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Envelhecimento e velhice na família contemporânea - Núcleo de ...

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Guita G.Debert e Júlio A.Simões – <strong>Envelhecimento</strong> e <strong>velhice</strong> <strong>na</strong> <strong>família</strong> <strong>contemporânea</strong> 15<br />

doméstica. Assim, a persistência <strong>de</strong> moradias multigeracio<strong>na</strong>is não<br />

po<strong>de</strong> ser vista necessariamente como garantia <strong>de</strong> uma <strong>velhice</strong> bem-<br />

sucedida. Morar junto não é índice <strong>de</strong> relações mais amistosas entre<br />

os idosos e seus filhos (Evandrou e Victor, 1989; Debert, 2001).<br />

A dificulda<strong>de</strong> central dos trabalhos que procuram avaliar o<br />

bem-estar <strong>na</strong> <strong>velhice</strong> está, sem dúvida, <strong>na</strong> ausência <strong>de</strong> medidores<br />

eficazes e <strong>de</strong>finitivos sobre a qualida<strong>de</strong> das relações entre gerações<br />

<strong>na</strong> <strong>família</strong>, ou sobre os significados da integração ou da segregação<br />

espacial. A <strong>velhice</strong> é, assim, retratada <strong>de</strong> maneira distinta em função<br />

do tipo <strong>de</strong> interação focalizada. Pensar <strong>na</strong> relação entre o idoso e a<br />

<strong>família</strong> é ora fazer um retrato trágico da experiência <strong>de</strong><br />

envelhecimento, ora minimizar o impacto das transformações<br />

ocorridas <strong>na</strong>s relações familiares. Pensar <strong>na</strong> interação entre idosos é,<br />

pelo contrário, traçar um quadro em que um conjunto <strong>de</strong> mudanças e<br />

a criativida<strong>de</strong> grupal seriam capazes <strong>de</strong> minimizar ou mesmo negar<br />

os inconvenientes trazidos pelo avanço da ida<strong>de</strong>.<br />

<strong>Envelhecimento</strong> e arranjos familiares no Brasil<br />

As pesquisas <strong>de</strong>mográficas mostram crescente diversida<strong>de</strong> e<br />

flui<strong>de</strong>z nos arranjos familiares brasileiros, evocando um cenário bem<br />

mais complexo do que a suposta passagem do mo<strong>de</strong>lo “patriarcal”<br />

(Corrêa, 1994), associado à convivência <strong>de</strong> muitos parentes e um<br />

sistema hierárquico rígido <strong>de</strong> valores e posições <strong>de</strong> autorida<strong>de</strong>, para<br />

o mo<strong>de</strong>lo “mo<strong>de</strong>rno”, formado pelo casal heterossexual e seus filhos,<br />

on<strong>de</strong> a criança ocuparia lugar <strong>de</strong> <strong>de</strong>staque.<br />

Os diferentes tipos <strong>de</strong> <strong>família</strong>s em torno dos quais se organiza a<br />

maioria dos domicílios brasileiros ten<strong>de</strong>m a abarcar um complexo <strong>de</strong><br />

relações <strong>de</strong> parentes e não-parentes gerado por casamentos, divórcios<br />

e recasamentos. Entre as <strong>família</strong>s com filhos, predomi<strong>na</strong>m os

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