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A medida do olhar: objetividade e autoria na ... - Monitorando

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pode-se eleger como um marco desta temática a edição de O discurso <strong>do</strong> méto<strong>do</strong>, de<br />

René Descartes, em 1637.<br />

Este é um marco que se pode denomi<strong>na</strong>r como pré-histórico às discussões<br />

recentes sobre a <strong>objetividade</strong>, já que a obra cartesia<strong>na</strong>, <strong>na</strong> verdade, lança bases para o<br />

que se pode chamar de uma filosofia da consciência 21 . Numa alegoria, pode-se pensar<br />

que uma seta disparada pelo filósofo francês vem atravessan<strong>do</strong> os séculos, trazen<strong>do</strong><br />

amarrada a si uma longa linha de incertezas e indefinições. O fio, flexível por <strong>na</strong>tureza,<br />

resiste ao tempo, às mudanças <strong>do</strong> clima e à tentação <strong>do</strong>s homens em querer arrebentá-lo,<br />

deixan<strong>do</strong> a tradição <strong>na</strong>s brumas <strong>do</strong> esquecimento. Do marco estabeleci<strong>do</strong> até o ponto de<br />

onde se fala contemporaneamente, a flecha viaja cortan<strong>do</strong> os séculos XVII, XVIII, XIX,<br />

XX e XXI. E o desafio que proponho agora é que tomemos como guia a linha amarrada<br />

à seta, numa imitação de Teseu. Com este alegórico fio de Ariadne <strong>na</strong>s mãos,<br />

retrocedamos em busca de pistas de como foram assenta<strong>do</strong>s os conceitos liga<strong>do</strong>s à<br />

<strong>objetividade</strong>. O labirinto, os moinhos de vento e to<strong>do</strong> tipo de miragem fazem parte <strong>do</strong><br />

caminho.<br />

21 Na <strong>medida</strong> em que fica clara a distinção entre a consciência pensante e a extensão, podemos falar de<br />

sujeito e objeto, e de suas relações resultantes.<br />

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