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UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO - ICHS/UFOP

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2 - O Mapeamento dos Contextos Discursivos das Memórias<br />

Nesta seção discutiremos os contextos discursivos que permeiam a produ-<br />

ção historiográfica de Silva Lisboa no período de 1808 a 1819. Para tal, apresenta-<br />

remos um mapeamento dos autores citados pelo escritor baiano, em suas Memó-<br />

rias Históricas, que nos fornece grandes indícios dos contextos discursivos pre-<br />

sentes em seu discurso historiográfico.<br />

Este mapeamento demonstrou a presença de renomados autores, que vão<br />

desde clássicos da antiguidade como Homero, Tácito, Virgílio e Cícero, passando<br />

por importantes nomes do Iluminismo Britânico como Edmund Burke, Adam<br />

Smith, David Hume e Edward Gibbon e também clássicos da cultura letrada lusi-<br />

tana como João de Barros, Camões e Padre Antônio Vieira. A heterogeneidade de<br />

referências a respeitáveis nomes da República das Letras e de tradições historio-<br />

gráficas apresenta questões sobre a análise das citações e linguagens político-<br />

historiográficas nas obras pesquisadas.<br />

Podemos definir alguns tipos de usos das citações de autores que facilitam<br />

a compreensão da composição dos contextos discursivos das Memórias. Muitos<br />

dos autores citados por Silva Lisboa são empregados como autoridades sobre o<br />

assunto tratado no trecho em que são citados, ou mesmo como fontes confiáveis<br />

para o estudo e compreensão de determinados assuntos, como por exemplo, Willi-<br />

am Granville Eliot 89 e Francis L. Clarke 90 , que Silva Lisboa afirma terem sido as<br />

principais obras de referência para a elaboração da Memória da Vida Pública de<br />

Lord Wellington.<br />

Este tipo de referência a autores que são empregados como fontes confiá-<br />

veis sobre os temas narrados demonstra a erudição de Silva Lisboa e a amplitude<br />

dos contextos discursivos que estavam disponíveis naquele momento. Mas não é<br />

nesse tipo de referência que pretendemos nos concentrar, estamos mais interessa-<br />

dos no emprego de autores e tradições historiográficas que, em alguma medida,<br />

foram importantes para a construção do discurso das Memórias.<br />

89<br />

ELIOT, William Granvile. Tratise of Defence of Portugal. London, Military Library. 3° Ed.<br />

1811.<br />

90<br />

CLARKE, Francis L, The Life of the Most Noble Arthur, Marquis and Earl of Wellington. New<br />

York, Van Winkle and Wiley, 1814.<br />

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