Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
A revisão de literatura compreende tanto autores da área de comunicação, tais como<br />
Lemos, (2008), Recuero (2009), Santini, 2005; Yúdice, 2007, Castro (2008; 2009), Sá (2003;<br />
2006a; 2006b; 2009), como de outras áreas. Para abordar as novas tecnologias, a produção e<br />
difusão musical e suas implicações na sociedade são utilizadas as discussões trazidas por<br />
autores como Lemos (2008) e Lévy (1999; 2007) em que debatem como as tecnologias foram<br />
apropriadas pelos indivíduos e defendem que estas não devem ser vistas nem como maléficas<br />
para a sociedade, nem como a sua salvação. Para os autores as tecnologias devem ser<br />
entendidas num contexto de profunda mutação dos setores de produção, seja ele industrial ou<br />
cultural. São reportados, também, autores como Morin (2009) que aborda a questão da<br />
mudança cultural que se processa na sociedade com a entrada dos meios de comunicação de<br />
massa. Da área de música a pesquisa serve-se de autores que tratam da música eletrônica,<br />
entre os quais destacam-se Rodrigues (2005) e Fritsch (2008), ou de assuntos relacionados,<br />
como Arango (2005), Araldi (2004), Gohn (2002) e Carvalho (1999). Estes autores que<br />
discorrem sobre a relação da música e as tecnologias, ou seja, como no decorrer do tempo as<br />
tecnologias foram incorporadas na atividade musical, contribuindo para o surgimento de<br />
novas “poéticas musicais” (RODRIGUES, 2005).<br />
A partir da revisão sobre a música eletrônica, pode-se perceber que muitos estudos<br />
sobre o gênero têm sido realizados no Brasil, e mesmo no exterior, no entanto, estes têm se<br />
focado no contexto social das festas raves, abordando os elementos que constituem a cultura<br />
club (FONTANARI, 2003; CALADO, 2006). Entende-se a importância desses estudos para o<br />
conhecimento científico sobre a temática, no entanto, como ressaltado anteriormente, deve se<br />
levar em conta que essa música, vem se libertando cada vez mais desse ambiente, portanto e<br />
não deve ser entendida como sinônimo de festa (PETIAU, 2001a). Ressalta-se que não se<br />
pretende abordar aqui o contexto festivo da música eletrônica, visto que há uma amplitude de<br />
estudos a esse respeito, mas, principalmente, porque entende-se que o trabalho profissional do<br />
Dj, ainda que compreenda em grande parte a performance nas pistas de dança, é também<br />
constituído por atividades igualmente importantes, com as quais se relaciona e interage com<br />
seus públicos, que, antecedem ou fundamentam esse momento constituindo-se em formas<br />
específicas de desenvolver comunicação.<br />
Alguns estudos se debruçam sobre a questão estética da música eletrônica e a<br />
produção de um nova postura de escuta (ARANGO, 2005; RODRIGUES, 2005). Já a respeito<br />
do papel do Dj, têm se destacado esses sujeitos como “xamãs” que levam os ouvintes a outro<br />
“plano espiritual” por meio da música (FERREIRA, 2006). E também ao contrário dessas<br />
visões holísticas em torno do papel do Dj, diversos artigos e dissertações abordam a questão<br />
16<br />
16