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Da universidade à educação básica: alguns fatores intervenientes

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Essa visão mais contemporânea sobre a formação universitária do futuro<br />

educador não coincide como a prática de segmentos, ocupações, ou preferências<br />

artísticas particulares.<br />

Em quase todos os cursos de formação do educador da <strong>educação</strong> <strong>básica</strong>,<br />

a prática pedagógica inclui a prática de estudar como “força de obrigação do<br />

ofício”. Na visão corporativa, entretanto, o conceito de prática parece ser aquilo<br />

que decorre de um suposto “saber inato”, de caráter espontâneo e amadorístico<br />

(palpável, manipulatório, artesanal, imitativo). Sem dúvida, os meios acabam<br />

virando fins quando a formação superior desse educador se reduz <strong>à</strong>s práticas de<br />

manipulação, representação, ou reprodução, através de linguagens artísticas. É<br />

dessa forma que algumas licenciaturas, na prática, deixam de ser cursos de formação<br />

do formador (que irá atuar na <strong>educação</strong> <strong>básica</strong>) e se transformam em<br />

“bacharelados de artes.”<br />

5. Currículo por “habilitações”<br />

Criticar a formação do educador para o ensino de Arte significa enxergar<br />

a raiz de suas fragilidades, ou seja, que o seu problema epistemológico decorre<br />

do seu processo de formação. Por exemplo, muitos educadores sabem que<br />

“habilitações”, em quaisquer licenciaturas, são perfeitamente desnecessárias,<br />

não significam mais nada atualmente, já perderam qualquer importância em<br />

nível de graduação e até já desapareceram em muitos cursos superiores.<br />

Por um lado, esta problemática deverá ser enfrentada em breve, uma<br />

vez que todas as licenciaturas existentes no Brasil deverão ser ajustadas <strong>à</strong> nova<br />

LDB por determinação federal (BRASIL, Decreto n.º 3276, 1999; BRASIL,<br />

CNE, Resolução CP n.º 1, 1999; BRASIL, CNE, Resolução CP n.º 1, 2002;<br />

BRASIL, CNE, Resolução CP n.º 2, 2002; e FÓRUM DE PRÓ-REITORES DE<br />

GRADUAÇÃO DAS UNIVERSIDADES BRASILEIRAS, 1999, p. 13-22.).<br />

Por outro lado, ela denuncia os “formadores de formadores” como os<br />

responsáveis mais diretos pelas dificuldades enfrentadas por muitos graduados<br />

e graduandos na <strong>educação</strong> <strong>básica</strong>. Os descompassos informam um currículo<br />

defasado, o que é suficiente para se deduzir que algumas licenciaturas não conformam,<br />

na prática, um curso de magistério superior para a formação do educador,<br />

principalmente quando se mostram de costas voltadas para as questões educacionais<br />

da <strong>educação</strong> <strong>básica</strong>. É grande o desentendimento sobre o papel da<br />

<strong>educação</strong> <strong>básica</strong> (e do ensino de Arte) na formação geral do cidadão, cabendo<br />

relembrar que uma “habilitação” direciona o educador somente para aquela “porção”<br />

da sua licenciatura que deveria, de fato, ser plena/integral.<br />

Assim, <strong>alguns</strong> equívocos acerca do ensino de Arte e da formação do<br />

seu educador nasceram nos próprios cursos de sua formação. Por exemplo, é<br />

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<strong>Da</strong> <strong>universidade</strong> <strong>à</strong> <strong>educação</strong> <strong>básica</strong>

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