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baixo - UFMT

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2. AS TECNOLOGIAS DIGITAIS: OS NOVOS MEIOS DE PRODUÇÃO<br />

MUSICAL<br />

No percurso da história da humanidade sempre houve uma íntima relação entre a<br />

tecnologia e música, considerando a invenção de todo e qualquer instrumento musical como<br />

uma forma de tecnologia que, no sentido proposto por Iazzetta (1997, p. 1), remete às<br />

“ferramentas (conceituais ou materiais) utilizadas na realização de uma determinada tarefa”.<br />

No entanto, é especialmente a partir dos séculos XIX e XX que a relação entre tecnologia e<br />

música se intensifica. E isso aconteceu devido a fatores como o aumento do conhecimento<br />

sobre aspectos do som, o acesso à energia elétrica de <strong>baixo</strong> custo e a utilização das<br />

tecnologias eletrônica e digital na geração sonora artificial segundo Iazzeta (1997).<br />

A relação entre música e tecnologia, ainda, desperta questões, tais como se<br />

determinadas tecnologias no universo sonoro teriam surgido para atender às necessidades<br />

estéticas da música, ou, ao contrário, se novas vertentes estéticas acompanharam o<br />

desenvolvimento da tecnologia. Citando como exemplo a música eletroacústica, Zuben (2004)<br />

afirma que no século XX novas estéticas musicais foram criadas com o desenvolvimento das<br />

tecnologias de gravação sonora. Entretanto, em outros momentos da história da música<br />

ocidental, o aperfeiçoamento de antigos instrumentos parece ter atendido às necessidades<br />

estéticas de épocas. O autor exemplifica com as flautas orquestrais, antes de madeira, que<br />

passaram a ser feitas com metal, os instrumentos de cordas da família do violino, que tiveram<br />

modificações nos formatos dos arcos e nas cordas que eram fabricadas com tripas e passaram<br />

a ser utilizados materiais como naylon e metal, e, ainda, a criação de novos instrumentos<br />

como a família do saxofone e saxhorns e o piano (pianoforte). Nestes casos a tecnologia<br />

parece atender a uma necessidade estética da música do romantismo do século XIX, na qual<br />

compositores passaram a explorar uma maior gama de expressões e sonoridades, que por sua<br />

vez exigiam maior volume de som dos instrumentos. Remetendo ao pensamento de Lévy<br />

(1999) as técnicas teriam, assim, não determinado, mas condicionado a sociedade. Do mesmo<br />

modo, neste trabalho prefere-se abordar as tecnologias não como determinantes e sim<br />

condicionantes, assim, entende-se que estas ao longo do tempo abriram novas possibilidades<br />

também para experiências estéticas na produção musical.<br />

Ao se discutir essa relação entre a música e as tecnologias, aqui, se remete aos novos<br />

meios de produção provenientes, principalmente, dos conhecimentos adquiridos após o<br />

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