GT-grut de trabalho - Ministério do Meio Ambiente
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ela só sai da matriz através <strong>de</strong> um esforço, ou <strong>de</strong> um impacto, ou <strong>de</strong> um agente<br />
mecânico muito forte e muito importante. Nessas baixas concentrações que nós<br />
verificamos que ocorrem a partir da utilização <strong>do</strong>s produtos e também <strong>do</strong> manejo <strong>de</strong><br />
resíduos, nós po<strong>de</strong>mos dizer que diversos estu<strong>do</strong>s mostram não haver excesso <strong>de</strong> risco<br />
<strong>de</strong> <strong>do</strong>ença asbesto-relacionadas para baixas exposições ao amianto. Um estu<strong>do</strong> feito<br />
em 89 que apresentou um COORT <strong>de</strong> 36 anos <strong>de</strong> acompanhamento <strong>de</strong> trabalha<strong>do</strong>res<br />
com fábrica <strong>de</strong> fibro-cimento com amianto no Reino Uni<strong>do</strong> <strong>de</strong>monstrou não haver<br />
excesso <strong>de</strong> mortes por câncer <strong>de</strong> pulmão ou outros tumores relaciona<strong>do</strong>s ao amianto<br />
ou <strong>de</strong> <strong>do</strong>enças respiratórias crônicas para níveis <strong>de</strong> exposição inferiores a 1 fibra por<br />
mililitro. Nós já estamos falan<strong>do</strong> aqui em 1 fibra por mililitro, enquanto em ambiental nós<br />
estávamos falan<strong>do</strong> em valores mil vezes menores. O próprio Critério <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong><br />
Ambiental 203, que é cita<strong>do</strong> no corpo da resolução CONAMA 348, no seu item 1.6, que<br />
trata <strong>de</strong> efeitos em humanos, faz duas afirmações, uma: que “as alterações por<br />
exposição a fibras <strong>de</strong> amianto são <strong>de</strong>correntes <strong>de</strong> exposições prolongadas em níveis <strong>de</strong><br />
5 a 20 fibras por centímetro cúbico”. Aqui há <strong>do</strong>is aspectos, o longo perío<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />
exposição e a alta <strong>do</strong>se, muito acima daquelas <strong>do</strong>ses que nós vimos quan<strong>do</strong> tratamos<br />
<strong>de</strong> exposições ambientais. E também que “não houve ocorrência <strong>de</strong> mesoteliomas em<br />
trabalha<strong>do</strong>res expostos ao amianto por menos <strong>de</strong> <strong>do</strong>is anos”, que vem na contramão da<br />
tese, muitas vezes levantada, <strong>de</strong> que a aspiração <strong>de</strong> 1 fibra <strong>de</strong> amianto po<strong>de</strong> provocar o<br />
mesotelioma. Paulo Devuist e Pierre Gevenois no seu livro “Doenças Ocupacionais <strong>do</strong><br />
Pulmão, publica<strong>do</strong> em 2002, afirmam que no futuro, com exposições ocupacionais<br />
controladas, até os limites <strong>de</strong> tolerância permiti<strong>do</strong>s atualmente nos países<br />
industrializa<strong>do</strong>s, que são limites abaixo <strong>de</strong> 1 fibra por centímetro cúbico, o<br />
<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> asbestose é improvável durante a vida profissional <strong>de</strong> um<br />
trabalha<strong>do</strong>r e até mesmo após a sua aposenta<strong>do</strong>ria. Esses mesmos autores afirmam<br />
que, para baixas concentrações <strong>de</strong> fibras, da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 10 fibras por litro, e quan<strong>do</strong> nós<br />
estamos falan<strong>do</strong> <strong>de</strong> 10 fibras por litro, estamos falan<strong>do</strong> em valores ainda pelo menos<br />
100 vezes acima daqueles valores que a gente viu nas questões <strong>de</strong> exposição<br />
ambiental. Eles afirmam que para exposições <strong>de</strong>ssa or<strong>de</strong>m, o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong><br />
asbestose é virtualmente impossível. Os mesmos autores, na mesma obra, também<br />
afirmam que é improvável que a exposição ambiental ou <strong>do</strong>méstica em regiões<br />
localizadas nas proximida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> afloramentos geológicos <strong>de</strong> amianto seja<br />
suficientemente alta para causar qualquer risco <strong>de</strong> asbestose. Consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> ainda que<br />
não há base jurídica e científica para a classificação <strong>do</strong>s resíduos <strong>de</strong> fibro-cimento<br />
conten<strong>do</strong> amianto como resíduos perigosos, por quê? A lei 9.605, que fala sobre crimes<br />
ambientais, no seu art. 54, combina<strong>do</strong> com o art. 56 <strong>de</strong>fine como poluição o que causa<br />
danos à saú<strong>de</strong> humana três possibilida<strong>de</strong>s: tornar uma área improdutiva para a<br />
ocupação humana, exemplo, aqui o caso <strong>de</strong> Goiânia <strong>do</strong> caso <strong>do</strong> césio 137. Segunda<br />
possibilida<strong>de</strong>: poluição <strong>do</strong> ar que provoque a retirada da população ou que cause danos<br />
à saú<strong>de</strong>, como foi o caso célebre em Cubatão, <strong>do</strong> nascimento <strong>de</strong> fetos anencéfalos, há<br />
anos atrás. E a terceira possibilida<strong>de</strong>: poluição hídrica, que torne necessária a<br />
interrupção <strong>do</strong> abastecimento <strong>de</strong> água. Como foi o caso que aconteceu em Uberaba,<br />
Uberlândia. Aqui são as questões que nós temos que pensar. A exposição <strong>de</strong> telhas e a<br />
exposição <strong>de</strong> resíduos que têm a mesma composição provocará alguma <strong>de</strong>ssas<br />
situações? Essa é a indagação que a gente coloca e que nós enten<strong>de</strong>mos e temos<br />
convicção <strong>de</strong> que não é o caso que se refere aos resíduos <strong>de</strong> fibro-cimento. Bom,<br />
senhores, consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> então, um, que o amianto está presente no solo, que o amianto<br />
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