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Drogas psicoestimulantes: uma abordagem ... - home cpgls

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A maior disponibilidade de dopamina cerebral atribuído ao bloqueio do transportador pré-<br />

sináptico de dopamina (DAT) é responsável pelo aumento agudo da substância nos feixes<br />

dopaminérgicos incrementando a neurotransmissão e desencadeando o mecanismo de<br />

dependência por meio do sistema de recompensa. 43,46<br />

A dopamina presente em abundância na fenda sináptica se liga a diferentes tipos de<br />

receptores dopaminérgicos do neurônio pós-sináptico, denominados Tipo D1-like (D1e D5) ou<br />

Tipo D2-like (D2, D3, D4) classificados com base em propriedades moleculares e<br />

farmacológicas. A ação do neurotransmissor é finalizada por sequestro do mesmo para o interior<br />

do neurônio pré-sináptico por meio do transportador de dopamina (DAT) que está bloqueado pela<br />

ação da cocaína e da metanfetamina. A enzima catecol-O-metiltransferase (COMT) também é<br />

responsável por interromper a atividade da dopamina por mecanismo enzimático. A ativação de<br />

receptores Tipo D1-like estimula o mecanismo de transdução via Proteína G estimulatória<br />

produzindo quantidades crescentes do segundo mensageiro adenosina monofosfato cíclico<br />

(AMPc). Já a ativação de receptores tipo D2-like age diminuindo a formação de AMPc por meio<br />

da proteína G inibitória. Seguindo a via estimulatória, o aumento dos níveis de AMPc aciona <strong>uma</strong><br />

cascata de eventos incluindo ativação da proteína quinase A (PKA), que desloca-se até o núcleo<br />

onde fosforila e consequentemente ativa o fator de transcrição dependente de quinase e, por fim,<br />

modula a expressão gênica. Diferenças genéticas, bem como o uso crônico de drogas de abuso<br />

podem alterar essa cascata intracelular e influenciar significativamente na resposta de cada<br />

indivíduo às drogas. 44<br />

Com o uso crônico da cocaína é observado o desenvolvimento de tolerância devido a<br />

eventos como diminuição da liberação do neurotransmissor, alteração da sensibilidade dos<br />

receptores catecolaminérgicos, ou ainda, depleção de receptores pós-sinápticos. 43,46 No caso da<br />

metanfetamina, o fenômeno da tolerância se instala rapidamente em alguns minutos após a<br />

administração, antes mesmo que os efeitos agradáveis desapareçam e a concentração da droga no<br />

sangue caia significativamente. 19,38,43,46 Nesse caso, o mecanismo suposto consiste em<br />

fosforilação do receptor resultando no desacoplamento entre a proteína G e o receptor<br />

propriamente dito. 42 Em ambos casos os usuários, a fim de manter a sensação de euforia,<br />

administram a droga repetidamente e, assim, consolidam o comportamento compulsivo. 19,38,43,46<br />

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