e-journal of children's literature - Biblioteca Digital - Universidade do ...
e-journal of children's literature - Biblioteca Digital - Universidade do ...
e-journal of children's literature - Biblioteca Digital - Universidade do ...
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
[E‐F@BULATIONS / E‐F@BULAÇÕES ] 6 / NOV 2010<br />
A “Didi” era a irmã endiabrada <strong>do</strong> “Dexter”, o menino de óculos e bata branca<br />
<strong>do</strong> Cartoon Network, enfia<strong>do</strong> num laboratório a fazer de cientista.<br />
– Disparate! A “Didi” é uma chata!<br />
– Chata, a “Didi”? Chato é o “Dexter”! Com a mania que sabe tu<strong>do</strong>... armante é<br />
o que ele é!<br />
E lá se iniciava entre ambos uma troca infindável de palavras mais ou menos<br />
“amistosas”, levan<strong>do</strong> o pai a dar-lhes uma valente descompostura e a terminar logo ali<br />
a visita à cadela. Era estritamente necessário não perturbar a paciente! O pósoperatório<br />
era delica<strong>do</strong> e merecia cuida<strong>do</strong>s acresci<strong>do</strong>s.<br />
Porém, a novela sobre o nome da cadela estava ainda no ar e não dava sinais<br />
de chegar ao fim nos próximos episódios, a decorrer no pátio das traseiras. Mas, de<br />
repente, num lance de genialidade, deu-se a esperada reviravolta <strong>do</strong>s acontecimentos<br />
e o Manezinho deu o golpe final ao soltar num clamor o nome mágico:<br />
- “FOXY” – ela é uma “fox terrier”, não é? Então… “fox”… “FOXY”!<br />
Seguiu-se um breve instante de emoção e perplexidade ante semelhante<br />
revelação. Brevíssimo instante, não exageremos…<br />
– É isso! Boa, Mané! ‘Foxy’ é mesmo o máximo! Tinha pensa<strong>do</strong> em “Terry” mas<br />
a Glória ia chamar-lhe “Terra”, quase de certeza... “Foxy” é mais giro!<br />
A Nini era muito justa e também gostava de reconhecer quan<strong>do</strong> alguma coisa<br />
merecia o seu elogio, nem que viesse <strong>do</strong> Manezinho. Mas era um queri<strong>do</strong>, lá isso<br />
era... às vezes... bem... poucas vezes... enfim... muito poucas! Mas a Nini a<strong>do</strong>rou o<br />
nome, não há como negar, e correu logo a anunciá-lo a toda a gente:<br />
– FOXY! Estão a ouvir? A cadela chama-se FOXY!<br />
E assim, a cadela aban<strong>do</strong>nada e ferida de morte passou a ter nome próprio:<br />
FOXY.<br />
V. Para lá <strong>do</strong>s muros da herdade<br />
Passaram-se duas semanas sobre este episódio. A Foxy recuperara muito bem<br />
e já corria alegremente por to<strong>do</strong> o la<strong>do</strong>. Quan<strong>do</strong> não corria, pulava! Parecia amestrada<br />
para o circo, sempre a saltaricar com as patinhas dianteiras no ar, especialmente<br />
quan<strong>do</strong> via o Mané de bola na mão. A bola era o seu brinque<strong>do</strong> favorito e já não havia<br />
conta para as que tinha destruí<strong>do</strong> afanosamente, espetan<strong>do</strong>-lhes aquela linda<br />
cordilheira de piquinhos brancos que eram os seus dentes. Quem de início não achava<br />
grande graça à Foxy era o Peninha, que se sentia lesa<strong>do</strong> pela usurpação que a cadela<br />
fazia da sua amizade com o Mané. Mas o pequeno continuava a fazer os seus<br />
93