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Vol. 4 - Instituto Politécnico da Guarda

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208<br />

[Atas do XI Congresso <strong>da</strong> Socie<strong>da</strong>de Portuguesa de Ciências <strong>da</strong> Educação, <strong>Instituto</strong> <strong>Politécnico</strong> <strong>da</strong> Guar<strong>da</strong>, 30 de junho a 2 de julho de 2011]<br />

De acordo com a avaliação efectua<strong>da</strong><br />

pelo pessoal não docente no que diz<br />

respeito à utili<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s sessões, 7% <strong>da</strong>s<br />

pessoas afirmaram que “permitiu uma<br />

reflexão sobre a temática abor<strong>da</strong><strong>da</strong>”, ao<br />

passo que 42% considerou que “possibilitou<br />

a troca de experiências” e 64%<br />

que “serviu para adquirir e/ou actualizar<br />

conhecimentos sobre as temáticas<br />

abor<strong>da</strong><strong>da</strong>s”.<br />

A animação de recreios e a oficina de<br />

mediação não foram avalia<strong>da</strong>s formalmente.<br />

Contudo, foi possível observar<br />

que os/as alunos/as do 1º e 2º ciclos<br />

foram os principais beneficiários/as <strong>da</strong>s<br />

sessões.<br />

Em termos gerais, foi feito um balanço<br />

positivo por parte de professores/as,<br />

funcionários/as e órgãos de gestão<br />

<strong>da</strong> escola, que revelaram abertura à<br />

mu<strong>da</strong>nça e à inovação social.<br />

4. Considerações Finais<br />

A implementação de programas de<br />

promoção de uma cultura de mediação<br />

na escola parece ter um impacto importante<br />

ao nível <strong>da</strong> prevenção primária<br />

<strong>da</strong> violência. Na ver<strong>da</strong>de, a prevenção<br />

primária é um contributo inquestionável<br />

para a mu<strong>da</strong>nça de atitudes e, consequentemente,<br />

para a mu<strong>da</strong>nça comportamental.<br />

Para isso, há que criar projectos<br />

que promovam mu<strong>da</strong>nças efectivas e a<br />

longo prazo, ou seja, projectos inovadores,<br />

que aliem o conhecimento teórico<br />

e a investigação empírica ao empreendedorismo<br />

na intervenção.<br />

Embora noutros países este tipo de<br />

estratégias de intervenção esteja<br />

sobejamente documentado e implementado,<br />

em Portugal, a literatura sobre<br />

o assunto é escassa e a existência de<br />

programas teoricamente fun<strong>da</strong>mentados<br />

está ain<strong>da</strong> a <strong>da</strong>r os primeiros passos.<br />

Promover a mu<strong>da</strong>nça de atitudes é uma<br />

tarefa complexa, com resultados pouco<br />

visíveis a curto prazo. Assim, faz todo<br />

o sentido apostar numa intervenção<br />

em i<strong>da</strong>des ca<strong>da</strong> vez mais precoces,<br />

procurando educar para a paz através<br />

do desenvolvimento de competências<br />

de comunicação, tolerância e respeito<br />

pelas características individuais. Este<br />

tipo de intervenção faz mais sentido<br />

se tiver características sistémicas e<br />

se assegurar sustentabili<strong>da</strong>de, o que<br />

requer um investimento a vários níveis.<br />

Os recursos necessários, associado ao<br />

facto dos resultados só serem visíveis<br />

a médio/longo prazo, faz com que não<br />

haja, muitas vezes, um investimento<br />

neste tipo de programas e na investigação<br />

longitudinal. Um projecto desta<br />

natureza só foi possível implementar<br />

porque existiu uma rede coesa, que<br />

permitiu, numa lógica empreendedora,<br />

reconhecer e procurar novas oportuni<strong>da</strong>des<br />

e agir com ousadia sem estar<br />

limita<strong>da</strong> pelos recursos disponíveis.<br />

A promoção de uma cultura de<br />

mediação constitui, na nossa perspectiva,<br />

um grande desafio para a<br />

escola e para a comuni<strong>da</strong>de. Aceitá-lo<br />

significa acreditar que o caminho se faz<br />

caminhado, na criação de uma socie<strong>da</strong>de<br />

mais justa, activa e participativa.<br />

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