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Da universidade à educação básica: alguns fatores intervenientes

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mento (facilidade de acesso) tornou o saber específico de uma disciplina escolar<br />

menos importante diante da necessidade urgente de organização de novos processos<br />

de aprendizagem que possibilitem trabalhar as (e com as) múltiplas linguagens<br />

na sala de aula (que tornem o aluno um aprendiz de verdade). Portanto,<br />

a linguagem em uma aula deixou de ser única e específica, o que implica trabalho<br />

sistemático não só para incorporar saberes, mas para mobilizá-los, estimulando e<br />

integrando múltiplas habilidades (polivalência), úteis para o cotidiano de vida e<br />

trabalho, tanto dos professores quanto dos seus alunos. Assim, distanciado dessa<br />

nova visão e do conhecimento sobre os mecanismos da aprendizagem, de fato o<br />

ensino de Arte fica caracterizado como área/disciplina de menor importância no<br />

conjunto das demais (ou como recurso audiovisual auxiliar, oficina de manipulação,<br />

ateliê de artista, ou performance).<br />

4. Ensino, educador e educando<br />

O ensino de Arte ainda nem chegou em todas as escolas do Estado do<br />

Maranhão. Na capital, São Luís, nem mesmo a rede estatal oferece esse ensino<br />

em todas as séries de todos os níveis da <strong>educação</strong> <strong>básica</strong>. No ensino médio, por<br />

exemplo, ele não é oferecido na 3.ª série porque a avaliação do conhecimento<br />

em arte, no Programa de Seleção Gradual (PSG/UFMA), foi introduzida somente<br />

para os estudantes das 1.ª e 2.ª séries. No rastro desse equívoco, muitas<br />

escolas não oferecem o ensino de Arte na 3.ª série. Privou-se o aluno desse<br />

ensino e fechou-se o mercado de trabalho para o professor, na 3.ª série do ensino<br />

médio. Esse equívoco ainda induz o vestibulando a acreditar que já existem<br />

bacharelados em música e teatro, na UFMA, uma vez que obriga o aluno a<br />

escolher ou a “porção música”, ou a “porção teatro”, ou a “porção artes plásticas”<br />

para fazer a “prova de arte” do PSG. No “vestibular tradicional” este mesmo<br />

equívoco se repete quando o vestibulando continua sendo avaliado em somente<br />

uma das unidades do “programa de artes”.<br />

O sentido maior do ensino de Arte na <strong>educação</strong> <strong>básica</strong> é estimular, sensibilizar<br />

o aluno para os conteúdos de arte e não transformá-lo em artista, do<br />

tipo artesão, imitador, representador, dançador, cantador, tocador, desenhista<br />

etc., o que não seria correto com o aluno pobre da escola pública, frente <strong>à</strong><br />

inexistência de demanda por essas ocupações no Maranhão. As atividades artísticas<br />

em sala de aula têm somente o papel de integração e estimulação <strong>à</strong> imagem,<br />

ao som e aos movimentos.<br />

O ensino de Arte (e qualquer outro), na formação geral da <strong>educação</strong><br />

<strong>básica</strong>, não deve ser segmentado, fragmentado, “especializado” e fomentador<br />

de corporações isoladas. Por isso é que, oficialmente, aparece somente com o<br />

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<strong>Da</strong> <strong>universidade</strong> <strong>à</strong> <strong>educação</strong> <strong>básica</strong>

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