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Aluizio Alfredo Carsten - XI Encontro Nacional de História Oral

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Ao lado <strong>de</strong>ssa falácia, a classe dominante apaga um dos sujeitos da história:<br />

os povos indígenas. A ocupação da região é tida como pacífica, sem lutas ou<br />

resistências, uma vez que, segundo a versão oficial, os povos indígenas<br />

simplesmente não existiam.(MOTA, 2009:14).<br />

Na história do Norte pioneiro a i<strong>de</strong>ia do vazio <strong>de</strong>mográfico aparece com mais força, já<br />

que, para a historiografia, a região foi tratada como área <strong>de</strong> terras <strong>de</strong>volutas 3 . Os autores que<br />

tratam do povoamento da região partem do principio que Tomazi chama <strong>de</strong> (re)ocupação, e<br />

nenhum trabalho aborda as populações indígenas da região. No Norte Pioneiro, assim como<br />

no resto do Estado do Paraná, a historiografia trata da ocupação da região como se ela tivesse<br />

sido pacífica, sem lutas ou resistências, uma vez que segundo a i<strong>de</strong>ologia do vazio<br />

<strong>de</strong>mográfico essas populações indígenas simplesmente não existiam 4 .<br />

Constantemente em publicações <strong>de</strong> diversas áreas do conhecimento cientifico acerca<br />

<strong>de</strong> aspectos do Norte Pioneiro do Paraná é repetida a história tradicional, que foi até o<br />

momento, trabalhada <strong>de</strong> forma mais completa pelo historiador Ruy Christovam Wachovicz 5 .<br />

Existem outros trabalhos, mas que não tiveram o objetivo <strong>de</strong> esmiuçar a história da região,<br />

mas apenas contextualizar o trabalho no espaço em que foi realizado. Em vários trabalhos<br />

acadêmicos <strong>de</strong> áreas que não a da história, são utilizadas informações da historiografia<br />

tradicional para elaborar o contexto da região estudada. Mesmo sendo o objeto <strong>de</strong> estudo<br />

alheio à história da região, os pesquisadores atentam o público para o pioneirismo dos<br />

3<br />

A expressão “terras <strong>de</strong>volutas” constantemente é encontrada nos textos que tratam da região do Norte Pioneiro<br />

e se refere à i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> terras <strong>de</strong>socupadas.<br />

4<br />

Sobre a questão do vazio <strong>de</strong>mográfico, ver Lucio Ta<strong>de</strong>u MOTA, As guerras dos índios Kaingang: a história<br />

épica dos índios Kaingang no Paraná (1769 – 1924). Ed. Ver. E Ampl. – Maringá: EDUEM 2009.<br />

5<br />

O único livro a tratar da ocupação do Norte Pioneiro do Paraná é o do professor Ruy C. Wachowicz. O livro é a<br />

gran<strong>de</strong> obra sobre a <strong>História</strong> da região. Ver WACHOWICZ, Ruy C. Norte Velho, Norte Pioneiro. Gráfica<br />

Vicentina, Curitiba, 1987.<br />

4

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