Aluizio Alfredo Carsten - XI Encontro Nacional de História Oral

More documents

Recommendations

Info

Cinzas nasce na região dos Campos Gerais e seu curso superior teve sua ocupação pela sociedade nacional iniciada em um momento anterior ao do chamado Norte Pioneiro. Dos 34 Municípios contidos nesse sistema hidrográfico, quatro deles não fazem parte da divisão política chamada Norte Pioneiro. São eles, Piraí do Sul, Jaguariaíva, Arapoti e Ventania. Todos estão localizados na região dos Campos Gerais. O Nordeste paranaense chamado de Norte Pioneiro ou Norte Velho teve sua história associada ao Norte do Paraná como um todo. Geógrafos e historiadores esboçaram estudos sobre sua ocupação, mas essa história se configurou a partir da história do colonizador desse território. 2
A maioria dos autores que analisaram ou descreveram o processo de (re)ocupação da região hoje chamada Norte Pioneiro do Paraná buscou confirmar ou construir um discurso dominante. Desde 1950, muitos foram aqueles que descreveram e analisaram o processo de (re)ocupação da região hoje situada ao norte do estado do Paraná. Além dos escritores locais que normalmente escreviam pequenos estudos sobre a sua cidade, geógrafos historiadores, sociólogos, antropólogos e economistas, entre outros, como membros da academia, tiveram uma posição diferenciada nesse processo, pois procuravam analisar essa questão de um ponto de vista científico. A maioria deles procurou confirmar o discurso dominante, quando não construí-lo. Outros buscaram questioná-lo, demonstrando outras possibilidades de análise desse processO. (TOMAZI,2007:51). Uma constante no discurso dominante ao qual Nelson Tomazi se refere é a omissão ou desqualificação da presença indígena na região. Lucio Tadeu Mota, em seu livro As Guerras dos índios Kaingang: a história épica dos índios Kaingang no Paraná (1769-1924), reeditado em 2009, diz que é comum encontrar afirmações em livros didáticos, obras sobre o pioneirismo e até em discursos oficiais que as terras do Norte do Paraná eram desabitadas. Para Mota isso é o mito do vazio demográfico. O autor salienta que esses termos todos foram criados pelas classes dominantes, que tentaram apagar as populações indígenas da história. A evidente presença indígena no Paraná não é, entretanto, registrada pela história da região, e o objetivo da primeira parte deste trabalho é mostrar como se construiu a idéia do vazio demográfico. Pois, na maioria dos discursos oficiais, em livros didáticos, nas obras sobre o pioneirismo no norte do Estado, nos trabalhos acadêmicos que tratam da ocupação da região a partir de 1930, é comum encontrar-se a afirmação de que essas terras eram “devolutas”, “selvagens”, “desabitadas”, “estavam abandonadas”, “virgens”, “selváticas”, “sertão bravio”. As terras do setentrião, do oeste e sudoeste paranaense, para o colonizador dos anos de 1920 aos anos de 1950 estavam desabitadas, vazias, prontas para serem ocupadas e colonizadas. É o mito do vazio demográfico. 3
Page 1: MEMORIALISTAS, VIAJANTES E INDIGENA
Page 5 and 6: mineiros que ocuparam a região do
Page 7 and 8: VIAJANTES Algum tempo depois eu e a
Page 9 and 10: Dirigi-me para os lados do leste e
Page 11 and 12: Um dia, o pai do atual dono - já t
Page 13 and 14: frequentemente guerreavam com seu p
Page 15 and 16: Com o desenvolvimento das pesquisas
Page 17 and 18: 777±50 AP Tupiguarani PRRP 11 Curi
Page 19 and 20: aproximadamente no ano de1252 anos
Page 21 and 22: populações que ali estiveram ante
Page 23: SOUZA, Joaquim Vicente de. Norte Pi

Aluizio Alfredo Carsten - XI Encontro Nacional de História Oral

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

Delete template?

Save as template?