br />
Senhora dona Maricota<br />
Faz sua obrigação<br />
Dá uma meia volta<br />
No meio do salão (2 vezes).<br />
Essa ação de dar “voltas no salão”, sempre ainda na estrutura<br />
de cortejo, pede ao dançador uma noção ampla de espaço,<br />
principalmente em seus giros mais intensos com caminhadas e<br />
corridas, que caracterizam o ápice da diluição e da projeção da<br />
energia de Maricota no espaço. O manipulador vê o espaço e o<br />
público por um pequeno buraco situado na frente de seu vestido<br />
na altura do peito. Se o dançador não entrar na atmosfera<br />
estabelecida pelo ritual, não deixar o espaço que o circunda<br />
contaminá-lo, sua interpretação parecerá vazia e o boneco sem vida,<br />
sem energia: o dançador estará condensado em si próprio, não<br />
completando dessa forma a ritualização e a extrapolação espacial<br />
do ato coletivo esperado.<br />
Senhora dona Maricota<br />
É uma moça tão bonita<br />
Com colar no pescoço<br />
E um lindo laço de fita (2 vezes)<br />
Senhora dona Maricota<br />
Nariz de pimentão<br />
Deixou cair as calças<br />
Bem no meio do salão.<br />
Neste ponto da narrativa, há uma primeira ação dramática,<br />
MÓIN-MÓIN<br />
185<br />
185<br />
<strong>Revista</strong> de Estudos sobre Teatro de Formas Animadas