escondera, sob a sua poderosa proteção, o foragi<strong>do</strong>, para recambiá-lo aos pagos pelo primeiro brigue. Podemos agora esclarecer definitivamente o assunto. É justo que bastem cem anos para um segre<strong>do</strong>. Sobretu<strong>do</strong> é necessário que se restabeleçam os valores históricos numa revisão exata. Bento Gonçalves livrou-se <strong>do</strong>s úmi<strong>do</strong>s cárceres <strong>do</strong> Forte <strong>do</strong> Mar graças ao concurso e ao apoio de um "espírito": o <strong>do</strong>s republicanos da Bahia que, em 7 de novembro de 37, vibrariam o golpe da Sabinada. Mas nas lojas maçônicas se premeditou e realizou a façanha, <strong>do</strong> que há <strong>do</strong>cumento novo, nas atas velhas, que passamos a transcrever. Assim, no dia 28 de junho daquele ano, na Loja Virtude no Oriente da Bahia, "o Irmão Secretário apresentou uma 'prancha' <strong>do</strong> Ir. Bento Gonçalves da Silva, grau 18, de que ficou a Loja ciente, logo nomea<strong>do</strong>s os I. I. Guimarães, Manoel Joaquim e Marques para se dirigirem por parte da Loja ao dito I. e participarem-lhe que ela ficou inteirada, e que faria o que estivesse a seu alcance a fim de melhorar a sua sorte..." E no dia 30, na Fidelidade e Beneficência: "teve lugar igualmente a leitura de outra 'prancha' (maçônica) dirigida pelo Ir. Rosa-cruz Bento Gonçalves da Silva, preso no Forte <strong>do</strong> Mar por efeito de <strong>com</strong>oções políticas, fazen<strong>do</strong> ver o esta<strong>do</strong> em que se achava; e à vista <strong>do</strong> que pedia o único recurso de lhe serem ministra<strong>do</strong>s meios de ser muda<strong>do</strong> para uma prisão cômoda, onde fosse lícito falar aos seus amigos; <strong>do</strong> que, sen<strong>do</strong> a Loja inteirada, foram nomea<strong>do</strong>s pelo Ir. Ven. para visitarem ao dito Ir., e lhe oferecerem os socorros de que ainda precisasse, ou estivesse ao alcance da L., o Ir. Roberto, Tesoureiro e Ora<strong>do</strong>r Adjunto... "Era um <strong>do</strong>s funda<strong>do</strong>res da sociedade <strong>secreta</strong> o próprio <strong>com</strong>andante <strong>do</strong> Forte de S. Marcelo; e, por notável coincidência, naquela noite recebeu a investidura maçônica o português Antônio Gonçalves Pereira Duarte, "<strong>brasil</strong>eiro a<strong>do</strong>tivo, <strong>com</strong> 36 anos de idade, católico romano, negociante, mora<strong>do</strong>r no cais Doura<strong>do</strong>". A referência é preciosa. Rezam as crônicas que o bergantim das farinhas, que preguiçosamente abria à viração as velas numa tarde calma de setembro, levan<strong>do</strong> para o Rio Grande <strong>do</strong> Sul oculto e salvo o chefe "Farrapo" — pertencia ao honra<strong>do</strong> <strong>com</strong>erciante Antônio Gonçalves Pereira Duarte. Aquelas bocas seladas por um juramento nunca falaram. Tinham, contu<strong>do</strong>, aqueles homens uma idéia altiva e digna de sua proeza. Formara-se no recinto de suas reuniões confidenciais a tempestade que destruiu Feijó. Dessas nuvens partiu o raio que siderou a Regência. Entregaram a Bento Gonçalves a espada caída; e impeliram o Império para a tranqüila estrada <strong>do</strong> segun<strong>do</strong> Reina<strong>do</strong>. 105
Cores de uma palheta literária... Também uma ronda de ilustres fantasmas que vêm recuperar no cenário da publicidade o seu honesto lugar, à sombra de um monumento — o <strong>do</strong> paladino gaúcho — e, num friso de Acrópole — a <strong>história</strong> <strong>do</strong> idealismo antigo! 106 PEDRO CALMON (Da "A Noite", de 3 de abril de 1937)
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Sebastião Ferreira Soares, no seu
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Capítulo I! A EPOPÉIA DOS CENTAUR
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os! gritaram os maçons. Enquanto u
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