e-journal of children's literature - Biblioteca Digital - Universidade do ...
e-journal of children's literature - Biblioteca Digital - Universidade do ...
e-journal of children's literature - Biblioteca Digital - Universidade do ...
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
[E‐F@BULATIONS / E‐F@BULAÇÕES ] 6 / NOV 2010<br />
águas desgastassem o cartão! Mas... e as latas? E os plásticos? Apetecia-lhe chorar<br />
de novo... ali preso, pobre patinho aventureiro, sem se poder mexer. Foram momentos<br />
negros, ai isso foram, e o pato já não sabia mais o que fazer... e não havia nada a<br />
fazer – só esperar e esperar... até... bem, até quan<strong>do</strong>, isso ele não sabia! Mas era<br />
melhor não pensar em coisas más!<br />
VIII. O Peninha é salvo<br />
O tempo foi passan<strong>do</strong>, passan<strong>do</strong>... e nem sinais de esperança para o infeliz<br />
prisioneiro <strong>do</strong> túnel.<br />
Estava-se nisto quan<strong>do</strong>, de repente, o Peninha começou a ouvir ruí<strong>do</strong>s no<br />
exterior da gruta, ruí<strong>do</strong>s bem conheci<strong>do</strong>s seus... eram os lati<strong>do</strong>s da Foxy e <strong>do</strong> Leão!<br />
Não podia ser! Milagre! Mesmo sem conseguir vê-los não havia dúvidas: eram as<br />
vozes <strong>do</strong>s <strong>do</strong>nos ... era a voz <strong>do</strong> Mané, era mesmo! E de facto, com já sabemos, lá<br />
estavam to<strong>do</strong>s, curva<strong>do</strong>s e apertadinhos, no interior da pequena gruta, sobre a estreita<br />
plataforma de rocha que marginava a bacia de água. Os <strong>do</strong>is cães já estavam dentro<br />
de água e esforçavam-se por escavar uma abertura no muro de lixo por onde o pato<br />
pudesse esgueirar-se. Mas o pato estava preso de tal maneira que não tinha<br />
escapatória!<br />
– Como é que havemos de tirar dali o Peninha? – Perguntou o pai. – É um sítio<br />
de difícil acesso... mas é estranho o animal ainda não poder sair... os cães já<br />
desobstruíram muito da boca <strong>do</strong> túnel...!<br />
– Ficou com a pata presa em qualquer la<strong>do</strong> – gravetos emaranha<strong>do</strong>s, sei lá... –<br />
Concluiu o Tó com ar pensativo. – Temos de arranjar maneira de o tirar!<br />
Entretanto, os cães continuavam animadíssimos dentro de água, numa batalha<br />
louca contra as latas de coca-cola e cerveja, os sacos de batatas fritas e outros<br />
plásticos, para já não falar no lixo ecológico impregna<strong>do</strong> de lama que também não<br />
ajudava nada. Mas quanto ao Peninha, nada feito! Até que o Tó teve uma ideia genial.<br />
Tinha esta<strong>do</strong> a calcular a pr<strong>of</strong>undidade das águas na gruta à luz frouxa da lanterna e<br />
resolveu arriscar. Em breve o pato seria engolfa<strong>do</strong> pela corrente, sem forças nem<br />
meios para se libertar. E assim, to<strong>do</strong> vesti<strong>do</strong>, o Tó saltou para dentro <strong>do</strong> pequeno lago<br />
subterrâneo, pedin<strong>do</strong> apenas que lhe iluminassem bem o local. Brrrrr! Que frio! A água<br />
era mesmo gelada! O nível das águas dava-lhe pela cintura. Jorge chamou os cães<br />
que teimavam em ‘ajudar’ o Tó, achan<strong>do</strong> tu<strong>do</strong> aquilo uma excitação única!<br />
Subitamente, o indeseja<strong>do</strong> aconteceu: a agitação provocada pelos cães e pelos<br />
esforços <strong>do</strong> Tó fez com que o tapume onde encalhara o Peninha se desprendesse da<br />
105