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EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR: DILEMAS E PRÁTICAS - TV Brasil

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lares. Ou seja, parece que vivemos um hia-<br />

to. Outra leitura possível 4 do atual momento<br />

que vive a EF é a de que, em função da inexis-<br />

tência hoje de uma “EF oficial” 5 , instalou-se<br />

um quadro de maior pluralidade de visões de<br />

EF, o que é visto por alguns como algo negati-<br />

vo, com o argumento de que assim “cada um<br />

faz o que quer!” Entendo, ao contrário, que é<br />

preciso não apenas conviver e respeitar essa<br />

pluralidade como condição de uma socieda-<br />

de democrática 6 , como compreendê-la como<br />

produtiva, como fator de criatividade.<br />

Em termos legais, a EF no <strong>Brasil</strong> tem um lu-<br />

gar reconhecido no currículo das escolas de<br />

Ensino Fundamental e Médio, embora isso<br />

não elimine de imediato seu crônico défi-<br />

cit de legitimidade 7 . Mas, sobre sua contri-<br />

buição, sobre a forma que vai assumir (se,<br />

por exemplo, vai assumir as características<br />

presentes nas demais disciplinas escolares),<br />

persistem muitas dúvidas e controvérsias.<br />

Se na própria EF existem dúvidas a respeito,<br />

no âmbito do campo pedagógico mais geral<br />

(entre diretores de escola e coordenadores<br />

pedagógicos, por exemplo) essas dúvidas<br />

(e mesmo o desconhecimento) são ainda<br />

maiores. Enquanto isso, a EF oscila entre<br />

práticas inovadoras e de desinvestimento<br />

pedagógico.<br />

ENTRE A INOVAÇÃO E O<br />

DESINVESTIMENTO<br />

Nesse contexto, encontramos nos cotidia-<br />

nos escolares práticas pedagógicas em EF<br />

que ainda podem ser caracterizadas como<br />

da EF tradicional, mas também dois outros<br />

“extremos” vêm ganhando algum terreno e<br />

importância. Trata-se, por um lado das prá-<br />

ticas inovadoras (muitas vezes orientadas<br />

na produção do chamado Movimento Reno-<br />

vador), mas, por outro, de práticas de de-<br />

sinvestimento pedagógico, ou seja, a prática<br />

da “não-aula”, do mero ocupar as crianças<br />

com uma bola sem intervenção pedagógica<br />

intencional e efetiva.<br />

O que aqui chamamos de práticas inovado-<br />

ras são aquelas que trabalham com a pers-<br />

pectiva de que a EF, assim como as outras<br />

disciplinas curriculares, possui um conheci-<br />

mento relevante socialmente e que é dever<br />

da escola fazer com que as novas gerações<br />

4 Nunca é demais observar que estamos falando da prática pedagógica em EF escolar num país extremamente<br />

heterogêneo, de maneira que essas tentativas de caracterização do que acontece nesse âmbito são sempre parciais e<br />

limitadas e, claro, não traduzem toda a realidade.<br />

5 Chamamos de “EF oficial” a definição de uma determinada visão de EF definida por lei (no regime ditatorial<br />

e tecnocrático da Ditadura Militar pós 1964) como foi o caso do Decreto nº 69.450, de novembro de 1971, que definia<br />

os seus objetivos, conteúdos e formas de avaliação.<br />

6 Como sabemos, o pensamento único não coaduna com democracia.<br />

7 Existe uma hierarquia entre as disciplinas escolares, sendo que a Educação Física (juntamente com Artes, e<br />

mesmo, Inglês) situa-se entre as consideradas menos importantes pela cultura escolar.<br />

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