gustavo barroso história secreta do brasil - temposdofim.com
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nação e, muito embora o que façam e digam, se tornam em breve a<br />
nação conquista<strong>do</strong>ra e <strong>do</strong>mina<strong>do</strong>ra. Que os cegos e os VENDI<br />
DOS, os que não vêem ou não querem ver não me incriminem por ter<br />
a vista mais aguda <strong>do</strong> que eles e a fibra nacionalista mais irritável (4)."<br />
Assim, subitâneas e sem motivo justifica<strong>do</strong>, estalaram todas as<br />
grandes revoltas de caráter campesino em diversos países, umas <strong>com</strong><br />
feição socialista, outras <strong>com</strong> feição reacionária e outras, perden<strong>do</strong>, no<br />
seu desenvolvimento, uma feição para assumir outra, às vezes inteiramente<br />
contrária. Os robota da Boemia e os hoja da Transilvania<br />
explodem da mesma forma, <strong>com</strong>o nos mostra Barruel. A revolução<br />
campônia <strong>do</strong> Minho, em Portugal, se apresenta da mesma maneira.<br />
Idêntica é a cabanagem <strong>do</strong> Grão-Pará. Nas "Notas Diárias", Pereira<br />
de Alencastre escreve, referin<strong>do</strong> o crime inicial de Raimun<strong>do</strong> Gomes:<br />
"Era preciso um pretexto para que os ambiciosos e descontentes<br />
pudessem romper <strong>com</strong> o governo (5)." Domingos José Gonçalves de<br />
Magalhães, visconde <strong>do</strong> Araguaia, cronista <strong>do</strong>s acontecimentos, declarava,<br />
anos mais tarde: "Que MÃO OCULTA dirigia este drama não<br />
se pode duvidar. Era Raimun<strong>do</strong> Gomes incapaz de tomar tal resolução,<br />
posto que por seus hábitos muito próprio para executá-la (6)."<br />
Quantos historia<strong>do</strong>res temos cita<strong>do</strong> e vamos citan<strong>do</strong>, antigos e<br />
modernos, que têm senti<strong>do</strong> a tal MÃO OCULTA nos sangrentos sucessos<br />
da Regência! Não fazemos mais <strong>do</strong> que identificar a Mão que<br />
sentiram, porém não puderam reconhecer.<br />
Houve, <strong>com</strong>o sempre, o preparo <strong>do</strong> clima necessário. O jornalzinho<br />
"Bemtevi", redigi<strong>do</strong> em linguagem popular pelo maçon Estevam<br />
Rafael de Carvalho, atacava violentamente o presidente da província,<br />
Vicente Tomás Pires de Figueire<strong>do</strong> Camargo. Acirrara-se uma luta de<br />
<strong>com</strong>petência e prestígio, no seio <strong>do</strong>s municípios, entre os prefeitos e<br />
os juizes de paz. O presidente ficara <strong>do</strong> la<strong>do</strong> daqueles. O "Bemtevi",<br />
<strong>do</strong> destes (7). Isto levou o dissídio e o rancor à intimidade da vida<br />
municipal. "Raimun<strong>do</strong> Gomes, o vaqueiro assassino, converteu-se<br />
em chefe <strong>do</strong> parti<strong>do</strong> Bemtevi e os que o levantaram <strong>do</strong> pó da terra<br />
envergonharam-se de sua obra (8)." Rebentada a bomba, o presidente<br />
Camargo não viu. não quis ver ou não pôde a MÃO OCULTA que<br />
acendera seu estopim. Considerou e apresentou os rebeldes <strong>com</strong>o<br />
simples saltea<strong>do</strong>res de estrada.<br />
Essa revolução matuta da Balaiada lembra em muitos pontos a<br />
rebeldia minhota a que já aludimos, vulgarmente conhecida pelo<br />
nome de Maria da Fonte, em 1846, cujo preparo foi visivelmente<br />
maçônico. Surgiam pelas aldeias indivíduos misteriosos, dan<strong>do</strong>-se<br />
<strong>com</strong>o apóstolos de novos cre<strong>do</strong>s, tal qual os que criaram o Reina<strong>do</strong><br />
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