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22 Capítulo 3: <strong>Teoria</strong> Clássica <strong>de</strong> <strong>Nós</strong><br />
Aqui estamos interessados em nós e enlaçamentos mansos ("não selvagens"), que<br />
incluem os diferenciáveis, os diferenciáveis por partes, os lineares por partes (PL), os<br />
<strong>de</strong> colarinho duplo, etc. Estaremos portanto nos restringindo à nós e enlaçamentos<br />
nestas categorias.<br />
Em geral os nós e enlaçamentos são colocados em classes <strong>de</strong> equivalência e se<br />
estuda estas classes. Quando nada se explicitar, estaremos consi<strong>de</strong>rando a relação <strong>de</strong><br />
equivalência dada por isotopia ambiental, isto é:<br />
Definição 3.1 Sejam i0, i1 : S 1 ֒→ M 3 dois nós, dizemos que i0 é ambientalmente isotópico a<br />
i1, se existe uma PL-<strong>de</strong>formação (isotopia que se inicia na i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>), H : M 3 × I → M 3 × I,<br />
dada por H(y, t) = (ht(y), t), on<strong>de</strong> h0 = id M 3 e i1 = h1◦ i0.<br />
A <strong>de</strong>finição <strong>de</strong>sta equivalência para enlaçamentos é similar à acima, por isso não a<br />
apresentamos.<br />
Intuitivamente o que a isotopia ambiental faz é criar um movimento no ambiente<br />
(M 3 ) <strong>de</strong> tal forma que o primeiro nó "K0 = i0(S 1 )" se <strong>de</strong>sloca continuamente<br />
conforme passa o tempo t ∈ [0, 1] até que no final do movimento (t = 1) se situa<br />
exatamente em K1 = i1(S 1 ). Usamos a notação K0 ∼ K1 para indicar que os nós<br />
são equivalentes e K0 ≁ K1 caso contrário. Note que se i k for <strong>de</strong>finida a menos <strong>de</strong><br />
homeomorfismo <strong>de</strong>finido no domínio (neste caso S 1 ) é porque estamos interpretando<br />
os nós essencialmente como suas imagens K0 e K1, e neste caso, a notação acima é bem<br />
mais significativa.<br />
<strong>Nós</strong> e enlaçamentos mansos são aqueles que são isotópicos a nós e enlaçamentos<br />
poligonais, isto é, aqueles que são constituídos por uma seqüencia <strong>de</strong> segmentos <strong>de</strong><br />
reta (PL). Daqui para frente nós e enlaçamentos serão sinônimos <strong>de</strong> nós e enlaçamentos<br />
mansos. Quando não houver perigo <strong>de</strong> confusão i<strong>de</strong>ntificamos um nó ou um<br />
enlaçamentos com sua classe.<br />
Quando fixamos orientação ao (s) círculo (s) e ou a M 3 e exigimos que a relação<br />
<strong>de</strong> equivalência preserve as orientações estaremos falando <strong>de</strong> nós ou enlaçamentos<br />
orientados. Em geral o contexto <strong>de</strong>ixa claro o que se estuda.<br />
Dado um nó ou enlaçamento poligonal emR 3 é sempre possível escolher um plano<br />
<strong>de</strong> tal forma que a projeção do nó sobre este plano tenha características convenientes<br />
quais sejam: ter no máximo pontos duplos e os pontos duplos só ocorrem nos interiores<br />
dos segmentos que constituem o nó. Uma projeção <strong>de</strong>sta forma é chamada projeção<br />
regular do nó.<br />
É claro que a projeção regular <strong>de</strong> um nó não <strong>de</strong>termina sua classe mas se em cada<br />
ponto duplo <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>stas projeções <strong>de</strong>signarmos qual o segmento que esta "por<br />
baixo", então a classe do nó fica <strong>de</strong>terminada por esta projeção regular "qualificada".<br />
Uma projeção regular qualificada <strong>de</strong> um nó é chamado um diagrama do nó e as vezes<br />
apenas por projeção regular do nó. Note que em geral apresenta-se um <strong>de</strong>senho do<br />
nó no plano on<strong>de</strong> o trecho que esta por baixo fica interrompido e o nó se apresenta<br />
como uma seqüencia <strong>de</strong> segmentos <strong>de</strong> reta.<br />
Dois diagramas <strong>de</strong> nós ou enlaçamentos são ditos equivalentes se um po<strong>de</strong> ser<br />
transformado no outro por seqüencias <strong>de</strong> movimentos chamados <strong>de</strong> "Rei<strong>de</strong>meister"<br />
que são seis e estão <strong>de</strong>scritos abaixo (em cada <strong>de</strong>senho temos um movimento e seu<br />
correspon<strong>de</strong>nte inverso).<br />
Observe que nos <strong>de</strong>senhos <strong>de</strong>veríamos estar apresentando as projeções dos nós com<br />
linhas poligonais, isto é, por segmentos <strong>de</strong> retas, no entanto, abusaremos novamente