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Envelhecimento e velhice na família contemporânea - Núcleo de ...

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Guita G.Debert e Júlio A.Simões – <strong>Envelhecimento</strong> e <strong>velhice</strong> <strong>na</strong> <strong>família</strong> <strong>contemporânea</strong> 14<br />

aqui, <strong>de</strong>fendida como a solução mais a<strong>de</strong>quada a um<br />

envelhecimento bem-sucedido.<br />

Os trabalhos <strong>de</strong> cunho antropológico sobre as novas<br />

comunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> idosos ajudam a redirecio<strong>na</strong>r a reflexão sobre a<br />

<strong>velhice</strong> em dois sentidos relevantes (Keith, 1980). Por um lado,<br />

permitem rever a idéia dos idosos como vítimas passivas das<br />

mudanças sociais, apontando, ao contrário, o seu papel ativo como<br />

operadores <strong>de</strong> mudanças, fazendo novos arranjos sociais. Por outro<br />

lado, esses estudos comparam as alter<strong>na</strong>tivas criadas pelos idosos<br />

com aquelas <strong>de</strong> outros grupos que também respon<strong>de</strong>ram <strong>de</strong> forma<br />

inovadora aos <strong>de</strong>safios colocados pela experiência <strong>contemporânea</strong>.<br />

Os motivos que conduzem à criação das comunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> idosos são<br />

os mesmos que levam à formação <strong>de</strong> comunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> outros grupos<br />

em diferentes faixas etárias – como o <strong>de</strong>sejo por homogeneida<strong>de</strong> e<br />

inter<strong>de</strong>pendência em face à ameaça exterior. Se, no caso dos idosos,<br />

é a ida<strong>de</strong> cronológica que estabelece um elo entre os resi<strong>de</strong>ntes, ela<br />

passa a ser irrelevante para <strong>de</strong>finir o status da pessoa <strong>na</strong> experiência<br />

comunitária. As i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s recicladas e criadas no interior <strong>de</strong>ssas<br />

comunida<strong>de</strong>s são uma forma ativa <strong>de</strong> rejeição a um conjunto <strong>de</strong><br />

valores que acabam por colocar certos setores nos <strong>de</strong>graus mais<br />

baixos da hierarquia social. Esses estudos alertam, ainda, para o fato<br />

<strong>de</strong> que a <strong>família</strong> não é a<strong>de</strong>quada enquanto mundo social total para os<br />

idosos nem para qualquer um <strong>de</strong>pois da infância. As novas formas <strong>de</strong><br />

sociabilida<strong>de</strong> <strong>na</strong> <strong>velhice</strong> não <strong>de</strong>veriam, assim, ser pensadas como<br />

substitutas das relações familiares, mas como esferas distintas <strong>de</strong><br />

relações.<br />

Além disso, o fato <strong>de</strong> os idosos viverem com os filhos não é<br />

garantia da presença <strong>de</strong> respeito e prestígio nem da ausência <strong>de</strong> maus<br />

tratos. As <strong>de</strong>núncias <strong>de</strong> violência física contra idosos aparecem nos<br />

casos em que diferentes gerações convivem <strong>na</strong> mesma unida<strong>de</strong>

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