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legionários do rock andré luis campanha demarchi - UFRJ

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Se a Legião Urbana não é Punk, nem New Wave, nem Heavy 26 , o que será então? Muitas<br />

outras tentativas de defini-la surgiram: MPB, como afirmaram alguns críticos anos à frente?<br />

“Uma banda folk que trabalha com elementos <strong>do</strong> <strong>rock</strong>”, como disse certa vez Renato Russo? Ou<br />

ainda, uma banda que produz discos que “parecem ser recitais de poesia aos quais se adicionam<br />

um fun<strong>do</strong> musical”? Ou ainda mais uma vez, <strong>rock</strong>, e somente <strong>rock</strong>? Ou então, para extrapolar os<br />

<strong>do</strong>mínios nem sempre confiáveis das definições musicais, “um grupo de amigos que se juntou<br />

para tocar”? Ou seria “a banda que soube dizer o que os jovens queriam ouvir”? Ou, por fim (e<br />

esta é uma definição atual) a “banda que influenciou, através de suas canções, pelo menos duas<br />

gerações”?<br />

Estas representações ou possibilidades de definição da produção artística da Legião<br />

Urbana, realizadas por críticos musicais, fãs e pelos próprios músicos da banda, são exemplos da<br />

pluralidade de interpretações que um fenômeno cultural pode receber, dependen<strong>do</strong> de que ponto<br />

<strong>do</strong> processo ele esteja sen<strong>do</strong> observa<strong>do</strong>. Se, como vimos acima, o conceito de juventude<br />

apresenta, no decorrer <strong>do</strong> século vinte, definições diversas e por vezes conflitantes; se, como<br />

vimos também, o <strong>rock</strong> é a música que expressa simbolicamente esta multiplicidade <strong>do</strong> conceito<br />

de juventude; pode-se dizer, então, que a produção artística da Legião Urbana, bem como as<br />

referências e influências nela presentes, devem ser entendidas, <strong>do</strong> ponto em que está sen<strong>do</strong><br />

observada neste trabalho, também de mo<strong>do</strong> plural, uma vez que só assim, ao invés de responder<br />

com “rótulos” e “etiquetas” a primeira questão posta acima (afinal de contas o que é a Legião<br />

Urbana, além de uma “banda de <strong>rock</strong>”?), poderei traçar um mapa das representações que<br />

circundam esse fenômeno cultural, e ainda, as que dele emanam. Só assim, é possível interpretar<br />

os códigos culturais, as “teias de relações” (Geertz, 1989) tecidas pelos “<strong>legionários</strong>”, indivíduos<br />

que estabelecem contato com a produção artística da banda e que através deste contato, forjam<br />

para si uma identidade centrada nos princípios, signos e símbolos apresentadas pela Legião<br />

Urbana em suas canções, entrevistas e performances em shows.<br />

Então, para traçar a história da Legião Urbana e para começar a responder a tal pergunta,<br />

torna-se necessário, não buscar um princípio único, uma única resposta, uma única influência.<br />

Do punk, a Legião Urbana her<strong>do</strong>u o lema <strong>do</strong> it your self , pois foi ele que permitiu aos três<br />

componentes da banda – Da<strong>do</strong> Villa-Lobos (guitarras), Marcelo Bonfá (bateria) e Renato Russo<br />

26<br />

New Wave e Heavy Metal são alguns <strong>do</strong>s estilos musicais advin<strong>do</strong>s <strong>do</strong> <strong>rock</strong>, presentes no cenário musical <strong>do</strong>s<br />

anos oitenta.<br />

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