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e-journal of children's literature - Biblioteca Digital - Universidade do ...

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[E‐F@BULATIONS / E‐F@BULAÇÕES ] 6 / NOV 2010<br />

escarcéu to<strong>do</strong> e também na expectativa de mais um passeio de triciclo. Foi o dia em<br />

que a Foxy entrou na herdade ferida, quase sem vida, e to<strong>do</strong>s estavam aflitos<br />

procuran<strong>do</strong> salvá-la.<br />

Volvidas duas semanas, porém, as coisas eram diferentes. Depois daquele dia,<br />

e apesar <strong>do</strong> calafrio de me<strong>do</strong> que lhe eriçava no <strong>do</strong>rso a penugem amarela, o Peninha<br />

aventurou-se de novo a sair da herdade pelo buraco debaixo da cerca. Tantas vezes o<br />

tentara tantas vezes ensaiara os mesmos passos que, logo mais, a mata onde o sol<br />

mal entrava se tornou familiar, quase tão familiar como o lago <strong>do</strong>s caniços e <strong>do</strong>s<br />

nenúfares ou o triciclo <strong>do</strong> Mané. E foi ai que o patinho, já espiga<strong>do</strong>te, descobriu um<br />

sítio absolutamente incrível. Ficava bem longe da herdade, a perder de vista o muro<br />

da cerca, e escondia-se debaixo <strong>do</strong> tojo alto e das largas badanas em leque <strong>do</strong>s fetos.<br />

O Peninha fez a descoberta totalmente por acaso, ao ir atrás de uma borboleta azul<br />

que depois desapareceu no ar como que por magia! Intriga<strong>do</strong> com o mistério, o<br />

patinho não esperou por mais nada. Procurou, procurou por to<strong>do</strong> o la<strong>do</strong>, entre as<br />

flores amarelas e os espinhos <strong>do</strong> tojo, debaixo da caruma <strong>do</strong>s pinheiros que forrava a<br />

mata... procurou uma pontinha de azul às viravoltas na luz verde-prata que envolvia a<br />

mata. E olhou bem para cima... para lá da folhagem das árvores, e viu azul, um<br />

imenso azul, pedacinhos recorta<strong>do</strong>s de azul, muito brilhantes e muito longe, também.<br />

Mas não podia ser, aquilo não era o azul que ele procurava! Nesse preciso instante, o<br />

Peninha compreendeu que lá em cima, mais longe <strong>do</strong> que todas as borboletas ou os<br />

cumes das árvores, estava o céu azul, aquele mesmo céu que na herdade já nem se<br />

dava conta, porque era só olhar para cima e pronto, lá estava: sem pedacinhos, num<br />

to<strong>do</strong> só, como uma grande tela pintada a uma única cor. Nem sempre de azul, é certo,<br />

às vezes de cinzento, e outras vezes com largas pastas de branco, que eram as<br />

nuvens. Mas na mata tu<strong>do</strong> mudava. O verde-escuro das árvores misturava-se com a<br />

cor prata da luz, e tu<strong>do</strong> o que restava <strong>do</strong> azul <strong>do</strong> céu eram pequenos recortes onde se<br />

desenhavam em sombras as formas das folhas.<br />

Mas... oh! Lá estava ela! A borboleta azul! Mas de onde é que ela saíra? O<br />

patinho decidira tirar a limpo toda aquela história, resolver o mistério da borboleta<br />

desaparecida sabe-se lá para onde, da maneira mais óbvia e certeira. Tinha de seguir<br />

aquela coisinha azul esvoaçante que parecia fazer-lhe negaças mesmo ali à frente <strong>do</strong><br />

seu bico... era inevitável! Não era ela que iria fazer dele parvo... até tinha graça! Isto<br />

pensava o Peninha enquanto deitava a correr e a saltar para não perder de vista a<br />

borboleta azul. Mas desta vez, ela estava mais compreensiva, muito mais bem<br />

comportada, e até parecia esperar pelo pato, quan<strong>do</strong> este se desorientava por breves<br />

segun<strong>do</strong>s, no meio daquele matagal to<strong>do</strong>. Finalmente a borboleta parou, pousan<strong>do</strong><br />

sobre as amplas folhas de um feto gigante. Era aqui? Não, a borboleta estava a<br />

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