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Revista Móin-Móin - CEART - Udesc

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<strong>Revista</strong> de Estudos sobre Teatro de Formas Animadas<br />

MÓIN-MÓIN<br />

no Cavalo Marinho, mais ainda. O “corpo-que-brinca” 59 vive com<br />

muita intensidade, seja gerando e emanando energia nos trupés<br />

vigorosos ao som do baião 60 , seja concentrando-a e adquirindo<br />

densidade em certos momentos da cena, como por exemplo a<br />

entrada da figura, à beira da roda, do lado oposto ao banco dos<br />

músicos. A sua imagem extra-cotidiana, estática, isolada, insólita,<br />

às vezes no meio da rua principal de uma pequena cidade da Zona<br />

da Mata Norte pernambucana, cercada de canaviais, torna-se algo<br />

fantasmagórica e impressiona de tal forma que mantém, por um<br />

bom tempo, a atenção deslocada da própria cena principal, isto é,<br />

o diálogo que se desenrola próximo ao banco.<br />

Os elementos animados da brincadeira: bonecos<br />

Os bonecos do Cavalo Marinho podem ser qualificados como<br />

máscaras corporais ou bonecos-máscara, de acordo com classificação<br />

de Ana Maria Amaral (1996), pois vêm vestidos pelos brincadores.<br />

Elementos fundamentais, constituem uma das primeiras obrigações<br />

do dono de um brinquedo: fabricá-los ou adquiri-los de um artesão,<br />

guardá-los em sua casa, junto com as roupas, as máscaras, os objetos<br />

e os instrumentos, e mantê-los sempre vistosos. Pela dificuldade e<br />

pelo custo que isso representa, figuras que necessitam de bonecos<br />

para sair podem se tornar mais raras. Mesmo assim, a vontade e o<br />

empenho dos brincadores têm possibilitado esse espetáculo.<br />

Margarida, um grande mamulengo de vestido florido, sob o<br />

qual se esconde o brincador, não fala nada. Segundo alguns relatos,<br />

ela seria filha do Mané do Baile e viria à roda apenas para sambar.<br />

59 Este conceito foi elaborado ao longo do Laboratório Experimental “O jogo da cena<br />

do Cavalo Marinho: experimentando teatro e brincadeira”, realizado como parte das<br />

atividades de pesquisa de mestrado da autora, com participação de alunos graduandos<br />

da Escola de Teatro da UNIRIO, durante um semestre.<br />

60 “Baião” ou “baiano” designam um tipo de dança viva, veloz, que exige habilidade de<br />

pés, e um tipo de música com células rítmicas e melódicas visíveis de cocos, sempre<br />

binárias (Cascudo, 1984).

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