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Plano Municipal de Conservação e Recuperação da Mata Atlântica

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se que as chuvas possibilitam ou impe<strong>de</strong>m o manejo <strong>de</strong> <strong>de</strong>termina<strong>da</strong>s culturas existentes no Sul<br />

do Brasil (Ferreira, 2000).<br />

Por sua diversi<strong>da</strong><strong>de</strong> climática, é importante o conhecimento <strong>da</strong> periodici<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> atuação<br />

dos ENOS no território brasileiro, visto que tal provoca gran<strong>de</strong>s perturbações climáticas<br />

(ciclones e chuvas com totais pluviométricos extremamente elevados em relação às normais<br />

locais e regionais ou, ao contrário, secas anormais) em regiões habitualmente isentas <strong>de</strong>sses<br />

eventos (Mendonça e Danni-Oliveira, 2007). De acordo com os autores, registrou-se a influência<br />

<strong>de</strong>sse fenômeno nos seguintes anos: 1941-1942, 1951, 1953, 1957-1958, 1965, 1969, 1972-1973,<br />

1976, 1982-1983, 1986, 1991, 1997-1998 e 2002-2003. Para Maringá, esse conhecimento prévio<br />

<strong>da</strong> atuação do ENOS é <strong>de</strong> suma importância, já que a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> se encontra numa área <strong>de</strong> transição<br />

climática, com o clima controlado pelas massas <strong>de</strong> ar tropicais e polares (Monteiro, 1973).<br />

Vários autores vêm <strong>de</strong>monstrando que uma <strong>da</strong>s principais causas <strong>da</strong> variabili<strong>da</strong><strong>de</strong> climática no<br />

Sul do Brasil, principalmente a precipitação pluvial, advém <strong>da</strong> ocorrência do fenômeno El Niño.<br />

Trenberth (1997), entre outros, <strong>de</strong>nomina o El Niño - Oscilação Sul (ENOS) como um fenômeno<br />

<strong>de</strong> gran<strong>de</strong> escala, caracterizado por anomalias no padrão <strong>de</strong> temperatura <strong>da</strong> superfície do oceano<br />

Pacífico tropical que ocorrem <strong>de</strong> forma simultânea com anomalias no padrão <strong>de</strong> pressão<br />

atmosférica.<br />

9. A <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong><br />

A <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong> brasileira é um dos 34 hotsposts mundiais sendo uma <strong>da</strong>s cinco áreas<br />

prioritária para conservação (Gradstein & Raeymaekers, 2000; <strong>Conservação</strong> Internacional do<br />

Brasil, 2005). Destaca-se, entre os ecossistemas brasileiros, por ter os maiores índices <strong>de</strong><br />

diversi<strong>da</strong><strong>de</strong> já encontrados em florestas tropicais, <strong>de</strong>vido às variações <strong>de</strong> relevo, regimes<br />

pluviométricos e uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s fitogeográficas (Rambaldi et al. 2003; Pinto et al. 2006) e por<br />

apresentar um alto nível <strong>de</strong> en<strong>de</strong>mismo (Giulietti e Forero, 1990; McNeely et al. 1990),<br />

abrigando mais <strong>de</strong> 60% <strong>de</strong> to<strong>da</strong>s as espécies terrestres do planeta (Lagos e Muller, 2007).<br />

Estima-se que a região abrigue <strong>de</strong> 1 a 8% <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> mundial, com 20.000 espécies <strong>de</strong><br />

plantas, sendo 40% endêmicas (Myers et al. 2000; Mittermeier et al. 2004).<br />

Esse importante bioma é um dos mais ameaçados do planeta, não apenas no Brasil, mas<br />

em todos os países em que se encontra (Galindo-Leal e Câmara, 2005; Lagos e Muller, 2007) . A<br />

exploração <strong>de</strong> recursos eliminou a maioria dos ecossistemas naturais, restando menos <strong>de</strong> 8% <strong>da</strong><br />

sua extensão original <strong>da</strong> floresta, distribuídos em <strong>de</strong>zenas <strong>de</strong> milhares <strong>de</strong> pequenos fragmentos<br />

(Fun<strong>da</strong>ção SOS <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong> et al., 1998; Silva e Tabarelli, 2000; Pinto e Brito, 2005). Nas

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