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Ecologia da Floresta - PDBFF - Inpa

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distância euclidiana).<br />

Resultados<br />

Encontramos um total de 41 espécies, 28 na área alta de<br />

várzea e 15 na área baixa. Das 28 espécies encontra<strong>da</strong>s na<br />

área alta, 26 são exclusivas desta área. A área baixa<br />

apresentou 13 espécies exclusivas.<br />

A riqueza de espécies foi significativamente maior nas<br />

áreas com luz (p = 0,023). Os outros fatores testados<br />

(Riqueza x cota altitudinal (p = 0,33), abundância x<br />

luminosi<strong>da</strong>de (p = 0,061) e abundância x cota altitudinal (p<br />

= 0,164) não mostraram uma relação significativa.<br />

Houve uma níti<strong>da</strong> separação <strong>da</strong> composição de espécies<br />

de plântulas em relação cota altitudinal, porém não houve<br />

uma separação níti<strong>da</strong> em relação a luminosi<strong>da</strong>de (Figuras 2<br />

e 3). Isto mostra que a composição de plântulas é<br />

influencia<strong>da</strong> pela cota, ou seja, diretamente relaciona<strong>da</strong> ao<br />

nível e a duração do pulso de inun<strong>da</strong>ção.<br />

Figura 2. Ordenação (ordenação Bray-Curtis, baseado em<br />

distância de sorensen e projeção e resíduos com distância<br />

euclidiana) <strong>da</strong>s plântulas encontra<strong>da</strong>s em uma área alta e<br />

baixa <strong>da</strong> várzea na Ilha <strong>da</strong> Marchantaria.<br />

44 Curso de Campo <strong>Ecologia</strong> <strong>da</strong> <strong>Floresta</strong> Amazônica - 2002<br />

Axis 2<br />

Legen<strong>da</strong>:<br />

alto sombra<br />

alto sol<br />

baixo sombra<br />

baixo sol<br />

Axis 1<br />

Figura 3. Gráfico de ordenação (ordenação Bray-Curtis,<br />

baseado em distância de sorensen e projeção e resíduos<br />

com distância euclidiana) <strong>da</strong>s plântulas encontra<strong>da</strong>s em<br />

uma área alta e baixa <strong>da</strong> várzea em uma área aberta<br />

(exposta ao sol) e uma área fecha<strong>da</strong> (sombrea<strong>da</strong>) na Ilha<br />

<strong>da</strong> Marchantaria.<br />

Discussão<br />

A relação entre a riqueza de espécies e a luminosi<strong>da</strong>de já<br />

eram espera<strong>da</strong>s pelo fato deste fator seressencial para o<br />

desenvolvimento e estabelecimento <strong>da</strong>s plântulas. Parolin<br />

(2001) considera a luminosi<strong>da</strong>de um fator preponderante<br />

para o densenvolvimento de determina<strong>da</strong>s espécies <strong>da</strong><br />

Várzea.<br />

Entretanto, a riqueza entre as cotas altitudinais foi muito<br />

semelhante, sugerindo que nem sempre a similari<strong>da</strong>de de<br />

riqueza reflete as diferenças na composição vegetal de ca<strong>da</strong><br />

área. A composição de espécies distintas encontra<strong>da</strong>s nos<br />

dois locais de amostragem pode estar relaciona<strong>da</strong> com a<br />

diferença no tempo de inun<strong>da</strong>ção.<br />

Verificamos também, que a luminosi<strong>da</strong>de propicia maior<br />

riqueza em relação as áreas sombrea<strong>da</strong>s, este fator não foi<br />

um fator fun<strong>da</strong>mental para a determinação <strong>da</strong> composição<br />

vegetal <strong>da</strong>s espécies encontra<strong>da</strong>s em ca<strong>da</strong> área estu<strong>da</strong><strong>da</strong>.<br />

Como não medimos a intensi<strong>da</strong>de luminosa, não sabemos<br />

se as mesmas espécies estivessem em áreas com maior<br />

luminosi<strong>da</strong>de, este fator seria considerado significativo.<br />

A riqueza reflete a importância dos diferentes ambientes,<br />

pois mesmo quando o número de espécies é igual entre<br />

ambientes, a composição dos mesmos pode ser totalmente<br />

distinta. Como foi observado entre as duas cotas altitudinais.<br />

A diferença na composição encontra<strong>da</strong> nestas duas áreas<br />

pode estar relaciona<strong>da</strong> com a diferença no tempo de<br />

inun<strong>da</strong>ção e na quanti<strong>da</strong>de de sedimentos carreados no<br />

período hidrológico de cheia nos dois ambientes, Ferreira<br />

(2000) estu<strong>da</strong>ndo florestas de igapó verificou que nas<br />

florestas destes ambientes a riqueza não esta relaciona<strong>da</strong><br />

aos gradientes de inun<strong>da</strong>ção, Campbell et all. (1992)<br />

observou em área de várzea o aumento <strong>da</strong> riqueza com o<br />

decréscimo do gradiente de inun<strong>da</strong>ção no rio Juruá. Na<br />

análise de ordenação foi verifica<strong>da</strong> uma grande dispersão<br />

dos grupos por local amostrado. Isto sugere que a existência<br />

de outras variáveis que podem estar envolvi<strong>da</strong>s neste padrão<br />

como a dispersão de sementes <strong>da</strong>s espécies amostra<strong>da</strong>s,<br />

diferenças no tipo de solo e no grau de intensi<strong>da</strong>de luminosa.<br />

A importância <strong>da</strong> topografia na criação de diferentes<br />

ambientes na várzea está diretamente relaciona<strong>da</strong> com o<br />

estabelecimento de plântulas e de diferentes espécies.<br />

Diversos autores reforçam que a composição vegetal varia<br />

em diferentes gradientes topográficos e consequentemente<br />

com o Pulso de Inun<strong>da</strong>ção, (Ferreira 2000; Ferreira &<br />

Stohlgren 1999; Ferreira & Prance 1998; Wittmann &<br />

Parolin 1999; Parolin & Ferreira 1998; Ferreira 1997;<br />

Ferreira 1998; Parolin 2001; Campbell, Stone & Rosas Jr<br />

1992).<br />

A exploração antrópica nas áreas de várzea interferem<br />

na heterogenei<strong>da</strong>de <strong>da</strong> composição vegetal encontra<strong>da</strong>s em<br />

diferentes topografias. Desta forma, o conhecimento sobre<br />

a composição <strong>da</strong>s espécies que ocorrem em diferentes<br />

topografias é importante em projetos de regeneração de áreas<br />

desmata<strong>da</strong>s e pode contribuir para estratégias efetivas de<br />

conservação para este tipo de ecossistema.

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