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musical toma novos rumos, passando a ser não mais específica de compositores e músicos<br />
com formação musical tradicional.<br />
Nesse contexto, propriamente, na década de 80 surgiu a figura do Dj produtor 3 no<br />
cenário musical que utilizando amplamente os recursos das tecnologias, tanto eletrônica<br />
quanto, posteriormente, as digitais, contribuiu para que emergissem novas estéticas musicais,<br />
como exemplo, a música eletrônica de pista na esfera da música pop.<br />
O termo música eletrônica de pista nessa pesquisa se refere à música produzida pelos<br />
Djs (Disc Jóqueis) 4 com o intuito de ser tocada e, principalmente, dançada nas raves 5 e clubs 6 .<br />
O termo apareceu pela primeira vez na década de 50, e nesse período foi usado para designar<br />
“a realização musical a partir de dispositivos de síntese sonora (os sintetizadores)”<br />
(RODRIGUES, 2005, p. 54). Contudo, desde a década de 80 vem sendo empregado para se<br />
referir também ao estilo musical dançante produzido por Djs. É importante lembrar ainda que<br />
alguns autores como Arango (2005) e Rodrigues (2005) referem-se também à musica<br />
produzida pelo Kraftwerk e outros grupos como sendo eletrônica, por isso, adota-se o termo<br />
“música eletrônica de pista” já utilizado por Arango (2005) para distinguir esta vertente da<br />
música eletrônica acadêmica que mais tarde, juntamente com a música concreta passaria a ser<br />
designado de eletroacústica ou acusmástica.<br />
O gênero eletrônico de pista emergiu propriamente, entre a década de 80 e 90 com as<br />
vertentes Techno (Detroit) e House (Chicago), sendo que posteriormente, surgem o Drum’n<br />
bass e o Trance. Estes são os pilares desse gênero, que se desdobram ainda em diversos<br />
estilos: Deep House, Electro House, Tech house. Esta cultura da música eletrônica tem raízes<br />
na música dançante da década de 70, conhecida como Disco Music, mas se consolidou na<br />
cena rave inglesa, no final da década de 80, “especialmente nas festas do verão inglês de 1988,<br />
conhecido como summer of love” (SÁ, 2006a, p. 2 ).<br />
O gênero se difere da vertente da música eletrônica acadêmica apresentando algumas<br />
características próprias. Conforme Sá (2003, p. 9) esta é explorada em termos de timbres,<br />
texturas, espacialidade, ritmo e repetição, sendo “pensada como track e não como song”. No<br />
entanto, entende-se que a diferença se dá principalmente pelo ritmo e pela repetição. Segundo<br />
3 Este trabalha em estúdio caseiro e dentro da lógica do “do it yourself”(SÁ, 2006a, p.3. grifo da autora).<br />
4 De acordo com Sá (2006a), remete-se ao profissional responsável por tocar boa música gravada para uma<br />
audiência – seja no rádio, num salão de dança ou mais recentemente na televisão.<br />
5 Raves são festas comumente realizadas distante das áreas urbanas. Esse modelo de festa firmou-se na Grã-<br />
Bretanha na década de 80, atraindo milhares de jovens para áreas descampadas no interior do país ou galpões e<br />
estações abandonados, o que, segundo Sá (2006a), deu à rave uma conotação contracultural.<br />
6 Os Clubs são lugares pequenos cuja lotação dificilmente ultrapassa o de 500 pessoas. Na linguagem mais<br />
popular seriam as casas noturnas (FONTANARI, 2003).<br />
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