Novidades do varejo - CNC
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OPINIÃO<br />
6<br />
O<br />
vocábulo inovação entrou na<br />
literatura econômica por volta<br />
da década de 1930, quan<strong>do</strong><br />
Joseph Schumpeter, um <strong>do</strong>s grandes<br />
economistas <strong>do</strong> Século XX, fez referência,<br />
em seus estu<strong>do</strong>s, à figura <strong>do</strong><br />
“empreende<strong>do</strong>r dinâmico”. Essa figura<br />
corresponde ao empresário que, “amigo<br />
da inovação”, não hesita em incorrer<br />
nos riscos implícitos na aceitação<br />
<strong>do</strong> novo. A inovação, como resulta<strong>do</strong><br />
da aplicação de princípios científicos<br />
a novos instrumentos e méto<strong>do</strong>s nos<br />
processos de produção, gera para o seu<br />
detentor, durante certo tempo, o que<br />
se denomina “posição institucional de<br />
monopólio” e reflete maior lucratividade<br />
para a empresa.<br />
Daí a necessidade imperativa de dar<br />
proteção às inovações, através das licenças<br />
e patentes, em um sistema de<br />
registro reconheci<strong>do</strong> internacionalmente,<br />
que garante a exclusividade de<br />
uso até que, com a passagem <strong>do</strong> tempo,<br />
venham a ser <strong>do</strong> <strong>do</strong>mínio público.<br />
Sobre o tema das patentes, a Folha<br />
de São Paulo publicou recentemente<br />
interessante matéria de autoria de Camila<br />
Fusco, na qual são feitas compa-<br />
<strong>CNC</strong> Notícias<br />
Fevereiro e março 2011 n°132<br />
Inovação e<br />
competitividade<br />
rações entre o Brasil e outros países,<br />
e recolhi<strong>do</strong>s depoimentos e reflexões<br />
sobre o nosso relativo atraso no campo<br />
da propriedade intelectual.<br />
Os da<strong>do</strong>s da Organização Mundial<br />
da Propriedade Intelectual (OMPI), que<br />
concentra os pedi<strong>do</strong>s de registro de patentes<br />
provenientes de todas as partes<br />
<strong>do</strong> mun<strong>do</strong>, trazem à luz tal atraso. Toman<strong>do</strong><br />
o ano de 2000 como base, a taxa<br />
média de crescimento da economia nacional<br />
levou o País a representar 2,7%<br />
da economia mundial no ano de 2009.<br />
Nesse mesmo espaço de tempo, em termos<br />
de patentes, o Brasil teve somente<br />
0,3% <strong>do</strong>s pedi<strong>do</strong>s internacionais. Em<br />
contraste, Coreia <strong>do</strong> Sul e China chegaram<br />
a 2009 com 5,7% e 7,3%, respectivamente,<br />
de participação no total de<br />
patentes mundialmente válidas.<br />
Há pelo menos três argumentos que<br />
explicariam porque as inovações não<br />
impulsionam, como poderiam, nossa<br />
competitividade interna e externa: <strong>do</strong>is<br />
de natureza cultural e um, talvez o mais<br />
importante, de caráter institucional.<br />
O primeiro argumento, apresenta<strong>do</strong><br />
pelo Professor Paulo Feldmann,<br />
da Universidade de São Paulo (USP),