Ecologia da Floresta - PDBFF - Inpa
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inferências sobre o impacto <strong>da</strong> exploração e propor<br />
estratégias de minimização desses impactos, visando a<br />
sustentabili<strong>da</strong>de não só econômica, mas também ecológica<br />
<strong>da</strong> floresta.<br />
Agradecimentos<br />
Agradecemos ao Carlos Eduardo “Jedi” Rittl pela<br />
orientação e pelo auxílio nos trabalhos de campo à Mil<br />
Madeireira, por permitir a realização do estudo em suas<br />
áreas.<br />
Referências bibliográficas<br />
Bierregaard, R.O., T. E. Lovejoy, V. Kapos, A. A. dos<br />
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24 Curso de Campo <strong>Ecologia</strong> <strong>da</strong> <strong>Floresta</strong> Amazônica - 2002<br />
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Grupo 3 – Projeto Orientado 2<br />
Orientador do projeto: Carlos Eduardo Rittl<br />
Herbívoros selecionam folhas compostas?<br />
Genimar Rebouças Julião, Paula Machado Pedrosa, Daniela Chaves Resende, Flavio José Soares Jr., Patricia García Tello<br />
Introdução<br />
Herbivoria e infecções por patógenos em comuni<strong>da</strong>des<br />
naturais podem ocorrer com alta freqüência , chegando a<br />
reduzir 11% <strong>da</strong> área foliar produzi<strong>da</strong> anualmente (Coley &<br />
Aide 1991). Isto pode interferir no crescimento e na<br />
reprodução de indivíduos, já que a planta ataca<strong>da</strong> irá desviar<br />
recursos para compensar o <strong>da</strong>no causado (Janzen 1970,<br />
Dirzo 1984, Clark & Clark 1985, Dirzo & Miran<strong>da</strong> 1991).<br />
Desta forma, as plantas desenvolveram mecanismos de<br />
defesa contra os herbívoros, tanto químicas quanto físicas,<br />
sendo a fase jovem <strong>da</strong> planta a mais susceptível à herbivoria.<br />
Como estratégias de defesa, plantas podem apresentar<br />
metabólitos secundários, crescimento rápido <strong>da</strong>s folhas<br />
jovens, produção sincroniza<strong>da</strong> de folhas (efeito de saciação<br />
do pre<strong>da</strong>dor), tricomas, clorofilamento tardio, associação<br />
com formigas (Coley & Aide 1991) e até morte/suicídio de<br />
células e/ou tecidos atacados (Fernandes & Negreiros 2002).<br />
No entanto, Cornelissen & Fernandes (2001) observaram<br />
que a concentração de compostos secundários e a taxa de<br />
herbivoria se relacionam fracamente na planta hospedeira<br />
Bauhinia brevipes (Leguminosae), mostrando que outras<br />
formas de defesa precisam ser estu<strong>da</strong><strong>da</strong>s.<br />
Gonsales e colaboradores (2002) notaram que a<br />
morfologia foliar de arecáceas poderia atuar,<br />
alternativamente, como uma forma de defesa contra<br />
herbívoros. Determina<strong>da</strong>s formas de folha associa<strong>da</strong>s a uma<br />
defesa induzi<strong>da</strong> (que desencadeia processos de defesa<br />
química) poderiam sinalizar a presença de compostos<br />
químicos repelentes ou tóxicas. Além disso, folhas com a<br />
margem serrea<strong>da</strong> podem aparentar que são folhas<br />
previamente ataca<strong>da</strong>s. Assim, um herbívoro evitaria a<br />
utilização de um recurso aparentemente atacado por outros<br />
herbívoros. Alternativamente, pássaros poderiam ser<br />
atraídos por este morfotipo de folha que sinalizaria a<br />
presença de herbívoros.<br />
A partir do estudo desenvolvido por Gonsales et al.<br />
(2002), baseamos nossa hipótese na idéia de que as plantas<br />
com diferentes tipos morfológicos de folhas (simples,<br />
composta, palma<strong>da</strong>, loba<strong>da</strong> digita<strong>da</strong>) podem sofrer<br />
herbivoria diferencia<strong>da</strong>. Neste estudo, hipotetizamos que<br />
plantas que apresentam folhas compostas seriam menos<br />
ataca<strong>da</strong>s que plantas com folhas simples, uma vez que a<br />
relação margem/limbo é maior, ocorrendo assim uma<br />
“diluição” <strong>da</strong> área foliar. Assim, a presença de folíolos numa<br />
folha (folha composta) minimiza os <strong>da</strong>nos que poderiam<br />
ser encontrados em uma única folha (folha simples). A<br />
descontinui<strong>da</strong>de espacial na folha composta atuaria como<br />
uma barreira à herbivoria.<br />
Metodologia<br />
Este estudo foi realizado no compartimento “N” <strong>da</strong> área<br />
de produção florestal <strong>da</strong> Mil Madereira, área onde houve<br />
extração seletiva de madeira há três anos. A coleta foi feita<br />
na área <strong>da</strong> bor<strong>da</strong>, em função <strong>da</strong> maior heterogenei<strong>da</strong>de e<br />
maior disponibili<strong>da</strong>de de espécies para serem utiliza<strong>da</strong>s<br />
como amostras independentes. Para isso, coletou-se em<br />
vários pontos ao longo <strong>da</strong> bor<strong>da</strong>, utilizando áreas naturais e<br />
maneja<strong>da</strong>s. As espécies foram coleta<strong>da</strong>s com podão ou,