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Hayaldo Copque Fraga de Oliveira.pdf - RI UFBA - Universidade ...

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o futurismo e logo estava querendo ser ele também um artista mo<strong>de</strong>rno e<br />

reconhecido.<br />

Como uma das estratégias para alcançar tal objetivo, adotou <strong>de</strong>finitivamente o<br />

nome artístico pelo qual seria consagrado. “[...] Sua mudança <strong>de</strong> nome significava<br />

ambição e mo<strong>de</strong>rnismo cosmopolita” (WULLSCHLAGER, 2009, p. 208), significava a<br />

tentativa <strong>de</strong> <strong>de</strong>svinculamento <strong>de</strong> sua imagem do gueto social e cultural <strong>de</strong> on<strong>de</strong><br />

provinha, uma verda<strong>de</strong>ira estratégia <strong>de</strong> marketing, no sentido <strong>de</strong> unificar em uma<br />

única marca as diversas <strong>de</strong>sinências do seu nome original pelas quais era chamado,<br />

criando assim um nome mais sonoro e acessível a um mundo secularizado 21 .<br />

Em 1912, Chagall ainda se mudaria para o lendário edifício La Ruche (A<br />

Colmeia), um velho prédio no sudoeste parisiense, famoso por abrigar diversos<br />

artistas, entre os quais, Ame<strong>de</strong>o Modigliani, Blaise Cendrars, Diego Rivera, Fernand<br />

Léger, Guillaume Apollinaire e Robert Delaunay, fato este que só reforçaria o<br />

processo <strong>de</strong> aprendizado e assimilação dos elementos mo<strong>de</strong>rnos à obra <strong>de</strong> Chagall:<br />

Assim, a partir do momento em que chega a Paris, Chagall não<br />

hesita em incutir seus primeiros trabalhos com uma<br />

combinação muito pessoal <strong>de</strong> elementos. Ele se apropria do<br />

cubismo, do futurismo, <strong>de</strong> tudo o que é novo na arte, para criar<br />

composições cujos temas permanecem completamente russos<br />

(casamentos, fornecedores <strong>de</strong> gado, a maternida<strong>de</strong>). Ele se<br />

<strong>de</strong>leita em misturar suas memórias <strong>de</strong> ícones ou composições<br />

acadêmicas, visíveis no conjunto <strong>de</strong> pequenas cenas em uma<br />

série <strong>de</strong> suas telas, com princípios formais emprestados do<br />

cubismo. A prática do artista transforma a questão <strong>de</strong><br />

i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> – ‘Como você po<strong>de</strong> ser você mesmo em uma outra<br />

cultura?’ – em outro problema: ‘Como eu posso participar do<br />

mo<strong>de</strong>rnismo com uma cultura nativa russo-judaica?’ 22 .<br />

21 Essa estratégia era muito comum na época – a própria Bella chamava-se na realida<strong>de</strong> Bertha<br />

Rosenfeld. Vejamos o que WULLSCHLAGER (2009, p. 394) diz sobre o círculo social dos Chagall na<br />

Paris dos anos 20: “[...] Afora o inseguro, gentil e convencido Robert [Delaunay], todos os integrantes<br />

<strong>de</strong>sse grupo compartilhavam a i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> judaica e o mesmo <strong>de</strong>safio <strong>de</strong> se reinventarem como<br />

franceses. Assim como na Paris <strong>de</strong> antes da guerra, seus nomes vendiam as histórias. Sonia<br />

Delaunay (nascida Sarah Stern) era russa. Claire Goll (nascida Clara Aischmann) tinha nascido em<br />

Nuremberg e se <strong>de</strong>screvia como uma mistura <strong>de</strong> aristocrata prussiana e judia ancestral. Ivan Goll<br />

(nascido Isaac Lang) vinha <strong>de</strong> uma família ortodoxa na dividida Alsácia, on<strong>de</strong> falava francês em casa<br />

e alemão na escola [...]”.<br />

22<br />

Tradução minha para: “Thus, from the moment he arrives in Paris, Chagall does not hesitate to<br />

instill his first works with a very personal combination of elements. He borrows from the Cubism, from<br />

Futurism, from whatever is new in art, to create compositions whose themes remains quite Russian<br />

(weddings, livestock vendors, motherhood). He <strong>de</strong>lights in mingling his memories of icons or aca<strong>de</strong>mic<br />

compositions, visible in the vignettes set into a number of his canvases, with formal principles<br />

17

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