Relatrio de estgio.pdf - Repositório Aberto da Universidade do Porto
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infecções (transposição intestinal bacteriana) e reduzir a mortali<strong>da</strong><strong>de</strong>. O animal é manti<strong>do</strong> em<br />
jejum até ao vómito cessar. Posteriormente <strong>de</strong>ve ser-lhe ofereci<strong>da</strong> água e, no dia seguinte,<br />
pequenas refeições <strong>de</strong> uma dieta rica em hidratos <strong>de</strong> carbono e com quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> reduzi<strong>da</strong> <strong>de</strong><br />
gordura. No caso <strong>de</strong> ser necessário forçar a alimentação, as opções são a nutrição parentérica<br />
ou a nutrição entérica via jejunostomia, gastrostomia e entubação nasogástrica, sen<strong>do</strong> que as<br />
duas últimas são melhores opções se o vómito cessou. Os estu<strong>do</strong>s não mostram maior<br />
vantagem com a nutrição parentérica e acrescentam que está associa<strong>da</strong> a complicações como<br />
infecção <strong>do</strong> catéter, <strong>de</strong>ven<strong>do</strong> ser reserva<strong>da</strong> para animais que não toleram a nutrição entérica 30,<br />
35 . Um estu<strong>do</strong> recente <strong>de</strong>monstrou que a utilização <strong>de</strong> entubação nasogástrica foi bem tolera<strong>da</strong><br />
em cães com pancreatite severa, sem que se tivessem agrava<strong>do</strong> os sinais <strong>de</strong> <strong>do</strong>r ab<strong>do</strong>minal ou<br />
vómito, sinal <strong>de</strong> que a nutrição entérica pré-pilórica não incitou a autodigestão pancreática. O<br />
tipo <strong>de</strong> nutrição i<strong>de</strong>al e o timing exactos requerem ain<strong>da</strong> investigação 35 . No caso <strong>do</strong> Tison, não<br />
foi necessário recorrer a formas <strong>de</strong> alimentação alternativas pois este tolerou a água e o<br />
alimento. Para controlar o vómito, po<strong>de</strong>rão ser utiliza<strong>do</strong>s antieméticos. A metocloprami<strong>da</strong> é<br />
uma opção, mas o facto <strong>de</strong> estimular a motili<strong>da</strong><strong>de</strong> gástrica, aumentan<strong>do</strong> a <strong>do</strong>r e a libertação <strong>de</strong><br />
enzimas pancreáticas e <strong>de</strong> ter efeitos questionáveis sobre a perfusão esplâncnica, levam à<br />
utilização alternativa <strong>de</strong> clorpromazina, antagonistas <strong>do</strong>s receptores 5-HT3 (<strong>do</strong>lasetron ou<br />
on<strong>da</strong>nsetron) ou agonistas <strong>do</strong> NK1 (maropitant). Protectores gástricos, como a ranitidina e<br />
famotidina, po<strong>de</strong>m ser administra<strong>do</strong>s <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> ao risco <strong>de</strong> ulceração gastroduo<strong>de</strong>nal. Apesar <strong>de</strong><br />
a pancreatite em cães estar raramente associa<strong>da</strong> a infecção, alguns autores aconselham a<br />
utilização <strong>de</strong> antibióticos, enquanto outros aconselham a sua utilização apenas quan<strong>do</strong> há<br />
evidência <strong>de</strong> infecção como febre. Os antibióticos <strong>de</strong>vem ter espectro sobre microrganismos<br />
aeróbios e anaeróbios, po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> ser utiliza<strong>da</strong> a combinação <strong>de</strong> fluoroquinolonas, como a<br />
enrofloxacina, com metroni<strong>da</strong>zol ou amoxicilina 30, 31 . A utilização <strong>de</strong> plasma congela<strong>do</strong> fresco<br />
no tratamento tem si<strong>do</strong> estu<strong>da</strong><strong>da</strong>, uma vez que seria uma forma <strong>de</strong> repor os níveis plasmáticos<br />
<strong>de</strong> α-macroglobulinas consumi<strong>da</strong>s durante a resposta inflamatória. Um estu<strong>do</strong> recente,<br />
verificou que a administração <strong>de</strong> plasma fresco congela<strong>do</strong>, a cães com diversos graus <strong>de</strong><br />
pancreatite, não teve reflexo na recuperação ou em menor tempo <strong>de</strong> internamento, excepto se<br />
o animal apresentasse CID. O estu<strong>do</strong> <strong>de</strong>saconselha a sua utilização, porque além <strong>de</strong> não ter<br />
um efeito positivo, implica custos significativos e po<strong>de</strong> estar associa<strong>da</strong> a reacções<br />
transfusionais graves 35 . Frequentemente, após o tratamento <strong>de</strong> pancreatite são recomen<strong>da</strong><strong>da</strong>s<br />
dietas pobres em gordura, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> a algumas evidências <strong>de</strong> que a hipertrigliceridémia po<strong>de</strong><br />
contribuir para a patogénese <strong>da</strong> pancreatite, embora não existam estu<strong>do</strong>s que o comprovem 32 .<br />
A pancreatite agu<strong>da</strong> po<strong>de</strong> causar morte em 27%-42% <strong>do</strong>s casos 29 . O prognóstico varia <strong>de</strong><br />
acor<strong>do</strong> com a severi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong> quadro clínico. Está disponível uma classificação <strong>da</strong> severi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />
<strong>da</strong> patologia que po<strong>de</strong>rá ser útil na <strong>de</strong>cisão relativa à agressivi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong> tratamento 30 .<br />
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