19.04.2013 Views

e-journal of children's literature - Biblioteca Digital - Universidade do ...

e-journal of children's literature - Biblioteca Digital - Universidade do ...

e-journal of children's literature - Biblioteca Digital - Universidade do ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

[E‐F@BULATIONS / E‐F@BULAÇÕES ] 6 / NOV 2010<br />

enganá-lo! Só podia ser! E o Peninha amuou, desanima<strong>do</strong> pelo seu esforço ter si<strong>do</strong><br />

to<strong>do</strong> em vão. Tanta coisa para nada! Borboleta mentirosa! Fingida! Então era este, o<br />

grande mistério? E julgas que eu acredito? Ha-ha! Vou-me embora... não brinco mais<br />

contigo! Vou mas é brincar com o Mané e com os outros patinhos da herdade!<br />

Borboletas ... mas quem é que quer brincar com borboletas? E o Peninha dispunha-se<br />

a dar meia volta para regressar ao carreiro que o levaria de regresso à herdade<br />

quan<strong>do</strong> nisto... a borboleta esvoaça de novo num ímpeto e desaparece como da<br />

primeira vez! O Peninha não queria acreditar no que estava a acontecer! Mas onde é<br />

que se metera aquela sirigaita? Não era possível ter-lhe escapa<strong>do</strong>! Só que agora a<br />

borboleta parecia querer dizer outra coisa, pois daí a nada voltava a aparecer no<br />

mesmo sítio de onde sumira, sobre o feto gigante. O Peninha não esteve com meias<br />

medidas e resolveu avançar para descobrir o que se passava ali de tão estranho!<br />

Aproximou-se <strong>do</strong> enorme feto mas nem assim a borboleta se mexeu um milímetro.<br />

“Estranho!” – pensava o Peninha, sem esconder a crescente curiosidade que o<br />

<strong>do</strong>minava. Subitamente, e bem à vista <strong>do</strong> pato, a borboleta afasta-se <strong>do</strong> feto e voa<br />

para dentro de um vazio escuro no meio da vegetação, desaparecen<strong>do</strong> pela terceira<br />

vez sem deixar rasto. Mas agora o Peninha já sabia o que fazer. Alguma coisa havia<br />

naquele local, nem que fosse terra, ou pedras... as plantas tinham de ter um pé firme<br />

em qualquer la<strong>do</strong> e, além disso, o Peninha bem sabia que as plantas tinham raízes... e<br />

raízes significavam terra. O pato reflectiu melhor ao lembrar-se <strong>do</strong>s nenúfares <strong>do</strong> lago<br />

– bem, havia plantas da água! Estava ele nestas altas especulações botânicas<br />

quan<strong>do</strong>, numa fracção de segun<strong>do</strong>, um ruí<strong>do</strong> quase imperceptível, um marulhar quase<br />

indistinto de águas se fez ouvir. Água! Era isso, água! Havia ali água, sem dúvida<br />

alguma! Impulsivo como só ele, o Peninha deixou-se cair no vazio escuro para onde a<br />

borboleta também saltara e... pasmem! Do interior da terra, escondi<strong>do</strong> entre a densa<br />

folhagem da mata, brotava um pequeno regato de águas muito frias e límpidas que ia<br />

ter a uma gruta acanhada escavada na rocha. O pato abria e fechava o bico de<br />

surpresa e curiosidade, seguin<strong>do</strong> sem hesitar a pista da água. Uma vez no interior da<br />

terra, o leito <strong>do</strong> regato alargava-se, forman<strong>do</strong> uma espécie de bacia pouco pr<strong>of</strong>unda,<br />

que logo depois afunilava num túnel escuro perfuran<strong>do</strong> a terra. Como a corrente era<br />

fraca, a pequena bacia rochosa mais parecia um laguinho delicioso. O Peninha estava<br />

no seu elemento, sem ninguém para o incomodar nem atrapalhar no <strong>do</strong>ce deslizar<br />

tranquilo daquele “spa” privativo... bem, quanto à borboleta azul... sim, quanto àquela<br />

safada, tinha debanda<strong>do</strong> sem deixar rasto...! Mas que era isso para um pato<br />

aventureiro e independente como o Peninha?<br />

96

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!