Aluizio Alfredo Carsten - XI Encontro Nacional de História Oral

diversas áreas. Na historiografia eles aparecem implicitamente, ou enquadrados na
classificação de etno-história 6 .
Com a chegada dos colonizadores em meados do século XIX, houve contato frequente
entre essa população invasora e as populações indígenas que ocupavam a região. São deste
século grande parte dos aldeamentos que foram frequentados por milhares de indígenas. No
Paraná, os aldeamentos não serviram só como estratégia de branco para inserir o índio ao
novo sistema que estava sendo implantado, mas também foi pensado como estratégia pelo
índio, que tinha nos aldeamentos a fonte de recursos e de segurança 7 . Enquanto alguns grupos
preferiam o contato com os aldeamentos para explorar os novos recursos disponibilizados
pelos brancos, outros grupos preferiam o afastamento como estratégia. Dessa maneira todos
os grupos estabeleciam uma forma de resistência.
É claro que o contato entre os conquistadores e indígenas aconteceu, e nem sempre de
maneira pacifica. Para a região do rio das Cinzas existe o relato do naturalista francês Auguste
de Saint-Hilaire, que percorreu o Paraná na primeira metade do século XIX. Ao penetrar a
bacia, ele afirmou que a região era habitada por populações indígenas as quais o francês assim
como seus contemporâneos chamavam de selvagens.
6 No inicio do século XX, o etnólogo Curt Nimuendaju Unkel faz referencias importantes sobre aldeamentos no
rio das Cinzas. No livro As lendas da criação e destruição do mundo como fundamentos da religião dos
Apapocúva – Guarani, Nimuendaju aponta que a aldeia de Itapeva, no rio das Cinzas é uma das mais antigas da
região, e que ainda havia alguns outros índios que se separavam do bando e se reuniam perto da cidade de
Jacarezinho.
7 Para saber mais sobre os aldeamentos ver: MOTA, L, T. As colônias indígenas no Paraná provincial. 1. Ed.
Curitiba: Aos Quatro Ventos, 2000.
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