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[E‐F@BULATIONS / E‐F@BULAÇÕES ] 6 / NOV 2010<br />
junto <strong>do</strong>s <strong>do</strong>nos, de língua de fora e cauda no ar como uma antena! To<strong>do</strong>s tinham já a<br />
certeza de que os cães haviam descoberto alguma coisa e, a avaliar pela excitação de<br />
ambos, só podia ser o pato. Mas o que é que lhe teria aconteci<strong>do</strong>? Era preciso descer<br />
e entrar na gruta para ver o realmente se passava. E foi isso mesmo que to<strong>do</strong>s<br />
fizeram, apesar de ser extremamente difícil para os adultos passar pela abertura da<br />
rocha que dava para o interior. Mas lá dentro, surpresa das surpresas, havia até um<br />
espaço muito considerável, adivinhan<strong>do</strong>-se já na imaginação das crianças o autêntico<br />
fascínio que o lago interior cava<strong>do</strong> na rocha iria causar! Mas era urgente encontrar o<br />
Peninha e, por mais que procurassem, decididamente ele não estava ali! Que<br />
desilusão... tanto trabalho, tanto esforço e cansaço para nada! Não, não podia ser,<br />
tinha de haver uma solução! Os cães não se haviam engana<strong>do</strong>!<br />
De facto, os cães não se enganaram e persistiam em ladrar furiosamente na<br />
direcção de um <strong>do</strong>s cantos da gruta já dentro de água. Sem hesitar, os <strong>do</strong>is cães<br />
atiraram-se às águas nadan<strong>do</strong> até ao local. Os <strong>do</strong>is homens apontaram para lá os<br />
focos das lanternas e, sim, muito a custo, parecia-lhes agora descortinar qualquer<br />
coisa que até então passara completamente despercebi<strong>do</strong>. Semelhante a uma sombra<br />
e bem oculto pelas pregas rugosas das rochas, abria-se um túnel estreito e baixo, por<br />
onde se perdia o riacho terra adentro. Talvez se tratasse de uma outra saída... mas<br />
para onde?<br />
VII. A aventura <strong>do</strong> Peninha<br />
Lá estava o Peninha! Mais morto que vivo, pelo tremen<strong>do</strong> susto que levara, o<br />
patinho aventureiro estava preso – encalha<strong>do</strong> – numa entulhada de folhas secas,<br />
galhos velhos, plásticos, latas de refrigerantes, papéis, embalagens de cigarros vazias,<br />
cartuchos de caçadeira também vazios, e mais lixo a tapar a saída <strong>do</strong> túnel. Mas<br />
afinal, o que tinha aconteci<strong>do</strong> ao Peninha? Bisbilhoteiro como só ele, o Peninha não se<br />
contentou com a piscina natural no interior da gruta e resolveu explorar por ali fora!<br />
Não queria afastar-se muito dali, pois morria só de pensar que se perdia, sem<br />
encontrar o caminho de volta para casa. Mas foi nessa altura que os acontecimentos<br />
se precipitaram. Dentro da pequena gruta ouvia-se agora um chapinar intenso das<br />
águas que mais parecia um chafurdar de porcos. Só que não eram porcos – eram<br />
cães, cães a ladrar e a rosnar furiosamente. Tentavam enfiar-se pelo túnel dentro<br />
porque lhes cheirava a caça de ‘capoeira’ mas, infelizmente para eles e felizmente<br />
para o nosso Peninha, o espaço era demasia<strong>do</strong> aperta<strong>do</strong>. O patinho estava apavora<strong>do</strong><br />
e viu que não tinha outra saída senão avançar pelo túnel a toda a velocidade e<br />
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