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Ecologia da Floresta - PDBFF - Inpa

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e diversa. Desta maneira raízes de E. crassipes grandes<br />

podem abrigar maior número de invertebrados que as raízes<br />

menores nos diferentes bancos de macrófitas.<br />

Neste trabalho procuramos analisar a fauna de<br />

invertebrados associa<strong>da</strong> a raízes de E. crassipes comparando<br />

abundância, riqueza, densi<strong>da</strong>de e similari<strong>da</strong>de entre raízes<br />

de plantas grande e pequeno porte.<br />

Métodos<br />

O trabalho foi desenvolvido em uma área de várzea no<br />

lago do Camaleão na Ilha <strong>da</strong> Marchantaria (03º14’ S, 59º57’<br />

O) no rio Solimões, a cerca de 15km <strong>da</strong> confluência com o<br />

rio Negro com rio Solimões. A temperatura média anual é<br />

de 26,7ºC e a pluviosi<strong>da</strong>de é de aproxima<strong>da</strong>mente 2186 mm<br />

por ano (RADAMBRASIL, 1978).<br />

Coletamos 20 amostras de Eichhornia crassipes em 10<br />

bancos de macrófitas, sendo um indivíduo de ca<strong>da</strong> morfotipo<br />

em ca<strong>da</strong> banco. A escolha dos bancos foi feita de forma que<br />

no mesmo local houvesse morfotipos grandes e pequenos.<br />

O material coletado foi acondicionado em sacos plásticos<br />

e triados em laboratório. As raízes foram lava<strong>da</strong>s em peneira<br />

com malha de 1mm e os macroinvertebrados presentes foram<br />

separados e identificados. O volume <strong>da</strong>s raízes foi<br />

medido com uma proveta de um litro, por meio do volume<br />

de água deslocado.<br />

Foi usado o teste t-Student pareado para verificar se a<br />

densi<strong>da</strong>de de invertebrados diferia nos dois tipos de raízes,<br />

pequenas e grandes. A similari<strong>da</strong>de entre as comuni<strong>da</strong>des<br />

nos dois tipos de raízes foi testa<strong>da</strong> com uso do índice de<br />

Morisita.<br />

Resultados<br />

Foram coletados 757 invertebrados pertencentes a 24<br />

famílias distintas (Tabela 1). As raízes grandes apresentaram<br />

maior número de invertebrados que as raízes menores com<br />

uma diferença de 489 indivíduos. A família Naucori<strong>da</strong>e<br />

(Hemiptera) foi exclusiva ao sistema radicular <strong>da</strong>s plantas<br />

pequenas, enquanto que as raízes grandes <strong>da</strong>s macrófitas<br />

apresentaram 11 famílias exclusivas (Tabela 2).<br />

Não houve diferença significativa entre a densi<strong>da</strong>de de<br />

invertebrados e os dois tipos de raízes (p=0,88), mostrando<br />

que o número de invertebrados por área de raiz é o mesmo<br />

entre os tipos de raizes. Os valores de similari<strong>da</strong>de<br />

encontrado para as amostras indicam que não há uma fauna<br />

típica de ca<strong>da</strong> um dos morfotipos de E. crassipes (Figura<br />

1).<br />

Tabela 1. Abundância, riqueza de famílias e densi<strong>da</strong>de<br />

média (invertebrados/litro) nas raízes de E. crassipes no<br />

lago Camaleão, Ilha <strong>da</strong> Marchantaria, Amazonas, Brasil.<br />

Abundância Riqueza de Famílias Densi<strong>da</strong>de Média<br />

(invert./l)<br />

Raiz<br />

pequena<br />

134 13 3.3<br />

Raiz grande 623 23 3.5<br />

Total 757 24<br />

40 Curso de Campo <strong>Ecologia</strong> <strong>da</strong> <strong>Floresta</strong> Amazônica - 2002<br />

Tabela 2. Abundância dos invertebrados encontrados nas<br />

raízes de dois morfotipos de E. crassipes na Ilha <strong>da</strong><br />

Marchantaria, Amazonas, Brasil.<br />

Grupo Taxonômico Raiz pequena Raiz grande<br />

Mollusca<br />

Gastropo<strong>da</strong><br />

Ancili<strong>da</strong>e 11 13<br />

Planorbi<strong>da</strong>e 3 30<br />

Gastropo<strong>da</strong> sp1 7 11<br />

Gastropo<strong>da</strong> sp2 0 5<br />

Bivalvia 1 12<br />

Anelli<strong>da</strong>e<br />

Hirudinea 1 1<br />

Crustacea<br />

Conchostraca 189 428<br />

Ostraco<strong>da</strong> 2 1<br />

Decapo<strong>da</strong><br />

Palaeomoni<strong>da</strong>e 0 13<br />

Insecta<br />

Ephemeroptera<br />

Polymitarci<strong>da</strong>e 6 21<br />

Baeti<strong>da</strong>e 1 1<br />

Odonata<br />

Libelluli<strong>da</strong>e 15 33<br />

Aeshni<strong>da</strong>e 1 1<br />

Perilesti<strong>da</strong>e 1 1<br />

Coenagrioni<strong>da</strong>e 1 1<br />

Hemiptera<br />

Corixi<strong>da</strong>e 2 2<br />

Naucori<strong>da</strong>e 1 0<br />

Belostomati<strong>da</strong>e 1 1<br />

Coleoptera<br />

Dytisci<strong>da</strong>e 1 16<br />

Hydrophili<strong>da</strong>e 10 9<br />

Noteri<strong>da</strong>e 0 15<br />

Scirti<strong>da</strong>e 2 2<br />

Tricoptera<br />

Polycentropodi<strong>da</strong>e 6 2<br />

Diptera<br />

Chironomi<strong>da</strong>e 5 4<br />

Case 3<br />

Case 17<br />

Case 5<br />

Case 8<br />

Case 1<br />

Case 20<br />

Case 4<br />

Case 14<br />

Case 2<br />

Case 10<br />

Case 7<br />

Case 15<br />

Case 6<br />

Case 12<br />

Case 9<br />

Case 18<br />

Case 16<br />

Case 13<br />

Case 11<br />

Case 19<br />

Cluster Tree<br />

0.0 0.10.20.30.40.50.60.70.80.9<br />

Distances<br />

Figura 1. Dendrograma de similari<strong>da</strong>de de Morisita <strong>da</strong><br />

fauna de invertebrados associados às raízes de E.<br />

crassipes, em relação aos locais amostrados (P- pequeno,<br />

G- grande).

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