Sesi-RS - Revista Em Evidência
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OPINIÃO<br />
Carvão Mineral: necessidade, não uma opção<br />
O Brasil desenvolveu um sistema<br />
energético consistente,<br />
embora as longas distâncias<br />
e as características regionais<br />
diversas. Baseada nas potencialidades,<br />
conectada ao<br />
constante avanço tecnológico<br />
e priorizando novas fontes<br />
de energia, de acordo com a<br />
competitividade adquirida, a<br />
União construiu a sua política<br />
para o setor.<br />
Corretamente, a opção foi por<br />
uma matriz energética essencialmente<br />
renovável. Nos anos 70, as grandes hidroelétricas<br />
foram priorizadas. Com o passar do tempo,<br />
produz-se cada vez mais energia por área alagada.<br />
Houve progresso na geração a partir da biomassa. A<br />
pesquisa e o desenvolvimento da produção do etanol<br />
e do biodiesel são referências mundiais. Criou-se um<br />
programa de incentivo à energia eólica, que amplia a<br />
sua participação continuadamente na matriz energética.<br />
Observam-se, inclusive, as primeiras usinas de<br />
energia solar.<br />
Prospectando e explorando as jazidas de petróleo e de<br />
gás, chegando com sucesso a camada do pré-sal, investindo<br />
em tecnologia e construindo plataformas de extração<br />
em alto mar, o Brasil aumentou sobremaneira a<br />
sua produção. Usinas nucleares se justificam mais pelo<br />
interesse de desenvolver conhecimento científico.<br />
Construir um sistema predominantemente renovável<br />
é um avanço significativo. Mas, por outro lado,<br />
remete a um desafio para o setor elétrico brasileiro.<br />
A hidroenergia, a energia solar e a eólica são modais<br />
instáveis e dependentes do clima para uma geração<br />
constante. Logo, são necessários, também, investimentos<br />
em fontes complementares para assegurar a<br />
estabilidade e a eficiência energética.<br />
Na Região Sul, especialmente no Rio Grande do Sul,<br />
Beto Grill<br />
Vice-governador do Estado do <strong>RS</strong><br />
o carvão mineral é uma alternativa<br />
legítima e oportuna de<br />
segurança.<br />
Cabe lembrar que e a Revolução<br />
Industrial e o crescimento<br />
econômico dos paises desenvolvidos<br />
tiveram como sustentação<br />
a energia gerada por<br />
combustíveis fósseis, especialmente<br />
o carvão. À época, com<br />
um passivo ambiental considerável.<br />
Atualmente, novos<br />
processos reduzem a agressão<br />
ao ambiente e se projeta um<br />
incremento do seu uso em escala global. Hoje, 41%<br />
da energia elétrica mundial tem origem no carvão. No<br />
Brasil, o mineral representa 1,4% da matriz energética.<br />
Dentro desta realidade, advogo a conveniência de utilizar<br />
o carvão como fonte complementar ao sistema<br />
elétrico. A utilização a pleno do potencial das reservas<br />
existentes elevaria a sua participação para 7%. Uma<br />
taxa modesta, que não traria maiores prejuízos ao<br />
ambiente.<br />
Existem projetos outorgados com licença ambiental,<br />
investidores interessados e tecnologia para utilizar<br />
com lucratividade o carvão na geração de energia e na<br />
carboquímica.<br />
No <strong>RS</strong>, particularmente, a inclusão do carvão mineral<br />
nos próximos leilões A-5 terá, ainda, um importante<br />
papel no desenvolvimento regional, gerando emprego<br />
e renda em regiões deprimidas economicamente,<br />
além de reduzir a importação de energia.<br />
O Brasil vai crescer, nisso todos cremos. Vai precisar<br />
de muita energia. E de qualidade. Portanto, é imperativo<br />
um aproveitamento racional dos recursos energéticos.<br />
Assim, utilizar o carvão mineral não é uma<br />
opção, mas uma necessidade.<br />
EM EVIDÊNCIA | Ano 3 - Nº 27 - 2012<br />
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