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NUMERO 66 — ANNO XVIII — OUTUBRO DE 1940 —PREÇO 5$000

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s T A S<br />

s ETF.MBRO foi o mez por excellencia<br />

das Bellas - Artes.<br />

Basta dizer que foi o mez do<br />

Saião, a grande feira annual dos artistas<br />

plásticos, que se desafiam e<br />

se defrontam na conquista de prémios e do aplauso e do<br />

B£kíAf ARTE*<br />

/ estimulo do publico.<br />

Desta vez, a chamada "corrente moderna" conseguiu obter<br />

uma "divisão" própria para exhibir-se. Mas a officiaiisação<br />

da "corrente" não logrou interessar o publico, quo<br />

só passava pelas tres salas que lhe foram destinadas, porque<br />

eram de passagem forçada, para chegar á arte classica<br />

e sensata. A cilada, portanto, não lhe rendeu adeptos.<br />

Ao contrario, cresce, todos os dias, a repulsa a essa arfe<br />

aleijada, que nada exprime.<br />

A parte sadia da boa pintura apresentou-se sensivelmente<br />

melhorada sobre os annos anteriores. Os maiores prémios<br />

interessaram g r ande numero de candidatos, tendo a sua<br />

distribuição, de um modo quasi geral, agradado.<br />

Vicente Leite, o grande paisagista brasileiro, foi o aquinhoado<br />

com o premio de viagem ao extrangeiro.<br />

Os da viagem ao Brasil couberam a Manuel Faria e a<br />

Guignard, este ultimo pela corrente moderna. Conquistaram<br />

medalhas de prata o marinhista Heitor de Pinho,<br />

Fernando Martins, Salvador Pujais Sabaté, e Sotero Cosme.<br />

A medalha de ouro foi conferida a Luiz F. de Almeida<br />

Júnior, e as de bronze a Hindemburg Olive. Edgard Waiter,<br />

Maristany de Frias e Fritz Lehmann. Obtiveram, ainda,<br />

menção honrosa, Orval Saldanha, Gerson Pinheiro. Paulina<br />

Kaz, Amélia Maristany, Yara Leite e Marcos Carneiro.<br />

Na divisão moderna, afora Alberto Guignard, laureado<br />

com o premio de viagem ao Brasil, receberam medalhas<br />

de prata os artistas: Eurico Bianco, Aldo Bonadei, Roberto<br />

Burle-Marx, Percy Deane. Victorio Jobbis, Fúlvio Penaccfv,<br />

Viegas de Toledo Piza, Carlos Scliar, Aldory de Toledo, ,e<br />

Mario Zanini. Medalha de bronze, Borges da Costa, Rubem<br />

Cassa, Waldemar Costa, Francisco Rebolo Gonçalves,<br />

José M. Soares, Nelson Nóbrega, Quirino Silva e Maria<br />

Margarida. Menção honrosa: Daluza Amarante, Oswaldo<br />

Andrade, Else Wedege Arêde, Franco Cerni, Clóvis Jaciano,<br />

Renée Leférne. Manoel Martins, Georgete Pirnet,<br />

Luiz Soares e Gastão Worms.<br />

Conforme vem fazendo nos annos anteriores, "lllustração<br />

Brasileira" instituiu tres prémios para os concorrentes ao<br />

Salão Nacional de Bellas Artes, para as secções de Pintura,<br />

Esculpfura e Pintura moderna, prémios esses que foram<br />

conferidos, pelo Jury, aos artistas Cordélia Eloy de Andrade,<br />

Vicente Laroca e Luiz Soares, respectviamente.<br />

Os "Prémios lllustração Brasileira" constam de assignaturas<br />

annuaes deste mensario.<br />

Terminado o Salão Nacional, os artistas preparam-se para<br />

os salões estadoaes de S. Paulo e do Rio Grande.<br />

Antes do Salão tivemos algumas exposições: a de J. B.<br />

Paula Fonseca e Helios Seelinger, preparada apressadamente,<br />

e que não augmentaram as glorias da carreira de<br />

um e de outro; a de Maria Marqarida, Ismailovitch e<br />

Anna Maria Piergile; a de Víttorio Gobbis, filiado á cor-<br />

renîe moderna; e a de José Maria de Almeida, urri novo<br />

apaixonado, que surge com grandes possibilidades.<br />

No salão da A. B. I., inaugurou-se ha dias uma expo<br />

sição de pintura do sr. VÜtorio Gobbis, que expóz recentemente<br />

trabalhos seus na Associação dos Artistas Brasileiros.<br />

Artista premiado com a medalha de ouro no Salão de<br />

São Pau!o e agraciado excepcionalmente nas Exposições de<br />

Veneza, de Roma e de Pittsburg, que só reapparece, agora,<br />

após 8 annos de acurados estudos para o pleno domínio<br />

do sua expressão plástica, os seus quadros têm merecido<br />

as melhores referencias da critica.<br />

U5ICA O<br />

terceiro concerto da orchestra<br />

do Conservatorio dc<br />

Districto Federal demonstrou,<br />

sobejamente, o quanto pôde obter<br />

uma energia bem dirigida e bem<br />

comprehendida. Constituída de alumnos e professores, a<br />

orchestra, comprehendendo bem a missão em que se achava<br />

e se acha empenhada, apresentou-se cohesa e perfeitamente<br />

ensaiada. Isso é tanto mais para se louvar, quanto<br />

o único interesse que reúne os seus componentes é o bom<br />

nome do Conservatorio do Districto Federal, para o qual<br />

trabalham todos com grande dedicação.<br />

Haja vista a inclusão do "Motu perpetuo", de Paganini,<br />

no programma, assim como o Concerto de Viotti, confiado<br />

a Edgardo Guerra, e as valsas humorísticas de Nepomuceno<br />

entregues a Heloísa de Figueiredo Cordovil, que ultimamente,<br />

se vem impondo como pianista, á altura das<br />

tradições da família, e cuja execução, aprimorada e comunicativa<br />

é sempre um motivo de enlevo e de encantamento<br />

artístico.<br />

Carlos de Almeida, o talentoso virtuose, é positivamente<br />

um "director", cheio de qualidade que o recommendam.<br />

A sua batuta é, sem a mínima duvida, milagrosa.<br />

A<br />

grande revelação do mez foi o recital da jovem<br />

pianista Esther Naiberger. Estréa verdadeiramente<br />

sensacional. Em torno desse concerto, aguçara-se a<br />

curiosidade do meio musical, porque o talento notável da<br />

concertista já vinha sendo acompanhado desde o curso<br />

académico, conduzido, com extremo carinho, pelo professor<br />

Guilherme Fontainha.<br />

Esther Naiberger é um desses casos excepcionaes que surgem<br />

victoriosos.<br />

Virtuose cheia de predicados raros, temeperamento sensivel<br />

e execução extremamente comunicativa, ouvil-a é<br />

gozar um desses raros momentos em que a alma se extasia<br />

e se sublima pela felicidade de sentir.<br />

Essa menina constituiu um dos momentos mais gratos á<br />

nossa emoção artística.<br />

CONTINÚA obtendo crescidos êxitos a orchestra<br />

Symphonica Brasileira, que sob a regencia e direcção<br />

do maestro Eugen Szekar tem realisado uma série<br />

de excellentes concertos conseguindo impôr-se definitivamente<br />

ao publico desta Capital.<br />

O ultimo desses concertos, que teve lugar na Escola Nacional<br />

de Musica, obedecendo a um programma altamente<br />

seleccionado, veiu evidenciar mais uma vez a notável direcção<br />

technica da Orchestra Symphonica Brasileira e<br />

valeu também como prova da capacidade de seus integrantes.<br />

Realisação de hontem, o brilhante conjucto orchestral do<br />

maestro Szenkar não podia de modo algum conquistar,<br />

mais rapidamente do que conquistou, o applauso e a<br />

preferencia do publico carioca.

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