Novidades do varejo - CNC
Novidades do varejo - CNC
Novidades do varejo - CNC
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
pode agravar a questão da sobrevalorização<br />
<strong>do</strong> câmbio. Por outro la<strong>do</strong>, segun<strong>do</strong> Carlos<br />
Thadeu, os indica<strong>do</strong>res que acompanham a<br />
inadimplência no País mostram queda, e a<br />
intenção de consumo, como em to<strong>do</strong> o início<br />
de ano, diminuiu, mas não chega a níveis<br />
preocupantes. “Não houve ainda uma queda<br />
no consumo das famílias. Vai cair lentamente,<br />
à medida que o crédito está fi can<strong>do</strong> mais<br />
caro, mas é um processo lento. Desacelerar<br />
nossa economia será muito difícil, porque a<br />
entrada de capitais está muito forte”, afi rmou<br />
Carlos Thadeu de Freitas.<br />
O contexto econômico brasileiro é muito<br />
favorável em termos de entrada de recursos<br />
externos. O defi cit em conta-corrente, mesmo<br />
ten<strong>do</strong> subi<strong>do</strong> em 2010, ainda é altamente<br />
fi nanciável, além de não se confi gurar como<br />
um problema de curto prazo. Segun<strong>do</strong> Carlos<br />
Thadeu, o Brasil vai continuar solvente<br />
nos próximos anos. “Mas vai continuar ten<strong>do</strong><br />
um problema sério de como evitar a entrada<br />
de recursos externos. Se o Governo fechar<br />
muito a entrada de recursos externos, quan<strong>do</strong><br />
precisar não vai ter”, frisou. Para Thadeu,<br />
o Brasil, hoje, é um País que não apresenta<br />
risco para os investi<strong>do</strong>res porque tem uma<br />
cobertura institucional mais segura: “Quem<br />
investe no Brasil tem muito mais amparo<br />
institucional <strong>do</strong> que quem investe na China<br />
ou na Rússia. Temos agências que permitem<br />
ao investi<strong>do</strong>r ter certeza de que vai ter seu<br />
dinheiro de volta”.<br />
Conviver com o real aprecia<strong>do</strong> pode ser<br />
bom para o comércio, na visão de Carlos<br />
Thadeu de Freitas. “Nos próximos anos, a<br />
não ser que haja uma perspectiva de alta de<br />
taxa de juros muito forte nos Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s,<br />
e isso só vai acontecer se houver pressão<br />
infl acionária, vamos ter o real aprecia<strong>do</strong>, o<br />
que é muito bom para o comércio. Eu acho<br />
que os próximos serão, como foram os últimos,<br />
os anos <strong>do</strong> comércio”.<br />
Por outro la<strong>do</strong>, o economista também<br />
acredita que o Brasil vai continuar crescen<strong>do</strong>.<br />
“O País não vai desacelerar muito:<br />
vai cair de crescimento de sete para 4.5,<br />
5%, o que é uma taxa boa de crescimento<br />
econômico”, disse.<br />
À vista, só temos um problema: contornar<br />
as pressões infl acionárias, que vão continuar.<br />
Para isso, é importante o Governo<br />
se enquadrar mais, não pode confi ar só na<br />
política de segurar taxa de juros mais alta,<br />
porque isso vai atrair mais dólares ainda.<br />
“Não acredito que o Brasil vá ter mudanças<br />
radicais nos próximos meses. Vai ter<br />
uma desaceleração. As pequenas e médias<br />
empresas, que dependem de empréstimo<br />
bancário, vão pagar um pouco mais caro,<br />
vão ter o prazo um pouco mais curto. As<br />
empresas que dependem <strong>do</strong> BNDES, que<br />
têm dinheiro barato, essas vão continuar<br />
ten<strong>do</strong> acesso a dinheiro barato. As pequenas<br />
e médias empresas, realmente, vão ser um<br />
pouco prejudicadas nesse processo, porque<br />
dependem de crédito bancário”, enfatizou o<br />
economista. Nada que prejudique o comércio.<br />
“O empresário brasileiro, em geral, está<br />
otimista”, fi nalizou Thadeu.<br />
Ao microfone,<br />
Carlos Thadeu de<br />
Freitas fala sobre a<br />
economia no País, ao<br />
la<strong>do</strong> <strong>do</strong> presidente<br />
da <strong>CNC</strong>, Antonio<br />
Oliveira Santos, e <strong>do</strong><br />
vice -presidente da<br />
entidade, Gil Siuffo<br />
<strong>CNC</strong> Notícias<br />
Fevereiro e março 2011 n°132 19