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UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO - ICHS/UFOP

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CAPÍTULO II<br />

A Escrita da História como a Restauração do Império Português<br />

1 - A produção intelectual de José da Silva Lisboa no período joanino<br />

Antes de adentrar na discussão sobre os escritos de Silva Lisboa devemos<br />

lembrar que naquele momento a economia do Império lusitano era fortemente<br />

marcada pelos efeitos da Reforma Pombalina que engendrara um sem número de<br />

monopólios por parte dos comerciantes nacionais através de contratos e conces-<br />

sões em que o Estado se mantinha como gestor maior. 79 Além disso, a política<br />

joanina de abertura dos portos entraria em choque com a política monopolista<br />

desenvolvida pelo Marquês de Pombal.<br />

Segundo Antonio Pennalves Rocha,<br />

42<br />

A Instalação da Corte no Rio de Janeiro abalou o equilíbrio em<br />

que vinha se mantendo esse conjunto de interesses econômicos,<br />

porque as medidas que foram tomadas para tornar o Brasil sede<br />

da monarquia afetaram os interesses de comerciantes portugueses<br />

e brasileiros que exerciam as suas atividades de acordo com<br />

o monopólio colonial, bem como os de determinados produtores<br />

portugueses que tinham o mercado garantido para seus produtos<br />

na colônia. Sentindo-se lesados pelas medidas da Coroa, esses<br />

grupos passaram a acusá-la de favorecer a lavoura escravista<br />

brasileira e os ingleses, prejudicando atividades comerciais que<br />

durante muito tempo haviam escorado a economia do Império. 80<br />

Muitos comerciantes nacionais questionaram a política do governo sediado<br />

no Rio de Janeiro, e discutiram se não seria mais interessante para Portugal – e<br />

consequentemente para o Brasil – que houvesse um afrouxamento nas relações<br />

econômicas com a Inglaterra e uma aproximação maior com a nação francesa,<br />

atitude que Silva Lisboa definiria como anglofóbica. 81<br />

Percebe-se, então, que a partir das medidas tomadas pela monarquia no<br />

Brasil como a abertura dos portos, a permissão para o estabelecimento de fábricas<br />

79<br />

FARIA JR, Carlos de. O Pensamento Econômico de José da Silva Lisboa, Visconde de Cairú.<br />

São Paulo. USP, 2008, p. 53.<br />

80<br />

ROCHA, Antonio Penalves (Org.) Visconde de Cairu. São Paulo: Ed. 34, 2001, p, 39.<br />

81 FARIA JR, Carlos de. Op Cite, p, 206.

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