Sesi-RS - Revista Em Evidência
Sesi-RS - Revista Em Evidência
Sesi-RS - Revista Em Evidência
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
o país, mas menos do que o mundo.<br />
Nessa última década, a economia global<br />
expandiu-se 3,5% em média ao ano.<br />
Portanto, continuamos perdendo espaço<br />
no cenário nacional e internacional”.<br />
A boa notícia vem do setor de serviços.<br />
<strong>Em</strong> 2012, enquanto a economia gaúcha<br />
deve encolheu cerca de 2%, o setor de<br />
comércio registrou uma expansão de<br />
8%. O comércio gaúcho também apresenta<br />
evolução acima da média nacional,<br />
crescendo 8,1% no acumulado dos<br />
últimos 12 meses, até outubro. Nesse<br />
mesmo período, o volume de vendas do<br />
país aumentou 7,6%.<br />
O desempenho de setores que dependem<br />
da renda e do emprego, como os<br />
bens de consumo não duráveis, tem se<br />
mostrado melhor no período recente.<br />
“Não podemos ficar<br />
dependendo de um<br />
clima ameno, de<br />
uma taxa de câmbio<br />
desvalorizada e das<br />
benesses do governo<br />
federal”<br />
Ricardo Russowsky,<br />
presidente da Federasul<br />
Alimentos, bebidas e fumo já estão acima<br />
do pico de vendas anterior, registrado<br />
em fevereiro de 2011. Nos últimos<br />
12 meses, as vendas do setor elevaram-<br />
-se em 14% no estado, acima da média<br />
nacional, de 8,1%, e quase o dobro em<br />
relação a fevereiro de 2011. Já os bens<br />
de consumo duráveis, que dependem<br />
mais do crédito, estão mostrando uma<br />
recuperação mais lenta, resultado da<br />
própria desaceleração do crescimento<br />
do crédito.<br />
Apesar do alento trazido pelo setor de<br />
serviços, Russowsky enfatizou que é<br />
preciso tomar providências para evitar<br />
que o estado continue a perder espaço<br />
no cenário nacional. “Não podemos ficar<br />
dependendo de um clima ameno, de<br />
uma taxa de câmbio desvalorizada e das<br />
benesses do governo federal”. Ele acrescentou<br />
que é preciso agir para estimular<br />
novos investimentos, especialmente<br />
em setores intensivos em tecnologia,<br />
mais propensos à inovação e, portanto,<br />
capazes de gerar um ciclo virtuoso e<br />
sustentável de desenvolvimento.<br />
Educação<br />
É nesse aspecto que Russowsky reforçou<br />
a posição adotada desde que<br />
assumiu a presidência da Federasul,<br />
elegendo a educação e a inovação como<br />
pilares importantes para o crescimento<br />
do estado. Ele alertou, por exemplo, que<br />
o Brasil investe pouco em P&D, apenas<br />
1,16% do PIB em 2012, enquanto<br />
a maioria dos países desenvolvidos e<br />
emergentes investe acima de 2% do PIB.<br />
O presidente da Federasul lembrou<br />
ainda que o Brasil apresenta uma<br />
das menores médias de anos de escolaridade<br />
entre os países emergentes,<br />
chegando a apenas 7,2 anos em<br />
2010. Nos Estados Unidos a média<br />
é de 12,4 anos, na Argentina fica em<br />
9,3 anos e no Chile é de 9,7 anos.<br />
Além disso, a qualidade da educação<br />
deixa a desejar e o país, em 2009,<br />
ocupava a 53ª posição entre 65 países<br />
analisados no PISA – teste que<br />
mede conhecimento e qualificação<br />
de alunos de 15 anos.<br />
A escassez de investimentos tem como<br />
consequência, entre outros fatores, um<br />
baixo número de pedidos de patentes,<br />
um dos limitadores da expansão<br />
da produtividade da economia. Para<br />
compensar essas carências, Russowsky<br />
considerou que é preciso adotar uma estratégia<br />
ativa, compensando a escassez<br />
de investimentos públicos estaduais em<br />
educação, infraestrutura. Com investimentos<br />
privados por meio de parcerias,<br />
utilizando os poucos recursos disponíveis<br />
para estimular setores-chave da<br />
nova economia (intensivos em tecnologia).<br />
EM EVIDÊNCIA | Ano 3 - Nº 27 - 2012 17