Sessões de Comunicações Coordenadas com resumo (PDF)
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Jornada <strong>de</strong> estudos da Linguagem - JeL VII<br />
SESSÕES COORDENADAS<br />
OUTRO a experimentá-la. Os resultados do <strong>de</strong>senvolvimento do projeto – os quais se apresentam <strong>com</strong>o uma forma <strong>de</strong> ação no mundo através<br />
da apropriação da linguagem – procuram respon<strong>de</strong>r: Quem somos nós, os cariocas? Como é a cida<strong>de</strong> que habitamos e transformamos? O que<br />
<strong>de</strong>sejo <strong>com</strong>partilhar – <strong>de</strong>la e <strong>de</strong> nós – <strong>com</strong> o meu OUTRO? Os expectadores terão a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> – através da exposição <strong>de</strong> alguns dos<br />
cartões postais produzidos pelos alunos – “passearem” por novos cenários <strong>de</strong> nossa cida<strong>de</strong>, bem <strong>com</strong>o <strong>de</strong> se i<strong>de</strong>ntificarem <strong>com</strong> os espaços<br />
e pessoas neles retratados. Como aporte teórico que orienta nosso trabalho, recorremos aos conceitos <strong>de</strong> linguagem, discurso, enunciado e<br />
gênero, <strong>com</strong> base nos estudos <strong>de</strong> Bakhtin (1986) e Maingueneau (2001), e também os <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> e subjetivida<strong>de</strong>, baseados em Coracini<br />
(2006), Grigoletto (2006), Magalhães (2006) e Moita Lopes (2006).<br />
4 • A autonomia no contexto teletan<strong>de</strong>m institucional e integrado<br />
Mariana Volpi Bonfim (Universida<strong>de</strong> Estadual Paulista)<br />
O projeto Teletan<strong>de</strong>m Brasil: Línguas Estrangeiras para Todos (TELLES, 2006) objetiva o ensino-aprendizagem <strong>de</strong> línguas através <strong>de</strong> interações<br />
entre brasileiros e estrangeiros por meio <strong>de</strong> programas <strong>de</strong> <strong>com</strong>unicação instantânea via internet (MSN, Skype). No Teletan<strong>de</strong>m in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte,<br />
os interessados são pareados pelos coor<strong>de</strong>nadores dos Laboratórios <strong>de</strong> Teletan<strong>de</strong>m (UNESP <strong>de</strong> Assis e <strong>de</strong> São José do Rio Preto) e, a partir<br />
<strong>de</strong> então, a dupla <strong>de</strong> alunos negocia os dias/horários das interações e se responsabiliza pelo seu aprendizado, embasando-se nos três<br />
princípios norteadores do projeto: separação das línguas, reciprocida<strong>de</strong> e autonomia (TELLES; VASSALLO, 2009). De acordo <strong>com</strong> o princípio<br />
da separação <strong>de</strong> línguas, a interação <strong>de</strong>ve acontecer meta<strong>de</strong> do tempo em uma das línguas envolvidas e meta<strong>de</strong> na outra. O segundo<br />
princípio, o da reciprocida<strong>de</strong>, propõe que os participantes se <strong>com</strong>prometam e colaborem um <strong>com</strong> a aprendizagem do outro. Já o princípio da<br />
autonomia propõe que o participante se responsabilize pela própria aprendizagem e <strong>de</strong>cida o quê, quando, on<strong>de</strong>, <strong>com</strong>o apren<strong>de</strong>r e por quanto<br />
tempo. A experiência <strong>com</strong> essa modalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> teletan<strong>de</strong>m mostrou que nem todas as parcerias in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes tinham resultados satisfatórios<br />
(ARANHA; CAVALARI, no prelo). Esse fato levou o projeto a adotar um caráter institucional ao incorporar as interações às ativida<strong>de</strong>s das<br />
disciplinas <strong>de</strong> Língua Inglesa dos cursos <strong>de</strong> Licenciatura em Letras e Bacharelado em Letras <strong>com</strong> Habilitação <strong>de</strong> Tradutor da UNESP-São José<br />
do Rio Preto. O presente trabalho parte do pressuposto <strong>de</strong> que essas mudanças têm implicações para o ambiente <strong>de</strong> ensino-aprendizagem,<br />
principalmente no que concerne à articulação dos três princípios teóricos norteadores do teletan<strong>de</strong>m. Este projeto preten<strong>de</strong>, assim, <strong>de</strong>screver<br />
esse novo contexto, enfocando quais características po<strong>de</strong>m promover ou inibir o exercício da autonomia pelos alunos participantes do projeto<br />
teletan<strong>de</strong>m institucional e integrado da UNESP-São José do Rio Preto. O ensino-aprendizagem via teletan<strong>de</strong>m bem sucedido pressupõe um bom<br />
relacionamento entre os parceiros, além da autonomia do interagente. No entanto, a autonomia não pressupõe isolamento. A aprendizagem<br />
no teletan<strong>de</strong>m não é individual, mas sim um processo colaborativo, o que está em alinhamento <strong>com</strong> a Teoria Sociocultural <strong>de</strong> Vygotsky (1994).<br />
De acordo <strong>com</strong> o autor, o homem é um ser social e apren<strong>de</strong> interagindo <strong>com</strong> outras pessoas. Assim, a aprendizagem acontece na interação<br />
entre o conhecimento real <strong>de</strong> uma pessoa, ou o que ela po<strong>de</strong> realizar in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente e o nível <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento potencial, alcançado<br />
sob orientação ou colaboração <strong>de</strong> um parceiro mais experiente. Nas interações teletan<strong>de</strong>m, ao assumir seu papel <strong>de</strong> expert na interação, o<br />
participante po<strong>de</strong> oferecer andaimes para apoiar a aprendizagem do parceiro. Por outro lado, ao assumir o papel <strong>de</strong> aprendiz, o participante<br />
po<strong>de</strong> contar <strong>com</strong> o apoio <strong>de</strong> seu parceiro. Para melhor <strong>com</strong>preen<strong>de</strong>r as transformações sofridas pelo projeto e a necessida<strong>de</strong> da presente<br />
pesquisa, apresenta-se um breve histórico do ensino-aprendizagem via tan<strong>de</strong>m no Brasil, além <strong>de</strong> uma discussão teórica sobre aprendizagem<br />
autônoma <strong>de</strong> língua estrangeira. A investigação é <strong>de</strong> base qualitativa, <strong>de</strong> cunho etnográfico e utiliza questionários, diários reflexivos e gravações<br />
das interações <strong>com</strong>o instrumentos <strong>de</strong> coleta <strong>de</strong> dados. Trata-se <strong>de</strong> um trabalho em andamento, em fase <strong>de</strong> coleta <strong>de</strong> dados.<br />
26 Ca<strong>de</strong>rno <strong>de</strong> <strong>resumo</strong>s