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e-journal of children's literature - Biblioteca Digital - Universidade do ...

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[E‐F@BULATIONS / E‐F@BULAÇÕES ] 6 / NOV 2010<br />

– Eh, calma aí! Leão, para trás! És um peso bruto! E tu, pequenina, já estás<br />

boa?<br />

A Nini e o Mané estavam tão radiantes com a vinda <strong>do</strong> Tó que lhe saltaram de<br />

imediato para o pescoço, fican<strong>do</strong> ali a baloiçar ao dependuro.<br />

– Vocês pensam que eu sou o quê, seus macaquinhos? A Feira Popular? Mas<br />

que grande que tu estás, Nini! Cresceste!<br />

– E eu? Não estou grande também?<br />

Já de volta ao chão, a Nini empurrava agora o Mané com uma enorme<br />

cotovelada:<br />

- Eu é que cresci, vês?<br />

O Tó tentava em vão endireitar as costas enquanto se defendia das investidas<br />

afectuosas <strong>do</strong>s cães. O Leão era um trambolho de peso e força, sem a menor<br />

consciência disso; a Foxy era uma bailarina, aos pulinhos nas patas traseiras e<br />

sempre a rir, com a língua de fora.<br />

- Eu é que cresci, não foi, Tó? – Insistia a Nini.<br />

– Muito! Mas o Mané também! Estás enorme, Mané!<br />

O pequeno ficou mais alivia<strong>do</strong> e lançou um esgar de soslaio à Nini que, apesar<br />

de tu<strong>do</strong>, tinha outras preocupações. Mas, pensan<strong>do</strong> bem, o Mané era to<strong>do</strong><br />

preocupações. Afinal de contas, o pato era seu... era o seu ‘navega<strong>do</strong>r’ <strong>of</strong>icial nos ralis<br />

de triciclo.<br />

– Mas que barulheira vem a ser esta? O vosso pai fugiu daqui a sete pés com o<br />

susto! A mãe nem aparece... que é que lhe deu... então, o que há! Contem ao Tó!<br />

As crianças contaram ao tio o desaparecimento <strong>do</strong> Peninha. Ninguém o via<br />

desde manhã... às vezes desaparecia, mas voltava logo! Mas hoje era diferente,<br />

qualquer coisa má se passava! Às tantas apanharam o Peninha – ele era tão<br />

meiguinho, não tinha me<strong>do</strong> das pessoas, não fugia nem nada...! O Tó ouvia-os<br />

atentamente e sabia que não se podiam ignorar os receios das crianças.<br />

- Bem, está quase noite, mas não podemos esperar mais tempo para procurar<br />

o pato! – Disse ele com voz resoluta. – Vou pegar numa lanterna aqui da garagem e<br />

vamos bater a quinta para encontrar esse traquinas!<br />

– Vamos encontrá-lo, não vamos, Tó? Ele vai estar bem, não vai?<br />

O Mané quase não continha uma lágrima teimosa e muito gorda que lhe<br />

embaciava os olhos. A Nini nem falava, com me<strong>do</strong> da resposta.<br />

– Espero bem que sim! Esse malandro é muito esperto e deve estar a pregarnos<br />

uma grande partida! – Respondeu o Tó a rir, disfarçan<strong>do</strong> um certo mal-estar por<br />

poder estar a ocultar aos sobrinhos uma realidade mais cruel. – Vamos avisar os pais,<br />

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