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1 INTRODUÇÃO
A madeira é um material com
características químicas e físico-mecânicas que
a tornam um produto utilizado nos mais variados
fins, sendo empregada na construção civil,
indústria moveleira, de painéis, papel e celulose,
dentre outros. Um dos grandes problemas no seu
uso é que a sua deterioração, muitas vezes, se
dá de forma rápida, devido ao ataque de fungos,
bactérias e insetos, seus principais agentes
degradadores. Além desses ataques, a madeira
também sofre desgastes devido à ação de
intempéries e condições ambientais. Mesmo as
espécies que apresentam grande resistência
natural ao ataques de microrganismos, insetos e
intempéries, com o passar do tempo, sofrem suas
influências.
Para amenizar a deterioração da madeira
é recomendada a aplicação de preservantes
químicos, que são utilizados para combater
microrganismos e insetos, garantindo assim
maior qualidade e durabilidade. Um grande
problema da utilização desses produtos é a
poluição provocada ao meio ambiente e, também,
os danos que podem causar a saúde do homem.
Pesquisas recentes mostram que
preservantes naturais (biocidas) estão sendo
testados, cada vez mais, para garantir a
sustentabilidade do meio ambiente, a saúde
humana e, também, de animais, visando diminuir
a utilização de conservantes tradicionais à base
de metais, como cobre, crômio, zinco, arsênio,
boro e flúor, e de compostos como creosoto e
aminas (MACHADO et al., 2006). Dessa forma,
existe a importância da utilização de espécies
amazônicas como a copaíba como preservante
natural de madeiras.
Ziglio (2010) utilizou o óleo-resina de
capsaicina, extraídos das pimentas malagueta
Amazônia: Ci. & Desenv., Belém, v. 7, n. 13, jul./dez. 2011.
(Capsicum frutensens) e dedo-de-moça
(Capsicum baccatum), para preservação de
amostras de madeiras de Pinus sp. e Hymenae
sp. (jatobá), contra o ataque do fungo
Paecilomyces variotii. O óleo-resina de capsaicina
extraído da pimenta malagueta foi o mais
eficiente, retardando o crescimento do fungo, se
comparado ao óleo-resina extraído da pimenta
dedo-de-moça e ao óleo de linhaça, produto
comercial muito utilizado no revestimento de
amostras de madeiras e como matéria-prima na
produção de tintas e vernizes.
Alguns estudos utilizando óleo-resina de
copaíba para inibição de fitopatógenos estão
sendo realizados. Lameira (2007) comprovou que
o óleo-resina de Copaifera reticulata Ducke foi
eficiente na inibição do crescimento micelial in
vitro dos fitopatógenos, dos gêneros estudados.
Apresentando maior sensibilidade ao efeito do
óleo-resina as espécies Rhizoctonia solani,
Pestalotia sp., Phytophthora palmivora, Curvularia
sp., Sclerotium rolfsii e Sclerotium coffeicola.
Vários são os problemas ocasionados no
setor madeireiro pela presença de organismos
xilófagos, em especial por fungos. Algumas
madeiras perdem seu valor comercial devido a
alteração de cor, ocasionada por fungos
manchadores. Existem, ainda, fungos que causam
a deterioração estrutural da madeira,
denominados fungos apodrecedores (COSTA,
2001). Todavia, a ação destes agentes sobre a
madeira ainda representa uma perda
considerável para o setor madeireiro, devido ao
uso de produtos ineficazes ou mesmo a sua não
utilização (MORESCHI, 2011). Dessa forma, o
presente trabalho teve como objetivo avaliar a
eficiência do óleo-resina de Copaifera paupera
como preservante natural da madeira da espécie
Ceiba pentandra.
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