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Fatores de estresse nos profissionais de TI e as estratégias para ...

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PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU<br />

Mestrado em Gestão do Conhecimento e da<br />

Tecnologia da Informação<br />

FATORES ESTRESSORES EM PROFISSIONAIS DE<br />

TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E SUAS ESTRATÉGIAS<br />

DE ENFRENTAMENTO<br />

Autor: Sandro Servino<br />

Orientadores: Profº Dr. Rodrigo Pires <strong>de</strong> Campo<br />

Profº Dra. Elaine Rabelo Neiva<br />

2010


S492f Servino, Sandro<br />

<strong>Fatores</strong> estressores em <strong>profissionais</strong> <strong>de</strong> tecnologia da informação e su<strong>as</strong><br />

estratégi<strong>as</strong> <strong>de</strong> enfrentamento. / Sandro Servino – 2010.<br />

142f.; il.: 30 cm<br />

7,5cm<br />

Dissertação (mestrado) – Universida<strong>de</strong> Católica <strong>de</strong> Br<strong>as</strong>ília,<br />

2010.<br />

Orientação: Rodrigo Pires <strong>de</strong> Campos<br />

Co-Orientação: Elaine Rabelo Neiva<br />

1. Estresse ocupacional. 2. Tecnologia da informação. I. Campos,<br />

Rodrigo Pires <strong>de</strong>, orient. II.Neiva, Elaine Rabelo, co-orient. III. Título.<br />

Ficha elaborada pela Biblioteca Pós-Graduação da UCB<br />

15/12/2010<br />

II


Sandro Servino<br />

FATORES ESTRESSORES EM<br />

PROFISSIONAIS DE TECNOLOGIA DA<br />

INFORMAÇÃO E SUAS ESTRATÉGIAS<br />

DE ENFRENTAMENTO<br />

Dissertação apresentada ao programa <strong>de</strong> Pós<br />

Graduação “Stricto Sensu” - Mestrado em Gestão<br />

do Conhecimento e Tecnologia da Informação da<br />

Universida<strong>de</strong> Católica <strong>de</strong> Br<strong>as</strong>ília, como requisito<br />

<strong>para</strong> obtenção do título <strong>de</strong> Mestre em Gestão do<br />

Conhecimento e da Tecnologia da Informação.<br />

Orientadores: Profº Dr. Rodrigo Pires <strong>de</strong> Campo<br />

Profº Dra. Elaine Rabelo Neiva<br />

Br<strong>as</strong>ília<br />

2010<br />

III


Br<strong>as</strong>ília<br />

2010<br />

IV


A todos que me apoiaram direta ou indiretamente<br />

nessa caminhada, contribuindo <strong>para</strong> o êxito <strong>de</strong>sse<br />

trabalho.<br />

V


Agra<strong>de</strong>cimento<br />

Em primeiro lugar, agra<strong>de</strong>ço a Deus por sempre me direcionar e iluminar, permitindo<br />

a conclusão <strong>de</strong>ste projeto.<br />

Aos meus pais, Jose Amorim Servino e Tereza Costa Servino, que sempre me<br />

incentivaram a seguir o melhor caminho e viabilizaram a busca <strong>de</strong> meus sonhos.<br />

À minha esposa, Wiwi Servino, pela compreensão, apoio e incentivo.<br />

Aos Mestres Prof. Dr. Gentil José <strong>de</strong> Lucena Filho, Prof. Dr. João Souza Neto e Dra.<br />

Rejane Maria da Costa pela confiança e Profa. Dra. Luiza Beth Nunes Alonso pela<br />

competência na coor<strong>de</strong>nação do curso.<br />

Aos meus queridos orientadores Profº Dr. Rodrigo Pires <strong>de</strong> Campos e Profº Dra.<br />

Elaine Rabelo Neiva pela paciência e inteligência e a todos os Mestres que se<br />

dispuseram a um convívio <strong>de</strong> <strong>de</strong>dicação e apoio.<br />

Ao SEBRAE, que possibilitou a realização do sonho <strong>de</strong> me tornar mestre.<br />

Aos meus companheiros, em reconhecimento à compreensão aos momentos<br />

roubados do <strong>nos</strong>so convívio durante a realização <strong>de</strong>sse projeto.<br />

VI


"Faça <strong>as</strong> cois<strong>as</strong> o mais simples que você<br />

pu<strong>de</strong>r, porém, não <strong>as</strong> mais simples"<br />

Albert Einstein<br />

VII


Resumo<br />

Esta dissertação é uma pesquisa <strong>de</strong>scritiva e relacional sobre o <strong>estresse</strong><br />

ocupacional e estratégi<strong>as</strong> <strong>de</strong> enfrentamento utilizad<strong>as</strong> pelos <strong>profissionais</strong> <strong>de</strong><br />

tecnologia da informação no Br<strong>as</strong>il e correlações <strong>de</strong> acordo com o sexo, estado civil,<br />

faixa etária, tempo <strong>de</strong> serviço, ativida<strong>de</strong>, tipo <strong>de</strong> organização, tipo <strong>de</strong> vinculo e<br />

tamanho da organização. Esse trabalho teve como objetivo i<strong>de</strong>ntificar os principais<br />

fatores estressores em <strong>profissionais</strong> <strong>de</strong> <strong>TI</strong> e <strong>as</strong> estratégi<strong>as</strong> <strong>de</strong> enfrentamento mais<br />

utilizad<strong>as</strong> por estes <strong>profissionais</strong>. Ainda, a pesquisa teve como <strong>de</strong>safios validar se os<br />

<strong>profissionais</strong> <strong>de</strong> <strong>TI</strong> são realmente estressados e se <strong>as</strong> estratégi<strong>as</strong> utilizad<strong>as</strong> pelos<br />

mesmos são eficazes contra o <strong>estresse</strong>. Partici<strong>para</strong>m 307 <strong>profissionais</strong> <strong>de</strong> tecnologia<br />

da informação com ida<strong>de</strong> variando entre 24 e 57 a<strong>nos</strong>. Verificou-se que o principal<br />

fator estressor foi a sobrecarga <strong>de</strong> trabalho e a estratégia <strong>de</strong> enfrentamento mais<br />

utilizada foi a resolução <strong>de</strong> problem<strong>as</strong>. Os <strong>profissionais</strong> <strong>de</strong> <strong>TI</strong> apresentaram um nível<br />

mo<strong>de</strong>rado <strong>de</strong> <strong>estresse</strong>. As mulheres tiveram um índice <strong>de</strong> <strong>estresse</strong> similar aos<br />

homens e <strong>as</strong> mesm<strong>as</strong> utilizam mais o suporte social como estratégia <strong>de</strong><br />

enfrentamento do que os homens. A atualização tecnológica se apresentou como o<br />

fator estressor me<strong>nos</strong> relevante <strong>para</strong> a população pesquisada, <strong>de</strong>monstrando que a<br />

necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> atualização tecnológica já é algo natural <strong>para</strong> este <strong>profissionais</strong>. Os<br />

analist<strong>as</strong> <strong>de</strong> sistem<strong>as</strong> são os <strong>profissionais</strong> mais estressados frente a outros<br />

<strong>profissionais</strong> <strong>de</strong> <strong>TI</strong>. Os autônomos possuem um nível <strong>de</strong> <strong>estresse</strong> superior aos<br />

<strong>profissionais</strong> com carteira <strong>as</strong>sinada, po<strong>de</strong>ndo, neste c<strong>as</strong>o, ser alvo <strong>de</strong> uma futura<br />

pesquisa no sentido <strong>de</strong> validar a condição <strong>de</strong> instabilida<strong>de</strong> emocional <strong>de</strong>vido a não<br />

existência <strong>de</strong> um vinculo empregatício. Os dados obtidos não revelaram um quadro<br />

preocupante no que tange <strong>estresse</strong> em uma cl<strong>as</strong>se ocupacional que exerce a função<br />

fundamental <strong>de</strong> sustentar todo um a<strong>para</strong>to tecnológico <strong>de</strong>ntro d<strong>as</strong> organizações,<br />

entretanto <strong>de</strong>vido ao incremento da <strong>de</strong>pendência dos <strong>profissionais</strong> <strong>de</strong> <strong>TI</strong> por parte<br />

d<strong>as</strong> organizações e <strong>de</strong> sua sobrecarga <strong>de</strong> trabalho n<strong>as</strong> ultim<strong>as</strong> décad<strong>as</strong>, torna-se<br />

fundamental atenção por parte d<strong>as</strong> organizações, principalmente através <strong>de</strong> polític<strong>as</strong><br />

<strong>de</strong> recursos huma<strong>nos</strong> e gerencia direta, <strong>para</strong> que este quadro não se altere <strong>de</strong> forma<br />

significativa, levando <strong>as</strong>sim uma perda <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida <strong>de</strong>ntro d<strong>as</strong><br />

organizações e por conseqüência da eficiência organizacional.<br />

Palavr<strong>as</strong>-chave: Estresse ocupacional. Profissional <strong>de</strong> <strong>TI</strong>. Estresse.<br />

VIII


Abstract<br />

This dissertation is a <strong>de</strong>scriptive and relational research about occupational<br />

stress and coping strategies used by information technology professionals in Brazil<br />

and correlations according to sex, marital status, age, length of service, activity, type<br />

of organization, type of relationship and organization size. This study aimed to<br />

i<strong>de</strong>ntify the major stressors in IT professionals and the coping strategies utilized by<br />

these professionals. Still, the research w<strong>as</strong> to validate if IT professionals are really<br />

stressed and the strategies they use are effective against stress. 307 information<br />

technology professionals, aged between 24 and 57 years, participated in the survey.<br />

It w<strong>as</strong> found that the main stressor w<strong>as</strong> workload and coping strategy used w<strong>as</strong> to<br />

solve problems. IT professionals had a mo<strong>de</strong>rate level of stress. Women had a stress<br />

in<strong>de</strong>x similar to the men and they use more social support <strong>as</strong> a coping strategy than<br />

men. The technology upgra<strong>de</strong> is presented <strong>as</strong> the stressor less relevant for the<br />

study, <strong>de</strong>monstrating the need for technological upgrading is already a natural for this<br />

professional. System analysts are stressed professionals compared to other IT<br />

professionals. The level of stress w<strong>as</strong> greater in the information technology<br />

professional with no formal contract, and in this c<strong>as</strong>e be the subject of future<br />

research in or<strong>de</strong>r to validate the condition of emotional instability due to lack of an<br />

employment contract. The data did not reveal a worrying picture in relation stress in<br />

an occupational cl<strong>as</strong>s that performs the b<strong>as</strong>ic function of supporting an entire<br />

technological ap<strong>para</strong>tus within organizations, however due to the incre<strong>as</strong>ed reliance<br />

on IT professionals for organizations and their overhead work in recent <strong>de</strong>ca<strong>de</strong>s, it<br />

becomes critical attention from the organizations, mainly through human resource<br />

policies and manages directly, so that this framework does not change significantly,<br />

thereby resulting in a loss of quality of life within organizations and consequence of<br />

organizational efficiency.<br />

Keywords: Occupational stress. IT Professional. Stress.<br />

IX


SUMÁRIO<br />

1. Introdução.......................................................................................................14<br />

1.1 Contexto...................................................................................................................14<br />

1.2 Problematização......................................................................................................16<br />

2. Objetivo ..........................................................................................................21<br />

2.1 Objetivo Geral ........................................................................................................21<br />

2.2 Objetivos Específicos..............................................................................................21<br />

3. Organização do Trabalho ...............................................................................22<br />

4. Referencial Teórico.........................................................................................23<br />

4.1 O Estresse ................................................................................................................23<br />

4.2 <strong>Fatores</strong> estressores..................................................................................................32<br />

4.3 Estresse Ocupacional..............................................................................................37<br />

4.4 Estratégi<strong>as</strong> <strong>de</strong> enfrentamento (coping) .................................................................48<br />

4.5 O <strong>estresse</strong> e o profissional <strong>de</strong> <strong>TI</strong>............................................................................58<br />

5. Método............................................................................................................71<br />

5.1 Caracterização da população pesquisada ............................................................71<br />

5.2 Instrumentos ...........................................................................................................73<br />

5.2.1 Avaliação do Estresse no Trabalho ..................................................................73<br />

5.2.2 Avaliação d<strong>as</strong> estratégi<strong>as</strong> <strong>de</strong> enfrentamento no trabalho..................................74<br />

5.2.3 Procedimentos <strong>de</strong> coleta <strong>de</strong> dados....................................................................75<br />

5.2.4 Análise dos dados .............................................................................................77<br />

5.2.5 Amostra ............................................................................................................77<br />

6. Resultados e discussão..................................................................................80<br />

7. Conclusões e Recomendações ....................................................................117<br />

8. Referênci<strong>as</strong> Bibliográfic<strong>as</strong> ............................................................................124<br />

ANEXO A – Questionário <strong>Fatores</strong> Estressores .............................................................137<br />

ANEXO B – Questionário Estratégi<strong>as</strong> <strong>de</strong> Enfrentamento............................................138<br />

ANEXO C – Carta <strong>de</strong> apresentação dos questionários <strong>de</strong> pesquisa............................142<br />

ANEXO D – Questionário socioeconômico ....................................................................143<br />

X


LISTA DE FIGURAS<br />

Figura 1 - .................................................................................................................29<br />

Figura 2 - .................................................................................................................51<br />

XI


LISTA DE TABELAS<br />

Tabela 1 - .................................................................................................................76<br />

Tabela 2 - .................................................................................................................79<br />

Tabela 3 - .................................................................................................................80<br />

Tabela 4 - .................................................................................................................86<br />

Tabela 5a - ...............................................................................................................87<br />

Tabela 5b - ...............................................................................................................88<br />

Tabela 6a - ...............................................................................................................90<br />

Tabela 6b - ...............................................................................................................92<br />

Tabela 7a - ...............................................................................................................94<br />

Tabela 7b - ...............................................................................................................95<br />

Tabela 8a - ...............................................................................................................97<br />

Tabela 8b - ...............................................................................................................99<br />

Tabela 9a - .............................................................................................................101<br />

Tabela 9b - .............................................................................................................103<br />

Tabela 10a - ...........................................................................................................104<br />

Tabela 10b - ...........................................................................................................107<br />

Tabela 11a - ...........................................................................................................108<br />

Tabela 11b - ...........................................................................................................110<br />

Tabela 12a - ...........................................................................................................112<br />

Tabela 12b - ...........................................................................................................114<br />

XII


LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS<br />

CPD Centro <strong>de</strong> Processamento <strong>de</strong> Dados<br />

<strong>TI</strong> Tecnologia da Informação<br />

SOFTEX Associação <strong>para</strong> Promoção da Excelência do Software Br<strong>as</strong>ileiro<br />

NASDAQ National Association of Securities Dealers Automated Quotations –<br />

Bolsa <strong>de</strong> valores tecnológica dos Estados Unidos da América.<br />

XIII


1. Introdução<br />

1.1 Contexto<br />

De acordo com a SOFTEX (2009, p.31, p.47), organização responsável pelo<br />

programa do governo <strong>para</strong> promoção da excelência do software br<strong>as</strong>ileiro, o número<br />

<strong>de</strong> empres<strong>as</strong> <strong>de</strong> software e serviços <strong>de</strong> tecnologia da informação vem crescendo a<br />

partir <strong>de</strong> 2003, a uma taxa média anual <strong>de</strong> 4,8%, tendo no ano <strong>de</strong> 2009 cerca <strong>de</strong><br />

67.851 empres<strong>as</strong> <strong>de</strong> <strong>TI</strong> (Tecnologia da Informação) e crescimento médio anual do<br />

numero <strong>de</strong> pesso<strong>as</strong> ocupad<strong>as</strong> <strong>de</strong> 12,6% com cerca <strong>de</strong> 540.000 <strong>profissionais</strong> <strong>de</strong> <strong>TI</strong><br />

em 2009.<br />

Os <strong>profissionais</strong> <strong>de</strong> <strong>TI</strong> são os indivíduos responsáveis por dar sustentação a<br />

toda uma infra-estrutura tecnológica e sistem<strong>as</strong> <strong>de</strong> informação num mundo em<br />

re<strong>de</strong>s. De acordo com Stair (2007), <strong>de</strong>ntro da organização, o profissional <strong>de</strong> <strong>TI</strong><br />

geralmente trabalha em um centro <strong>de</strong> tecnologia, o qual emprega <strong>de</strong>senvolvedores<br />

<strong>para</strong> a internet, programadores <strong>de</strong> computadores, analist<strong>as</strong> <strong>de</strong> sistem<strong>as</strong>, operadores<br />

<strong>de</strong> computadores, especialist<strong>as</strong> em re<strong>de</strong>s e segurança da informação. Esse<br />

profissional também po<strong>de</strong> trabalhar em outros <strong>de</strong>partamentos ou outr<strong>as</strong> áre<strong>as</strong><br />

funcionais oferecendo suporte. Além d<strong>as</strong> habilida<strong>de</strong>s técnic<strong>as</strong>, o profissional <strong>de</strong> <strong>TI</strong><br />

também precisa <strong>de</strong> habilida<strong>de</strong>s em comunicações verbais e escrit<strong>as</strong>, <strong>de</strong> um<br />

entendimento d<strong>as</strong> organizações no modo como el<strong>as</strong> operam e a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

trabalhar com outr<strong>as</strong> pesso<strong>as</strong>, os usuários dos sistem<strong>as</strong> <strong>de</strong> informação (STAIR,<br />

2007). Sistem<strong>as</strong> <strong>de</strong> informação têm um papel importante <strong>nos</strong> negócios e na<br />

socieda<strong>de</strong> atual, po<strong>de</strong>ndo ter um gran<strong>de</strong> impacto na estratégia corporativa e no<br />

sucesso organizacional d<strong>as</strong> empres<strong>as</strong> (O´BRIEN, 2001). No contexto d<strong>as</strong><br />

organizações <strong>de</strong> trabalho, Drucker (1999) chama <strong>de</strong> “Socieda<strong>de</strong> do Conhecimento”,<br />

a internacionalização dos mercados, <strong>as</strong> pressões por produtivida<strong>de</strong> e a<br />

14


competitivida<strong>de</strong> que <strong>as</strong> empres<strong>as</strong> e os trabalhadores vêm sofrendo tendo como<br />

conseqüência exigênci<strong>as</strong> cada vez maiores por produtivida<strong>de</strong>, iniciativa e<br />

conhecimento dos <strong>profissionais</strong>. Neste sentido, Cacazotte (2009) cita que n<strong>as</strong><br />

últim<strong>as</strong> décad<strong>as</strong>, a função <strong>de</strong> <strong>TI</strong> n<strong>as</strong> organizações teve um crescimento rápido,<br />

impulsionado pela intensa competição. Esse crescimento criou uma <strong>de</strong>manda por<br />

<strong>profissionais</strong> <strong>de</strong> <strong>TI</strong> mais especializados e com atribuições mais complex<strong>as</strong>. Ainda, foi<br />

solicitado ao profissional <strong>de</strong> <strong>TI</strong> que interagisse com pesso<strong>as</strong> <strong>de</strong> fora do<br />

<strong>de</strong>partamento <strong>de</strong> sistem<strong>as</strong> <strong>de</strong> informação, possivelmente com cultur<strong>as</strong> e<br />

expectativ<strong>as</strong> diferentes dos seus.<br />

Corroborando, Gorz (1995) indica que o nível cada vez mais elevado <strong>de</strong><br />

informatização cria uma <strong>de</strong>manda por <strong>profissionais</strong> especializados, sobretudo os da<br />

área da Tecnologia da Informação, que cotidianamente lidam com novos produtos.<br />

Estes <strong>profissionais</strong> convivem com constantes alterações <strong>de</strong> ambiente tendo como<br />

conseqüência a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma constante atualização tecnológica. Moore<br />

(2000) cita que um dos gran<strong>de</strong>s motivos <strong>para</strong> a rotativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>profissionais</strong> <strong>de</strong> <strong>TI</strong><br />

n<strong>as</strong> organizações é <strong>de</strong>vido ao esgotamento dos mesmos, catalisado pel<strong>as</strong><br />

constantes mudanç<strong>as</strong> da tecnologia e pressão por resultados.<br />

De acordo com Agarwal e Ferratt (2000), a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> reter uma<br />

competente equipe técnica <strong>de</strong> <strong>TI</strong> tem sido reconhecida como um fator crítico <strong>para</strong><br />

uma organização na realização dos seus objetivos estratégicos. Corroborando,<br />

Fontes (2006) e O´Brian (2004) citam que o profissional <strong>de</strong> <strong>TI</strong> já é consi<strong>de</strong>rado peça-<br />

chave <strong>de</strong>ntro d<strong>as</strong> empres<strong>as</strong>, pois <strong>de</strong>ve estar atento à autenticida<strong>de</strong>, disponibilida<strong>de</strong><br />

e segurança da informação <strong>para</strong> que <strong>as</strong> mesm<strong>as</strong> estejam sempre disponíveis no<br />

tempo certo, em qualquer circunstância, a quem precisar <strong>de</strong>l<strong>as</strong>.<br />

15


Sem horários específicos, trabalhando em ambientes <strong>de</strong> criticida<strong>de</strong> on<strong>de</strong> a<br />

informação não po<strong>de</strong> ser perdida, os <strong>profissionais</strong> <strong>de</strong> <strong>TI</strong> estão sujeitos a<br />

condições <strong>de</strong> trabalho diferenciad<strong>as</strong>, com uma carga horária excessiva em um<br />

ambiente <strong>de</strong> pressão, o que po<strong>de</strong> levar a tensões e problem<strong>as</strong> advindos do<br />

exercício da ativida<strong>de</strong> profissional. As exigênci<strong>as</strong> organizacionais feit<strong>as</strong> a esses<br />

<strong>profissionais</strong>, <strong>de</strong>correntes da dinâmica d<strong>as</strong> transformações no mundo mo<strong>de</strong>rno e da<br />

necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se ter <strong>as</strong> informações segur<strong>as</strong> e disponíveis 24 hor<strong>as</strong> por dia,<br />

parecem ter levado ao aumento da carga <strong>de</strong> trabalho. Ter um maior envolvimento<br />

com o trabalho e com a organização, seja <strong>para</strong> enten<strong>de</strong>r, <strong>de</strong>cidir, agir ou respon<strong>de</strong>r<br />

às <strong>de</strong>mand<strong>as</strong> diári<strong>as</strong>, ficando absorvido (física e psicologicamente) <strong>de</strong> forma integral<br />

pela organização em <strong>de</strong>corrência da complexida<strong>de</strong>, da diversida<strong>de</strong> e da dinâmica<br />

do mundo organizacional, parece ser uma realida<strong>de</strong> <strong>para</strong> o profissional <strong>de</strong> <strong>TI</strong><br />

(LAUDON e LAUDON, 1996).<br />

Tod<strong>as</strong> ess<strong>as</strong> característic<strong>as</strong> levam a crer que vários fatores, como excesso <strong>de</strong><br />

trabalho, medo <strong>de</strong> obsolescência, pressão por resultados e outros possam estar<br />

gerando <strong>estresse</strong> <strong>nos</strong> <strong>profissionais</strong> <strong>de</strong> <strong>TI</strong>. Assim, tendo em vista o papel que o<br />

profissional <strong>de</strong> <strong>TI</strong> vem <strong>as</strong>sumindo <strong>de</strong>ntro d<strong>as</strong> organizações, surgiu o <strong>de</strong>safio <strong>de</strong><br />

investigar o fenômeno do <strong>estresse</strong> nestes <strong>profissionais</strong> <strong>nos</strong> di<strong>as</strong> atuais e, em<br />

situações <strong>de</strong>ssa natureza, <strong>as</strong> diferentes estratégi<strong>as</strong> <strong>de</strong> enfrentamento utilizad<strong>as</strong><br />

pelos mesmos.<br />

1.2 Problematização<br />

N<strong>as</strong> ultim<strong>as</strong> três décad<strong>as</strong>, a proliferação dos computadores e sistem<strong>as</strong> <strong>de</strong><br />

informação <strong>de</strong>ntro d<strong>as</strong> organizações tem gerado uma alta <strong>de</strong>manda por <strong>profissionais</strong><br />

<strong>de</strong> tecnologia da informação e no mesmo período, o <strong>estresse</strong> <strong>nos</strong> <strong>profissionais</strong> <strong>de</strong><br />

16


tecnologia da informação tem sido estudado em vários países, objetivando<br />

compreen<strong>de</strong>r o fenômeno nestes <strong>profissionais</strong> e combater seus malefícios.<br />

De acordo com Conti (2010), o lançamento na década <strong>de</strong> 80 dos computadores<br />

pessoais transformou o mundo da informática, pois o po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> processar dados<br />

eletronicamente p<strong>as</strong>sou a não ficar restrito aos Centros <strong>de</strong> Processamento <strong>de</strong> Dados<br />

(CPDs) <strong>de</strong> empres<strong>as</strong> e universida<strong>de</strong>s, ficando também disponível <strong>para</strong> <strong>as</strong> pesso<strong>as</strong><br />

comuns, os usuários domésticos. Paralelamente, pequen<strong>as</strong> empres<strong>as</strong> pu<strong>de</strong>ram se<br />

informatizar, sem os altos custos dos computadores centrais (os "mainframes"), da<br />

manutenção <strong>de</strong> sal<strong>as</strong> especiais <strong>para</strong> CPD, e <strong>de</strong> todo o pessoal necessário. Neste<br />

mesmo período, alguns pesquisadores já se preocupavam em estudar o <strong>estresse</strong><br />

<strong>nos</strong> <strong>profissionais</strong> <strong>de</strong> tecnologia da informação. Ivancevich, Napier, e Wetherbe<br />

(1983), realizaram uma pesquisa que tinha como objetivo verificar o sentimento do<br />

<strong>estresse</strong> percebido pelos <strong>profissionais</strong> <strong>de</strong> <strong>TI</strong> <strong>nos</strong> Estados Unidos e os principais<br />

fatores que geravam <strong>estresse</strong> nestes <strong>profissionais</strong>. Segundo estes autores, questões<br />

que diziam respeito à <strong>estresse</strong>, comportamento e atitu<strong>de</strong>s <strong>as</strong>sociad<strong>as</strong> com a área <strong>de</strong><br />

tecnologia da informação precisavam ser respondid<strong>as</strong> <strong>para</strong> aqueles que<br />

consi<strong>de</strong>ravam trabalhar na área e <strong>para</strong> aqueles que já trabalhavam. Ainda, segundo<br />

Ivancevich, Napier, e Wetherbe, com b<strong>as</strong>e em evidênci<strong>as</strong> cientific<strong>as</strong>, <strong>as</strong><br />

organizações po<strong>de</strong>riam criar program<strong>as</strong> <strong>de</strong> motivação e <strong>de</strong> enfrentamento <strong>para</strong><br />

minimizar os efeitos negativos do <strong>estresse</strong> como exemplo, dor <strong>de</strong> cabeça,<br />

irritabilida<strong>de</strong>, <strong>de</strong>pressão, tensão, fadiga severa e doenç<strong>as</strong> psicossomátic<strong>as</strong>, como<br />

indisposição do estômago (COHEN, 1984). A pesquisa realizada neste período<br />

trouxe como dado relevante que a principal fonte <strong>de</strong> <strong>estresse</strong> era <strong>de</strong>vido a<br />

problem<strong>as</strong> <strong>de</strong> comunicação interna. A pressão do tempo e sobrecarga <strong>de</strong> trabalho<br />

17


foi a terceira fonte <strong>de</strong> <strong>estresse</strong> levantada, o que ao longo d<strong>as</strong> próxim<strong>as</strong> décad<strong>as</strong>,<br />

apresentou-se como a principal fonte <strong>de</strong> <strong>estresse</strong> <strong>nos</strong> <strong>profissionais</strong> <strong>de</strong> <strong>TI</strong>.<br />

O número <strong>de</strong> pesquis<strong>as</strong> sobre o <strong>estresse</strong> ocupacional em <strong>profissionais</strong> <strong>de</strong> <strong>TI</strong><br />

tomou força a partir da década <strong>de</strong> 90. Uma d<strong>as</strong> hipóteses seria <strong>de</strong>vido ao inicio da<br />

m<strong>as</strong>sificação do uso dos microcomputadores <strong>de</strong>ntro d<strong>as</strong> organizações, o que gerou<br />

uma <strong>de</strong>manda crescente por estes <strong>profissionais</strong> e a internet, que po<strong>de</strong> ter elevado a<br />

necessida<strong>de</strong> do profissional <strong>de</strong> <strong>TI</strong> ser mais atuante e disponível. Segundo Conti<br />

(2010), no final <strong>de</strong> 1992 só haviam 50 web sites no mundo inteiro e em 2008 o<br />

Google já in<strong>de</strong>xava cerca <strong>de</strong> 1 trilhão <strong>de</strong> págin<strong>as</strong> web. Em 1999 a população usuária<br />

<strong>de</strong> internet no mundo ultrap<strong>as</strong>sava 250 milhões <strong>de</strong> pesso<strong>as</strong> e o Br<strong>as</strong>il já contava<br />

com 2.2 milhões <strong>de</strong> internaut<strong>as</strong>. Já neste período, o artigo da Information Week<br />

citava um programador <strong>de</strong> sistem<strong>as</strong> <strong>de</strong>screvendo sua situação <strong>de</strong> trabalho: Você<br />

<strong>de</strong>verá manter o seu beep e fazer-se disponível <strong>nos</strong> finais <strong>de</strong> semana, c<strong>as</strong>o haja um<br />

problema. Mesmo quando você está saindo <strong>para</strong> féri<strong>as</strong>, o patrão dizia "Deixe-<strong>nos</strong> o<br />

seu número no c<strong>as</strong>o <strong>de</strong> algo surgir (MCGEE, 1996).<br />

O que na década <strong>de</strong> 80 não se tinha evi<strong>de</strong>nciado como fator estressor<br />

principal, Li e Shani (1991), Lim e Teo (1999) e Kaluzniacky (1999) i<strong>de</strong>ntificaram em<br />

su<strong>as</strong> pesquis<strong>as</strong>, que o principal fator gerador <strong>de</strong> <strong>estresse</strong> era a sobrecarga <strong>de</strong><br />

trabalho, o que começa a ser peculiar em pesquis<strong>as</strong> cientific<strong>as</strong>, a partir <strong>de</strong>sta<br />

década, e um indicativo que a pressão sobre estes <strong>profissionais</strong> estava aumentando.<br />

Segundo Conti (2010), em 2000, o número <strong>de</strong> computadores pessoais em todo<br />

o mundo chegou a 500 milhões e a chamada "bolha da internet" teve seu ápice. Em<br />

março a bolsa eletrônica N<strong>as</strong>daq atingiu pontuação recor<strong>de</strong> <strong>de</strong> 5.048,62 pontos e<br />

<strong>de</strong>pois, entrou em queda que chegou a 74% em 30 meses. O valor d<strong>as</strong> ações d<strong>as</strong><br />

empres<strong>as</strong> <strong>de</strong> tecnologia caiu fortemente em mercados <strong>de</strong> todo o planeta,<br />

18


oc<strong>as</strong>ionando falênci<strong>as</strong> e <strong>de</strong>missão <strong>de</strong> milhares <strong>de</strong> <strong>profissionais</strong> <strong>de</strong> <strong>TI</strong>. No final da<br />

década <strong>de</strong> 90 e inicio do ano 2000, milhões <strong>de</strong> <strong>profissionais</strong> <strong>de</strong> <strong>TI</strong> em todo mundo,<br />

trabalharam em incontáveis program<strong>as</strong> <strong>de</strong> computadores buscando falh<strong>as</strong> em su<strong>as</strong><br />

lógic<strong>as</strong> no intuito <strong>de</strong> evitar o “bug do milênio”, o qual faria com que o computador<br />

confundiria os dois últimos algarismos do ano 2000 com os do ano 1900,<br />

provocando problem<strong>as</strong> <strong>de</strong> diversos tipos e prejuízos calculados em US$600 bilhões<br />

(LEAL, GOUVEIA, 2002). Em 2001 ocorreu atentado ao edifício World Tra<strong>de</strong> Center,<br />

"WTC", em Nova York, em 11 <strong>de</strong> setembro, provocando recor<strong>de</strong> <strong>de</strong> "audiência" na<br />

web. Em 23 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 2008, um estudo do órgão <strong>de</strong> pesquis<strong>as</strong> Gartner informou<br />

que o número <strong>de</strong> computadores pessoais em uso no mundo superou um bilhão <strong>de</strong><br />

unida<strong>de</strong>s e em 2009, apen<strong>as</strong> o Br<strong>as</strong>il já possuía 64,8 milhões <strong>de</strong> internaut<strong>as</strong> com<br />

mais <strong>de</strong> 16 a<strong>nos</strong>. Neste período, Mc-Gee, Khirallah e Lodge (2000) citavam que<br />

existiam alguns indícios que confirmavam que os <strong>profissionais</strong> <strong>de</strong> <strong>TI</strong> eram<br />

geralmente sobrecarregados e em um artigo publicado no The Economic Times /<br />

India Times (4 Set, 2007) referente a uma pesquisa realizada com 4.000<br />

trabalhadores <strong>de</strong> Tecnologia da Informação pela People Health, foram encontrados<br />

altos níveis <strong>de</strong> <strong>estresse</strong>, uma qu<strong>as</strong>e inexistente vida social e um aumento<br />

significativo <strong>de</strong> riscos à saú<strong>de</strong>. A pesquisa revelava ainda que era alarmante o<br />

aumento do alcoolismo neste segmento ocupacional. (KRISHNAMURTHY G., 2007).<br />

Em maio <strong>de</strong> 2006, em uma pesquisa realizada na Irlanda, foi <strong>de</strong>monstrado que<br />

os <strong>profissionais</strong> <strong>de</strong> <strong>TI</strong> sofriam mais com <strong>estresse</strong> do que os especialist<strong>as</strong> <strong>de</strong><br />

qualquer outra ativida<strong>de</strong>: 97% dos <strong>profissionais</strong> <strong>de</strong> <strong>TI</strong> consi<strong>de</strong>ravam seu trabalho<br />

estressante (REGGIANI, 2006).<br />

19


Ainda, alguns pontos são relevantes <strong>de</strong>ntro do contexto do <strong>estresse</strong> <strong>nos</strong><br />

<strong>profissionais</strong> <strong>de</strong> <strong>TI</strong>. Um <strong>de</strong>les diz respeito a idéia, corroborada por alguns<br />

pesquisadores como Lim e Teo (1999), Rocha e Ribeiro (2001) e Rinaldi (2007), que<br />

a profissional do sexo feminino é mais estressada do que o profissional do sexo<br />

m<strong>as</strong>culino <strong>de</strong>vido a sobreposição <strong>de</strong> papéis (c<strong>as</strong>a e trabalho). Será que esta<br />

afirmação é realmente verda<strong>de</strong>ira? Ainda, uma crença tão frequentemente<br />

confirmada, pelo senso comum, é que os <strong>profissionais</strong> que trabalham em órgãos<br />

públicos tem um nível <strong>de</strong> <strong>estresse</strong> menor do que os que trabalham <strong>para</strong> a iniciativa<br />

privada, <strong>de</strong>vido a questão da estabilida<strong>de</strong> do emprego. Outr<strong>as</strong> pergunt<strong>as</strong><br />

motivador<strong>as</strong> <strong>de</strong>sta investigação merecem <strong>de</strong>staque: A quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> trabalho ainda<br />

é o principal fator gerador <strong>de</strong> <strong>estresse</strong> <strong>para</strong> o profissional <strong>de</strong> <strong>TI</strong> ou o medo da<br />

obsolescência tecnológica e por conseqüência <strong>de</strong> estar fora do mercado <strong>de</strong><br />

trabalho?<br />

Ao longo <strong>de</strong>st<strong>as</strong> ultim<strong>as</strong> três décad<strong>as</strong> vários foram os estudos que explicitaram<br />

os principais fatores estressores que afligiam os <strong>profissionais</strong> <strong>de</strong> <strong>TI</strong>, bem como o<br />

crescente aumento do nível <strong>de</strong> <strong>estresse</strong> <strong>de</strong>vido a estes fatores. A presente pesquisa,<br />

teve como um dos seus principais <strong>de</strong>safios, ratificar ou retificar estes estudos, tendo<br />

como conjuntura o inicio <strong>de</strong> uma nova década (2010), e como inquietu<strong>de</strong> do<br />

pesquisador, o que estressa os <strong>profissionais</strong> <strong>de</strong> <strong>TI</strong> hoje e como os mesmos lidam<br />

com o <strong>estresse</strong>.<br />

Est<strong>as</strong> questões mostram a importância do estudo do <strong>estresse</strong> e d<strong>as</strong> estratégi<strong>as</strong><br />

<strong>de</strong> enfrentamento <strong>para</strong> a melhoria da qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida do profissional <strong>de</strong> <strong>TI</strong> no<br />

trabalho. Espera-se que a partir <strong>de</strong>ssa pesquisa, os <strong>profissionais</strong> <strong>de</strong> <strong>TI</strong>, <strong>de</strong> posse <strong>de</strong><br />

informações sobre o <strong>estresse</strong>, estratégi<strong>as</strong> <strong>de</strong> enfrentamento e su<strong>as</strong> relações tenham<br />

mais condições <strong>de</strong> compreen<strong>de</strong>r o contexto do fenômeno e buscar <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> si e ao<br />

20


seu redor form<strong>as</strong> <strong>para</strong> mitigar os efeitos nocivos do mesmo. Da mesma forma,<br />

espera-se que <strong>as</strong> organizações possam, <strong>de</strong> pose d<strong>as</strong> informações sobre o<br />

fenômeno do <strong>estresse</strong>, estratégi<strong>as</strong> <strong>de</strong> enfrentamento e su<strong>as</strong> correlações <strong>de</strong> acordo<br />

com o sexo, estado civil, faixa etária, tempo <strong>de</strong> serviço, ativida<strong>de</strong>, tipo <strong>de</strong><br />

organização, tipo <strong>de</strong> vinculo e tamanho da organização, disponibilizar recursos e<br />

mecanismos <strong>para</strong> minimizar seus efeitos sobre seus <strong>profissionais</strong> <strong>de</strong> <strong>TI</strong> e <strong>de</strong>sta<br />

forma possibilitar que os mesmos contribuam ainda mais <strong>para</strong> os resultados<br />

corporativos.<br />

2. Objetivo<br />

2.1 Objetivo Geral<br />

Investigar o <strong>estresse</strong> <strong>nos</strong> <strong>profissionais</strong> <strong>de</strong> tecnologia da informação <strong>de</strong>ntro d<strong>as</strong><br />

organizações enfatizando como este profissional percebe e lida com o fenômeno no<br />

inicio <strong>de</strong> uma nova década (2010), o nível <strong>de</strong> <strong>estresse</strong> e se <strong>as</strong> estratégi<strong>as</strong> <strong>de</strong><br />

enfrentamento utilizad<strong>as</strong> foram eficientes em sua regulação.<br />

2.2 Objetivos Específicos<br />

a) Definir <strong>estresse</strong>, fatores estressores, <strong>estresse</strong> ocupacional e estratégi<strong>as</strong> <strong>de</strong><br />

enfrentamento.<br />

b) I<strong>de</strong>ntificar os principais fatores estressores percebidos pelos <strong>profissionais</strong> <strong>de</strong><br />

<strong>TI</strong>, a partir da Escala <strong>de</strong> Estresse no Trabalho (EET) <strong>de</strong> P<strong>as</strong>choal e Tamayo (2004)<br />

bem como quais <strong>as</strong> estratégi<strong>as</strong> <strong>de</strong> enfrentamento mais utilizad<strong>as</strong> por estes<br />

<strong>profissionais</strong>, a partir do Inventário <strong>de</strong> Estratégi<strong>as</strong> <strong>de</strong> Coping (LAZARUS e<br />

FOLKMAN, 1984).<br />

21


c) Verificar se o nível <strong>de</strong> <strong>estresse</strong> dos <strong>profissionais</strong> pesquisados po<strong>de</strong> ser<br />

consi<strong>de</strong>rado alto, ou seja, se os <strong>profissionais</strong> <strong>de</strong> <strong>TI</strong> são realmente estressados.<br />

d) Verificar a relação entre <strong>estresse</strong> e estratégi<strong>as</strong> <strong>de</strong> enfrentamento entre<br />

<strong>profissionais</strong> que atuam na área <strong>de</strong> <strong>TI</strong>.<br />

e) Verificar a influencia do sexo, estado civil, faixa etária, tempo <strong>de</strong> serviço,<br />

ativida<strong>de</strong>, tipo <strong>de</strong> organização, tipo <strong>de</strong> vinculo e tamanho da organização sobre o<br />

<strong>estresse</strong> e <strong>as</strong> estratégi<strong>as</strong> <strong>de</strong> enfrentamento.<br />

3. Organização do Trabalho<br />

Este trabalho está divido em 7 Capítulos distribuídos da seguinte maneira:<br />

O Capítulo 1 refere-se a contextualização e a problematização, o capítulo 2 diz<br />

respeito ao objetivo geral e específicos e o capítulo 3 explicita como os capítulos<br />

foram organizados.<br />

No Capítulo 4 estão os <strong>as</strong>pectos históricos, a evolução conceitual e os<br />

conceitos <strong>de</strong> <strong>estresse</strong>, fatores estressores, <strong>estresse</strong> ocupacional e estratégi<strong>as</strong> <strong>de</strong><br />

enfrentamento.<br />

Em seguida, no Capítulo 5 está <strong>de</strong>scrito o método da pesquisa, a população e<br />

amostra, os instrumentos, o procedimento <strong>para</strong> coleta <strong>de</strong> dados e o procedimento<br />

<strong>para</strong> análise <strong>de</strong> dados.<br />

Os resultados e discussão estão no Capítulo 6, com <strong>as</strong> análises sobre os<br />

fatores estressores e estratégi<strong>as</strong> <strong>de</strong> enfrentamento utilizad<strong>as</strong> pelos <strong>profissionais</strong> <strong>de</strong><br />

<strong>TI</strong>.<br />

E, no Capítulo 7 são apresentad<strong>as</strong> <strong>as</strong> consi<strong>de</strong>rações finais e recomendações.<br />

22


4. Referencial Teórico<br />

4.1 O Estresse<br />

Neste Capítulo apresentam-se o conceito <strong>de</strong> <strong>estresse</strong>, sua evolução, seus<br />

mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> estudo e su<strong>as</strong> f<strong>as</strong>es. Preten<strong>de</strong>-se, a partir <strong>de</strong>sta seção, pontuar a<br />

evolução do tema e os impactos do <strong>estresse</strong> na vida do profissional da área <strong>de</strong><br />

tecnologia da informação.<br />

As primeir<strong>as</strong> menções à palavra <strong>estresse</strong> significando aflição e adversida<strong>de</strong><br />

datam do século XIV (Lazarus e Lazarus, 1994 apud Lipp, 1996). De acordo com<br />

Cooper, Cooper e Eaker (1988) e Arnold, Robertson e Cooper (1995), <strong>estresse</strong> é<br />

uma palavra <strong>de</strong>rivada do latim stringere, que significa tração apertada, ou seja,<br />

“espremer”.<br />

Cooper, Cooper e Eaker (1988) acrescentam que o termo <strong>estresse</strong> seja<br />

utilizado <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o século XVII <strong>para</strong> indicar “fadiga” ou “aflição”. Segundo Filgueir<strong>as</strong> e<br />

Hippert (1999), a palavra <strong>estresse</strong> teve sua origem no termo inglês “Stress”, que tem<br />

sua origem na mecânica como uma força exercida sobre um corpo que ten<strong>de</strong> a se<br />

<strong>de</strong>formar.<br />

De acordo com Lipp (1996), em torno do século XVII, estudos no campo da<br />

engenharia <strong>de</strong>stacavam que a seleção dos materiais <strong>para</strong> construção <strong>de</strong> obr<strong>as</strong> como<br />

pontes, edificações e outros, <strong>de</strong>veriam levar em conta <strong>as</strong> característic<strong>as</strong> d<strong>as</strong> carg<strong>as</strong><br />

que estes materiais tinham condições <strong>de</strong> suportar. Neste sentido, foi criada a<br />

analogia com o ser humano, pois cada pessoa também consegue lidar com uma<br />

carga <strong>de</strong> pressão.<br />

Em 1925, o austríaco Hans Selye, ainda estudante <strong>de</strong> medicina, chegou à<br />

conclusão que “a maioria d<strong>as</strong> perturbações registrad<strong>as</strong> era aparentemente comum a<br />

muit<strong>as</strong> e, talvez, a tod<strong>as</strong> <strong>as</strong> doenç<strong>as</strong>” (BACCARO, 1998, pág. 24). Conforme Lipp<br />

23


(1996a) foi Selye que utilizou a palavra <strong>estresse</strong> pela primeira vez, em 1936, com<br />

b<strong>as</strong>e em observações que vinha fazendo <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a década <strong>de</strong> vinte, quando p<strong>as</strong>sou a<br />

i<strong>de</strong>ntificar sintom<strong>as</strong> semelhantes, como hipertensão, <strong>de</strong>sânimo e fadiga em<br />

pacientes que sofriam <strong>de</strong> diferentes doenç<strong>as</strong>, sintom<strong>as</strong> estes que não <strong>de</strong>corriam <strong>de</strong><br />

tais doenç<strong>as</strong>, e que muit<strong>as</strong> vezes apareciam em pesso<strong>as</strong> que não estavam doentes.<br />

De acordo com Lipp (2003a), Selye foi influenciado pel<strong>as</strong> <strong>de</strong>scobert<strong>as</strong> <strong>de</strong> dois<br />

fisiologist<strong>as</strong>. Um <strong>de</strong>les foi Clau<strong>de</strong> Bernard. Bernard (1879) sugeriu que o ambiente<br />

interno dos organismos <strong>de</strong>ve permanecer constante, apesar d<strong>as</strong> mudanç<strong>as</strong> no<br />

ambiente externo.<br />

O outro foi Walter B. Cannon. Cannon (1926) sugeriu o termo homeost<strong>as</strong>e<br />

como um processo através do qual um organismo mantém <strong>as</strong> condições intern<strong>as</strong><br />

constantes necessári<strong>as</strong> <strong>para</strong> a vida. À luz do conceito da homeost<strong>as</strong>e, Selye<br />

conceituou <strong>estresse</strong> como uma quebra nesse equilíbrio (homeost<strong>as</strong>e).<br />

Já Benevi<strong>de</strong>s-Pereira (2002) refere-se à distinção entre estímulos estressores<br />

e <strong>estresse</strong>, sendo que o primeiro é consi<strong>de</strong>rado como um agente ou elemento, que<br />

interfere no equilíbrio homeostático, po<strong>de</strong>ndo ser <strong>de</strong> caráter físico, cognitivo ou<br />

emocional. Enquanto que o <strong>estresse</strong> é a resposta a esse estímulo, tendo como<br />

função o ajustamento da homeost<strong>as</strong>e, garantindo a sobrevivência.<br />

Lipp (2003a) por sua vez, <strong>de</strong>staca que ora o <strong>estresse</strong> é <strong>de</strong>scrito como um<br />

estímulo que gera uma quebra na homeost<strong>as</strong>e, ora é <strong>de</strong>scrito como uma resposta<br />

comportamental criada por tal <strong>de</strong>sequilíbrio.<br />

Limongi-França e Rodrigues (2005, p. 32 e 33) <strong>de</strong>stacam ainda que o <strong>estresse</strong><br />

possa ser visto em du<strong>as</strong> vertentes: como processo e como estado. “O <strong>estresse</strong><br />

como processo é a tensão diante <strong>de</strong> uma situação <strong>de</strong> <strong>de</strong>safio por ameaça ou<br />

24


conquista. O <strong>estresse</strong> como estado é o resultado positivo (eutress) ou negativo<br />

(distress) da tensão realizada pela pessoa”.<br />

Os termos eutress e distress foram <strong>de</strong>finidos por Selyes (1965). O mesmo<br />

conceituou o eustress como o nível positivo <strong>de</strong> <strong>estresse</strong>. Po<strong>de</strong>mos pensar em uma<br />

situação on<strong>de</strong> existe uma relativa tensão, m<strong>as</strong> com equilíbrio entre esforço, tempo,<br />

capacida<strong>de</strong> <strong>para</strong> a realização e resultados e on<strong>de</strong> ainda existe motivação e<br />

satisfação <strong>para</strong> a realização <strong>de</strong> uma tarefa.<br />

O processo negativo, caracterizado por situações aflitiv<strong>as</strong>, <strong>de</strong> constante<br />

<strong>estresse</strong> é <strong>de</strong>nominado distress. O distress po<strong>de</strong> ser agudo, quando é intenso, m<strong>as</strong><br />

por breve período, como a notícia da morte <strong>de</strong> um parente próximo, recebimento da<br />

noticia <strong>de</strong> uma doença como câncer ou <strong>de</strong>missão e crônico, quando não é tão<br />

intenso, m<strong>as</strong> ocorre constantemente como <strong>as</strong> situações tens<strong>as</strong> no ambiente <strong>de</strong><br />

trabalho ou a preocupação com dívid<strong>as</strong> que não se sabe como pagar, entre outros.<br />

Corroborando, Benevi<strong>de</strong>s-Pereira (2002) cita que o <strong>estresse</strong> não<br />

necessariamente é um processo patológico, pois possui caráter positivo, o<br />

<strong>de</strong>nominado eustress, quando os estressores são leves e controláveis,<br />

proporcionando crescimento, prazer, motivação, <strong>de</strong>senvolvimento emocional e<br />

intelectual. M<strong>as</strong> quando o estressor ultrap<strong>as</strong>sa um <strong>de</strong>terminado limite <strong>de</strong> tensão é<br />

conhecido como distress, com caráter negativo, prejudicando o <strong>de</strong>sempenho<br />

pessoal, social e profissional.<br />

Segundo Men<strong>de</strong>s e Leite (2004), o eustress ocorre em situações excitantes no<br />

cotidiano, geralmente situações inesperad<strong>as</strong>, que são percebid<strong>as</strong> como um <strong>de</strong>safio.<br />

Esse tipo <strong>de</strong> <strong>estresse</strong> incorre em um menor risco <strong>de</strong> adoecer. Já o distress é<br />

geralmente causado por situações que fogem ao controle e são percebid<strong>as</strong> como<br />

uma ameaça.<br />

25


Estímulos estressores exter<strong>nos</strong>, como <strong>as</strong> pressões do trabalho (pressão por<br />

resultado, excesso <strong>de</strong> trabalho, uma promoção <strong>para</strong> um cargo gerencial, medo do<br />

<strong>de</strong>semprego), na família (c<strong>as</strong>amento, pais, filhos), doenç<strong>as</strong>, medo <strong>de</strong> <strong>as</strong>salto,<br />

trânsito, medo <strong>de</strong> fechar a empresa e os estressores inter<strong>nos</strong> como valores,<br />

crenç<strong>as</strong>, retidão ou não do caráter, pensamentos, emoções, <strong>as</strong> form<strong>as</strong> <strong>de</strong> interpretar<br />

cada situação, entre outros, po<strong>de</strong>m ser caus<strong>as</strong> do <strong>estresse</strong>.<br />

Mota et al. (2006) ressaltam ainda que <strong>para</strong> o indivíduo <strong>de</strong>senvolver o processo<br />

<strong>de</strong> <strong>estresse</strong> não necessariamente precisa existir o agente estressor externo, pois,<br />

muit<strong>as</strong> vezes, <strong>as</strong> pesso<strong>as</strong> se antecipam à ocorrência do fato, o que leva a vivenciar<br />

ou sofrer prematuramente <strong>as</strong> reações do <strong>estresse</strong>.<br />

Lazarus e Folkman (1984) <strong>de</strong>finem o <strong>estresse</strong> como um relacionamento<br />

particular entre a pessoa e o ambiente, que po<strong>de</strong> estar sendo avaliado pela pessoa<br />

como sobrecarregado ou exce<strong>de</strong>ndo seus recursos, o que implica em risco ao seu<br />

bem estar. Ainda estes autores <strong>de</strong>finem uma pessoa com <strong>estresse</strong> quando esta<br />

percebe necessitar <strong>de</strong> mais recursos do que ela própria dispõe <strong>para</strong> enfrentar uma<br />

situação <strong>de</strong> <strong>estresse</strong>. Neste c<strong>as</strong>o, é a percepção que vai <strong>de</strong>terminar o grau do<br />

<strong>estresse</strong>.<br />

Nesta linha, Limongi-França e Rodrigues (2005) enten<strong>de</strong>m que o <strong>estresse</strong> não<br />

é apen<strong>as</strong> uma reação do organismo, pois envolve uma relação entre o indivíduo, seu<br />

ambiente e <strong>as</strong> situações às quais estão fora <strong>de</strong> controle, sendo percebido pela<br />

pessoa como uma ameaça ou ainda como algo que exige <strong>de</strong>la mais que su<strong>as</strong><br />

própri<strong>as</strong> capacida<strong>de</strong>s ou recursos, colocando em risco seu bem-estar.<br />

A resposta a um mesmo evento estressor po<strong>de</strong> variar <strong>de</strong> pessoa <strong>para</strong> pessoa,<br />

<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo da percepção do estímulo pelo indivíduo e da avaliação cognitiva que<br />

realiza sobre a situação estressante, bem como sobre seus recursos <strong>para</strong> lidar com<br />

26


essa situação (REGEHR, HEMSWORTH e HILL, 2001). Assim, não é a gravida<strong>de</strong><br />

do evento per se que <strong>de</strong>termina diretamente a resposta do indivíduo, m<strong>as</strong> a<br />

avaliação que cada pessoa faz do estímulo estressor (FELSTEN, 2002; RUITTER,<br />

1987).<br />

Ainda, Lazarus (1990) aponta que o que é estressante <strong>para</strong> um indivíduo em<br />

<strong>de</strong>terminado momento po<strong>de</strong> não ser <strong>para</strong> outro indivíduo ou <strong>para</strong> esse mesmo<br />

indivíduo em outro momento, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo da percepção individual e <strong>de</strong> <strong>as</strong>pectos<br />

contextuais.<br />

Um evento, como uma promoção, <strong>para</strong> um <strong>de</strong>terminado individuo po<strong>de</strong> ser<br />

motivo <strong>para</strong> <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>ar um processo <strong>de</strong> <strong>estresse</strong> enquanto <strong>para</strong> outro individuo<br />

po<strong>de</strong> ser um fator estimulante. É importante aqui uma distinção entre pressão e<br />

<strong>estresse</strong>, pois po<strong>de</strong>m parecer sinônimos. De acordo com Albrecht (1990), a pressão<br />

está na situação enquanto o <strong>estresse</strong> está na pessoa. Cada indivíduo po<strong>de</strong> ter um<br />

ponto <strong>de</strong> vista diferente do outro na observação do mesmo evento. Segundo Selye<br />

(1956), o <strong>estresse</strong> é parte natural do funcionamento humano, enquanto que a<br />

pressão é normal da interação entre <strong>as</strong> pesso<strong>as</strong>.<br />

Ainda, segundo Arroba e James (1988, p.13), "todos nós temos um limite certo<br />

<strong>para</strong> suportar a pressão. Quando ela não está no nível favorável, o resultado é o<br />

<strong>estresse</strong>". Os autores <strong>de</strong>stacam que o <strong>estresse</strong> ocorre <strong>nos</strong> dois extremos, ou seja,<br />

quando existe uma pressão muito gran<strong>de</strong> e quando existe uma pequena pressão ou<br />

inexiste, levando <strong>as</strong>sim o individuo a construir um quadro <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong>, medo,<br />

frustração, entre outros.<br />

Para Couto (1987), o <strong>estresse</strong> <strong>de</strong> monotonia é <strong>de</strong>corrente do baixo nível <strong>de</strong><br />

estimulação do indivíduo, uma vez que a <strong>de</strong>manda do ambiente é inferior à<br />

capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> realização do mesmo.<br />

27


Para McCormick (1997, p.90), "o <strong>estresse</strong> é um estado <strong>de</strong> tensão, ansieda<strong>de</strong><br />

ou pressão vivido pela pessoa. Po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>scrito ainda como estado <strong>de</strong> apreensão,<br />

agitação, frustração, irritação, medo, <strong>de</strong>sconforto mental e infelicida<strong>de</strong>".<br />

O <strong>estresse</strong> po<strong>de</strong> se apresentar em três ou quatro f<strong>as</strong>es. Segundo Selye (1965),<br />

quando uma pessoa se confronta com um estímulo agressor, no c<strong>as</strong>o estressor, o<br />

corpo reage. Essa reação se dá em três f<strong>as</strong>es: alerta, resistência e exaustão. Lipp<br />

(2003a) propôs uma quarta f<strong>as</strong>e que recebeu o nome <strong>de</strong> qu<strong>as</strong>e-exaustão. Esta f<strong>as</strong>e<br />

se encontra entre a <strong>de</strong> resistência e a <strong>de</strong> exaustão. Desta forma o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> Lipp é<br />

uma ampliação dos estudos <strong>de</strong> Selye. O <strong>estresse</strong> tem inicio na f<strong>as</strong>e <strong>de</strong> alerta,<br />

quando a pessoa <strong>de</strong>fronta-se com uma situação estressora.<br />

Silva (2000) aponta que a primeira reação do organismo é uma <strong>de</strong>scarga <strong>de</strong><br />

adrenalina, sendo que os órgãos do aparelho circulatório e respiratório são os mais<br />

afetados. A função da adrenalina no aparelho circulatório é o <strong>de</strong> promover a<br />

aceleração dos batimentos cardíacos, taquicardia e diminuição do tamanho dos<br />

v<strong>as</strong>os sangüíneos periféricos, fazendo com que o sangue circule mais rápido <strong>para</strong><br />

uma melhor oxigenação, especialmente, dos músculos e do cérebro, o que diminui<br />

sangramentos em c<strong>as</strong>o <strong>de</strong> ferimentos superficiais. Enquanto que no aparelho<br />

respiratório, a adrenalina proporciona a dilatação dos brônquios, aumentando os<br />

movimentos respiratórios, com o intuito <strong>de</strong> haver maior captação <strong>de</strong> oxigênio, o qual<br />

será transportado <strong>de</strong> forma mais rápida pelo sistema circulatório. Este fator dá<br />

energia ao organismo, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> os primórdios, pre<strong>para</strong>ndo o individuo <strong>para</strong> lutar ou<br />

fugir.<br />

A f<strong>as</strong>e <strong>de</strong> alerta faz parte do cotidiano da gran<strong>de</strong> maioria d<strong>as</strong> pesso<strong>as</strong>, pois a<br />

todo instante <strong>de</strong><strong>para</strong>m com algum tipo <strong>de</strong> estressor, tanto interno (<strong>nos</strong>s<strong>as</strong> emoções,<br />

pensamentos, valores, entre outros), quanto exter<strong>nos</strong> (trabalho, <strong>as</strong>salto, parentes,<br />

28


filhos, entre outros). A f<strong>as</strong>e <strong>de</strong> alerta leva os indivíduos a ficarem em estado <strong>de</strong><br />

prontidão e po<strong>de</strong> gerar taquicardia, alteração da pressão arterial, sudorese, boca<br />

seca, mãos e pés frios, mudanç<strong>as</strong> <strong>de</strong> apetite, insônia, diarréia p<strong>as</strong>sageira, entre<br />

outros. Nesta f<strong>as</strong>e, <strong>de</strong>ntro dos ambientes corporativos, os <strong>profissionais</strong> apresentam<br />

incremento <strong>de</strong> motivação, entusi<strong>as</strong>mo e muita energia <strong>para</strong> enfrentar os <strong>de</strong>safios.<br />

Segundo Lipp (2004b), nessa f<strong>as</strong>e sempre acontece uma quebra na<br />

homeost<strong>as</strong>e, pois o esforço g<strong>as</strong>to tem como objetivo o enfrentamento da situação<br />

que traz ameaça ao individuo. O <strong>estresse</strong> po<strong>de</strong> ser visto aqui, como uma resposta<br />

do organismo visando sua sobrevivência frente a um estressor.<br />

Se a pessoa, ao perceber que o agente estressor é inofensivo, frente <strong>as</strong> su<strong>as</strong><br />

possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> enfrentamento, o organismo retorna ao estado inicial da<br />

homeost<strong>as</strong>e, m<strong>as</strong> se isto não acontece e o <strong>de</strong>safio ou o perigo persiste, tem-se inicio<br />

a f<strong>as</strong>e da resistência.<br />

Na segunda f<strong>as</strong>e, ocorre um aumento na capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> resistência, pois o<br />

organismo tenta restabelecer o equilíbrio interno (homeost<strong>as</strong>e), utilizando toda a<br />

energia adaptativa.<br />

A pessoa também po<strong>de</strong> apresentar cansaço injustificado, problem<strong>as</strong> com a<br />

memória, sensação <strong>de</strong> <strong>de</strong>sg<strong>as</strong>te e irritabilida<strong>de</strong> (BENEVIDES - PEREIRA, 2002;<br />

LIPP, 2003a). Permanecendo os estímulos estressores, acontece a f<strong>as</strong>e <strong>de</strong> qu<strong>as</strong>e-<br />

exaustão.<br />

Segundo Lipp (2000 e 2003a), a f<strong>as</strong>e <strong>de</strong> qu<strong>as</strong>e-exaustão é caracterizada pelo<br />

início do processo <strong>de</strong> adoecimento, pois há um enfraquecimento do sistema<br />

imunológico e <strong>as</strong> <strong>de</strong>fes<strong>as</strong> do organismo começam a ce<strong>de</strong>r. O indivíduo não<br />

consegue se adaptar ou resistir ao estressor.<br />

29


É notória uma oscilação entre momentos <strong>de</strong> bem-estar e <strong>de</strong>sconforto, cansaço<br />

e ansieda<strong>de</strong>, havendo gran<strong>de</strong>s dificulda<strong>de</strong>s do organismo <strong>para</strong> restabelecer a<br />

homeost<strong>as</strong>e interna, dando início à quarta f<strong>as</strong>e do <strong>estresse</strong>, a exaustão.<br />

A f<strong>as</strong>e <strong>de</strong> exaustão, ou ultima f<strong>as</strong>e, há uma quebra total da resistência. O<br />

organismo esgota a energia <strong>de</strong> adaptação, há um aumento d<strong>as</strong> estrutur<strong>as</strong> linfátic<strong>as</strong>,<br />

oc<strong>as</strong>ionando exaustão psicológica em forma <strong>de</strong> <strong>de</strong>pressão e exaustão física em<br />

forma <strong>de</strong> doenç<strong>as</strong> como úlcer<strong>as</strong>, aumento da pressão arterial, problem<strong>as</strong> cardíacos,<br />

<strong>de</strong>rmatológicos, sexuais, câncer ou ainda po<strong>de</strong> levar o indivíduo à morte (LIPP,<br />

2003a, 2004b).<br />

Conforme cita Lipp (2004), <strong>nos</strong> dois mo<strong>de</strong>los o <strong>estresse</strong> é tratado como um<br />

processo que se <strong>de</strong>senvolve em etap<strong>as</strong> ou f<strong>as</strong>es. Est<strong>as</strong> f<strong>as</strong>es po<strong>de</strong>m ser<br />

temporári<strong>as</strong> e <strong>de</strong> intensida<strong>de</strong> variável. O <strong>de</strong>sempenho máximo <strong>de</strong> um indivíduo é<br />

atingido na f<strong>as</strong>e <strong>de</strong> resistência, quando são mobilizad<strong>as</strong> tod<strong>as</strong> <strong>as</strong> su<strong>as</strong> energi<strong>as</strong> <strong>de</strong><br />

reserva. É o ponto <strong>de</strong> maior resistência do organismo, conforme Figura 1. Dessa<br />

forma, o indivíduo fica sem energia <strong>para</strong> momentos futuros e, logo em seguida, vem<br />

à quebra do organismo, pois o mesmo fica <strong>de</strong>stituído <strong>de</strong> <strong>de</strong>fes<strong>as</strong>. De acordo com<br />

Lipp (2004), o nível i<strong>de</strong>al <strong>de</strong> <strong>estresse</strong> é o ponto anterior ao ponto máximo <strong>de</strong><br />

<strong>estresse</strong> e <strong>de</strong> produtivida<strong>de</strong>, que está muito próximo <strong>de</strong> evoluir <strong>para</strong> <strong>as</strong> f<strong>as</strong>es mais<br />

avançad<strong>as</strong>, em que a produtivida<strong>de</strong> e a saú<strong>de</strong> do indivíduo são afetad<strong>as</strong> pelo<br />

<strong>estresse</strong> excessivo. No estágio <strong>de</strong> exaustão doenç<strong>as</strong> muito séri<strong>as</strong> po<strong>de</strong>m surgir.<br />

CAPRA (1997) <strong>de</strong>staca que <strong>as</strong> doenç<strong>as</strong> crônic<strong>as</strong> e <strong>de</strong>generativ<strong>as</strong>, altamente<br />

evi<strong>de</strong>nciad<strong>as</strong> atualmente, são <strong>as</strong> caus<strong>as</strong> principais <strong>de</strong> morte e incapacida<strong>de</strong> e que<br />

estão ligad<strong>as</strong> ao <strong>estresse</strong> em excesso.<br />

30


Figura 1 – Relação entre <strong>as</strong> f<strong>as</strong>es do <strong>estresse</strong> e os níveis <strong>de</strong> produtivida<strong>de</strong><br />

Fonte: Lipp (2004, p. 22)<br />

Embora a palavra <strong>estresse</strong> esteja atualmente carregada <strong>de</strong> certo negativismo,<br />

o fenômeno não é uma reação nova exclusiva dos tempos mo<strong>de</strong>r<strong>nos</strong>, m<strong>as</strong> um<br />

mecanismo <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa do ser humano, como uma forma <strong>de</strong> garantir a sobrevivência<br />

(MENDES e LEITE, 2004). Atualmente, sabe-se que o <strong>estresse</strong> não é bom, nem<br />

ruim. É um recurso importante <strong>para</strong> se enfrentar <strong>as</strong> diferentes situações da vida<br />

quotidiana.<br />

A resposta ao <strong>estresse</strong> é ativada pelo organismo com o objetivo <strong>de</strong> mobilizar<br />

recursos que possibilitem às pesso<strong>as</strong> enfrentarem <strong>as</strong> mais variad<strong>as</strong> situações<br />

(LIMONGI-FRANÇA; RODRIGUES, 2002).<br />

É importante <strong>de</strong>stacar, além do conceito <strong>de</strong> <strong>estresse</strong>, <strong>de</strong>finido nesta pesquisa<br />

como um relacionamento particular entre a pessoa e o ambiente, que po<strong>de</strong> estar<br />

sendo avaliado pela pessoa como sobrecarregado ou exce<strong>de</strong>ndo seus recursos, o<br />

que implica em risco ao seu bem estar (LAZARUS e FOLKMAN, 1984), a <strong>de</strong>finição<br />

<strong>de</strong> fatores estressores. Segundo Lipp (1996), tudo o que cause a quebra da<br />

31


homeost<strong>as</strong>e interna, ou seja, que exija alguma adaptação po<strong>de</strong> ser chamado <strong>de</strong> um<br />

estressor. Fatos que envolvem adaptação a mudanç<strong>as</strong>, sejam eles positivos ou<br />

negativos, constituem-se em estressores importantes, pois o individuo necessitará<br />

<strong>de</strong>spen<strong>de</strong>r energia adaptativa <strong>para</strong> po<strong>de</strong>r lidar com estes eventos.<br />

4.2 <strong>Fatores</strong> estressores<br />

Neste Capítulo apresentam-se alguns conceitos importantes sobre fatores<br />

estressores em um <strong>as</strong>pecto geral e sua relação com o <strong>estresse</strong>.<br />

Eventos relevantes na vida <strong>de</strong> um individuo, como por exemplo, começar um<br />

novo emprego, c<strong>as</strong>amento, se<strong>para</strong>ção, morte, n<strong>as</strong>cimento <strong>de</strong> filho, doenç<strong>as</strong> graves<br />

entre outros po<strong>de</strong>m ser consi<strong>de</strong>rados fatores que causam <strong>estresse</strong> <strong>nos</strong> indivíduos.<br />

Neste sentido, avaliar a incidência <strong>de</strong>stes eventos po<strong>de</strong> ser uma forma <strong>de</strong> tomar<br />

conhecimento da freqüência com que <strong>de</strong>terminada pessoa <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>ia uma<br />

resposta <strong>de</strong> <strong>estresse</strong> (MARGIS et al., 2003).<br />

Segundo Santos (1995), um único estressor não po<strong>de</strong>rá levar o indivíduo ao<br />

<strong>estresse</strong>, m<strong>as</strong> sim a combinação e o acúmulo <strong>de</strong> vários agentes. Zakir (2001) aponta<br />

que, quanto maior forem à intensida<strong>de</strong>, a freqüência e o tempo <strong>de</strong> duração dos<br />

estressores, maior a probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se <strong>de</strong>senvolverem reações <strong>de</strong> <strong>estresse</strong>.<br />

Além dos gran<strong>de</strong>s eventos da vida, os acontecimentos diários <strong>de</strong> menor<br />

impacto, tais como esperar em fil<strong>as</strong>, barulhos, engarrafamentos, também são<br />

consi<strong>de</strong>rados causadores <strong>de</strong> <strong>estresse</strong>. Esses acontecimentos diários, quando se<br />

manifestam <strong>de</strong> uma forma freqüente, po<strong>de</strong>m gerar respost<strong>as</strong> psicológic<strong>as</strong> e<br />

fisiológic<strong>as</strong> mais intens<strong>as</strong> do que os gran<strong>de</strong>s eventos (MARGIS et al., 2003).<br />

Ainda, a globalização da economia, aumento da sofisticação tecnológica,<br />

aumento do número <strong>de</strong> informações, ambiente <strong>de</strong> trabalho altamente competitivo,<br />

transitorieda<strong>de</strong> do emprego, entre outros são fatores que vêm afetando o bem-estar<br />

32


físico e mental dos trabalhadores. Estes fatores po<strong>de</strong>m gerar um aumento da<br />

insegurança, ansieda<strong>de</strong> e elevação dos níveis <strong>de</strong> <strong>estresse</strong> dos indivíduos<br />

(CARLOTTO e GOBBI, 1999; LAUTERT, CHAVES e MOURA, 1999).<br />

N<strong>as</strong> ultim<strong>as</strong> décad<strong>as</strong>, o fenômeno <strong>estresse</strong> tem sido estudado sob vários<br />

prism<strong>as</strong>. Nestes estudos, o <strong>estresse</strong> tem sido entendido e conceituado como<br />

estímulo, resposta e interação (LAUTERT, CHAVES e MOURA, 1999). O conceito<br />

<strong>de</strong> estímulo foi <strong>de</strong>senvolvido a partir do princípio <strong>de</strong> forç<strong>as</strong> extern<strong>as</strong> que produzem<br />

alterações transitóri<strong>as</strong> ou permanentes sobre os indivíduos. Ess<strong>as</strong> forç<strong>as</strong> referem-se<br />

a eventos <strong>de</strong>nominados estressores, que po<strong>de</strong>m ser consi<strong>de</strong>rados como<br />

ameaçadores <strong>para</strong> o indivíduo (SELYE, 1965).<br />

A seguir, o fenômeno do <strong>estresse</strong> p<strong>as</strong>sou a ser consi<strong>de</strong>rado uma resposta<br />

(fisiológica, cognitiva ou motora) do indivíduo ante um <strong>de</strong>terminado estímulo<br />

estressor.<br />

N<strong>as</strong> pesquis<strong>as</strong> realizad<strong>as</strong> a partir da década <strong>de</strong> 1980, o fenômeno do <strong>estresse</strong><br />

p<strong>as</strong>sou a ser conceituado sob a perspectiva da interação psicológica e<br />

idiossincrática (MOOS,1990), on<strong>de</strong> um evento é estressante na medida em que o<br />

indivíduo o percebe e valora como tal.<br />

Segundo Lipp (1984), o <strong>estresse</strong> po<strong>de</strong> ser originado <strong>de</strong> fontes extern<strong>as</strong> e<br />

intern<strong>as</strong>. As fontes intern<strong>as</strong> estão relacionad<strong>as</strong> com a maneira <strong>de</strong> ser do indivíduo,<br />

tipo <strong>de</strong> personalida<strong>de</strong> e seu modo típico <strong>de</strong> reagir à vida. Muit<strong>as</strong> vezes, não é o<br />

acontecimento em si que possa ser estressante, m<strong>as</strong> a maneira como é interpretado<br />

pela pessoa. Ainda segundo Lipp (2003), “valores muito rígidos, culp<strong>as</strong> in<strong>de</strong>vid<strong>as</strong>,<br />

percepções enviesad<strong>as</strong> por experiênci<strong>as</strong> p<strong>as</strong>sad<strong>as</strong>, competição, incertez<strong>as</strong>, pressa,<br />

perfeccionismo, mágo<strong>as</strong> antig<strong>as</strong> e expectativ<strong>as</strong> exagerad<strong>as</strong> <strong>para</strong> si e <strong>para</strong> os outros<br />

estão entre <strong>as</strong> caus<strong>as</strong> mais comuns do <strong>estresse</strong>”. As extern<strong>as</strong> in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m do modo<br />

33


<strong>de</strong> funcionamento do individuo e po<strong>de</strong>m estar relacionad<strong>as</strong> a uma mudança <strong>de</strong><br />

emprego, aci<strong>de</strong>ntes ou qualquer outro evento que ocorra fora do corpo e da mente<br />

da pessoa (LIPP, 1996).<br />

Na mesma linha, Domingos et al (1996) citam que em geral são du<strong>as</strong> <strong>as</strong> fontes<br />

<strong>de</strong> <strong>estresse</strong>, <strong>de</strong>nominad<strong>as</strong> estressores, sendo cl<strong>as</strong>sificad<strong>as</strong> como extern<strong>as</strong> ou<br />

intern<strong>as</strong>. As extern<strong>as</strong> são eventos que ocorrem na vida d<strong>as</strong> pesso<strong>as</strong>, tais como<br />

morte, c<strong>as</strong>amento, mudança <strong>de</strong> emprego, entre outros, já <strong>as</strong> fontes intern<strong>as</strong> estão<br />

relacionad<strong>as</strong> ao mundo interno do indivíduo, como por exemplo, crenç<strong>as</strong>, valores e<br />

padrões comportamentais.<br />

Em relação às fontes intern<strong>as</strong>, Friedman e Rosenman (1974) propuseram du<strong>as</strong><br />

categori<strong>as</strong> <strong>de</strong> personalida<strong>de</strong>:<br />

• Tipo A é mais propenso ao <strong>estresse</strong>, pois compreen<strong>de</strong>m indivíduos,<br />

apressados, impacientes, competitivos, perfeccionist<strong>as</strong> e ansiosos.<br />

Estes indivíduos levam a vida em um ritmo acelerado e se sentem<br />

culpados quando relaxam;<br />

• Tipo B diz respeito aos indivíduos que não têm a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

impressionar os outros e que são capazes <strong>de</strong> trabalhar com mais calma<br />

e tranqüilida<strong>de</strong>, relaxam sem sentir culpa, e não sofrem <strong>de</strong>vido ao<br />

sentimento <strong>de</strong> impaciência ou do senso <strong>de</strong> urgência. Neste sentido, os<br />

mesmos são me<strong>nos</strong> propensos ao <strong>estresse</strong>.<br />

Em uma área <strong>de</strong> Tecnologia da Informação é normal a coexistência <strong>de</strong> pesso<strong>as</strong><br />

dos dois tipos. Não é raro indivíduos do Tipo A pressionar os indivíduos do Tipo B<br />

<strong>para</strong> que executem mais taref<strong>as</strong>, cada vez mais rápid<strong>as</strong> e sem erros. Este<br />

posicionamento po<strong>de</strong> gerar <strong>estresse</strong> <strong>nos</strong> indivíduos do Tipo B. Corroborando, Lipp<br />

34


(2003) cita que “uma d<strong>as</strong> mais importantes fontes <strong>de</strong> <strong>estresse</strong> <strong>para</strong> a pessoa do tipo<br />

B é um tipo A”.<br />

Ainda, segundo Rosenman (1996) os indivíduos do tipo A enfrentam <strong>as</strong><br />

mudanç<strong>as</strong> do ambiente com impaciência, agressivida<strong>de</strong> e competitivida<strong>de</strong>, com<br />

comportamentos característicos como agilida<strong>de</strong>, tensões musculares, estilo vocal<br />

apressado e enfático, além <strong>de</strong> respost<strong>as</strong> emocionais como irritação.<br />

Friedman e Rosenman (1974) <strong>de</strong>stacam ainda que os indivíduos do tipo A não<br />

possuem certeza absoluta <strong>de</strong> seu valor e <strong>de</strong> su<strong>as</strong> <strong>de</strong>ficiênci<strong>as</strong>, ao contrário do tipo<br />

B, que consegue perceber <strong>as</strong> su<strong>as</strong> virtu<strong>de</strong>s e se conformam com <strong>as</strong> própri<strong>as</strong><br />

limitações. O Tipo A está à procura <strong>de</strong> maiores met<strong>as</strong>, mais hor<strong>as</strong> trabalhad<strong>as</strong> e na<br />

aquisição <strong>de</strong> mais bens materiais.<br />

O indivíduo que apresenta característic<strong>as</strong> do tipo A normalmente vivencia o<br />

<strong>estresse</strong> <strong>de</strong> forma intensa quando submetido a <strong>as</strong>pirações <strong>profissionais</strong> não<br />

atendid<strong>as</strong>, mais especificamente quando preterido, quando exposto a convivência<br />

com pesso<strong>as</strong> do Tipo B que são consi<strong>de</strong>rad<strong>as</strong> pelo Tipo A como ineficientes e lent<strong>as</strong><br />

e na crise <strong>de</strong> meia-ida<strong>de</strong>, quando faz questionamentos <strong>de</strong> valores que foram<br />

esquecidos por causa da ânsia <strong>de</strong> trabalhar e realizar.<br />

Rosch (2005) acredita que <strong>as</strong> pesso<strong>as</strong> do Tipo A se tornam <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes dos<br />

picos <strong>de</strong> secreções hormonais relacionad<strong>as</strong> ao <strong>estresse</strong> e, quando privados <strong>de</strong> tais<br />

estímulos, po<strong>de</strong>m se tornar irritáveis e <strong>de</strong>primidos.<br />

Finalmente, a forma <strong>de</strong> ser dos indivíduos do tipo A nem sempre leva a bons<br />

resultados, como ressalta Rio (1995). As ações <strong>de</strong>stes indivíduos, muit<strong>as</strong> vezes<br />

precipitad<strong>as</strong> e sem reflexões sobre qualida<strong>de</strong> e estratégia, bloqueiam o acesso a<br />

excelência, ou seja, produzem mais agitação comportamental do que resultados<br />

eficazes (RIO, 1995).<br />

35


De acordo com Lida (1993), <strong>as</strong> caus<strong>as</strong> do <strong>estresse</strong> são variad<strong>as</strong> e possuem<br />

efeito cumulativo. As exigênci<strong>as</strong> físic<strong>as</strong> ou mentais que exce<strong>de</strong>m a capacida<strong>de</strong> do<br />

individuo po<strong>de</strong> provocar <strong>estresse</strong>, m<strong>as</strong> este po<strong>de</strong> incidir fortemente naqueles<br />

indivíduos já afetados, <strong>de</strong>vido a conflitos no trabalho ou até mesmo <strong>de</strong>vido a um<br />

problema doméstico. De acordo com Fiamoncini et al (2003) <strong>as</strong> vári<strong>as</strong> caus<strong>as</strong> do<br />

<strong>estresse</strong> são:<br />

• Pressão <strong>para</strong> manter a produção, responsabilida<strong>de</strong>, conflitos e outr<strong>as</strong><br />

fontes <strong>de</strong> insatisfação no trabalho;<br />

• O <strong>estresse</strong> <strong>de</strong>corre <strong>de</strong> uma percepção individual da sua capacida<strong>de</strong> em<br />

aten<strong>de</strong>r a <strong>de</strong>manda do trabalho ou terminá-lo <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um prazo<br />

acordado;<br />

• Condições <strong>de</strong>sfavoráveis, projeto ina<strong>de</strong>quados <strong>de</strong> posto <strong>de</strong> trabalho,<br />

obrigando a manter uma postura ina<strong>de</strong>quada;<br />

• Comportamentos dos chefes e supervisores que po<strong>de</strong>m ser<br />

<strong>de</strong>m<strong>as</strong>iadamente exigentes e críticos, além d<strong>as</strong> questões do salário,<br />

carreira, horários <strong>de</strong> trabalho, hor<strong>as</strong> extr<strong>as</strong> e tur<strong>nos</strong>;<br />

• Questões <strong>de</strong> dinheiro, e a forte pressão exercida pela socieda<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

consumo são elementos <strong>de</strong> freqüentes preocupações.<br />

Como visto vári<strong>as</strong> são <strong>as</strong> fontes que po<strong>de</strong>m gerar <strong>estresse</strong> no cotidiano dos<br />

indivíduos, tanto no mundo corporativo quanto pessoal. A partir da década <strong>de</strong> 90,<br />

houve um incremento na quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> pesquis<strong>as</strong> relacionad<strong>as</strong> ao fenômeno do<br />

<strong>estresse</strong>, n<strong>as</strong> organizações.<br />

O motivo principal <strong>para</strong> o incremento <strong>de</strong>st<strong>as</strong> pesquis<strong>as</strong> tem relação com o<br />

impacto negativo que este fenômeno trouxe <strong>para</strong> a saú<strong>de</strong> e bem estar dos<br />

empregados e por conseqüência <strong>para</strong> a produtivida<strong>de</strong> corporativa.<br />

36


4.3 Estresse Ocupacional<br />

Neste Capítulo apresentam-se alguns conceitos importantes sobre o <strong>estresse</strong><br />

ocupacional. Preten<strong>de</strong>m-se ainda explicitar fatores estressores presentes no<br />

cotidiano d<strong>as</strong> organizações.<br />

Na economia, o impacto negativo do fenômeno <strong>estresse</strong> tem sido estimado<br />

com b<strong>as</strong>e na suposição e <strong>nos</strong> achados <strong>de</strong> que trabalhadores estressados diminuem<br />

seu <strong>de</strong>sempenho e aumentam os custos d<strong>as</strong> organizações com problem<strong>as</strong> <strong>de</strong><br />

saú<strong>de</strong>, com o aumento do absenteísmo (falta ao trabalho), da rotativida<strong>de</strong> e do<br />

número <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes no local <strong>de</strong> trabalho (JEX, 1998).<br />

Morris (2003) <strong>de</strong>staca que em pesquisa publicada pela Reuters foi<br />

<strong>de</strong>monstrado que o custo do <strong>estresse</strong> <strong>para</strong> a indústria americana foi <strong>de</strong> 300 bilhões<br />

<strong>de</strong> dólares ao ano, com impacto negativo na produtivida<strong>de</strong> dos empregados, além<br />

<strong>de</strong> conseqüência na saú<strong>de</strong> e custo com tratamentos.<br />

Cox (1987) afirma que o <strong>estresse</strong> ocupacional é <strong>de</strong>finido pela percepção do<br />

trabalhador em relação às <strong>de</strong>mand<strong>as</strong> existentes no ambiente <strong>de</strong> trabalho e <strong>de</strong> sua<br />

capacida<strong>de</strong> e/ou recursos <strong>para</strong> enfrentá-l<strong>as</strong>. À luz <strong>de</strong>sta afirmação po<strong>de</strong>-se <strong>de</strong>duzir<br />

que o <strong>estresse</strong> ocupacional tem relação com a forma <strong>de</strong> ser <strong>de</strong> cada individuo e<br />

neste sentido é pessoal. Um sistema que apresenta erros <strong>de</strong> programação po<strong>de</strong> ser<br />

consi<strong>de</strong>rado altamente estressante <strong>para</strong> um analista <strong>de</strong> sistem<strong>as</strong>, <strong>de</strong>vido a um<br />

gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> reclamações, enquanto <strong>para</strong> outro analista não.<br />

Corroborando com esta afirmação, Lazarus (1995) e Lazarus e Folkman<br />

(1984), indicam que a simples presença <strong>de</strong> eventos que po<strong>de</strong>m se constituir como<br />

estressores em <strong>de</strong>terminado contexto, no qual o indivíduo esteja inserido, não<br />

caracteriza um fenômeno <strong>de</strong> <strong>estresse</strong>. Para que isto ocorra, é necessário que o<br />

37


indivíduo perceba e avalie os eventos como estressores, o que quer dizer que<br />

fatores cognitivos têm um papel central no processo que ocorre entre os estímulos<br />

potencialmente estressores e <strong>as</strong> respost<strong>as</strong> do indivíduo a eles. A existência <strong>de</strong> um<br />

evento potencialmente estressor na organização não quer dizer que ele será<br />

percebido <strong>de</strong>sta forma pelo indivíduo.<br />

Ainda, Lazarus (1995) cita que o <strong>estresse</strong> ocupacional acontece quando o<br />

indivíduo percebe <strong>as</strong> <strong>de</strong>mand<strong>as</strong> do trabalho como excessiv<strong>as</strong> <strong>para</strong> os recursos <strong>de</strong><br />

enfrentamento que possui. Por exemplo, enquanto um programador <strong>de</strong> computador<br />

po<strong>de</strong> estar estressado pelo excesso <strong>de</strong> sistem<strong>as</strong> <strong>para</strong> serem entregues, outro po<strong>de</strong><br />

não perceber este excesso <strong>de</strong> <strong>de</strong>manda como prejudicial naquele momento, m<strong>as</strong><br />

sim como um fator motivacional.<br />

Kahn e Byosiere (1992) concordam que a percepção do indivíduo é<br />

fundamental <strong>para</strong> a avaliação <strong>de</strong> <strong>de</strong>mand<strong>as</strong> organizacionais como estressores.<br />

As fontes <strong>de</strong> tensão e <strong>de</strong> <strong>estresse</strong> são mediad<strong>as</strong> pel<strong>as</strong> diferenç<strong>as</strong> própri<strong>as</strong> a<br />

cada indivíduo, ou seja, em uma mesma situação <strong>de</strong> trabalho, elementos negativos<br />

e estressantes não atingem <strong>de</strong> forma homogênea tod<strong>as</strong> <strong>as</strong> pesso<strong>as</strong> (MORAES et<br />

al., 1995).<br />

De acordo com Jex (1998), <strong>as</strong> <strong>de</strong>finições <strong>de</strong> <strong>estresse</strong> ocupacional divi<strong>de</strong>m-se<br />

<strong>de</strong> acordo com três <strong>as</strong>pectos: (1) estímulos estressores; (2) respost<strong>as</strong> aos eventos<br />

estressores; (3) estímulos estressores-respost<strong>as</strong>.<br />

Quando são focalizados os estímulos estressores, o <strong>estresse</strong> ocupacional<br />

refere-se aos estímulos do ambiente <strong>de</strong> trabalho que exigem respost<strong>as</strong> adaptativ<strong>as</strong><br />

por parte do empregado e que exce<strong>de</strong>m a sua habilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> enfrentamento (coping).<br />

Estes estímulos são frequentemente chamados <strong>de</strong> estressores organizacionais.<br />

38


Quando são focalizad<strong>as</strong> <strong>as</strong> respost<strong>as</strong> aos eventos estressores, o <strong>estresse</strong><br />

ocupacional refere-se às respost<strong>as</strong> (psicológic<strong>as</strong>, fisiológic<strong>as</strong> e comportamentais)<br />

que os indivíduos emitem quando expostos a fatores do trabalho que exce<strong>de</strong>m sua<br />

habilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> enfrentamento. Quando são focalizad<strong>as</strong> <strong>as</strong> interações entre estímulos<br />

estressores-respost<strong>as</strong>, o <strong>estresse</strong> ocupacional refere-se ao processo geral em que<br />

<strong>de</strong>mand<strong>as</strong> do trabalho têm impacto <strong>nos</strong> empregados. Nesse c<strong>as</strong>o, não há se<strong>para</strong>ção<br />

e o <strong>estresse</strong> é visto como um processo.<br />

Segundo Couto (1987), o <strong>estresse</strong> é um estado em que há uma diminuição da<br />

capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> trabalho e/ou <strong>de</strong>sg<strong>as</strong>te anormal do organismo humano, acarretado<br />

por uma incapacida<strong>de</strong> prolongada da pessoa tolerar, se adaptar ou superar às<br />

exigênci<strong>as</strong> <strong>de</strong> natureza psíquica existentes no seu ambiente.<br />

Para Markham (1989, p. 151), gran<strong>de</strong> parte do <strong>estresse</strong> sofrido em situações<br />

<strong>profissionais</strong> é causada pela antecipação ansiosa. A apreensão conduz ao medo e<br />

consequentemente ao <strong>estresse</strong>, resultando em comportamentos ina<strong>de</strong>quados,<br />

transformando os medos em realida<strong>de</strong>, po<strong>de</strong>ndo <strong>as</strong>sumir patamares elevados,<br />

afetando tod<strong>as</strong> <strong>as</strong> áre<strong>as</strong> da vida da pessoa. A ansieda<strong>de</strong> po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>finida como<br />

uma sensação às vezes vaga, <strong>de</strong> que algo <strong>de</strong>sagradável está <strong>para</strong> acontecer<br />

(SILVA, 1994, p. 126). Na virada <strong>de</strong> 1999 <strong>para</strong> o ano 2000 um tema que acarretou<br />

muita ansieda<strong>de</strong> <strong>para</strong> milhões <strong>de</strong> <strong>profissionais</strong> da área <strong>de</strong> tecnologia da informação<br />

foi o ‘Bug do Milênio’. A expectativa era que todos os computadores trav<strong>as</strong>sem, m<strong>as</strong><br />

na realida<strong>de</strong> o tão conhecido ‘Bug do Milênio’ tornou-se um gran<strong>de</strong> fi<strong>as</strong>co, pois não<br />

produziu toda a catástrofe, muit<strong>as</strong> vezes alar<strong>de</strong>ada.<br />

Dentro da área <strong>de</strong> Tecnologia da Informação acontecem situações em que<br />

quando um sistema <strong>de</strong> informação importante está <strong>para</strong> entrar em produção, os<br />

funcionários responsáveis ficarem preocupados e ansiosos se tudo irá ocorrer<br />

39


conforme planejado. A ansieda<strong>de</strong> po<strong>de</strong> causar bloqueios <strong>de</strong> memória e os indivíduos<br />

mais ansiosos ten<strong>de</strong>m a ren<strong>de</strong>r me<strong>nos</strong> em taref<strong>as</strong> on<strong>de</strong> são avaliados os<br />

conhecimentos aprendidos (BERMÚDEZ, 1994). Esta ansieda<strong>de</strong> po<strong>de</strong> acarretar um<br />

planejamento ruim e/ou uma execução <strong>de</strong> procedimentos ineficazes. No Japão,<br />

Fujigaki (1989) <strong>de</strong>stacou a importância d<strong>as</strong> exigênci<strong>as</strong> mentais do trabalho dos<br />

engenheiros <strong>de</strong> software, apontando <strong>para</strong> a f<strong>as</strong>e <strong>de</strong> implantação <strong>de</strong> sistema como<br />

um momento em que os <strong>profissionais</strong> se <strong>de</strong>claravam “física e mentalmente<br />

exaustos”.<br />

Kyriacow e Sutcliffe (1981) <strong>de</strong>finem o <strong>estresse</strong> ocupacional como um estado<br />

emocional <strong>de</strong>sagradável, pela tensão, frustração, ansieda<strong>de</strong>, exaustão emocional<br />

em função <strong>de</strong> <strong>as</strong>pectos do trabalho <strong>de</strong>finidos pelos indivíduos como ameaçadores. O<br />

<strong>estresse</strong> ocupacional agrava-se quando há por parte do indivíduo a percepção d<strong>as</strong><br />

responsabilida<strong>de</strong>s e pouc<strong>as</strong> possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> autonomia e controle. Os analist<strong>as</strong> <strong>de</strong><br />

sistem<strong>as</strong> bem como os programadores, em geral, são os <strong>profissionais</strong> responsáveis<br />

por <strong>de</strong>senvolver novos sistem<strong>as</strong> bem como dar manutenção <strong>nos</strong> sistem<strong>as</strong> legados.<br />

Em muit<strong>as</strong> situações po<strong>de</strong> se sentir pressionado por receber responsabilida<strong>de</strong>s<br />

sobre um <strong>de</strong>terminado projeto, como por exemplo, um sistema, m<strong>as</strong> não ter controle<br />

sobre tod<strong>as</strong> <strong>as</strong> variáveis que tangenciam este sistema, como por exemplo, o<br />

ambiente on<strong>de</strong> o mesmo está sendo executado e falta <strong>de</strong> recursos em geral<br />

necessários <strong>para</strong> um trabalho eficiente.<br />

De acordo com Moraes e Kilimnik (1994), o <strong>estresse</strong> ocupacional po<strong>de</strong> ser<br />

avaliado à luz <strong>de</strong> quatro variáveis: fontes <strong>de</strong> pressão no trabalho, personalida<strong>de</strong> do<br />

indivíduo, estratégi<strong>as</strong> <strong>de</strong> combate e sintom<strong>as</strong> físicos e mentais manifestos no<br />

processo. De acordo com os autores, <strong>as</strong> du<strong>as</strong> primeir<strong>as</strong> variáveis afetam <strong>as</strong> du<strong>as</strong><br />

últim<strong>as</strong>.<br />

40


O <strong>estresse</strong> ocupacional, segundo Couto (1987), interfere na qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida<br />

modificando a maneira como o indivíduo interage n<strong>as</strong> divers<strong>as</strong> áre<strong>as</strong> da sua vida.<br />

Devido ao excesso <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s, a pressão por prazos e outros fatores geradores<br />

<strong>de</strong> <strong>estresse</strong>, estes indivíduos po<strong>de</strong>m gerar na sua vida familiar ou social situações<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>sajuste, <strong>de</strong>vido ao <strong>estresse</strong> que o mesmo está vivenciando. A sobrecarga <strong>de</strong><br />

trabalho, tanto <strong>nos</strong> <strong>as</strong>pectos quantitativos como qualitativos é uma fonte<br />

freqüentemente relacionada ao <strong>estresse</strong> (PARAGUAI, 1990). O excesso <strong>de</strong> hor<strong>as</strong><br />

trabalhad<strong>as</strong> diminui <strong>as</strong> chances <strong>de</strong> apoio social do indivíduo, causando insatisfação,<br />

tensão e outros problem<strong>as</strong> <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, não obstante a falta <strong>de</strong> trabalho também po<strong>de</strong><br />

levar a sensação <strong>de</strong> tédio ao indivíduo (PEIRÓ, 1993).<br />

Ainda, segundo Peiró (1992), a qualida<strong>de</strong> d<strong>as</strong> relações interpessoais é um fator<br />

importante na hora <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminar o potencial estressor. A ausência <strong>de</strong> um grupo<br />

coeso é um dos elementos que po<strong>de</strong> causar <strong>estresse</strong>. O conflito no grupo <strong>de</strong><br />

trabalho po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rado positivo quando estimula a busca <strong>de</strong> soluções <strong>para</strong> o<br />

problema, entretanto c<strong>as</strong>o a situação <strong>de</strong> conflito persista, po<strong>de</strong>rá por exemplo, gerar<br />

frustrações, insatisfação e molésti<strong>as</strong> somátic<strong>as</strong> (PEIRÓ, 1993).<br />

Ainda, a segurança e a estabilida<strong>de</strong> na carreira afetam um percentual<br />

importante <strong>de</strong> pesso<strong>as</strong>. A carreira <strong>de</strong> um indivíduo po<strong>de</strong> gerar preocupações<br />

relacionad<strong>as</strong> a mudanç<strong>as</strong> no posto <strong>de</strong> trabalho, mudanç<strong>as</strong> <strong>de</strong> profissão, ou falta <strong>de</strong><br />

promoção (PEIRÓ, 1992).<br />

Kahn e Byosiere (1992) <strong>de</strong>stacam a existência <strong>de</strong> proprieda<strong>de</strong>s organizacionais<br />

antece<strong>de</strong>ntes, como polític<strong>as</strong>, tecnologi<strong>as</strong> e estrutur<strong>as</strong>, que po<strong>de</strong>m gerar eventos<br />

estressores no trabalho. O tamanho da organização tem sido apontado como um<br />

possível antece<strong>de</strong>nte dos estressores organizacionais. Organizações on<strong>de</strong> existe<br />

uma distância consi<strong>de</strong>rável entre os diversos níveis hierárquicos e em que o<br />

41


funcionário tem pouco controle sobre seu trabalho, po<strong>de</strong>m ser mais propíci<strong>as</strong> a gerar<br />

eventos estressores (KAHN e BYOSIERE, 1992; SUTTON e D´AUNNO, 1989).<br />

Segundo Glowinkowski e Cooper (1987), estressores intrínsecos ao trabalho<br />

referem-se a <strong>as</strong>pectos como repetição <strong>de</strong> taref<strong>as</strong>, pressões <strong>de</strong> tempo e sobrecarga.<br />

A sobrecarga <strong>de</strong> trabalho tem recebido especial atenção dos pesquisadores. Este<br />

estressor po<strong>de</strong> ser agrupada em uma dimensão quantitativa e em outra dimensão, a<br />

qualitativa. A sobrecarga quantitativa diz respeito ao número excessivo <strong>de</strong> taref<strong>as</strong> a<br />

serem realizad<strong>as</strong>, que superam a capacida<strong>de</strong> e disponibilida<strong>de</strong> do trabalhador.<br />

A sobrecarga qualitativa refere-se a tipos <strong>de</strong> <strong>de</strong>mand<strong>as</strong> que estão além d<strong>as</strong><br />

habilida<strong>de</strong>s ou aptidões dos trabalhadores. (JEX, 1998; GLOWINKOWSKI e<br />

COOPER, 1987).<br />

Rocha e Debert-Ribeiro (2001), citam em su<strong>as</strong> pesquis<strong>as</strong>, que encontram tanto<br />

<strong>para</strong> os homens, quanto <strong>para</strong> <strong>as</strong> mulheres analist<strong>as</strong> <strong>de</strong> sistem<strong>as</strong>, a presença <strong>de</strong> alta<br />

<strong>de</strong>manda no trabalho, seja pela sobrecarga quantitativa (prazos curtos) quanto pela<br />

sobrecarga qualitativa (alto grau <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong> e uso constante da mente).<br />

Destaca-se aqui o c<strong>as</strong>o d<strong>as</strong> mulheres analist<strong>as</strong> <strong>de</strong> sistem<strong>as</strong> no que tange a<br />

superposição do trabalho exercida pela mesma em c<strong>as</strong>a e no trabalho. As mulheres<br />

analist<strong>as</strong> <strong>de</strong> sistem<strong>as</strong> possuem maior número <strong>de</strong> hor<strong>as</strong> <strong>de</strong> trabalho doméstico,<br />

quando com<strong>para</strong>d<strong>as</strong> aos <strong>profissionais</strong> do gênero m<strong>as</strong>culino (Kadolin, 1997;<br />

Lundberg, Mardberg, Frankenhauser, 1994). Tal situação tem gerado altos níveis <strong>de</strong><br />

sobrecarga <strong>de</strong> trabalho, <strong>estresse</strong> e conflitos <strong>de</strong> magnitu<strong>de</strong> crescente <strong>de</strong> acordo com<br />

o número <strong>de</strong> filhos <strong>de</strong> cada uma. Esta po<strong>de</strong> ser uma d<strong>as</strong> razões pel<strong>as</strong> quais a<br />

ausência <strong>de</strong> filhos aparece com maior freqüência entre mulheres analist<strong>as</strong> <strong>de</strong><br />

sistem<strong>as</strong> (Emslie, Hunt e Macintyre, 1999).<br />

42


A gran<strong>de</strong> maioria dos trabalhos envolve interações entre pesso<strong>as</strong>, seja entre<br />

coleg<strong>as</strong> <strong>de</strong> mesmo nível hierárquico, superiores e subordinados ou entre<br />

empregados e clientes. Quando ess<strong>as</strong> interações resultam em conflitos tem-se outra<br />

fonte <strong>de</strong> <strong>estresse</strong> (JEX, 1998; GLOWINKOWSKI e COOPER, 1987). Neste sentido,<br />

Jex (1998) comenta que diversos fatores po<strong>de</strong>m incrementar a probabilida<strong>de</strong> da<br />

ocorrência <strong>de</strong> um conflito interpessoal no trabalho, como por exemplo, a competição<br />

entre dois ou mais funcionários <strong>para</strong> alcançar uma promoção ou <strong>para</strong> ter acesso a<br />

recursos <strong>de</strong> trabalho esc<strong>as</strong>sos na organização e a percepção <strong>de</strong> injustiça e<br />

<strong>de</strong>srespeito no tratamento recebido por coleg<strong>as</strong> e superiores.<br />

Ainda no campo d<strong>as</strong> relações interpessoais, faz parte do cotidiano dos<br />

<strong>profissionais</strong> da área <strong>de</strong> <strong>TI</strong>, principalmente dos <strong>profissionais</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong><br />

sistem<strong>as</strong>, interagirem com pesso<strong>as</strong> <strong>de</strong> fora do <strong>de</strong>partamento <strong>de</strong> sistem<strong>as</strong> <strong>de</strong><br />

informação, possivelmente com cultur<strong>as</strong> e expectativ<strong>as</strong> diferentes dos seus. Como<br />

resultado, esses <strong>profissionais</strong> po<strong>de</strong>m vivenciar níveis mais elevados <strong>de</strong> <strong>estresse</strong><br />

(HUARNG, 2001).<br />

Tamayo, Lima e da Silva (2002) pesquisaram a relação do clima organizacional<br />

com o <strong>estresse</strong> ocupacional. No estudo, o clima organizacional foi operacionalizado<br />

a partir <strong>de</strong> quatro fatores: comunicação, ambiente relacional, li<strong>de</strong>rança gerencial e<br />

valorização do empregado. Os resultados revelaram que o ambiente relacional e o<br />

estilo <strong>de</strong> li<strong>de</strong>rança gerencial são preditores do <strong>estresse</strong> ocupacional.<br />

Ainda, estressores relacionados ao <strong>de</strong>senvolvimento da carreira são elementos<br />

encontrados n<strong>as</strong> organizações. Esta categoria <strong>de</strong> estressor, <strong>de</strong> acordo com<br />

Glowinkowski e Cooper (1987), inclui <strong>as</strong>pectos relacionados à falta <strong>de</strong> estabilida<strong>de</strong><br />

no trabalho, ao medo <strong>de</strong> obsolescência frente às mudanç<strong>as</strong> tecnológic<strong>as</strong> e às<br />

pouc<strong>as</strong> perspectiv<strong>as</strong> <strong>de</strong> promoções e crescimento na carreira.<br />

43


A obsolescência profissional, <strong>de</strong>finida como a erosão d<strong>as</strong> competênci<strong>as</strong><br />

requerid<strong>as</strong> <strong>para</strong> um <strong>de</strong>sempenho <strong>de</strong> sucesso (DUBIN, 1990; FERDINAND, 1966;<br />

GLASS, 2000 apud JOSEPH, 2001), é um elemento importante na carreira em <strong>TI</strong>. A<br />

atualização regular d<strong>as</strong> competênci<strong>as</strong> promove a empregabilida<strong>de</strong>, o<br />

<strong>de</strong>senvolvimento profissional e <strong>as</strong> compensações financeir<strong>as</strong>. Assim, a rápida<br />

mudança da tecnologia constitui uma ameaça potencial <strong>para</strong> os <strong>profissionais</strong> <strong>de</strong> <strong>TI</strong>,<br />

já que a estimativa <strong>de</strong> meia-vida dos conhecimentos e habilida<strong>de</strong>s na profissão <strong>de</strong> <strong>TI</strong><br />

é <strong>de</strong> me<strong>nos</strong> <strong>de</strong> dois a<strong>nos</strong> (ANG, 2000; DUBIN, 1990 apud JOSEPH; ANG, 2001).<br />

Ainda segundo o estudo <strong>de</strong> Schambach (1999), os <strong>profissionais</strong> <strong>de</strong> <strong>TI</strong> com mais<br />

ida<strong>de</strong> parecem me<strong>nos</strong> motivados a manter su<strong>as</strong> competênci<strong>as</strong> atualizad<strong>as</strong>.<br />

A pesquisa anual <strong>de</strong> satisfação profissional <strong>de</strong> 2003, realizada pelo periódico<br />

norte-americano Computerworld, avaliou <strong>as</strong> opiniões dos <strong>profissionais</strong> <strong>de</strong> <strong>TI</strong> relativ<strong>as</strong><br />

à sua carreira (Hoffman, 2004). Segundo Hoffman, os resultados indicaram que não<br />

há um entusi<strong>as</strong>mo em relação às perspectiv<strong>as</strong> <strong>de</strong> carreira, embora os <strong>profissionais</strong><br />

<strong>de</strong> <strong>TI</strong> não <strong>de</strong>monstrem arrependimento por terem optado pela área <strong>de</strong> <strong>TI</strong>. A pesquisa<br />

constata ainda uma insatisfação <strong>de</strong>sses <strong>profissionais</strong> com su<strong>as</strong> recompens<strong>as</strong> e<br />

participação n<strong>as</strong> <strong>de</strong>cisões, e <strong>de</strong> forma geral, com <strong>as</strong> empres<strong>as</strong> em que trabalham e<br />

oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> evolução na carreira. Nesta linha, Arroba e James (1988 p. 182)<br />

cita que <strong>as</strong> principais fontes <strong>de</strong> <strong>estresse</strong> n<strong>as</strong> organizações são “remuneração,<br />

perspectiv<strong>as</strong> incert<strong>as</strong> <strong>de</strong> carreira, muito trabalho, reuniões terríveis, coleg<strong>as</strong> difíceis<br />

e atmosfera <strong>de</strong> trabalho”.<br />

Já Couto (1979) organizou uma lista <strong>de</strong> fatores existentes em uma organização<br />

que po<strong>de</strong>m gerar o <strong>estresse</strong>:<br />

• Chefia insegura: o indivíduo vulnerável que tem entusi<strong>as</strong>mo excessivo<br />

ou insegurança latente, ou ainda nível intelectual mais alto, vai<br />

44


encontrar-se diante <strong>de</strong> um agente estressor se ele percebe um chefe<br />

inseguro. A tendência será subvalorizar <strong>as</strong> or<strong>de</strong>ns do chefe, o que<br />

provocará insatisfação no trabalho;<br />

• Responsabilida<strong>de</strong> mal <strong>de</strong>legada: <strong>de</strong>legar taref<strong>as</strong> sem i<strong>de</strong>ntificar se o<br />

empregado está pre<strong>para</strong>do ou mesmo confundir <strong>de</strong>legação com<br />

transferência <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong>. Kar<strong>as</strong>ek (1990) verificou que o menor<br />

grau <strong>de</strong> autonomia <strong>para</strong> tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão combinado com elevado<br />

grau <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong> é um forte fator gerador <strong>de</strong> <strong>estresse</strong>;<br />

• Bloqueio <strong>de</strong> carreira: às vezes, a promoção <strong>de</strong> um funcionário po<strong>de</strong><br />

gerar um bloqueio muito gran<strong>de</strong> em outro que trabalhe na mesma<br />

função e seja igualmente competente. Se a promoção do primeiro não<br />

for <strong>de</strong>vidamente justificada pela chefia, po<strong>de</strong> acontecer que um bom<br />

funcionário se transforme em indivíduo insatisfeito e injustiçado;<br />

• Conflito entre chefi<strong>as</strong>: é o c<strong>as</strong>o <strong>de</strong> chefi<strong>as</strong> cujos pensamentos não estão<br />

bem i<strong>de</strong>ntificados e isso é percebido pelos funcionários. Os que são<br />

vulneráveis se sentirão inseguros;<br />

• Falta <strong>de</strong> correlação a<strong>de</strong>quada entre capacida<strong>de</strong>, responsabilida<strong>de</strong> e<br />

salário: é um dos agentes estressores mais comuns no trabalho e po<strong>de</strong><br />

ser evitado ou diminuído por uma avaliação <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho a<strong>de</strong>quada.<br />

Os estudos <strong>de</strong> administração <strong>de</strong> pessoal têm mostrado que o indivíduo<br />

somente estará satisfeito se a responsabilida<strong>de</strong> que lhe é atribuída no<br />

serviço estiver no mesmo nível <strong>de</strong> sua capacida<strong>de</strong> e se o salário for<br />

proporcional;<br />

• Falta <strong>de</strong> motivação no trabalho: é um agente estressor que acomete<br />

praticamente todos os trabalhadores. Geralmente, o trabalhador p<strong>as</strong>sa<br />

45


por uma sensação <strong>de</strong> inutilida<strong>de</strong>. Quando existe motivação, a pessoa<br />

trabalha melhor; sente que é importante no trabalho e que está ajudando<br />

a construir a empresa;<br />

• Trabalho monótono: no início <strong>de</strong>ste tipo <strong>de</strong> trabalho, ocorre aumento <strong>de</strong><br />

produtivida<strong>de</strong> e melhoria da qualida<strong>de</strong>, pelo <strong>de</strong>senvolvimento no cérebro<br />

<strong>de</strong> um padrão <strong>de</strong> estimulação bem <strong>de</strong>finido. Muitos se adaptam a ele,<br />

m<strong>as</strong> a maioria, com o tempo, p<strong>as</strong>sa a apresentar lentidão no<br />

<strong>de</strong>senvolvimento d<strong>as</strong> operações, redução da sensibilida<strong>de</strong> da análise<br />

virtual e motora, com conseqüente perda da produtivida<strong>de</strong> e precisão.<br />

N<strong>as</strong> pesso<strong>as</strong> mais vulneráveis, po<strong>de</strong>m aparecer alguns sinais <strong>de</strong><br />

doenç<strong>as</strong> psicossomátic<strong>as</strong>, quando não mudam <strong>para</strong> outro tipo <strong>de</strong><br />

trabalho;<br />

• Trabalho com alta concentração mental: o que leva à fadiga é o trabalho<br />

no qual um erro po<strong>de</strong> causar da<strong>nos</strong> físicos gran<strong>de</strong>s ou<br />

comprometimento da segurança <strong>de</strong> outr<strong>as</strong> pesso<strong>as</strong>. A vigilância<br />

constante e o medo <strong>de</strong> errar po<strong>de</strong>m levar à fadiga psíquica e<br />

manifestações psicossomátic<strong>as</strong> <strong>nos</strong> indivíduos mais vulneráveis;<br />

• Relações human<strong>as</strong> ina<strong>de</strong>quad<strong>as</strong>: o problema d<strong>as</strong> relações human<strong>as</strong><br />

ina<strong>de</strong>quad<strong>as</strong> como agente estressor existe em dois sentidos: vertical e<br />

horizontal. No mundo <strong>de</strong> hoje, <strong>as</strong> relações ina<strong>de</strong>quad<strong>as</strong> na vertical (por<br />

parte dos chefes) ainda é mais importante do que na horizontal (entre os<br />

coleg<strong>as</strong> <strong>de</strong> trabalho). Porém, na tendência atual <strong>de</strong> se procurar utilizar<br />

os trabalhos <strong>de</strong> equipe, <strong>as</strong> relações human<strong>as</strong> na horizontal adquirem<br />

uma importância gradualmente maior;<br />

46


• <strong>Fatores</strong> ligados ao ambiente físico: o alto nível <strong>de</strong> ruído, a má-<br />

iluminação, o calor excessivo, a vibração, todos esses fatores po<strong>de</strong>m<br />

atuar como estressores e <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>ar o <strong>estresse</strong> e, conseqüentemente,<br />

a fadiga psíquica.<br />

Segundo Lazarus e Lazarus (1994), a sobrecarga <strong>de</strong> trabalho, causada pela<br />

<strong>de</strong>signação <strong>de</strong> muit<strong>as</strong> taref<strong>as</strong> com prazos curtos <strong>para</strong> sua execução, e com muit<strong>as</strong><br />

interrupções, a ambigüida<strong>de</strong> <strong>de</strong> priorida<strong>de</strong>s, o nível <strong>de</strong> autorida<strong>de</strong> e <strong>de</strong> autonomia, a<br />

incerteza quanto ao futuro, o convívio com coleg<strong>as</strong> insatisfeitos são fatores<br />

estressantes relacionados ao <strong>estresse</strong> ocupacional. Merlo (2003) verificou que a alta<br />

freqüência <strong>de</strong> distúrbios psicológicos relacionados ao <strong>estresse</strong> entre os analist<strong>as</strong> <strong>de</strong><br />

sistem<strong>as</strong> está <strong>as</strong>sociada a prazos curtos e sobrecarga <strong>de</strong> trabalho, resultante do<br />

impacto político/social do trabalho que <strong>de</strong>senvolvem e também da pressão exercida<br />

pelos usuários dos sistem<strong>as</strong>.<br />

Hoffman (2004) cita que o <strong>de</strong>sempenho da economia americana no início <strong>de</strong>ste<br />

século forçou um corte gradual do efetivo d<strong>as</strong> equipes <strong>de</strong> <strong>TI</strong>. Com uma carga<br />

elevada <strong>de</strong> trabalho, pouco treinamento e falta <strong>de</strong> confiança em su<strong>as</strong> empres<strong>as</strong>, os<br />

<strong>profissionais</strong> <strong>de</strong>ssa área estariam se sentindo pressionados e penalizados.<br />

Os elementos estressores do trabalho são muito comuns e freqüentes, uma<br />

vez que atualmente a maioria dos adultos p<strong>as</strong>sa gran<strong>de</strong> parte do dia no<br />

<strong>de</strong>sempenho <strong>de</strong> taref<strong>as</strong> laborais (TAYLOR e REPET<strong>TI</strong>, 1997), sendo o <strong>estresse</strong><br />

consi<strong>de</strong>rado pela Organização Mundial <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> (OMS) como uma epi<strong>de</strong>mia global<br />

(RIBEIRO, ASSIS e LOTERIO, 2000). Neste sentido é relevante a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

utilização <strong>de</strong> estratégi<strong>as</strong> <strong>para</strong> mitigar os efeitos nocivos do fenômeno do <strong>estresse</strong><br />

<strong>nos</strong> indivíduos.<br />

47


4.4 Estratégi<strong>as</strong> <strong>de</strong> enfrentamento (coping)<br />

Neste Capítulo apresentam-se alguns conceitos importantes sobre coping ou<br />

estratégi<strong>as</strong> <strong>de</strong> enfrentamento. Preten<strong>de</strong>-se, a partir <strong>de</strong>sta seção, <strong>de</strong>screver<br />

estratégi<strong>as</strong> <strong>de</strong> enfrentamento comumente utilizad<strong>as</strong> <strong>para</strong> minimizar os impactos<br />

negativos do <strong>estresse</strong>.<br />

De acordo com Santos (1995), os estressores são absolutos, ou seja, o evento<br />

acontece. O que é relativo é a maneira como o indivíduo reage a esse evento. Cada<br />

indivíduo po<strong>de</strong> reagir <strong>de</strong> forma diferente a um mesmo evento estressor. Nesse<br />

sentido, <strong>de</strong>ve-se enten<strong>de</strong>r que cada indivíduo possui um nível <strong>de</strong> tolerância à<br />

situação estressante diferente dos <strong>de</strong>mais.<br />

De acordo com Kessler, Prince e Wortman (1985), gran<strong>de</strong> parte dos indivíduos<br />

que são expostos a estressores não <strong>de</strong>senvolvem problem<strong>as</strong> <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m psicológico,<br />

tendo em vista que os efeitos do <strong>estresse</strong> po<strong>de</strong> ser minimizado com a utilização <strong>de</strong><br />

processos psicológicos que atenuam a sensação da severida<strong>de</strong> do <strong>estresse</strong><br />

(LUTGENDORF e COSTANZO, 2003).<br />

Diversos estudos têm sido realizados objetivando explicitar <strong>as</strong> estratégi<strong>as</strong> <strong>de</strong><br />

enfrentamento utilizad<strong>as</strong> pelos indivíduos que efetivamente superam o <strong>estresse</strong>.<br />

Esse conjunto <strong>de</strong> estratégi<strong>as</strong> tem sido comumente <strong>de</strong>nominado <strong>de</strong> coping<br />

(ANTONIAZZI, DELL’AGLIO e BANDEIRA, 1998). O termo “coping” p<strong>as</strong>sou a ser<br />

utilizado na psicologia recentemente, porém sua origem etimológica remonta do<br />

verbo francês “couper”, que por sua vez <strong>de</strong>riva do substantivo “coup” que significa<br />

“golpe”. No século X, o termo “cope” foi incorporado ao vocabulário anglo-saxão,<br />

cuja expressão “to cope with” po<strong>de</strong> ser traduzida como fazer face, enfrentar,<br />

gerenciar com sucesso, encarregar-se <strong>de</strong> (PIZZATO, 2007).<br />

48


Coping é conceituado como um conjunto <strong>de</strong> esforços, cognitivos e<br />

comportamentais, utilizado pelos indivíduos com o objetivo <strong>de</strong> lidar com <strong>de</strong>mand<strong>as</strong><br />

específic<strong>as</strong>, intern<strong>as</strong> ou extern<strong>as</strong>, que surgem em situações <strong>de</strong> <strong>estresse</strong> e são<br />

avaliad<strong>as</strong> como sobrecarregando ou exce<strong>de</strong>ndo seus recursos pessoais (LAZARUS<br />

e FOLKMAN, 1984).<br />

Ainda, segundo Lazarus e Folkman (1984), coping po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>finido pela forma<br />

como <strong>as</strong> pesso<strong>as</strong> normalmente reagem ao <strong>estresse</strong>. Est<strong>as</strong> reações estão<br />

relacionad<strong>as</strong> a fatores pessoais, <strong>de</strong>mand<strong>as</strong> situacionais e recursos disponíveis.<br />

Nacaratto (1995), Savoia, Santana e Meji<strong>as</strong> (1996) e Zakir (2001) têm<br />

conceituado o coping como elemento mediador entre os estímulos que trazem<br />

<strong>de</strong>safios <strong>para</strong> os indivíduos e o <strong>de</strong>senvolvimento da reação do <strong>estresse</strong>.<br />

Folkman e Lazarus (1980) propuseram um mo<strong>de</strong>lo conceitual em que dividiram<br />

o coping em du<strong>as</strong> categori<strong>as</strong>: coping com foco no problema e coping com foco na<br />

emoção são estratégi<strong>as</strong> <strong>de</strong> enfrentamento, utilizados pelo individuo, <strong>para</strong> administrar<br />

os efeitos negativos do <strong>estresse</strong>.<br />

Folkman e Lazarus (1980) enfatizam que est<strong>as</strong> estratégi<strong>as</strong> po<strong>de</strong>m mudar <strong>de</strong><br />

momento <strong>para</strong> momento, durante os estágios <strong>de</strong> uma situação estressante. As<br />

estratégi<strong>as</strong> <strong>de</strong> coping levam a pensamentos, comportamentos e ações <strong>para</strong> lidar<br />

com um estressor (FOLKMAN, LAZARUS, DUNKEL-SCHETTER, DELONGIS e<br />

GRUEL, 1986).<br />

Segundo Folkman e Lazarus (1980), o coping com foco na emoção é<br />

conceituado como um esforço <strong>para</strong> regular o estado emocional que é <strong>as</strong>sociado ao<br />

<strong>estresse</strong>. Estes esforços <strong>de</strong> coping são dirigidos a um nível somático e/ou a um nível<br />

<strong>de</strong> sentimentos, tendo por objetivo alterar o estado emocional do indivíduo. Como<br />

exemplo <strong>de</strong> estratégi<strong>as</strong> <strong>de</strong> coping com foco na emoção tem-se, uso <strong>de</strong> cigarro e<br />

49


tranqüilizante, <strong>as</strong>sistir um bom filme <strong>de</strong> comédia, pratica <strong>de</strong> esportes como uma<br />

corrida ou andar <strong>de</strong> bicicleta, entre outros. O coping com foco no problema constitui-<br />

se em um esforço <strong>para</strong> atuar na situação que <strong>de</strong>u origem ao <strong>estresse</strong>, tentando<br />

mudá-la. O objetivo <strong>de</strong>sta estratégia é alterar o problema existente (causa raiz do<br />

problema) na relação entre a pessoa e o ambiente que está causando a tensão.<br />

Para Folkman e Lazarus (1980), a <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> qual d<strong>as</strong> estratégi<strong>as</strong> <strong>de</strong> coping<br />

será utilizada <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma avaliação da situação estressora na qual o individuo<br />

se encontra. De acordo com esta teoria, existem dois tipos <strong>de</strong> avaliação: a primária,<br />

que é um processo cognitivo através do qual os indivíduos verificam o risco<br />

envolvido em uma <strong>de</strong>terminada situação <strong>de</strong> <strong>estresse</strong> e a secundária, on<strong>de</strong> os<br />

indivíduos analisam quais são os recursos disponíveis e <strong>as</strong> opções <strong>para</strong> lidar com o<br />

problema.<br />

O coping focalizado no problema ten<strong>de</strong> a ser utilizado n<strong>as</strong> situações avaliad<strong>as</strong><br />

como modificáveis enquanto o coping focalizado na emoção ten<strong>de</strong> a ser mais<br />

utilizado n<strong>as</strong> situações avaliad<strong>as</strong> como inalteráveis (FOLKMAN e LAZARUS, 1980).<br />

Segundo Comp<strong>as</strong> (1987), amb<strong>as</strong> <strong>as</strong> estratégi<strong>as</strong> <strong>de</strong> coping são utilizad<strong>as</strong><br />

durante praticamente todos os episódios estressantes, e que o uso <strong>de</strong> uma ou <strong>de</strong><br />

outra po<strong>de</strong> variar em eficácia, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo dos diferentes tipos <strong>de</strong> estressores<br />

envolvidos. No mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> coping, <strong>de</strong> Lazarus e Folkman (1984), qualquer tentativa<br />

<strong>de</strong> controlar o estressor é consi<strong>de</strong>rado coping, tenha ela sido eficaz ou não.<br />

Lazarus e DeLongis (1983) explicam que os processos <strong>de</strong> coping variam com o<br />

<strong>de</strong>senvolvimento do indivíduo. Este fato acontece <strong>de</strong>vido às mudanç<strong>as</strong> n<strong>as</strong><br />

condições <strong>de</strong> vida e experiênci<strong>as</strong> vivid<strong>as</strong> pelos indivíduos.<br />

O mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> Folkman e Lazarus (1980) envolve quatro conceitos:<br />

50


• Coping é um processo ou uma interação que se dá entre o indivíduo e o<br />

ambiente;<br />

• Sua função é <strong>de</strong> administração da situação estressora, ao invés <strong>de</strong><br />

controle ou domínio da mesma;<br />

• O processo <strong>de</strong> coping pressupõe a noção <strong>de</strong> avaliação, ou seja, como o<br />

fenômeno é percebido, interpretado e cognitivamente representado na<br />

mente do indivíduo;<br />

• O processo <strong>de</strong> coping constitui-se em uma mobilização <strong>de</strong> esforço,<br />

através da qual os indivíduos irão empreen<strong>de</strong>r esforços cognitivos e<br />

comportamentais <strong>para</strong> administrar (reduzir, minimizar ou tolerar) <strong>as</strong><br />

<strong>de</strong>mand<strong>as</strong> intern<strong>as</strong> ou extern<strong>as</strong> que surgem da sua interação com o<br />

ambiente.<br />

De acordo com Beresford (1994), os recursos pessoais <strong>de</strong> coping são<br />

constituídos por variáveis físic<strong>as</strong> e psicológic<strong>as</strong> que incluem saú<strong>de</strong> física, moral,<br />

crenç<strong>as</strong> i<strong>de</strong>ológic<strong>as</strong>, experiênci<strong>as</strong> prévi<strong>as</strong> <strong>de</strong> coping, inteligência e outr<strong>as</strong><br />

característic<strong>as</strong> pessoais. Os recursos sócio-ecológicos encontrados no ambiente do<br />

indivíduo ou em seu contexto social incluem relacionamento conjugal, característic<strong>as</strong><br />

familiares, re<strong>de</strong>s sociais, recursos funcionais ou práticos e circunstânci<strong>as</strong><br />

econômic<strong>as</strong>. De acordo com a proposta do pesquisador, a disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

recursos afeta a avaliação do evento estressor e direciona que estratégi<strong>as</strong> <strong>de</strong><br />

enfrentamento serão usad<strong>as</strong> pelo individuo.<br />

Ainda, segundo Lazarus e Folkman (1986), o termo coping ou estratégi<strong>as</strong> <strong>de</strong><br />

enfrentamento explica os esforços cognitivos e comportamentais que o indivíduo<br />

utiliza <strong>para</strong> lidar com situações <strong>de</strong> dano, ameaça ou <strong>de</strong>safio. Dano refere-se a<br />

situações como doença, morte, perda <strong>de</strong> status social, perda <strong>de</strong> relacionamentos<br />

51


significativos ou problem<strong>as</strong> econômicos. Ameaça refere-se à antecipação <strong>de</strong><br />

ocorrênci<strong>as</strong> negativ<strong>as</strong> relacionad<strong>as</strong> ao dano, enquanto o <strong>de</strong>safio diz respeito à<br />

atitu<strong>de</strong> do indivíduo ante o dano.<br />

O indivíduo diante <strong>de</strong> algum fator estressor p<strong>as</strong>sa por quatro etap<strong>as</strong>: avaliação<br />

primária, avaliação secundária, reavaliação e enfrentamento. Segundo Savoia<br />

(1999) e Cerqueira (2001) a avaliação primária ocorre antes <strong>de</strong> qualquer<br />

pensamento racional por parte do sujeito e consiste na forma imediata <strong>de</strong> como o<br />

indivíduo percebe e cl<strong>as</strong>sifica o evento. Se o individuo avalia o evento como<br />

estressante ou ameaçador, o evento irá causar emoções negativ<strong>as</strong>, do tipo cólera ou<br />

medo, tensão e ansieda<strong>de</strong>. Se o evento for percebido como <strong>de</strong>safio ou<br />

oportunida<strong>de</strong>, o indivíduo sente-se mais confiante, po<strong>de</strong>ndo gerar emoções positiv<strong>as</strong><br />

do tipo satisfação, esperança, excitação ou alegria.<br />

A etapa da avaliação secundária caracteriza-se pela análise cognitiva e <strong>de</strong><br />

tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão, em que o indivíduo busca recursos que o auxiliem no<br />

enfrentamento e reduzam os efeitos negativos do estressor.<br />

Já Limongi-França e Rodrigues (2005) <strong>de</strong>stacam que a etapa da reavaliação<br />

diz respeito a um julgamento alterado, tendo em vista <strong>as</strong> nov<strong>as</strong> informações<br />

provind<strong>as</strong> do meio ambiente e/ou levantad<strong>as</strong> pela própria pessoa, cujo propósito é<br />

rever e reavaliar a situação.<br />

52


Figura 2 – Mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> Processamento <strong>de</strong> Stress e Coping<br />

Fonte: (Lazarus e Folkman, 1984)<br />

Divers<strong>as</strong> pesquis<strong>as</strong> têm i<strong>de</strong>ntificado algum<strong>as</strong> estratégi<strong>as</strong> <strong>de</strong> enfrentamento,<br />

como busca <strong>de</strong> suporte social, religiosida<strong>de</strong> e distração (Carver, Scheier e<br />

Weintraub, 1989; Endler e Parker, 1999; Vitaliano, Russo, Carr, Maiuro e Becker,<br />

1985; Seidl et al., 2001).<br />

Outra importante estratégia <strong>de</strong> enfrentamento diz respeito à pratica <strong>de</strong><br />

ativida<strong>de</strong>s físic<strong>as</strong>. A ativida<strong>de</strong> física regular é reconhecida como um dos principais<br />

elementos <strong>para</strong> a melhora fisiológica do organismo. Segundo Pires et al (2004),<br />

53


além dos benefícios fisiológicos adquiridos com a prática da ativida<strong>de</strong> física, os<br />

a<strong>de</strong>ptos <strong>de</strong>ssa prática também obtêm benefícios psicológicos e sociais.<br />

A pratica <strong>de</strong> uma ativida<strong>de</strong> física tem figurado entre <strong>as</strong> mais nov<strong>as</strong> <strong>de</strong>scobert<strong>as</strong><br />

no tratamento da <strong>de</strong>pressão, ansieda<strong>de</strong> e <strong>estresse</strong> (BRANDÃO e MATSUDO, 1990;<br />

RIBEIRO, 1998; FOX, 1999; NETO, 2002; CHEIK et al., 2003; PIRES et al., 2004).<br />

PIRES et al. (2004) realizaram uma pesquisa com adolescentes <strong>de</strong> Florianópolis e<br />

foi verificada a relação entre ativida<strong>de</strong>s físic<strong>as</strong> e <strong>estresse</strong> indicando que quanto<br />

maior o nível <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong> física menor o nível <strong>de</strong> <strong>estresse</strong>.<br />

No campo do suporte social, <strong>as</strong> fortes relações como acontece <strong>de</strong>ntro d<strong>as</strong><br />

famíli<strong>as</strong> e entre amigos são <strong>de</strong> fundamental relevância <strong>para</strong> a manutenção da saú<strong>de</strong><br />

e têm um papel importante na redução do <strong>estresse</strong> (SWICKERT et al., 2002;<br />

BALBIN, IRONSON e SOLOMON, 1999; LUTGENDORF e CONSTANZO, 2003).<br />

Ainda, Kielcolt-Gl<strong>as</strong>er et al. (1994) <strong>de</strong>stacam que uma boa relação entre cônjuges<br />

tem relação direta com uma melhor resposta imunológica do individuo. Por outro<br />

lado, cônjuges que possuem uma relação marcada por conflitos apresentam maior<br />

percentual <strong>de</strong> problem<strong>as</strong> cardiov<strong>as</strong>culares e neuroendócri<strong>nos</strong>, bem como uma<br />

reduzida função imunológica (BALBIN, IRONSON e SOLOMON, 1999).<br />

Corroborando, Mcewen e Stellar (1993) <strong>de</strong>stacam que um ambiente <strong>de</strong> hostilida<strong>de</strong> e<br />

conflito está diretamente <strong>as</strong>sociado com o distress e com o aumento <strong>de</strong> doenç<strong>as</strong><br />

psicossomátic<strong>as</strong>.<br />

De acordo com Tamayo et al (2002), o suporte social sobre o <strong>estresse</strong><br />

ocupacional po<strong>de</strong> ser positivo ou negativo. Quando o suporte social está fortalecido<br />

na organização, ele tem um efeito protetor que é explicitado em baixos níveis <strong>de</strong><br />

<strong>estresse</strong>. Neste sentido, quanto maior o nível <strong>de</strong> suporte social na organização,<br />

54


menor o nível <strong>de</strong> <strong>estresse</strong> no trabalho. Na outra ponta, quando o suporte social não<br />

existe ou é <strong>de</strong>ficitário, este fator transforma-se num estressor.<br />

Outr<strong>as</strong> pesquis<strong>as</strong> indicam que <strong>as</strong> relações sociais são um importante meio <strong>de</strong><br />

proteção contra os efeitos negativos do <strong>estresse</strong> (KESSLER, PRINCE e WORTMAN,<br />

1985; TAYLOR e REPET<strong>TI</strong>, 1997; BALBIN, IRONSON e SOLOMON, 1999;<br />

SWICKERT et al., 2002).<br />

Segundo Dejours (1994) existem seis estratégi<strong>as</strong> <strong>de</strong>fensiv<strong>as</strong> utilizad<strong>as</strong> pelo<br />

indivíduo, quando o mesmo está em sofrimento no ambiente <strong>de</strong> trabalho:<br />

1ª) Desvencilhar-se d<strong>as</strong> responsabilida<strong>de</strong>s e não tomar nov<strong>as</strong> iniciativ<strong>as</strong>;<br />

2ª) Assumir atitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> isolamento máximo, <strong>de</strong> silêncio frente ao superior<br />

hierárquico e, em alguns c<strong>as</strong>os, frente aos coleg<strong>as</strong>;<br />

3ª) Adotar postura <strong>de</strong> <strong>de</strong>sconfiança sistemática, com sentimento <strong>de</strong><br />

perseguição e hostilida<strong>de</strong> dos outros <strong>para</strong> consigo;<br />

imediato;<br />

4ª) P<strong>as</strong>sar diretamente ao nível superior, ao invés <strong>de</strong> dirigir-se a seu superior<br />

5ª) Enfrentar o sofrimento em silêncio; e<br />

6ª) Recusar-se a cumprimentar os coleg<strong>as</strong>, como forma <strong>de</strong> evitar o sofrimento.<br />

Dessa forma, o indivíduo procura ocultar o sofrimento, evitar o conflito e <strong>as</strong><br />

oc<strong>as</strong>iões em que o conflito possa acontecer.<br />

Além do conceito <strong>de</strong> estratégi<strong>as</strong> <strong>de</strong> enfrentamento um importante conceito diz<br />

respeito aos estilos <strong>de</strong> coping. Miller (1981) joga luz a dois estilos <strong>de</strong> coping<br />

<strong>de</strong>nominados <strong>de</strong> monitorador e <strong>de</strong>satento. Os dois estilos dizem respeito ao tipo <strong>de</strong><br />

atenção dada pelo indivíduo em situação <strong>de</strong> <strong>estresse</strong>. O indivíduo monitorador<br />

permanece em um estado <strong>de</strong> constante alerta e atento a <strong>as</strong>pectos negativos <strong>de</strong> uma<br />

experiência, buscando informações e visualizando a situação <strong>para</strong> controlá-la. O<br />

55


<strong>de</strong>satento envolve distração e proteção cognitiva <strong>de</strong> fontes <strong>de</strong> perigo. O indivíduo<br />

apresenta um comportamento <strong>de</strong> <strong>de</strong>satenção, ten<strong>de</strong>ndo a se af<strong>as</strong>tar da ameaça,<br />

distrair-se e evitar informações, postergando uma ação.<br />

De acordo com Lazarus e Folkman (1984), existem 8 estratégi<strong>as</strong> <strong>de</strong><br />

enfrentamento: “resolução <strong>de</strong> problem<strong>as</strong>”, “suporte social”, “aceitação <strong>de</strong><br />

responsabilida<strong>de</strong>”, “auto controle”, “reavaliação positiva”, “fuga e esquiva”,<br />

“af<strong>as</strong>tamento” e “confronto”.<br />

O confronto são estratégi<strong>as</strong> ofensiv<strong>as</strong> e em cert<strong>as</strong> circunstânci<strong>as</strong> agressiv<strong>as</strong><br />

<strong>para</strong> o enfrentamento da situação, isto é, são estratégi<strong>as</strong> n<strong>as</strong> quais a pessoa<br />

apresenta uma atitu<strong>de</strong> ativa em relação ao estressor.<br />

Diferentemente d<strong>as</strong> estratégi<strong>as</strong> <strong>de</strong> confronto, o af<strong>as</strong>tamento correspon<strong>de</strong> a<br />

estratégi<strong>as</strong> <strong>de</strong>fensiv<strong>as</strong>, on<strong>de</strong> o individuo evita confrontar-se com a ameaça, não<br />

modificando a situação. O autocontrole diz respeito aos esforços da pessoa em<br />

buscar o controle d<strong>as</strong> emoções frente aos estímulos estressantes. Ter autocontrole<br />

<strong>de</strong>nota, também, não fazer nada apressadamente ou seguir um primeiro impulso.<br />

O suporte social é uma estratégia <strong>de</strong> enfrentamento que está relacionada ao<br />

apoio encontrado n<strong>as</strong> pesso<strong>as</strong> e no ambiente, sendo este um fator psicossocial<br />

positivo, que po<strong>de</strong> ajudar o profissional <strong>de</strong> <strong>TI</strong> a lidar com o efeito in<strong>de</strong>sejado do<br />

<strong>estresse</strong>. Ao utilizar a estratégia <strong>de</strong> aceitação <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong>, o profissional <strong>de</strong><br />

<strong>TI</strong> aceita a realida<strong>de</strong> e engaja-se no processo <strong>de</strong> lidar com a situação estressante.<br />

O comportamento <strong>de</strong> fuga e esquiva consiste em fant<strong>as</strong>iar sobre possíveis<br />

soluções <strong>para</strong> o problema sem, no entanto, tomar atitu<strong>de</strong>s <strong>para</strong> <strong>de</strong> fato modificá-l<strong>as</strong>.<br />

Po<strong>de</strong>mos <strong>de</strong>screvê-la como os esforços <strong>para</strong> escapar e/ou evitar o fator estressante.<br />

A estratégia <strong>de</strong> resolução <strong>de</strong> problem<strong>as</strong> pressupõe o planejamento a<strong>de</strong>quado<br />

<strong>para</strong> lidar com os estressores. Ao invés <strong>de</strong> anular ou af<strong>as</strong>tar a situação estressante<br />

56


<strong>de</strong> seu cotidiano, o profissional <strong>de</strong> <strong>TI</strong> opta por resolver seu problema, modificar su<strong>as</strong><br />

atitu<strong>de</strong>s, sendo capaz <strong>de</strong> lidar com <strong>as</strong> pressões d<strong>as</strong> pesso<strong>as</strong> e do ambiente ao seu<br />

redor, diminuindo ou eliminando a fonte geradora <strong>de</strong> <strong>estresse</strong>. A reavaliação positiva<br />

é uma estratégia <strong>de</strong> enfrentamento dirigida <strong>para</strong> o controle d<strong>as</strong> emoções que estão<br />

relacionad<strong>as</strong> à tristeza como forma <strong>de</strong> reinterpretação, crescimento e mudança<br />

pessoal a partir da situação conflitante. Ainda segundo os autores, a reavaliação<br />

positiva são tentativ<strong>as</strong> cognitiv<strong>as</strong> <strong>de</strong> analisar e reavaliar um problema <strong>de</strong> forma<br />

positiva, aceitando a realida<strong>de</strong> da situação. Po<strong>de</strong>m ainda apresentar <strong>as</strong>pectos <strong>de</strong><br />

religiosida<strong>de</strong>.<br />

Outro estudo diz respeito aos estilos p<strong>as</strong>sivo e ativo <strong>de</strong> coping. Billings e Moss<br />

(1984) consi<strong>de</strong>ram ativo o coping no qual há esforços <strong>de</strong> aproximação do foco <strong>de</strong><br />

<strong>estresse</strong>, enquanto o estilo p<strong>as</strong>sivo evitaria o foco <strong>de</strong> <strong>estresse</strong>.<br />

Em âmbito geral, os estilos <strong>de</strong> coping têm sido mais vinculados <strong>as</strong><br />

característic<strong>as</strong> <strong>de</strong> personalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cada individuo enquanto <strong>as</strong> estratégi<strong>as</strong> <strong>de</strong><br />

coping dizem respeito <strong>as</strong> ações cognitiv<strong>as</strong> ou <strong>de</strong> comportamento executad<strong>as</strong> pelo<br />

individuo à luz <strong>de</strong> um evento estressor.<br />

Os traços <strong>de</strong> personalida<strong>de</strong> mais amplamente estudados, que se relacionam às<br />

estratégi<strong>as</strong> <strong>de</strong> enfrentamento, são otimismo, rigi<strong>de</strong>z, auto-estima e lócus <strong>de</strong> controle<br />

(CARVER; SCHEIER; WEINTRAUB, 1989).<br />

O lócus <strong>de</strong> controle, um construto vinculado à Teoria da Aprendizagem Social<br />

(Rotter, 1966), se refere às expectativ<strong>as</strong> <strong>de</strong> controle que os indivíduos mantêm<br />

sobre os acontecimentos da vida diária. Indivíduos cuja orientação do lócus é interna<br />

acreditam po<strong>de</strong>r exercer algum controle sobre esses acontecimentos e indivíduos<br />

cuja orientação é externa atribuem o controle dos acontecimentos a fatos exter<strong>nos</strong> -<br />

pesso<strong>as</strong>, entida<strong>de</strong>s, <strong>de</strong>stino, ac<strong>as</strong>o ou sorte (Rotter, 1966, 1975, 1990). De acordo<br />

57


com Moser (2008), existem du<strong>as</strong> variáveis que po<strong>de</strong>m ser <strong>de</strong>terminantes como<br />

agentes predispositores ao surgimento do quadro <strong>de</strong> <strong>estresse</strong> no indivíduo: lócus <strong>de</strong><br />

controle e personalida<strong>de</strong> tipo A. O lócus <strong>de</strong> controle, segundo o autor, refere-se ao<br />

grau <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong> pessoal que o individuo atribui aos eventos <strong>de</strong> sua vida. Já<br />

a personalida<strong>de</strong> tipo A caracteriza indivíduos altamente competitivos, impacientes e<br />

que vivem com sentimento constante <strong>de</strong> urgência.<br />

Segundo Antoniazzi, Dell’Aglio e Ban<strong>de</strong>ira (1998), mais recentemente, <strong>as</strong><br />

pesquis<strong>as</strong> da área têm se voltado <strong>para</strong> o estudo d<strong>as</strong> convergênci<strong>as</strong> entre<br />

enfrentamento e personalida<strong>de</strong>. Esta tendência tem sido motivada, em parte, pelo<br />

corpo cumulativo <strong>de</strong> evidênci<strong>as</strong> que indicam que fatores situacionais não são<br />

capazes <strong>de</strong> explicar toda a variação n<strong>as</strong> estratégi<strong>as</strong> <strong>de</strong> enfrentamento utilizad<strong>as</strong><br />

pelos indivíduos.<br />

De acordo com Pinheiro (2002), apesar da gran<strong>de</strong> varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> estudos<br />

conduzidos sobre enfrentamento n<strong>as</strong> últim<strong>as</strong> décad<strong>as</strong>, poucos trabalhos têm sido<br />

<strong>de</strong>senvolvidos <strong>para</strong> verificar a utilização eficaz <strong>de</strong> estratégi<strong>as</strong> <strong>de</strong> Enfrentamento<br />

voltad<strong>as</strong> <strong>para</strong> o ambiente ocupacional.<br />

4.5 O <strong>estresse</strong> e o profissional <strong>de</strong> <strong>TI</strong><br />

Neste Capítulo apresentam-se pesquis<strong>as</strong> sobre o fenômeno do <strong>estresse</strong> <strong>de</strong>ntro<br />

do contexto dos <strong>profissionais</strong> <strong>de</strong> tecnologia da informação. Preten<strong>de</strong>-se, nesta<br />

seção, pontuar os resultados e <strong>as</strong> conclusões <strong>de</strong> pesquisadores sobre o <strong>estresse</strong> na<br />

vida do profissional da área <strong>de</strong> tecnologia da informação.<br />

Moore (2000) realizou uma pesquisa com 331 <strong>profissionais</strong> <strong>de</strong> tecnologia em<br />

divers<strong>as</strong> indústri<strong>as</strong> <strong>nos</strong> Estados Unidos. Na amostra, 331 participantes trabalhavam<br />

em 259 empres<strong>as</strong>. Dess<strong>as</strong> empres<strong>as</strong>, a gran<strong>de</strong> maioria (213) tinha um único<br />

participante no estudo. A organização com a maioria dos participantes foi uma<br />

58


gran<strong>de</strong> companhia <strong>de</strong> seguros que foi representada por 11 indivíduos. A maioria dos<br />

participantes do estudo tinha aproximadamente 44 a<strong>nos</strong> <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> e tinha sido<br />

contratado pela organização há qu<strong>as</strong>e 11 a<strong>nos</strong>. Sessenta e nove por cento dos<br />

participantes eram do sexo m<strong>as</strong>culino, 76% eram c<strong>as</strong>ados, 53% tinham crianç<strong>as</strong> em<br />

c<strong>as</strong>a e 75% possuíam uma licenciatura (ou grau superior). Os resultados do estudo<br />

revelaram que:<br />

(1) Exaustos <strong>profissionais</strong> <strong>de</strong> tecnologia da informação relataram maior<br />

intenção <strong>de</strong> abandonar o emprego do que os <strong>profissionais</strong> <strong>de</strong> ti que não estavam<br />

exaustos;<br />

(2) sobrecarga <strong>de</strong> trabalho, ambigüida<strong>de</strong> <strong>de</strong> papéis, e <strong>de</strong> equida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

recompens<strong>as</strong> percebid<strong>as</strong> contribuíram significativamente <strong>para</strong> o esgotamento dos<br />

<strong>profissionais</strong> <strong>de</strong> tecnologia da informação e;<br />

(3) os <strong>profissionais</strong> <strong>de</strong> tecnologia da informação que se encontravam<br />

esgotados, i<strong>de</strong>ntificavam a insuficiência <strong>de</strong> pessoal e recursos como a principal<br />

causa da sobrecarga <strong>de</strong> trabalho e <strong>de</strong> sua exaustão.<br />

Outros estudos relataram evidênci<strong>as</strong> <strong>de</strong> sobrecarga <strong>de</strong> trabalho <strong>nos</strong><br />

<strong>profissionais</strong> <strong>de</strong> <strong>TI</strong> e <strong>estresse</strong> relacionado a problem<strong>as</strong> <strong>de</strong> comunicação. (Goldstein e<br />

Rockart, 1984; Ivancevich, Napier, e Wetherbe, 1983; Li e Shani, 1991; Weiss,<br />

1983).<br />

Ivancevich, Napier, e Wetherbe (1983) realizaram uma pesquisa com 580<br />

<strong>profissionais</strong> <strong>de</strong> tecnologia da informação em 18 gran<strong>de</strong>s empres<strong>as</strong> do Centro-Oeste<br />

dos Estados Unidos. Os entrevistados do estudo tinham ida<strong>de</strong>s entre 19 e 68 a<strong>nos</strong>,<br />

com média <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 34 a<strong>nos</strong>. Eles tinham experiência <strong>de</strong> trabalho que variavam<br />

<strong>de</strong> 1 a 30 a<strong>nos</strong> em sistem<strong>as</strong> <strong>de</strong> informação. O tempo médio que trabalhavam n<strong>as</strong><br />

organizações era <strong>de</strong> oito a<strong>nos</strong>. Os autores <strong>de</strong>stacaram que o estudo tinha como<br />

59


objetivo analisar o grau <strong>de</strong> percepção <strong>de</strong> <strong>estresse</strong> pelo pessoal <strong>de</strong> <strong>TI</strong>. Segundo<br />

Ivancevich, Napier, e Wetherbe <strong>as</strong> questões precisam ser respondid<strong>as</strong> <strong>para</strong> que o<br />

recrutamento, formação, motivação e program<strong>as</strong> <strong>de</strong> enfrentamento possam ser<br />

implementad<strong>as</strong> com b<strong>as</strong>e em evidênci<strong>as</strong> científic<strong>as</strong>. Na pesquisa supracitada, os<br />

autores relataram que o maior <strong>estresse</strong> percebido foi <strong>de</strong>vido à comunicação. De<br />

acordo com a pesquisa, a característica comunicação foi <strong>de</strong>scrita como: "não ser<br />

informado sobre o que está acontecendo", "meu chefe não me mantém informado" e<br />

"Nunca me dão <strong>as</strong> informações que eu preciso". A segunda fonte <strong>de</strong> <strong>estresse</strong><br />

apurada foi <strong>de</strong>vido às recompens<strong>as</strong> e promoções b<strong>as</strong>ead<strong>as</strong> em fatores não<br />

vinculados ao <strong>de</strong>sempenho.<br />

A terceira fonte <strong>de</strong> <strong>estresse</strong> foi <strong>de</strong>vido à pressão do tempo e sobrecarga <strong>de</strong><br />

trabalho. Essa situação foi explicada como preocupação <strong>de</strong>vido a muito trabalho<br />

<strong>para</strong> fazer sem o tempo suficiente <strong>para</strong> concluir <strong>de</strong> forma correta.<br />

A quarta fonte <strong>de</strong> <strong>estresse</strong> apurada foi às relações pessoais <strong>de</strong>ntro do trabalho.<br />

Esta situação foi explicada como os conflitos <strong>de</strong> personalida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>ntro da área <strong>de</strong> <strong>TI</strong><br />

e os atritos entre os <strong>profissionais</strong> <strong>de</strong> <strong>TI</strong> e os seus usuários, <strong>de</strong>ntro da organização.<br />

A quinta fonte <strong>de</strong> <strong>estresse</strong> apurada foi <strong>de</strong>vida a ambigüida<strong>de</strong> <strong>de</strong> papeis on<strong>de</strong><br />

<strong>as</strong> responsabilida<strong>de</strong>s e a autorida<strong>de</strong> não estão clar<strong>as</strong> <strong>para</strong> a realização <strong>de</strong> met<strong>as</strong>.<br />

A sexta fonte <strong>de</strong> <strong>estresse</strong> apurada tem a ver com a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> mudanç<strong>as</strong><br />

(ambiente organizacional e tecnológico, processos, novos <strong>de</strong>safios e problem<strong>as</strong>) que<br />

os <strong>profissionais</strong> <strong>de</strong> <strong>TI</strong> são submetidos diariamente.<br />

Um importante dado ainda levantado na pesquisa foi que quanto maior o nível<br />

hierárquico do profissional maior foi o nível <strong>de</strong> <strong>estresse</strong> levantado. Os autores<br />

<strong>de</strong>stacaram que se houver um programa <strong>para</strong> combater o <strong>estresse</strong> <strong>de</strong>ntro d<strong>as</strong><br />

organizações, <strong>de</strong>veriam tratar com priorida<strong>de</strong>s os gerentes e os <strong>profissionais</strong> <strong>de</strong><br />

60


tecnologia da informação seniores. Em relação ao gênero, segundo os<br />

pesquisadores, há pouc<strong>as</strong> diferenç<strong>as</strong> significativ<strong>as</strong> relatados, embora parecesse que<br />

os homens têm me<strong>nos</strong> problem<strong>as</strong> <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e faltam me<strong>nos</strong> ao trabalho do que <strong>as</strong><br />

mulheres. Este resultado po<strong>de</strong> ter surgido por causa <strong>de</strong> atitu<strong>de</strong>s e valores culturais<br />

que ainda existem, ou seja, que os homens <strong>de</strong>vem respon<strong>de</strong>r <strong>as</strong> necessida<strong>de</strong>s do<br />

trabalho e <strong>de</strong>vem manter <strong>as</strong> doenç<strong>as</strong> como um <strong>as</strong>sunto privado. Esses valores<br />

culturais, segundo os autores, estão mudando lentamente no mundo do trabalho,<br />

principalmente <strong>de</strong>vido ao fato d<strong>as</strong> mulheres estarem cada vez mais <strong>as</strong>sumindo<br />

cargos <strong>de</strong> chefia. Os autores concluem em sua pesquisa que o primeiro p<strong>as</strong>so <strong>para</strong><br />

controlar o <strong>estresse</strong> é a consciência. A fim <strong>de</strong> lidar eficazmente com o <strong>estresse</strong> dos<br />

<strong>profissionais</strong> <strong>de</strong> <strong>TI</strong> é fundamental conhecer quais <strong>as</strong> característic<strong>as</strong> e condições do<br />

trabalho estão <strong>as</strong>sociad<strong>as</strong> ao <strong>estresse</strong> individual.<br />

Li e Shani (1991) realizaram uma pesquisa com 109 gerentes <strong>de</strong> tecnologia da<br />

informação <strong>de</strong> diferentes organizações, explorando o relacionamento entre <strong>as</strong><br />

característic<strong>as</strong> organizacionais, satisfação com o trabalho e o <strong>estresse</strong> no trabalho.<br />

Faziam parte da amostragem, organizações que representavam uma ampla<br />

varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> indústri<strong>as</strong>, incluindo a bancos, empres<strong>as</strong> que prestavam serviços <strong>de</strong><br />

processamento <strong>de</strong> dados, educação, governo, seguros, manufatura, <strong>as</strong>sistência<br />

médica, <strong>de</strong> impressão, varejo, entre outr<strong>as</strong>. Em termos <strong>de</strong> número <strong>de</strong> funcionários,<br />

18 empres<strong>as</strong> tinham me<strong>nos</strong> <strong>de</strong> 100 trabalhadores, 39 empres<strong>as</strong> tinham entre 101-<br />

500, 18 empres<strong>as</strong> tinham entre 501 a 1000, 23 empres<strong>as</strong> tinham entre 1.001 a<br />

5.000, e 34 empres<strong>as</strong> tinham mais <strong>de</strong> 5.000 empregados.<br />

Os resultados indicaram que a sobrecarga <strong>de</strong> trabalho é a principal fonte <strong>de</strong><br />

<strong>estresse</strong> percebido no trabalho, seguido por conflito <strong>de</strong> papéis, a ansieda<strong>de</strong> induzida<br />

pelo trabalho e por ultimo a ambigüida<strong>de</strong> dos papeis. Ainda, quatro fatores<br />

61


organizacionais: o clima, a clareza e a partilha da missão da organização, a<br />

qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida no trabalho e flexibilida<strong>de</strong> dos processos organizacionais foi<br />

encontrada, como fatores que influência <strong>de</strong> forma significativamente o <strong>estresse</strong> no<br />

trabalho e a percepção da satisfação no trabalho dos gestores <strong>de</strong> <strong>TI</strong>. Segundo os<br />

autores, ambigüida<strong>de</strong> <strong>de</strong> papeis e o conflito <strong>de</strong> papéis têm sido <strong>as</strong>sociados com os<br />

resultados pessoais e organizacionais. Ambigüida<strong>de</strong> <strong>de</strong> papeis é <strong>de</strong>finida como o<br />

grau em que estão faltando informações clar<strong>as</strong> a respeito d<strong>as</strong> expectativ<strong>as</strong><br />

<strong>as</strong>sociad<strong>as</strong> a um papel, os métodos <strong>para</strong> o cumprimento d<strong>as</strong> expectativ<strong>as</strong> referentes<br />

a aquele papel e a conseqüênci<strong>as</strong> do <strong>de</strong>sempenho <strong>de</strong> papel. Conflitos <strong>de</strong> papeis<br />

frequentemente ocorrem quando <strong>de</strong>mand<strong>as</strong> conflitantes são colocad<strong>as</strong> sobre o<br />

indivíduo por seus superiores, coleg<strong>as</strong> ou subordinados. Os autores citam em su<strong>as</strong><br />

conclusões que a sobrecarga <strong>de</strong> trabalho é comum <strong>de</strong>ntro da área <strong>de</strong> <strong>TI</strong> e que<br />

característic<strong>as</strong> organizacionais, em geral, são fontes <strong>de</strong> <strong>estresse</strong> no trabalho. Para<br />

minimizar os impactos do <strong>estresse</strong> no individuo, <strong>de</strong>ve-se manter um relacionamento<br />

agradável entre os <strong>profissionais</strong> <strong>de</strong> <strong>TI</strong> e seus usuários <strong>de</strong>ntro d<strong>as</strong> organizações, uma<br />

atitu<strong>de</strong> positiva em relação à organização e uma boa qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida no trabalho<br />

<strong>para</strong> o pessoal da <strong>TI</strong>.<br />

Rajeswari e Anantharaman (2003) realizaram um estudo que investigou<br />

estressores entre os <strong>profissionais</strong> <strong>de</strong> software, a partir da perspectiva do processo<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> software. Os dados foram coletados através <strong>de</strong> entrevist<strong>as</strong><br />

pessoais e e-mail. Os <strong>profissionais</strong> <strong>de</strong> software pesquisados trabalhavam em<br />

empres<strong>as</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> software em du<strong>as</strong> cida<strong>de</strong>s cosmopolit<strong>as</strong> da Índia,<br />

ou seja, Chennai e Bangalore. Os entrevistados foram escolhidos entre <strong>as</strong> empres<strong>as</strong><br />

que aceitaram participar do estudo. 700 respon<strong>de</strong>ntes foram contactados, m<strong>as</strong><br />

apen<strong>as</strong> 156 respost<strong>as</strong> foram recebid<strong>as</strong>. 84% estavam na faixa etária <strong>de</strong> 22 a 30<br />

62


a<strong>nos</strong>, 80% eram do sexo m<strong>as</strong>culino, 71% eram graduados <strong>de</strong> engenharia, 58%<br />

cl<strong>as</strong>sificavam seu trabalho como <strong>de</strong> natureza técnica e 37% cl<strong>as</strong>sificavam seu<br />

trabalho como técnico e gerencial e o restante puramente gerencial, 75%<br />

trabalhavam mais <strong>de</strong> 9 hor<strong>as</strong> por dia, 87% eram não fumantes e 96% relataram ter<br />

boa saú<strong>de</strong>.<br />

Os resultados indicaram que os principais fatores geradores <strong>de</strong> <strong>estresse</strong> <strong>nos</strong><br />

<strong>profissionais</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> software pesquisados eram resultantes do<br />

medo da obsolescência e d<strong>as</strong> interações existentes <strong>de</strong>ntro da equipe <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>senvolvimento. Os resultados ainda revelaram que os níveis <strong>de</strong> <strong>estresse</strong> não<br />

eram elevados, entre os respon<strong>de</strong>ntes do estudo.<br />

Em uma pesquisa, foi <strong>de</strong>monstrado que os <strong>profissionais</strong> <strong>de</strong> <strong>TI</strong> sofrem mais com<br />

<strong>estresse</strong> do que os especialist<strong>as</strong> <strong>de</strong> qualquer outra ativida<strong>de</strong>: 97% dos <strong>profissionais</strong><br />

<strong>de</strong> <strong>TI</strong> consi<strong>de</strong>ram seu trabalho estressante (REGGIANI, 2006). A pesquisa em<br />

questão foi realizada em 2006 e foi respondida por 3.045 <strong>profissionais</strong> <strong>de</strong> divers<strong>as</strong><br />

áre<strong>as</strong>, sendo:<br />

• 51,2% do setor público e 48,8% do setor privado;<br />

• 21,9% em cargos <strong>de</strong> gestão e 78,1% em outros papéis;<br />

• 93,6% dos entrevistados acham a vida estressante no trabalho, sendo<br />

15,7% o tempo todo e 77,9% algum<strong>as</strong> vezes;<br />

• Quando pedido <strong>para</strong> cl<strong>as</strong>sificar os seus níveis <strong>de</strong> <strong>estresse</strong> em uma<br />

escala <strong>de</strong> 1 a 10 on<strong>de</strong> 10 é o mais elevado, 63% dos entrevistados<br />

cl<strong>as</strong>sificaram-se em 5 ou superior;<br />

• 25,4% dos entrevistados se ausentaram do trabalho <strong>de</strong>vido ao <strong>estresse</strong>;<br />

• Mais <strong>de</strong> 10% admitem ter usado o <strong>estresse</strong> como uma <strong>de</strong>sculpa <strong>para</strong> se<br />

ausentar do trabalho;<br />

63


• Segunda-feira é esmagadoramente o dia on<strong>de</strong> <strong>as</strong> pesso<strong>as</strong> acham mais<br />

estressantes (55,5%). Ao longo da semana, a maioria d<strong>as</strong> pesso<strong>as</strong><br />

sente mais estressada no período da manhã (42%) do que à tar<strong>de</strong><br />

(30,2%);<br />

• 55% respon<strong>de</strong>ram que não conseguem imaginar uma etapa em sua vida<br />

profissional que estarão completamente livres do <strong>estresse</strong> e 67,1%<br />

admitem acordar durante a noite por causa do <strong>estresse</strong>;<br />

• 70,8% dos entrevistados acreditam que certa quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>estresse</strong><br />

po<strong>de</strong> ser algo positivo;<br />

• Quando perguntado o que contribuiria <strong>para</strong> aliviar os níveis <strong>de</strong> <strong>estresse</strong><br />

no trabalho, a maioria significativa (60,9%) d<strong>as</strong> pesso<strong>as</strong> acredita que<br />

mais dinheiro é a resposta, outr<strong>as</strong> respost<strong>as</strong> populares incluem melhor<br />

equilíbrio trabalho / vida (25,9%), redução da carga <strong>de</strong> trabalho (25,2%),<br />

mais horários <strong>de</strong> trabalho flexível (24,4%), maior reconhecimento<br />

(23,1%), melhor ambiente <strong>de</strong> trabalho (22,4%) e maior apoio dos<br />

gestores (21,3%).<br />

As 21 principais caus<strong>as</strong> <strong>de</strong> <strong>estresse</strong> levantad<strong>as</strong> foram:<br />

1. Carga <strong>de</strong> trabalho (54,7%)<br />

2. Sentindo-se <strong>de</strong>svalorizado (37,6%)<br />

3. Prazos (37,2)<br />

4. Tipo <strong>de</strong> trabalho (34,1%)<br />

5. Assumir o trabalho <strong>de</strong> outr<strong>as</strong> pesso<strong>as</strong> (30,5%)<br />

6. Falta <strong>de</strong> satisfação no trabalho (27,8%)<br />

7. Falta <strong>de</strong> controle sobre o seu dia (27,7%)<br />

8. Ter que trabalhar mais hor<strong>as</strong> do que <strong>de</strong>veria (27,5%)<br />

64


9. A frustração com o seu ambiente <strong>de</strong> trabalho (25,1%)<br />

10. Met<strong>as</strong> (21,5%)<br />

11. A frustração com a tecnologia que não está funcionando corretamente<br />

20,7%<br />

12. Falta <strong>de</strong> capacitação realizada pela organização que lhes permita fazer o<br />

seu trabalho tão bem quanto po<strong>de</strong>ria (20,6%)<br />

13. Per<strong>de</strong>r trabalhar no computador (17,3%)<br />

14. O medo da perda do emprego (15,3%)<br />

15. Ter que fazer algo novo ou <strong>de</strong>sconhecido (15%)<br />

16. Muitos e-mails <strong>para</strong> ler (14,4%)<br />

17. Não entendimento do que precisa ser feito (14,3%)<br />

18. Tentando se familiarizar com os novos sistem<strong>as</strong> e / ou nov<strong>as</strong> (ambos<br />

11,5%)<br />

19. Mudando <strong>para</strong> um novo emprego / papel (8,4%)<br />

20. Problem<strong>as</strong> <strong>de</strong> acesso ao e-mail / Internet (5,9%)<br />

21. Não ter <strong>as</strong> competênci<strong>as</strong> a<strong>de</strong>quad<strong>as</strong> <strong>para</strong> fazer seu trabalho (5,2%)<br />

Rocha e Ribeiro (2001) realizaram um estudo exploratório com 553 analist<strong>as</strong><br />

<strong>de</strong> sistem<strong>as</strong> <strong>de</strong> du<strong>as</strong> empres<strong>as</strong> <strong>de</strong> processamento <strong>de</strong> dados da região metropolitana<br />

<strong>de</strong> São Paulo. De acordo com Rocha e Ribeiro, o processo <strong>de</strong> trabalho dos analist<strong>as</strong><br />

<strong>de</strong> sistem<strong>as</strong> envolveu quatro tipos <strong>de</strong> funções inter<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes: (1) o analista <strong>de</strong><br />

sistema propriamente dito, que mantém contato constante com o usuário, recebe<br />

solicitações e <strong>as</strong> transforma em produto e que predominou no trabalho (67,6%); (2) o<br />

analista <strong>de</strong> suporte ou <strong>de</strong> software, que organiza e auxilia quanto ao tipo <strong>de</strong><br />

máquina, tipo <strong>de</strong> programa, banco <strong>de</strong> dados, cataloga <strong>as</strong> modificações do sistema e<br />

tem como clientes os analist<strong>as</strong> <strong>de</strong> sistema; (3) o analista <strong>de</strong> metodologia, que <strong>de</strong>fine<br />

65


o método <strong>de</strong> criação e registro dos sistem<strong>as</strong>; e (4) o analista <strong>de</strong> produção, que<br />

respon<strong>de</strong> pelo planejamento da produção, atuando como elo entre o analista <strong>de</strong><br />

sistem<strong>as</strong> e a operação.<br />

Foram realizad<strong>as</strong> entrevist<strong>as</strong> semi-estruturad<strong>as</strong> e preenchimento <strong>de</strong><br />

questionários <strong>para</strong> auto-aplicação. Segundo os autores da pesquisa, <strong>as</strong> mulheres<br />

constituíram 40,7% do grupo estudado, sendo mais jovens que os homens. A<br />

presença <strong>de</strong> filhos foi maior entre os homens, embora o tempo diário <strong>de</strong>dicado às<br />

taref<strong>as</strong> doméstic<strong>as</strong> tenha sido maior entre <strong>as</strong> mulheres. Observou-se predomínio<br />

dos homens n<strong>as</strong> funções <strong>de</strong> chefia. <strong>Fatores</strong> <strong>de</strong> incômodo, com freqüência<br />

semelhante entre homens e mulheres, foram: sobrecarga <strong>de</strong> trabalho <strong>de</strong>vido a<br />

prazos curtos; alto grau <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong>; exigência mental do trabalho; e<br />

complexida<strong>de</strong> da tarefa. Observou-se n<strong>as</strong> mulheres uma maior prevalência <strong>de</strong><br />

sintom<strong>as</strong> <strong>de</strong> <strong>estresse</strong> em relação à irritabilida<strong>de</strong>, ansieda<strong>de</strong>, atenção instável e<br />

<strong>de</strong>pressão. Os autores <strong>de</strong>stacaram a questão da sobreposição <strong>de</strong> papeis (trabalho e<br />

c<strong>as</strong>a) da mulher analista <strong>de</strong> sistem<strong>as</strong>.<br />

Conforme <strong>de</strong>monstrou o estudo, <strong>as</strong> mulheres analist<strong>as</strong> <strong>de</strong> sistem<strong>as</strong> referem<br />

maior número <strong>de</strong> hor<strong>as</strong> <strong>de</strong> trabalho doméstico, quando com<strong>para</strong>d<strong>as</strong> aos<br />

<strong>profissionais</strong> do gênero m<strong>as</strong>culino. Tal situação, segundo os autores, gera altos<br />

níveis <strong>de</strong> sobrecarga <strong>de</strong> trabalho, <strong>estresse</strong> e conflitos <strong>de</strong> magnitu<strong>de</strong> crescente <strong>de</strong><br />

acordo com o número <strong>de</strong> filhos <strong>de</strong> cada uma. Os autores <strong>de</strong>stacaram ainda que o<br />

relacionamento com os coleg<strong>as</strong> apareceu como fator protetor <strong>para</strong> homens e<br />

mulheres.<br />

Kaluzniacky (1999) realizou uma pesquisa em Manitoba (Canadá) on<strong>de</strong><br />

explicitou os sentimentos comumente vivenciados por 200 <strong>profissionais</strong> <strong>de</strong><br />

tecnologia da informação: Frustração, orgulho d<strong>as</strong> realizações, sentimento <strong>de</strong><br />

66


estarem sobrecarregados, ansieda<strong>de</strong> e sintom<strong>as</strong> comuns <strong>de</strong> <strong>estresse</strong> como<br />

diminuição da energia, ansieda<strong>de</strong>, tensão <strong>nos</strong> músculos, dor <strong>de</strong> cabeça, dor <strong>de</strong><br />

estômago, pensamento negativo e insônia. Os resultados apontaram que 53% dos<br />

respon<strong>de</strong>ntes indicaram que estavam estressados, 38% dos gerentes não tem<br />

conhecimento do <strong>estresse</strong> dos seus subordinados e 92% respon<strong>de</strong>ram que o nível<br />

<strong>de</strong> <strong>estresse</strong> aumentou <strong>nos</strong> últimos 8 a<strong>nos</strong> e que <strong>as</strong> principais caus<strong>as</strong> foram <strong>de</strong>vido<br />

<strong>as</strong> rápid<strong>as</strong> mudanç<strong>as</strong>, a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> realizar mais com me<strong>nos</strong>, o aumento do<br />

uso do computador e <strong>as</strong> expectativ<strong>as</strong> irreais <strong>de</strong> usuários.<br />

Lim e Teo (1999) i<strong>de</strong>ntificaram os principais fatores, no local <strong>de</strong> trabalho, que<br />

geravam <strong>estresse</strong> entre 257 <strong>profissionais</strong> <strong>de</strong> tecnologia da informação pesquisados<br />

em Cingapura. Os dados foram coletados através <strong>de</strong> e-mail e entrevist<strong>as</strong> em uma<br />

gran<strong>de</strong> organização que presta serviços <strong>de</strong> tecnologia da informação <strong>para</strong><br />

Cingapura e países da Ásia. Os seis principais fatores levantados foram o gran<strong>de</strong><br />

numero <strong>de</strong> <strong>de</strong>mand<strong>as</strong> no trabalho (29%), relacionamento com outr<strong>as</strong> pesso<strong>as</strong><br />

(7,8%), preocupações <strong>de</strong> carreira (7.0%), manutenção <strong>de</strong> sistem<strong>as</strong> (4,7%),<br />

ambigüida<strong>de</strong> <strong>de</strong> papeis (4,5%) e taref<strong>as</strong> administrativ<strong>as</strong> (4,3%).<br />

Aproximadamente 53% dos pesquisados eram do sexo m<strong>as</strong>culino (136) e 47%<br />

eram do sexo feminino (121). Dos 257 entrevistados, 61% eram solteiros (157), 38%<br />

(97) eram c<strong>as</strong>ados e 1% (3) eram divorciados. O chinês constituiu maioria dos<br />

pesquisados, compreen<strong>de</strong>ndo 95% (244) da amostra. Os 5% restantes eram<br />

constituídos por outros grupos étnicos. A média <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> dos pesquisados foi <strong>de</strong> 29<br />

a<strong>nos</strong> e o tempo médio <strong>de</strong> serviço foi <strong>de</strong> 2,5 a<strong>nos</strong>. Os entrevistados relataram uma<br />

média <strong>de</strong> 48 hor<strong>as</strong> trabalhad<strong>as</strong> por semana.<br />

Em relação ao primeiro fator gerador <strong>de</strong> <strong>estresse</strong> levantado, ou seja, gran<strong>de</strong><br />

numero <strong>de</strong> <strong>de</strong>mand<strong>as</strong> no trabalho (29%) alguns dos entrevistados diziam “...levando<br />

67


trabalho <strong>para</strong> c<strong>as</strong>a”, “...excesso <strong>de</strong> trabalho que me faz levar trabalho <strong>para</strong> c<strong>as</strong>a e<br />

neste c<strong>as</strong>o gerando conflito familiar”, “Trabalhando até mais tar<strong>de</strong>, acordando cedo,<br />

trabalhando <strong>nos</strong> finais <strong>de</strong> semana <strong>para</strong> entregar os projetos”, “vida social e particular<br />

prejudicada <strong>de</strong>vido ao excesso <strong>de</strong> trabalho”.<br />

Segundo os autores da pesquisa, este fator é um forte estressor <strong>de</strong>vido ao<br />

potencial <strong>de</strong> gerar atritos familiares. Segundo os autores da pesquisa, a maioria dos<br />

entrevistados relatou que sua vida social e familiar estava prejudicada <strong>de</strong>vido à<br />

quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> trabalho que realizavam. Outr<strong>as</strong> respost<strong>as</strong> levantad<strong>as</strong> dizem respeito<br />

ao pouco tempo <strong>para</strong> realizar o volume <strong>de</strong> taref<strong>as</strong> e falta <strong>de</strong> pessoal.<br />

Em relação ao segundo fator gerador <strong>de</strong> <strong>estresse</strong> levantado, ou seja,<br />

relacionamento com outr<strong>as</strong> pesso<strong>as</strong> (7,8%) como subordinados e chefes, clientes e<br />

usuários, fornecedores e ven<strong>de</strong>dores e coleg<strong>as</strong> <strong>de</strong> trabalho em geral, alguns<br />

entrevistados diziam “Não ter apoio suficiente do supervisor é realmente um<br />

problema <strong>para</strong> mim. Eu não tenho a quem recorrer quando eu encontro dificulda<strong>de</strong>s<br />

no meu trabalho”, “Meu superior imediato não é competente e não compreen<strong>de</strong> a<br />

natureza do meu trabalho. Muit<strong>as</strong> vezes, eu sou culpado por cois<strong>as</strong> que estão além<br />

do meu controle”, “Às vezes, é muito difícil trabalhar com pesso<strong>as</strong> que não<br />

cooperam. Trabalhar em equipe em uma área <strong>de</strong> <strong>TI</strong> é muito importante. Trabalhar<br />

com ess<strong>as</strong> pesso<strong>as</strong> muit<strong>as</strong> vezes impe<strong>de</strong> o progresso <strong>de</strong> um projeto e/ou<br />

ativida<strong>de</strong>s”.<br />

Em relação ao terceiro fator gerador <strong>de</strong> <strong>estresse</strong> levantado, ou seja,<br />

preocupações <strong>de</strong> carreira (7.0%) como “risco <strong>de</strong> habilida<strong>de</strong>s tornar redundante,<br />

"risco <strong>de</strong> habilida<strong>de</strong>s tornar obsoleta”, ”risco <strong>de</strong> ficar preso a um tipo <strong>de</strong> trabalho” e<br />

“treinamento ina<strong>de</strong>quado”, alguns entrevistados diziam “Meus coleg<strong>as</strong> <strong>de</strong> outr<strong>as</strong><br />

68


profissões estão sendo mais bem pagos. Estou realmente pensando em mudar <strong>de</strong><br />

emprego ou mesmo <strong>de</strong> carreira, <strong>para</strong> obter maior remuneração e benefícios”<br />

Em relação ao quarto fator gerador <strong>de</strong> <strong>estresse</strong> levantado, ou seja,<br />

manutenção <strong>de</strong> sistem<strong>as</strong> (4,7%) como “crescente <strong>de</strong>pendência d<strong>as</strong> operações da<br />

empresa em computadores”, “crescente <strong>de</strong>manda por mais sistem<strong>as</strong> e sistem<strong>as</strong><br />

melhores", “ter que manter um gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> sistem<strong>as</strong> antigos", “avari<strong>as</strong> do<br />

computador”, “frau<strong>de</strong>s em sistem<strong>as</strong>/computadores” e “integrida<strong>de</strong> <strong>de</strong> dados”, alguns<br />

entrevistados diziam “O maior <strong>estresse</strong> que eu sinto é que eu tenho que ficar<br />

mantendo sistem<strong>as</strong> antigos e <strong>de</strong>sta forma não consigo acompanhar o ritmo <strong>de</strong><br />

evolução tecnológica ficando <strong>de</strong>satualizado”, “Manutenção e suporte em sistem<strong>as</strong><br />

antigos e sem documentação é uma tarefa difícil. Eu preferia estar envolvido no<br />

<strong>de</strong>senvolvimento e manutenção <strong>de</strong> novos sistem<strong>as</strong>”.<br />

Em relação ao quinto fator gerador <strong>de</strong> <strong>estresse</strong> levantado, ou seja,<br />

ambigüida<strong>de</strong> <strong>de</strong> papeis (4,5%) como “falta <strong>de</strong> clareza sobre papéis e<br />

responsabilida<strong>de</strong>s”, "falta <strong>de</strong> clareza sobre os objetivos e <strong>as</strong> priorida<strong>de</strong>s no trabalho”,<br />

“<strong>as</strong> mudanç<strong>as</strong> freqüentes <strong>nos</strong> objetivos e priorida<strong>de</strong>s” e “serviços conflitantes”,<br />

alguns entrevistados diziam “Chefes da área <strong>de</strong> <strong>TI</strong> geralmente prometem a seus<br />

clientes mais do que a empresa po<strong>de</strong> realmente oferecer. O pessoal <strong>de</strong> <strong>TI</strong> relatou<br />

que, muit<strong>as</strong> vezes, seus chefes estão mais preocupados em satisfazer os clientes<br />

em <strong>de</strong>trimento dos trabalhadores da empresa”.<br />

Finalmente, o sexto fator gerador <strong>de</strong> <strong>estresse</strong> levantado, ou seja, taref<strong>as</strong><br />

administrativ<strong>as</strong> (4,3%) como “agendando e participando <strong>de</strong> reuniões”, “escrevendo<br />

memorandos, processos e relatórios” e “perda <strong>de</strong> tempo em trabalhos<br />

administrativos”, alguns entrevistados diziam “Per<strong>de</strong>mos um consi<strong>de</strong>rável tempo em<br />

69


taref<strong>as</strong> administrativ<strong>as</strong> enquanto que ao mesmo tempo precisamos respon<strong>de</strong>r <strong>as</strong><br />

solicitações dos <strong>nos</strong>sos usuários e outr<strong>as</strong> taref<strong>as</strong> urgentes inerentes a <strong>TI</strong>”.<br />

A fim <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminar a relação do gênero e o <strong>estresse</strong> ocupacional em<br />

<strong>profissionais</strong> <strong>de</strong> <strong>TI</strong> foi <strong>de</strong>monstrado que, naquela amostra, os <strong>profissionais</strong> <strong>de</strong> <strong>TI</strong> do<br />

sexo feminino apresentaram uma maior pontuação do que os <strong>profissionais</strong> <strong>de</strong> <strong>TI</strong> do<br />

sexo m<strong>as</strong>culino, principalmente <strong>nos</strong> fatores gran<strong>de</strong> numero <strong>de</strong> <strong>de</strong>mand<strong>as</strong> no<br />

trabalho, ambigüida<strong>de</strong> <strong>de</strong> papeis e manutenção <strong>de</strong> sistem<strong>as</strong>. Uma profissional<br />

entrevistada disse “Eu não gosto quando eu não tenho informação suficiente <strong>para</strong><br />

concluir meu trabalho. Eu também me sinto muito estressada especialmente quando<br />

recebo instruções diferentes <strong>de</strong> pesso<strong>as</strong> diferentes sobre o que tenho que fazer. Eu<br />

sinto que, em geral, eu não recebo orientação suficiente sobre como fazer o meu<br />

trabalho”. A pesquisa ainda explicitou alta pontuação dos <strong>profissionais</strong> do sexo<br />

feminino no que tange a insatisfação com o serviço e intenção <strong>de</strong> sair da<br />

organização.<br />

No que tange <strong>as</strong> estratégi<strong>as</strong> <strong>de</strong> enfrentamento, Lim e Teo sugerem uma<br />

reavaliação d<strong>as</strong> polític<strong>as</strong> <strong>de</strong> recursos huma<strong>nos</strong> no sentido <strong>de</strong> prover program<strong>as</strong> <strong>para</strong><br />

<strong>de</strong>senvolvimento d<strong>as</strong> habilida<strong>de</strong>s e conhecimentos dos <strong>profissionais</strong> <strong>de</strong> <strong>TI</strong>. Em<br />

relação às <strong>profissionais</strong> do sexo feminino, os autores sugerem que <strong>para</strong> ajudá-l<strong>as</strong> a<br />

lidar com o excesso <strong>de</strong> <strong>de</strong>mand<strong>as</strong>, ambigüida<strong>de</strong> dos papeis e manutenção <strong>de</strong><br />

sistem<strong>as</strong>, <strong>as</strong> organizações precisam focar na construção <strong>de</strong> um clima propício e <strong>de</strong><br />

apoio, particularmente o apoio <strong>de</strong> um supervisor imediato como antídoto <strong>para</strong> o<br />

<strong>estresse</strong>.<br />

Percebe-se, à luz d<strong>as</strong> pesquis<strong>as</strong> realizad<strong>as</strong> por Moore (2000), Ivancevich,<br />

Napier, e Wetherbe (1983), Li e Shani (1991), Rajeswari e Anantharaman (2003),<br />

Reggiani (2006), Rocha e Ribeiro (2001), Kaluzniacky (1999) e Lim e Teo (1999) que<br />

70


diversos são os fatores causadores <strong>de</strong> <strong>estresse</strong> <strong>nos</strong> <strong>profissionais</strong> <strong>de</strong> tecnologia da<br />

informação. Alguns fatores como, por exemplo, sobrecarga <strong>de</strong> trabalho,<br />

ambigüida<strong>de</strong> e conflitos <strong>de</strong> papeis, falta <strong>de</strong> equida<strong>de</strong> <strong>de</strong> recompens<strong>as</strong>, falh<strong>as</strong> <strong>de</strong><br />

comunicação, <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> carreira, pressão do tempo, quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

mudanç<strong>as</strong> e relações pessoais foram comuns em tod<strong>as</strong> <strong>as</strong> pesquis<strong>as</strong> e merecem<br />

especial atenção visando uma pesquisa mais focada no que tange enfrentamento.<br />

5. Método<br />

5.1 Caracterização da população pesquisada<br />

Segundo a SOFTEX (2009, p.31, p.47), no Br<strong>as</strong>il, existem cerca <strong>de</strong> 540.000<br />

<strong>profissionais</strong> <strong>de</strong> tecnologia da informação. Em termos estatísticos, <strong>de</strong>fine-se<br />

população como sendo o conjunto dos elementos que tem alguma característica em<br />

comum que possa ser contada, medida, pesada ou or<strong>de</strong>nada <strong>de</strong> algum modo e que<br />

sirva <strong>de</strong> b<strong>as</strong>e <strong>para</strong> <strong>as</strong> proprieda<strong>de</strong>s a serem investigad<strong>as</strong> (VERGARA, 2005). A<br />

população <strong>de</strong>ste estudo se constituiu <strong>de</strong> <strong>profissionais</strong> <strong>de</strong> Tecnologia da Informação,<br />

atuantes em empres<strong>as</strong> públic<strong>as</strong> ou privad<strong>as</strong> em todo o Br<strong>as</strong>il. A amostra <strong>de</strong> uma<br />

pesquisa é <strong>de</strong>finida como um subconjunto, representativo ou não da população em<br />

estudo. Essa representativida<strong>de</strong> da amostra, que é uma proprieda<strong>de</strong> altamente<br />

<strong>de</strong>sejada em estatística, ocorre quando ela apresenta <strong>as</strong> mesm<strong>as</strong> característic<strong>as</strong><br />

gerais da população da qual foi extraída (VERGARA, 2005). Nesta pesquisa, a<br />

amostra foi <strong>de</strong>finida por acessibilida<strong>de</strong>, um tipo <strong>de</strong> amostra não probabilística, a qual<br />

constitui o me<strong>nos</strong> rigoroso <strong>de</strong> todos os tipos <strong>de</strong> amostragem. Para a escolha d<strong>as</strong><br />

organizações on<strong>de</strong> o questionário foi aplicado, prevaleceu a praticida<strong>de</strong> <strong>de</strong> coleta <strong>de</strong><br />

dados, n<strong>as</strong> quais o pesquisador tinha contato direto. Para este trabalho a amostra foi<br />

71


<strong>de</strong> 307 <strong>profissionais</strong> <strong>de</strong> tecnologia da informação, sendo 269 do sexo m<strong>as</strong>culino e 37<br />

do sexo feminino, na faixa etária <strong>de</strong> 24 a 57 a<strong>nos</strong>, 50 <strong>profissionais</strong> estavam com<br />

ida<strong>de</strong> <strong>de</strong> até 24 a<strong>nos</strong>, 146 entre 25 e 35 a<strong>nos</strong>, 76 entre 36 e 46 a<strong>nos</strong> e 34 entre 47 e<br />

57 a<strong>nos</strong>.<br />

Em relação ao estado civil, 172 eram c<strong>as</strong>ados, 116 solteiros e 19 se<strong>para</strong>dos.<br />

No que tange tempo <strong>de</strong> serviço <strong>de</strong>ntro da área <strong>de</strong> tecnologia da informação, 10<br />

<strong>profissionais</strong> possuíam me<strong>nos</strong> <strong>de</strong> 1 ano, 72 entre 1 e 5 a<strong>nos</strong>, 83 entre 6 e 10 a<strong>nos</strong>,<br />

89 entre 11 e 20 a<strong>nos</strong> e 52 com mais <strong>de</strong> 20 a<strong>nos</strong> <strong>de</strong> experiência <strong>de</strong>ntro da área <strong>de</strong><br />

<strong>TI</strong>. Em relação à ativida<strong>de</strong> principal exercida, 72 <strong>profissionais</strong> tinham como ativida<strong>de</strong><br />

o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> sistem<strong>as</strong>, 45 trabalhavam como suporte (help<strong>de</strong>sk), 75 na<br />

infra-estrutura, 20 com banco <strong>de</strong> dados, 4 com segurança da informação e 90<br />

exerciam ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> chefia (gerencia ou coor<strong>de</strong>nação).<br />

Os participantes da pesquisa trabalhavam em organizações <strong>de</strong> caráter público<br />

e privada, sendo 213 <strong>profissionais</strong> da iniciativa privada e 90 publica. Em relação ao<br />

tipo <strong>de</strong> vinculo com uma organização, 243 <strong>profissionais</strong> tinham vinculo empregatício,<br />

26 <strong>profissionais</strong> trabalhavam como terceirizado (pessoa jurídica) prestando serviço<br />

<strong>para</strong> outra organização, 19 trabalhavam como autônomo (pessoa física) e 19 eram<br />

sócios.<br />

Em relação ao tamanho da organização, 27 <strong>profissionais</strong> <strong>de</strong> <strong>TI</strong> trabalhavam em<br />

uma organização com até 9 empregados (Micro), 36 trabalhavam em uma<br />

organização que tinha entre 10 e 49 empregados (Pequena), 28 trabalhavam em<br />

uma organização que tinha entre 50 e 99 empregados (Média) e 216 trabalhavam<br />

em uma organização com mais <strong>de</strong> 100 empregados (Gran<strong>de</strong>).<br />

72


5.2 Instrumentos<br />

5.2.1 Avaliação do Estresse no Trabalho<br />

O conceito <strong>de</strong> <strong>estresse</strong> e coping adotado nesta pesquisa é <strong>de</strong> Lazarus e<br />

Folkman (1984). Para a avaliação do <strong>estresse</strong> no trabalho, na corrente pesquisa, foi<br />

utilizada a Escala <strong>de</strong> Estresse no Trabalho (EET) <strong>de</strong> P<strong>as</strong>choal e Tamayo (2004).<br />

Segundo estes autores, normalmente os instrumentos utilizados <strong>para</strong> avaliar o<br />

<strong>estresse</strong> ocupacional consi<strong>de</strong>ram ou uma escala <strong>de</strong> estressores ou uma escala <strong>de</strong><br />

reações e, quando consi<strong>de</strong>ram <strong>as</strong> du<strong>as</strong>, não estabelecem um nexo entre el<strong>as</strong>. A<br />

Escala <strong>de</strong> Estresse no Trabalho evita fazer du<strong>as</strong> avaliações se<strong>para</strong>d<strong>as</strong> e consi<strong>de</strong>ra a<br />

percepção do indivíduo, o que vai ao encontro d<strong>as</strong> crític<strong>as</strong> referentes a abordagens<br />

que enfocam estressores ou reações isoladamente e, <strong>de</strong>sta forma, preenche<br />

algum<strong>as</strong> lacun<strong>as</strong> existentes <strong>nos</strong> instrumentos <strong>de</strong> avaliação <strong>de</strong> <strong>estresse</strong> ocupacional.<br />

Ainda segundo P<strong>as</strong>choal e Tamayo (2004), dada a preocupação <strong>de</strong> construir um<br />

instrumento econômico e geral, os itens foram elaborados <strong>de</strong> forma a constituir um<br />

fator geral, contendo estressores variados e reações freqüentemente <strong>as</strong>sociad<strong>as</strong><br />

aos mesmos. Com b<strong>as</strong>e em cada estressor organizacional <strong>de</strong> natureza psicossocial,<br />

citado freqüentemente na literatura (sobrecarga <strong>de</strong> trabalho, conflito entre papéis,<br />

ambigüida<strong>de</strong> <strong>de</strong> papéis, relacionamento interpessoal no trabalho, fatores <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>senvolvimento na carreira e autonomia/controle no trabalho), foram elaborados<br />

itens, os quais contemplavam também, uma reação ao estressor.<br />

A Escala <strong>de</strong> Estresse no Trabalho (EET) foi inicialmente composta por 31 itens,<br />

e aplicada a 437 trabalhadores <strong>de</strong> diferentes organizações, públic<strong>as</strong> e privad<strong>as</strong>,<br />

sendo 249 homens e 188 mulheres. A análise fatorial revelou a existência <strong>de</strong> um<br />

único fator que, após eliminação <strong>de</strong> itens com carga fatorial abaixo <strong>de</strong> 0,45, ficou<br />

composto por 23 itens e obteve um coeficiente alfa <strong>de</strong> Cronbach equivalente a 0,91.<br />

73


Uma versão reduzida da escala, com 13 itens e alfa <strong>de</strong> 0.85 foi proposta. Com<br />

b<strong>as</strong>e <strong>nos</strong> parâmetros satisfatórios da EET, conclui-se que esta é uma alternativa<br />

<strong>para</strong> investigações empíric<strong>as</strong> e trabalhos aplicados em organizações, po<strong>de</strong>ndo<br />

orientar medid<strong>as</strong> que visem à qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida dos trabalhadores. (PASCHOAL E<br />

TAMAYO, 2004).<br />

A razão que levou a utilizar essa ferramenta foi a sua simplicida<strong>de</strong>, a qualida<strong>de</strong><br />

dos seus parâmetros psicométricos e o fato <strong>de</strong> que ela fornece um escore geral <strong>de</strong><br />

<strong>estresse</strong> que aten<strong>de</strong> <strong>as</strong> necessida<strong>de</strong>s da pesquisa corrente. Na corrente pesquisa<br />

foi utilizado o instrumento original, composto por 31 questões, pois <strong>as</strong> mesm<strong>as</strong>, <strong>de</strong><br />

acordo com quem validou o instrumento, eram pertinentes e abrangentes <strong>para</strong> um<br />

numero maior <strong>de</strong> organizações (P<strong>as</strong>choal e Tamayo, 2004, p. 49) e por ter<br />

apresentado carg<strong>as</strong> fatoriais acima <strong>de</strong> 0,45 e alfa <strong>de</strong> Cronbach <strong>para</strong> o fator <strong>de</strong> 0,95.<br />

Todos os itens são avaliados em escala Likert <strong>de</strong> concordância <strong>de</strong> 5 pontos, sendo 1<br />

= discordo totalmente, 2 = discordo parcialmente, 3 = indiferente, 4 = concordo<br />

parcialmente e 5 = concordo totalmente, conforme ANEXO A.<br />

5.2.2 Avaliação d<strong>as</strong> estratégi<strong>as</strong> <strong>de</strong> enfrentamento no trabalho<br />

Foram validados no Br<strong>as</strong>il, dois instrumentos <strong>para</strong> avaliar <strong>as</strong> estratégi<strong>as</strong> <strong>de</strong><br />

enfrentamento: o Inventário <strong>de</strong> Estratégi<strong>as</strong> <strong>de</strong> Coping (LAZARUS e FOLKMAN,<br />

1984) e a Escala Modos <strong>de</strong> Enfrentamento <strong>de</strong> Problem<strong>as</strong> ( SEIDL at al, 2001).<br />

O Inventário <strong>de</strong> estratégi<strong>as</strong> <strong>de</strong> coping é composto originalmente por 66 itens,<br />

incluindo pensamentos e ações utilizad<strong>as</strong> <strong>para</strong> lidar com <strong>de</strong>mand<strong>as</strong> intern<strong>as</strong> ou<br />

extern<strong>as</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminado evento estressante. Os autores propuseram oito fatores<br />

cl<strong>as</strong>sificatórios, os quais foram reorganizados e mantidos por Savóia, et al (1996)<br />

após a verificação da confiabilida<strong>de</strong> e valida<strong>de</strong> à realida<strong>de</strong> br<strong>as</strong>ileira, diminuindo<br />

<strong>as</strong>sim <strong>para</strong> 46 itens, agrupados em oito categori<strong>as</strong>: confronto (itens 07, 17, 28, 34,<br />

74


40, 47), af<strong>as</strong>tamento (itens 06, 10, 13, 16, 21, 41, 44), autocontrole (itens 14, 15, 35,<br />

43, 54), suporte social (itens 08, 18, 22, 31, 42, 45), aceitação <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong><br />

(itens 09, 25, 29, 48, 51, 52, 62), fuga e esquiva (itens 58, 59), resolução <strong>de</strong><br />

problem<strong>as</strong> (itens 01, 26, 46, 49) e reavaliação positiva (itens 20, 23, 30, 36, 38, 39,<br />

56, 60, 63). As categori<strong>as</strong> e respost<strong>as</strong> são apresentad<strong>as</strong> numa escala <strong>de</strong> 4 pontos -<br />

0 = Não usei a estratégia, 1 = Usei pouco, 2 = Usei b<strong>as</strong>tante, 3 = Usei em gran<strong>de</strong><br />

quantida<strong>de</strong>.<br />

A precisão do instrumento foi avaliada utilizando-se os procedimentos <strong>de</strong> teste<br />

e reteste e o método d<strong>as</strong> meta<strong>de</strong>s. Para avaliação da valida<strong>de</strong> utilizou-se: valida<strong>de</strong><br />

concorrente, fatorial e consistência interna. Os resultados encontrados indicam que<br />

a adaptação é satisfatória. Os sujeitos respon<strong>de</strong>ram <strong>de</strong> maneira coerente ao<br />

questionário. Os itens apresentaram consistência interna e a análise fatorial<br />

apresentou-se consistente em relação ao estudo norte-americano (SAVOIA, 1996),<br />

ou seja, a estrutura fatorial do instrumento <strong>de</strong> estratégi<strong>as</strong> <strong>de</strong> enfrentamento<br />

confirmou os oito fatores com carg<strong>as</strong> fatoriais acima <strong>de</strong> 0,30. Os alf<strong>as</strong> <strong>de</strong> Cronbach<br />

dos fatores ficaram acima <strong>de</strong> 0,70. Neste sentido, <strong>para</strong> a avaliação d<strong>as</strong> estratégi<strong>as</strong><br />

<strong>de</strong> enfrentamento, na corrente pesquisa, foi utilizada o Inventário <strong>de</strong> Estratégi<strong>as</strong> <strong>de</strong><br />

Coping (SAVOIA at al, 1996), conforme ANEXO B.<br />

5.2.3 Procedimentos <strong>de</strong> coleta <strong>de</strong> dados<br />

Esta pesquisa apresentou uma característica <strong>de</strong> um survey, o que significa<br />

uma pesquisa <strong>de</strong> levantamento. Segundo Traviños (1995) e Selltiz, Wrightsman<br />

e Cook (1987) apud Junior (2005), um survey tem o objetivo <strong>de</strong> estudar a<br />

distribuição <strong>de</strong> uma variável, fazendo referência aos processos <strong>de</strong> vida tal como<br />

ocorrem. É comum neste <strong>de</strong>lineamento a utilização <strong>de</strong> instrumentos estruturados <strong>de</strong><br />

coleta <strong>de</strong> dados, como o instrumento que foi utilizado neste estudo, disponível <strong>nos</strong><br />

75


anexos A, B e D. Tem caráter fundamentalmente quantitativo e pe<strong>de</strong>, portanto,<br />

dados coletados <strong>de</strong> forma sistemática <strong>de</strong> modo a possibilitar a agregação <strong>de</strong><br />

variáveis. A fim <strong>de</strong> garantir o anonimato e fi<strong>de</strong>dignida<strong>de</strong> d<strong>as</strong> respost<strong>as</strong>, <strong>as</strong> escal<strong>as</strong><br />

foram disponibilizad<strong>as</strong> na internet com texto explicativo (ANEXO C) e questionário<br />

<strong>de</strong> dados sócio-<strong>de</strong>mográficos (ANEXO D). Desta forma os colaboradores po<strong>de</strong>riam<br />

respon<strong>de</strong>r a pesquisa <strong>de</strong> qualquer computador ligado na internet. Foram contatados<br />

através <strong>de</strong> e-mails, cartões, <strong>de</strong> forma presencial e através <strong>de</strong> telefone, <strong>profissionais</strong><br />

<strong>de</strong> tecnologia da informação que trabalhavam ou prestavam serviços <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong><br />

organizações <strong>de</strong> caráter público e privada em todo Br<strong>as</strong>il. O acesso a estes<br />

<strong>profissionais</strong> foi realizado através <strong>de</strong> e-mails enviados <strong>para</strong> fornecedores <strong>de</strong> <strong>TI</strong> (150<br />

cartões <strong>de</strong> contato do pesquisador), e-mails enviados <strong>para</strong> alu<strong>nos</strong> e professores da<br />

Universida<strong>de</strong> Católica <strong>de</strong> Br<strong>as</strong>ília, e-mails enviados <strong>para</strong> os professores <strong>de</strong><br />

graduação e pós graduação <strong>de</strong> <strong>TI</strong> da Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo (USP),<br />

Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Br<strong>as</strong>ília (UNB), Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Min<strong>as</strong> Gerais (UFMG),<br />

Universida<strong>de</strong> do Rio <strong>de</strong> Janeiro (UFRJ) e Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Pernambuco (UFPE), e-<br />

mails enviados <strong>para</strong> sindicatos <strong>de</strong> empres<strong>as</strong> <strong>de</strong> processamento <strong>de</strong> dados do Br<strong>as</strong>il,<br />

e-mails e telefonem<strong>as</strong> <strong>para</strong> 27 gerentes <strong>de</strong> <strong>TI</strong> em todo Br<strong>as</strong>il <strong>de</strong> uma organização <strong>de</strong><br />

apoio ao empreen<strong>de</strong>dor e e-mails enviados <strong>para</strong> áre<strong>as</strong> <strong>de</strong> <strong>TI</strong> <strong>de</strong> organizações<br />

públic<strong>as</strong>. Foi solicitado que estes <strong>profissionais</strong> respon<strong>de</strong>ssem a pesquisa e<br />

rep<strong>as</strong>s<strong>as</strong>sem o link <strong>para</strong> outros <strong>profissionais</strong> <strong>de</strong> <strong>TI</strong>. Foi utilizada a ferramenta<br />

www.surveymonkey.com <strong>para</strong> a construção dos questionários bem como ferramenta<br />

<strong>para</strong> que os respon<strong>de</strong>ntes pu<strong>de</strong>ssem participar da pesquisa.<br />

Com essa estratégia, após 15 di<strong>as</strong>, constatou-se que 567 pesso<strong>as</strong> iniciaram a<br />

pesquisa e <strong>de</strong>st<strong>as</strong>, 323 completaram a pesquisa, provavelmente <strong>de</strong>vido a<br />

quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> questões. D<strong>as</strong> 323 pesso<strong>as</strong> que terminaram a pesquisa, 16<br />

76


espon<strong>de</strong>ntes foram eliminados da pesquisa, pois <strong>de</strong>ixaram um numero consi<strong>de</strong>rado<br />

alto <strong>de</strong> respost<strong>as</strong> em branco, totalizando <strong>as</strong>sim 307 questionários respondidos<br />

válidos.<br />

5.2.4 Análise dos dados<br />

Os dados foram analisados quantitativamente com o auxílio do programa<br />

Microsoft Office Excel 2007 e SPSS 15.0 (Statistical Package of Social Science)<br />

<strong>para</strong> Windows. Foram aplicados os testes <strong>de</strong> variância e regressão múltipla e<br />

verificação <strong>de</strong> possíveis relações significativ<strong>as</strong> (p≤ 0,05). Foram realizad<strong>as</strong> análises<br />

fatoriais <strong>para</strong> confirmar se <strong>as</strong> escal<strong>as</strong> possuíam a mesma estrutura <strong>para</strong> a amostra<br />

da pesquisa. O instrumento <strong>de</strong> fatores estressores composto <strong>de</strong> 31 itens apresentou<br />

novamente um estrutura unifatorial com carg<strong>as</strong> fatoriais acima <strong>de</strong> 0,45 e alfa <strong>de</strong><br />

Cronbach <strong>para</strong> o fator <strong>de</strong> 0,95. Todos os indicadores <strong>de</strong> fatoração (scree plot,<br />

eigenvalue, variância explicada) indicaram um único fator. A estrutura fatorial do<br />

instrumento <strong>de</strong> estratégi<strong>as</strong> <strong>de</strong> enfrentamento confirmou os oito fatores com carg<strong>as</strong><br />

fatoriais acima <strong>de</strong> 0,30. Os alf<strong>as</strong> <strong>de</strong> Cronbach dos fatores ficaram acima <strong>de</strong> 0,70. Os<br />

resultados são apresentados a seguir. Verificou-se <strong>de</strong>svios-padrão altos, o que foi<br />

um indicativo <strong>de</strong> heterogeneida<strong>de</strong> no grupo<br />

5.2.5 Amostra<br />

Com relação às característic<strong>as</strong> pessoais da amostra observa-se (Tabela1) que<br />

a maioria dos participantes era do sexo m<strong>as</strong>culino (87,6%). O estado civil<br />

predominante foi dos c<strong>as</strong>ados (56,0%) seguidos pelos solteiros (37,8%). Com<br />

relação à ida<strong>de</strong>, a maioria tinha entre 25 e 35 a<strong>nos</strong> (47,6%). Sobre o tempo que<br />

trabalha na área <strong>de</strong> tecnologia da informação, 29,0% dos <strong>profissionais</strong> trabalham<br />

77


entre 11 e 20 a<strong>nos</strong> <strong>de</strong>ntro da área <strong>de</strong> <strong>TI</strong>, 27,0% trabalham entre 6 e 10 a<strong>nos</strong> e<br />

23,5% trabalham entre 1 e 5 a<strong>nos</strong>.<br />

Em relação à ativida<strong>de</strong> principal que exerce <strong>de</strong>ntro da área <strong>de</strong> <strong>TI</strong>, 29,3% atua<br />

como chefia (gerencia/coor<strong>de</strong>nação), 24,4% trabalhavam com infra-estrutura <strong>de</strong> <strong>TI</strong> e<br />

23,5% trabalhavam com <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> sistem<strong>as</strong>. Em relação ao tipo <strong>de</strong><br />

organização que trabalhavam ou prestavam serviço, 69,4% trabalhavam em<br />

organização privada e 29,3% em organização pública.<br />

Sobre o tipo <strong>de</strong> vinculo que possuíam com a organização, 79,2% possuíam<br />

vinculo empregatício. Sobre o tamanho da organização que trabalhavam ou<br />

prestavam serviço, 70,4% dos <strong>profissionais</strong> trabalhavam em uma organização <strong>de</strong><br />

gran<strong>de</strong> porte (mais <strong>de</strong> 100 empregados).<br />

Tabela1- Dados <strong>de</strong>mográficos da amostra<br />

Variáveis <strong>de</strong> Estudo Porcentagem<br />

Sexo<br />

M<strong>as</strong>culino 87,6<br />

Feminino 12,1<br />

Missing 0,3<br />

Total 100<br />

Estado Civil<br />

C<strong>as</strong>ado/União estável 56,0<br />

Solteiro 37,8<br />

Divorciado/Se<strong>para</strong>do 6,2<br />

Total 100<br />

78


Variáveis <strong>de</strong> Estudo Porcentagem<br />

Faixa Etária<br />

Até 24 a<strong>nos</strong> 16,3<br />

Entre 25 e 35 a<strong>nos</strong> 47,6<br />

Entre 36 e 46 a<strong>nos</strong> 24,8<br />

Entre 47 e 57 a<strong>nos</strong> 10,7<br />

Acima <strong>de</strong> 57 a<strong>nos</strong> 0,3<br />

Missing 0,3<br />

Total 100<br />

Tempo Serviço<br />

Me<strong>nos</strong> <strong>de</strong> 1 ano 3,3<br />

Entre 1 e 5 a<strong>nos</strong> 23,5<br />

Entre 6 e 10 a<strong>nos</strong> 27,0<br />

Entre 11 e 20 a<strong>nos</strong> 29,0<br />

Acima <strong>de</strong> 20 a<strong>nos</strong> 16,9<br />

Missing 0,3<br />

Total 100<br />

Ativida<strong>de</strong> Principal<br />

Desenvolvimento <strong>de</strong> Sistem<strong>as</strong> 23,5<br />

Suporte (help<strong>de</strong>sk) 14,7<br />

Infra-Estrutura 24,4<br />

Banco <strong>de</strong> Dados 6,5<br />

Segurança 1,3<br />

Chefia(gerencia/coor<strong>de</strong>nação) 29,3<br />

Missing 0,3<br />

Total 100<br />

79


Variáveis <strong>de</strong> Estudo Porcentagem<br />

Tipo Organização<br />

Privada 69,4<br />

Publica 29,3<br />

Missing 1,3<br />

Total 100<br />

Tipo Vinculo<br />

Vinculo empregatício 79,2<br />

Terceirizado (pj) 8,5<br />

Autônomo (pf) 6,2<br />

Sócio 6,2<br />

Total 100<br />

Tamanho Organização<br />

Micro: até 9 empregados 8,8<br />

Pequena: <strong>de</strong> 10 a 49 11,7<br />

Média: <strong>de</strong> 50 a 99 9,1<br />

Gran<strong>de</strong>: mais <strong>de</strong> 100 70,4<br />

Total 100<br />

Fonte: Dados da pesquisa, 2010.<br />

6. Resultados e discussão<br />

Para aten<strong>de</strong>r o objetivo <strong>de</strong> verificar a relação entre <strong>estresse</strong> e estratégi<strong>as</strong> <strong>de</strong><br />

enfrentamento em <strong>profissionais</strong> que atuam na área <strong>de</strong> <strong>TI</strong> foi realizada uma<br />

regressão múltipla linear padrão, tendo como variáveis in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes <strong>as</strong> estratégi<strong>as</strong><br />

<strong>de</strong> enfrentamento e como variáveis <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes o <strong>estresse</strong> percebido pelos<br />

<strong>profissionais</strong>.<br />

Esse resultado se encontra na tabela 2, on<strong>de</strong> foi constatado (p


ou a fuga-esquiva são os mesmos que apresentaram o maior nível <strong>de</strong> <strong>estresse</strong><br />

(variável <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte:estressores), ou seja, est<strong>as</strong> estratégi<strong>as</strong> não <strong>de</strong>monstraram ser<br />

<strong>as</strong> mais eficazes <strong>para</strong> enfrentar o <strong>estresse</strong>. Neste trabalho, os dados não<br />

corroboraram <strong>para</strong> comprovar a melhor estratégia <strong>de</strong> enfrentamento, m<strong>as</strong> sim <strong>as</strong><br />

piores, ou seja, <strong>de</strong>ntro da amostra estudada, aqueles <strong>profissionais</strong> <strong>de</strong> <strong>TI</strong> que<br />

utilizaram o confronto ou a fuga-esquiva foram os que apresentaram o maior nível <strong>de</strong><br />

<strong>estresse</strong>. De acordo com Lazarus e Folkman (1984), o confronto são estratégi<strong>as</strong><br />

ofensiv<strong>as</strong> e em cert<strong>as</strong> circunstânci<strong>as</strong> agressiv<strong>as</strong> <strong>para</strong> o enfrentamento da situação e<br />

a fuga-esquiva consiste em fant<strong>as</strong>iar sobre possíveis soluções <strong>para</strong> o problema sem,<br />

no entanto, tomar atitu<strong>de</strong>s <strong>para</strong> <strong>de</strong> fato modificá-l<strong>as</strong>.<br />

Tabela 2: Relação entre estratégi<strong>as</strong> <strong>de</strong> enfrentamento e o nível <strong>de</strong> <strong>estresse</strong> entre<br />

trabalhadores<br />

Variáveis<br />

preditor<strong>as</strong><br />

R2 Coeficientes<br />

padronizados<br />

Coeficientes não<br />

padronizados<br />

t p<br />

Confronto 0,370 0,116 3,203 0,002<br />

Af<strong>as</strong>tamento 0,16 0,127 0,190 1,501 0,134<br />

Autocontrole 0,023 0,035 0,364 0,716<br />

Suporte social<br />

Aceitação <strong>de</strong><br />

responsabilida<strong>de</strong>s<br />

0,075 0,109 1,075 0,283<br />

-0,089 -0,128 -1,089 0,077<br />

Fuga e Esquiva 0,226 0,206 3,737 0,000<br />

Resolução <strong>de</strong><br />

problem<strong>as</strong><br />

Reavaliação<br />

positiva<br />

Fonte: Dados da pesquisa, 2010.<br />

-0,063 -0,052 -0,791 0,429<br />

-0,063 -0,086 -0,732 0,465<br />

81


O instrumento EET validado é unifatorial e neste sentido tem-se um índice<br />

único médio <strong>de</strong> todos os fatores estressores, que na corrente pesquisa foi calculado<br />

com o valor <strong>de</strong> 2,78 (escala 1 a 5) o qual foi avaliado pelo pesquisador como um<br />

nível mo<strong>de</strong>rado <strong>de</strong> <strong>estresse</strong>. Esta avaliação respon<strong>de</strong> ao objetivo <strong>de</strong> se verificar o<br />

nível <strong>de</strong> <strong>estresse</strong> percebido pelos <strong>profissionais</strong> pesquisados e neste sentido lança<br />

dúvid<strong>as</strong> sobre o resultado amplamente divulgado na internet, que os <strong>profissionais</strong> <strong>de</strong><br />

<strong>TI</strong> são os mais estressados, frente a outr<strong>as</strong> categori<strong>as</strong> <strong>profissionais</strong> como medicina,<br />

vend<strong>as</strong>, educação, finanç<strong>as</strong>, engenharia, entre outros. (REGGIANI, 2006).<br />

O índice único médio levantando não permitiu ao pesquisador aten<strong>de</strong>r o<br />

objetivo <strong>de</strong> verificar os principais fatores estressores em <strong>profissionais</strong> <strong>de</strong> <strong>TI</strong>. Diante<br />

disto, foram calculados a média e <strong>de</strong>svio padrão dos 31 itens e listado-os conforme<br />

tabela 3 em or<strong>de</strong>m <strong>de</strong>crescente os 9 principais fatores estressores em <strong>profissionais</strong><br />

<strong>de</strong> <strong>TI</strong>, consi<strong>de</strong>rando média superior a 3: “quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> trabalho”, “<strong>de</strong>ficiência <strong>nos</strong><br />

treinamentos <strong>para</strong> capacitação profissional”, “divulgação <strong>de</strong> informações sobre<br />

<strong>de</strong>cisões organizacionais”, “com fofoc<strong>as</strong> no meu ambiente <strong>de</strong> trabalho”, “pouc<strong>as</strong><br />

perspectiv<strong>as</strong> <strong>de</strong> crescimento na carreira”, ”forma como <strong>as</strong> taref<strong>as</strong> são distribuíd<strong>as</strong><br />

em minha área”, “discriminação/favoritismo no meu ambiente <strong>de</strong> trabalho”, “tempo<br />

insuficiente <strong>para</strong> realizar meu volume <strong>de</strong> trabalho” e “ser pouco valorizado por meus<br />

superiores”.<br />

Tabela 3. Lista dos principais fatores estressores.<br />

Fator estressor QT<br />

respost<strong>as</strong><br />

A quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> trabalho tem me<br />

<strong>de</strong>ixado cansado<br />

Tenho me sentido incomodado com<br />

a <strong>de</strong>ficiência <strong>nos</strong> treinamentos <strong>para</strong><br />

capacitação profissional<br />

Mínimo Máximo Média Desvio<br />

Padrão<br />

307 1 5 3,40 1,35<br />

304 1 5 3,38 1,43<br />

82


Fator estressor<br />

Sinto-me irritado com a <strong>de</strong>ficiência<br />

na divulgação <strong>de</strong> informações<br />

sobre <strong>de</strong>cisões organizacionais<br />

Sinto-me <strong>de</strong> mau humor com<br />

“fofoc<strong>as</strong>” no meu ambiente <strong>de</strong><br />

trabalho<br />

Os prazos estabelecidos <strong>para</strong> a<br />

realização d<strong>as</strong> minh<strong>as</strong> taref<strong>as</strong> são<br />

satisfatórios<br />

As pouc<strong>as</strong> perspectiv<strong>as</strong> <strong>de</strong><br />

crescimento na carreira tem me<br />

<strong>de</strong>ixado angustiado<br />

A forma como <strong>as</strong> taref<strong>as</strong> são<br />

distribuíd<strong>as</strong> em minha área tem me<br />

<strong>de</strong>ixado nervoso<br />

Fico irritado com<br />

discriminação/favoritismo no meu<br />

ambiente <strong>de</strong> trabalho<br />

O tempo insuficiente <strong>para</strong> realizar<br />

meu volume <strong>de</strong> trabalho <strong>de</strong>ixa-me<br />

nervoso<br />

Fico irritado por ser pouco<br />

valorizado por meus superiores<br />

As estratégi<strong>as</strong> utilizad<strong>as</strong> <strong>para</strong><br />

introduzir nov<strong>as</strong> tecnologi<strong>as</strong> me<br />

<strong>de</strong>ixa angustiado<br />

Tenho me sentido incomodado por<br />

trabalhar em taref<strong>as</strong> abaixo do meu<br />

nível <strong>de</strong> habilida<strong>de</strong><br />

A falta <strong>de</strong> compreensão sobre<br />

quais são <strong>as</strong> minh<strong>as</strong><br />

responsabilida<strong>de</strong>s neste trabalho<br />

tem causado irritação<br />

O tipo <strong>de</strong> controle existente em<br />

meu trabalho me irrita<br />

Sinto-me incomodado com a falta<br />

<strong>de</strong> informações sobre minh<strong>as</strong><br />

taref<strong>as</strong> no trabalho<br />

QT<br />

respost<strong>as</strong><br />

Mínimo<br />

Máximo<br />

Média<br />

Desvio<br />

Padrão<br />

303 1 5 3,34 1,30<br />

305 1 5 3,32 1,49<br />

307 1 5 3,31 1,26<br />

303 1 5 3,27 1,41<br />

304 1 5 3,17 1,36<br />

305 1 5 3,14 1,53<br />

304<br />

1<br />

5<br />

3,13<br />

1,42<br />

305 1 5 3,05 1,52<br />

307 1 5 2,96 1,41<br />

306 1 5 2,95 1,42<br />

306 1 5 2,85 1,47<br />

305 1 5 2,84 1,39<br />

305 1 5 2,83 1,41<br />

83


Fator estressor QT<br />

respost<strong>as</strong><br />

A falta <strong>de</strong> autonomia na execução<br />

do meu trabalho tem sido<br />

<strong>de</strong>sg<strong>as</strong>tante<br />

Tenho estado nervoso por meu<br />

superior me dar or<strong>de</strong>ns<br />

contraditóri<strong>as</strong><br />

Fico <strong>de</strong> mau humor com<br />

brinca<strong>de</strong>ir<strong>as</strong> <strong>de</strong> mal gosto que<br />

meus coleg<strong>as</strong> <strong>de</strong> trabalho fazem<br />

uns com os outros<br />

A falta <strong>de</strong> capacitação <strong>para</strong> a<br />

execução d<strong>as</strong> minh<strong>as</strong> taref<strong>as</strong> tem<br />

me <strong>de</strong>ixado nervoso<br />

Fico incomodado por meu superior<br />

evitar me incumbir <strong>de</strong><br />

responsabilida<strong>de</strong>s importantes<br />

Sinto-me irritado por meu superior<br />

encobrir meu trabalho bem feito<br />

diante <strong>de</strong> outr<strong>as</strong> pesso<strong>as</strong><br />

Fico <strong>de</strong> mau humor por ter que<br />

trabalhar durante muit<strong>as</strong> hor<strong>as</strong><br />

seguid<strong>as</strong><br />

A falta <strong>de</strong> comunicação entre mim e<br />

meus coleg<strong>as</strong> <strong>de</strong> trabalho <strong>de</strong>ixa-me<br />

irritado<br />

Fico <strong>de</strong> mau humor por me sentir<br />

isolado na organização<br />

Sinto-me incomodado por ter que<br />

realizar taref<strong>as</strong> que estão além <strong>de</strong><br />

minha capacida<strong>de</strong><br />

Sinto-me incomodado por meu<br />

superior tratar-me mal na frente <strong>de</strong><br />

coleg<strong>as</strong> <strong>de</strong> trabalho<br />

Tenho me sentido incomodado com<br />

a falta <strong>de</strong> confiança <strong>de</strong> meu<br />

superior sobre o meu trabalho<br />

A competição no meu ambiente <strong>de</strong><br />

trabalho tem me <strong>de</strong>ixado <strong>de</strong> mau<br />

humor<br />

Sinto-me incomodado com a<br />

comunicação existente entre mim e<br />

meu superior<br />

304<br />

Mínimo Máximo Média Desvio<br />

Padrão<br />

1<br />

5<br />

2,81<br />

1,36<br />

303 1 5 2,70 1,51<br />

304 1 5 2,66 1,45<br />

307 1 5 2,65 1,34<br />

304 1 5 2,63 1,46<br />

304 1 5 2,62 1,57<br />

303 1 5 2,61 1,39<br />

305 1 5 2,47 1,33<br />

304 1 5 2,36 1,36<br />

303 1 5 2,26 1,33<br />

304 1 5 2,26 1,56<br />

305 1 5 2,24 1,38<br />

305 1 5 2,23 1,25<br />

302 1 5 2,22 1,36<br />

84


Fator estressor QT<br />

respost<strong>as</strong><br />

Mínimo Máximo Média Desvio<br />

Padrão<br />

Em meu trabalho não há pressão. 306 1 5 2,19 1,3<br />

Sinto nervosismo em ter que me<br />

manter atualizado com <strong>as</strong><br />

mudanç<strong>as</strong> tecnológic<strong>as</strong><br />

Fonte: Dados da pesquisa, 2010.<br />

301 1 5 2,18 1,32<br />

Este resultado corrobora com os dados apresentados por Moore (2000),<br />

Ivancevich, Napier, e Wetherbe (1983), Li e Shani (1991), Rajeswari e<br />

Anantharaman (2003), Reggiani (2006), Rocha e Ribeiro (2001), Kaluzniacky (1999)<br />

e Lim e Teo (1999) on<strong>de</strong> <strong>de</strong>stacam que o principal fator estressor <strong>nos</strong> <strong>profissionais</strong><br />

<strong>de</strong> <strong>TI</strong> é a “quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> trabalho” n<strong>as</strong> organizações. De acordo com Glowinkowski e<br />

Cooper (1987) e Jex (1998) o estressor “quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> trabalho” po<strong>de</strong> ser dividido<br />

em quantitativo e qualitativo. A quantitativa diz respeito ao número excessivo <strong>de</strong><br />

taref<strong>as</strong> a serem realizad<strong>as</strong>, isto é, a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> taref<strong>as</strong> encontra-se além da<br />

disponibilida<strong>de</strong> do trabalhador. A qualitativa refere-se à dificulda<strong>de</strong> do trabalho, ou<br />

seja, o indivíduo <strong>de</strong><strong>para</strong>-se com <strong>de</strong>mand<strong>as</strong> que estão além <strong>de</strong> su<strong>as</strong> habilida<strong>de</strong>s ou<br />

aptidões. O fator estressor “quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> trabalho” levantado refere-se<br />

especificamente a questão da sobrecarga <strong>de</strong> trabalho no <strong>as</strong>pecto quantitativo, on<strong>de</strong><br />

ficou evi<strong>de</strong>nciado, <strong>de</strong>ntro da amostra, que os <strong>profissionais</strong> <strong>de</strong> <strong>TI</strong> acreditam que estão<br />

sobrecarregados <strong>de</strong>vido ao excesso <strong>de</strong> trabalho.<br />

Em relação ao fator estressor “<strong>de</strong>ficiência na divulgação <strong>de</strong> informações sobre<br />

<strong>de</strong>cisões organizacionais”, a corrente pesquisa corrobora com os pesquisadores<br />

Goldstein e Rockart (1984), Ivancevich, Napier, e Wetherbe (1983), Li e Shani<br />

(1991) e Weiss (1983), on<strong>de</strong> explicita que um dos principais fatores estressores <strong>nos</strong><br />

<strong>profissionais</strong> <strong>de</strong> <strong>TI</strong> é relativo a falh<strong>as</strong> <strong>de</strong> comunicação <strong>de</strong>ntro da organização. Em<br />

relação ao fator estressor “tempo insuficiente <strong>para</strong> realizar meu volume <strong>de</strong> trabalho”,<br />

a corrente pesquisa valida <strong>as</strong> pesquis<strong>as</strong> realizad<strong>as</strong> por Reggiani (2006), Rocha e<br />

85


Ribeiro (2001), Kaluzniacky (1999) e Ivancevich, Napier, e Wetherbe (1983), on<strong>de</strong><br />

citam que uma d<strong>as</strong> principais preocupações dos <strong>profissionais</strong> <strong>de</strong> <strong>TI</strong> é referente ao<br />

tempo insuficiente <strong>para</strong> realizar a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> trabalho que possuem.<br />

Outra fonte <strong>de</strong> <strong>estresse</strong> levantado na corrente pesquisa e citado pelos<br />

pesquisadores Reggiani (2006), Lim e Teo (1999) e Ivancevich, Napier, e Wetherbe<br />

(1983) é relativo a “valorização do profissional <strong>de</strong> <strong>TI</strong> por parte dos seus superiores”.<br />

Tamayo et al (2002) revelam em seus estudos que o estilo <strong>de</strong> li<strong>de</strong>rança gerencial<br />

são preditores do <strong>estresse</strong> ocupacional e indicam que quanto maior a <strong>de</strong>ficiência<br />

neste estilo, maior o <strong>estresse</strong>.<br />

Moore (2000) em sua pesquisa, cita que um dos gran<strong>de</strong>s motivos <strong>para</strong> a<br />

rotativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>profissionais</strong> <strong>de</strong> <strong>TI</strong> n<strong>as</strong> organizações é <strong>de</strong>vido ao esgotamento dos<br />

mesmos, catalisado pel<strong>as</strong> constantes mudanç<strong>as</strong> da .tecnologia. Ainda, Mak e Sockel<br />

(2001) e Rajeswari e Anantharaman (2003) citam que o medo da obsolescência e a<br />

pressão contínua <strong>para</strong> se manter atualizado através <strong>de</strong> constante aprendizagem são<br />

estressores que são acrescentados sobre a carga já excessiva <strong>de</strong> trabalho e prazos<br />

apertados.<br />

De acordo com O´Brian (2004), a atualização tecnológica <strong>de</strong>mandada pelo<br />

avanço e <strong>de</strong>senvolvimento da área chega a ser m<strong>as</strong>sacrante. O analista sequer<br />

dominou uma <strong>de</strong>terminada situação e, por força <strong>de</strong> novo lançamento ou alteração<br />

súbita <strong>de</strong> mercado, surge uma nova ferramenta ou solução que <strong>de</strong>fine que terá que<br />

reorientar seus métodos <strong>de</strong> trabalho. O uso <strong>de</strong> tecnologi<strong>as</strong> mo<strong>de</strong>rn<strong>as</strong>, que <strong>de</strong>veria<br />

propiciar uma b<strong>as</strong>e sólida <strong>para</strong> o seu trabalho, acaba por implicar um cenário<br />

instável e <strong>de</strong> difícil <strong>de</strong>limitação. A implicação no <strong>estresse</strong> sentido é imediata.<br />

86


A corrente pesquisa <strong>de</strong>monstra que a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> atualização tecnológica,<br />

sentida pelo profissional <strong>de</strong> <strong>TI</strong>, foi o fator estressor com a menor pontuação (média =<br />

2,18), o que po<strong>de</strong> indicar que a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> atualização tecnológica já é<br />

absorvida como natural pelos <strong>profissionais</strong> <strong>de</strong>sta área e <strong>de</strong>sta forma não se<br />

apresentou como um fator estressor relevante.<br />

O instrumento utilizado <strong>para</strong> se levantar <strong>as</strong> principais estratégi<strong>as</strong> <strong>de</strong><br />

enfrentamento (Inventário <strong>de</strong> Estratégi<strong>as</strong> <strong>de</strong> Coping) é multifatorial e neste sentido<br />

tem-se índices médios agrupados em fatores cl<strong>as</strong>sificatórios. Foi constatado (tabela<br />

4), consi<strong>de</strong>rando a média > 2,24 (escala 0 a 3) que <strong>as</strong> 4 principais estratégi<strong>as</strong> <strong>de</strong><br />

enfrentamento utilizad<strong>as</strong> pelos <strong>profissionais</strong> <strong>de</strong> <strong>TI</strong>, nesta or<strong>de</strong>m, são “resolução <strong>de</strong><br />

problem<strong>as</strong>”, “suporte social”, “aceitação <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong>” e “auto controle” e <strong>as</strong><br />

4 estratégi<strong>as</strong> me<strong>nos</strong> utilizad<strong>as</strong> pelos <strong>profissionais</strong> <strong>de</strong> <strong>TI</strong> são “reavaliação positiva”,<br />

“fuga e esquiva”, “af<strong>as</strong>tamento” e “confronto”.<br />

Esta constatação respon<strong>de</strong> ao objetivo <strong>de</strong> levantar <strong>as</strong> principais estratégi<strong>as</strong> <strong>de</strong><br />

enfrentamento utilizad<strong>as</strong> pelos <strong>profissionais</strong> <strong>de</strong> <strong>TI</strong>. A estratégia <strong>de</strong> confronto foi a<br />

me<strong>nos</strong> utilizada (média = 1,66) e a <strong>de</strong> resolução <strong>de</strong> problem<strong>as</strong> foi a mais utilizada<br />

(média = 2,86).<br />

De acordo com Lazarus e Folkman (1984), a estratégia resolução <strong>de</strong><br />

problem<strong>as</strong>, pressupõe o planejamento a<strong>de</strong>quado <strong>para</strong> lidar com os estressores. Ao<br />

invés <strong>de</strong> anular ou af<strong>as</strong>tar a situação estressante <strong>de</strong> seu cotidiano, o profissional <strong>de</strong><br />

<strong>TI</strong> opta por resolver seu problema, modificar su<strong>as</strong> atitu<strong>de</strong>s, sendo capaz <strong>de</strong> lidar<br />

com <strong>as</strong> pressões d<strong>as</strong> pesso<strong>as</strong> e do ambiente ao seu redor, diminuindo ou<br />

eliminando a fonte geradora <strong>de</strong> <strong>estresse</strong>.<br />

87


O nível mo<strong>de</strong>rado <strong>de</strong> <strong>estresse</strong>, levantado <strong>nos</strong> <strong>profissionais</strong> pesquisados, po<strong>de</strong><br />

ter como uma d<strong>as</strong> explicações o tipo <strong>de</strong> estratégia me<strong>nos</strong> utilizada pelos mesmos,<br />

pois os <strong>profissionais</strong> que utilizaram como estratégi<strong>as</strong> <strong>de</strong> enfrentamento o “confronto”<br />

e a “fuga e esquiva” foram os que apresentaram o maior nível <strong>de</strong> <strong>estresse</strong>.<br />

Tabela 4. Lista d<strong>as</strong> principais estratégi<strong>as</strong> <strong>de</strong> enfrentamento levantad<strong>as</strong> <strong>de</strong>ntro da<br />

amostra.<br />

Estratégia <strong>de</strong> Enfrentamento<br />

QT<br />

respost<strong>as</strong><br />

Mínimo<br />

Maximo<br />

Média<br />

Desvio<br />

Padrão<br />

Resolução <strong>de</strong> problem<strong>as</strong> 307 1,25 4,00 2,86 0,64<br />

Suporte Social 307 1,33 4,00 2,33 0,54<br />

Aceitação <strong>de</strong><br />

Responsabilida<strong>de</strong> 307 1,00 3,86 2,29 0,54<br />

Autocontrole 307 1,00 3,80 2,24 0,51<br />

Reavaliação positiva<br />

307<br />

Fuga e esquiva 307 1,00 4,00 1,89 0,85<br />

Af<strong>as</strong>tamento 307 1,00 3,14 1,72 0,41<br />

Confronto 307 1,00 3,17 1,66 0,44<br />

Fonte: Dados da pesquisa, 2010.<br />

Para aten<strong>de</strong>r o objetivo <strong>de</strong> verificar a influencia do sexo, estado civil, faixa<br />

etária, tempo <strong>de</strong> serviço, ativida<strong>de</strong>, tipo <strong>de</strong> organização, tipo <strong>de</strong> vinculo e tamanho<br />

da organização sobre o <strong>estresse</strong> e <strong>as</strong> estratégi<strong>as</strong> <strong>de</strong> enfrentamento foram realizad<strong>as</strong><br />

análises <strong>de</strong> variânci<strong>as</strong> (ANOVA). Uma análise <strong>de</strong> variância permite que vários<br />

grupos sejam com<strong>para</strong>dos a um só tempo, utilizando variáveis contínu<strong>as</strong>.<br />

1,11<br />

3,67<br />

2,21<br />

0,57<br />

88


Com relação às diferenç<strong>as</strong> entre os gêneros m<strong>as</strong>culino e feminino (tabela 5a e<br />

tabela 5b), no que tange estratégi<strong>as</strong> <strong>de</strong> enfrentamento, que o gênero feminino utiliza<br />

mais a estratégia <strong>de</strong> suporte social do que o gênero m<strong>as</strong>culino<br />

(p:suportesocial=0,018; média: feminino=2,53 e m<strong>as</strong>culino=2,30) e como<br />

<strong>de</strong>monstrado na tabela 6b não foram constatad<strong>as</strong> diferenç<strong>as</strong> no nível <strong>de</strong> <strong>estresse</strong><br />

entre os gêneros (p:estressores=0,720).<br />

Tabela 5a. Estratégi<strong>as</strong> <strong>de</strong> enfrentamento X gênero<br />

Variáveis preditor<strong>as</strong> Gênero<br />

Qt<br />

respost<strong>as</strong> Média<br />

Desvio<br />

Padrão<br />

Confronto M<strong>as</strong>culino 269 1,67 0,45<br />

Feminino 37 1,61 0,40<br />

Total 306 1,66 0,44<br />

Af<strong>as</strong>tamento M<strong>as</strong>culino 269 1,72 0,41<br />

Feminino 37 1,70 0,44<br />

Total 306 1,71 0,41<br />

Autocontrole M<strong>as</strong>culino 269 2,23 0,52<br />

Feminino 37 2,32 0,44<br />

Total 306 2,24 0,51<br />

Suporte Social M<strong>as</strong>culino 269 2,30 0,53<br />

Feminino 37 2,53 0,53<br />

Total 306 2,33 0,54<br />

Aceitação <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong> M<strong>as</strong>culino 269 2,28 0,55<br />

Feminino 37 2,36 0,47<br />

Total 306 2,29 0,54<br />

Fuga e esquiva M<strong>as</strong>culino 269 1,89 0,86<br />

Feminino 37 1,88 0,78<br />

Total 306 1,89 0,85<br />

Resolução <strong>de</strong> problem<strong>as</strong> M<strong>as</strong>culino 269 2,86 0,66<br />

Feminino 37 2,85 0,48<br />

Total 306 2,86 0,64<br />

Reavaliação positiva M<strong>as</strong>culino 269 2,19 0,57<br />

Feminino 37 2,33 0,55<br />

Total 306 2,21 0,57<br />

Estressores M<strong>as</strong>culino 269 2,77 0,79<br />

Feminino 37 2,82 0,65<br />

Total 306 2,78 0,78<br />

Fonte: Dados da pesquisa, 2010.<br />

89


Tabela 5b. Níveis <strong>de</strong> <strong>estresse</strong> X gênero<br />

Estratégia <strong>de</strong> enfrentamento<br />

Confronto<br />

Af<strong>as</strong>tamento<br />

Autocontrole<br />

Suporte Social<br />

Aceitação <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong><br />

Fuga e esquiva<br />

Resolução <strong>de</strong> problem<strong>as</strong><br />

Reavaliação positiva<br />

Estressores<br />

Fonte: Dados da pesquisa, 2010.<br />

Soma dos Quadrado<br />

quadrados df principal F p<br />

Entre Grupos 0,12 1 0,12 0,61 0,434<br />

Dentro dos Grupos 59,245 304 0,195<br />

Total 59,365 305<br />

Entre Grupos 0,004 1 0,004 0,02 0,883<br />

Dentro dos Grupos 51,048 304 0,168<br />

Total 51,052 305<br />

Entre Grupos 0,259 1 0,259 1 0,317<br />

Dentro dos Grupos 78,431 304 0,258<br />

Total 78,69 305<br />

Entre Grupos 1,598 1 1,598 5,62 0,018<br />

Dentro dos Grupos 86,361 304 0,284<br />

Total 87,958 305<br />

Entre Grupos 0,246 1 0,246 0,85 0,357<br />

Dentro dos Grupos 87,918 304 0,289<br />

Total 88,164 305<br />

Entre Grupos 0,005 1 0,005 0,01 0,936<br />

Dentro dos Grupos 221,718 304 0,729<br />

Total 221,722 305<br />

Entre Grupos 0,003 1 0,003 0,01 0,937<br />

Dentro dos Grupos 126,563 304 0,416<br />

Total 126,566 305<br />

Entre Grupos 0,639 1 0,639 1,99 0,160<br />

Dentro dos Grupos 97,883 304 0,322<br />

Total 98,522 305<br />

Entre Grupos 0,078 1 0,078 0,13 0,720<br />

Dentro dos Grupos 183,659 304 0,604<br />

Total 183,736 305<br />

O <strong>estresse</strong> ocupacional atinge homens e mulheres, m<strong>as</strong> alguns estudos têm<br />

tentado averiguar se o nível <strong>de</strong> <strong>estresse</strong> é similar ou não. Os autores Lim e Teo<br />

(1999) <strong>de</strong>monstraram em su<strong>as</strong> pesquis<strong>as</strong>, que os <strong>profissionais</strong> <strong>de</strong> <strong>TI</strong> do sexo<br />

feminino apresentaram um maior nível <strong>de</strong> <strong>estresse</strong>.<br />

Os autores sugerem como uma estratégia <strong>de</strong> enfrentamento, a reavaliação d<strong>as</strong><br />

polític<strong>as</strong> <strong>de</strong> recursos huma<strong>nos</strong> através da construção <strong>de</strong> um clima propicio <strong>de</strong> apoio,<br />

particularmente do apoio do supervisor imediato.<br />

90


Esta sugestão está <strong>de</strong> acordo com a estratégia <strong>de</strong> enfrentamento mais utilizada<br />

pelo sexo feminino, na corrente pesquisa e em Di<strong>as</strong> (2008), ou seja, que o sexo<br />

feminino utiliza o suporte social mais do que o sexo m<strong>as</strong>culino. Rocha e Ribeiro<br />

(2001) observaram n<strong>as</strong> mulheres um maior nível <strong>de</strong> <strong>estresse</strong>, provavelmente,<br />

segundo os autores, <strong>de</strong>vido a sobreposição <strong>de</strong> papeis (trabalho e c<strong>as</strong>a).<br />

Rinaldi (2007) cita um estudo da Organização Mundial da Saú<strong>de</strong> (OMS) que<br />

revela que tanto em países emergentes como em países <strong>de</strong>senvolvidos <strong>as</strong> mulheres<br />

no ambiente <strong>de</strong> trabalho geralmente apresentam maior <strong>estresse</strong> do que os homens.<br />

A corrente pesquisa corrobora com a pesquisa realizada por Ivancevich, Napier<br />

e Wetherbe (1983) e Moser (2008) e não valida <strong>as</strong> pesquis<strong>as</strong> anteriormente citad<strong>as</strong>,<br />

ou seja, não foi i<strong>de</strong>ntificado diferenç<strong>as</strong> no nível <strong>de</strong> <strong>estresse</strong> entre <strong>profissionais</strong> <strong>de</strong> <strong>TI</strong><br />

do sexo m<strong>as</strong>culino e feminino.<br />

Com relação às diferenç<strong>as</strong> entre <strong>as</strong> áre<strong>as</strong> <strong>de</strong> trabalho (tabela 6a e tabela 6b),<br />

no que tange fatores estressores, os analist<strong>as</strong> <strong>de</strong> sistem<strong>as</strong> são os que apresentam o<br />

maior nível <strong>de</strong> <strong>estresse</strong> (estressores:”<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> sistem<strong>as</strong>”, média=3,06,<br />

p:estressores = 0,003) e os <strong>profissionais</strong> que trabalham com banco <strong>de</strong> dados<br />

apresentaram o menor nível <strong>de</strong> <strong>estresse</strong> (estressores:”banco <strong>de</strong> dados”,<br />

média=2,46, p:estressores = 0,003), seguidos pela chefia (estressores:”<br />

Gerência/Coor<strong>de</strong>nação/Chefia”, média=2,64, p:estressores = 0,003).<br />

91


Tabela 6a. Nível <strong>de</strong> <strong>estresse</strong> X áre<strong>as</strong> <strong>de</strong> trabalho<br />

Estratégia <strong>de</strong><br />

Qt<br />

Desvio<br />

enfrentamento Área <strong>de</strong> trabalho<br />

respost<strong>as</strong> Média Padrão<br />

Confronto Desenvolvimento <strong>de</strong> Sistem<strong>as</strong> 72,00 1,70 0,51<br />

Suporte (help<strong>de</strong>sk) 45,00 1,63 0,38<br />

Infra-Estrutura 75,00 1,70 0,45<br />

Banco <strong>de</strong> Dados 20,00 1,51 0,41<br />

Segurança 4,00 1,88 0,42<br />

Gerência/Coor<strong>de</strong>nação/Chefia 90,00 1,64 0,42<br />

Total 306,00 1,66 0,44<br />

Af<strong>as</strong>tamento Desenvolvimento <strong>de</strong> Sistem<strong>as</strong> 72,00 1,78 0,47<br />

Suporte (help<strong>de</strong>sk) 45,00 1,76 0,38<br />

Infra-Estrutura 75,00 1,73 0,35<br />

Banco <strong>de</strong> Dados 20,00 1,62 0,34<br />

Segurança 4,00 1,83 0,38<br />

Gerência/Coor<strong>de</strong>nação/Chefia 90,00 1,65 0,42<br />

Total 306,00 1,72 0,41<br />

Autocontrole Desenvolvimento <strong>de</strong> Sistem<strong>as</strong> 72,00 2,19 0,54<br />

Suporte (help<strong>de</strong>sk) 45,00 2,29 0,65<br />

Infra-Estrutura 75,00 2,21 0,46<br />

Banco <strong>de</strong> Dados 20,00 2,16 0,48<br />

Segurança 4,00 2,90 0,35<br />

Gerência/Coor<strong>de</strong>nação/Chefia 90,00 2,27 0,43<br />

Total 306,00 2,24 0,51<br />

Suporte Social Desenvolvimento <strong>de</strong> Sistem<strong>as</strong> 72,00 2,28 0,57<br />

Suporte (help<strong>de</strong>sk) 45,00 2,43 0,51<br />

Infra-Estrutura 75,00 2,43 0,55<br />

Banco <strong>de</strong> Dados 20,00 2,32 0,59<br />

Segurança 4,00 2,58 0,75<br />

Gerência/Coor<strong>de</strong>nação/Chefia 90,00 2,23 0,47<br />

Total 306,00 2,33 0,54<br />

Aceitação <strong>de</strong><br />

responsabilida<strong>de</strong> Desenvolvimento <strong>de</strong> Sistem<strong>as</strong> 72,00 2,23 0,57<br />

Suporte (help<strong>de</strong>sk) 45,00 2,30 0,60<br />

Infra-Estrutura 75,00 2,35 0,55<br />

Banco <strong>de</strong> Dados 20,00 2,20 0,60<br />

Segurança 4,00 2,61 0,39<br />

Gerência/Coor<strong>de</strong>nação/Chefia 90,00 2,28 0,46<br />

Total 306,00 2,29 0,54<br />

Fuga e esquiva Desenvolvimento <strong>de</strong> Sistem<strong>as</strong> 72,00 2,08 0,90<br />

Suporte (help<strong>de</strong>sk) 45,00 1,89 0,97<br />

Infra-Estrutura 75,00 1,91 0,88<br />

Banco <strong>de</strong> Dados 20,00 1,65 0,67<br />

Segurança 4,00 1,88 0,75<br />

Gerência/Coor<strong>de</strong>nação/Chefia 90,00 1,78 0,75<br />

Total 306,00 1,89 0,85<br />

92


Estratégia <strong>de</strong><br />

enfrentamento<br />

Resolução <strong>de</strong> problem<strong>as</strong><br />

Área <strong>de</strong> trabalho<br />

Qt<br />

Respost<strong>as</strong><br />

Média<br />

Desvio<br />

Padrão<br />

Desenvolvimento <strong>de</strong> Sistem<strong>as</strong> 72,00 2,81 0,63<br />

Suporte (help<strong>de</strong>sk) 45,00 2,81 0,57<br />

Infra-Estrutura 75,00 2,83 0,69<br />

Banco <strong>de</strong> Dados 20,00 2,98 0,64<br />

Segurança 4,00 3,00 1,24<br />

Gerência/Coor<strong>de</strong>nação/Chefia 90,00 2,92 0,63<br />

Total 306,00 2,86 0,64<br />

Reavaliação positiva Desenvolvimento <strong>de</strong> Sistem<strong>as</strong> 72,00 2,19 0,56<br />

Suporte (help<strong>de</strong>sk) 45,00 2,21 0,58<br />

Infra-Estrutura 75,00 2,24 0,56<br />

Banco <strong>de</strong> Dados 20,00 2,16 0,68<br />

Segurança 4,00 2,53 0,59<br />

Gerência/Coor<strong>de</strong>nação/Chefia 90,00 2,19 0,56<br />

Total 306,00 2,21 0,57<br />

Estressores Desenvolvimento <strong>de</strong> Sistem<strong>as</strong> 72,00 3,06 0,67<br />

Suporte (help<strong>de</strong>sk) 45,00 2,77 0,81<br />

Infra-Estrutura 75,00 2,80 0,77<br />

Banco <strong>de</strong> Dados 20,00 2,46 0,75<br />

Seguranca 4,00 2,29 0,87<br />

Gerência/Coor<strong>de</strong>nação/Chefia 90,00 2,64 0,79<br />

Total 306,00 2,78 0,77<br />

Fonte: Dados da pesquisa, 2010.<br />

93


Tabela 6b. Nível <strong>de</strong> <strong>estresse</strong> X áre<strong>as</strong> <strong>de</strong> trabalho<br />

Estratégia <strong>de</strong><br />

enfrentamento<br />

Soma dos<br />

quadrados df<br />

Quadrado<br />

principal F p<br />

Confronto Entre Grupos 0,92 5,00 0,18 0,95 0,452<br />

Dentro dos<br />

Grupos 58,45 300,00 0,19<br />

Total 59,38 305,00<br />

Af<strong>as</strong>tamento Entre Grupos 1,05 5,00 0,21 1,25 0,286<br />

Dentro dos<br />

Grupos 50,19 300,00 0,17<br />

Total 51,23 305,00<br />

Autocontrole Entre Grupos 2,31 5,00 0,46 1,82 0,109<br />

Dentro dos<br />

Grupos 76,38 300,00 0,25<br />

Total 78,69 305,00<br />

Suporte Social Entre Grupos 2,43 5,00 0,49 1,70 0,134<br />

Dentro dos<br />

Grupos 85,53 300,00 0,29<br />

Total 87,96 305,00<br />

Aceitação <strong>de</strong><br />

responsabilida<strong>de</strong> Entre Grupos<br />

Dentro dos<br />

1,05 5,00 0,21 0,72 0,605<br />

Grupos 87,25 300,00 0,29<br />

Total 88,31 305,00<br />

Fuga e esquiva Entre Grupos 4,89 5,00 0,98 1,36 0,240<br />

Dentro dos<br />

Grupos 216,05 300,00 0,72<br />

Total 220,94 305,00<br />

Resolução <strong>de</strong> problem<strong>as</strong> Entre Grupos 1,06 5,00 0,21 0,51 0,771<br />

Dentro dos<br />

Grupos 125,50 300,00 0,42<br />

Total 126,57 305,00<br />

Reavaliação positiva Entre Grupos 0,59 5,00 0,12 0,36 0,875<br />

Dentro dos<br />

Grupos 97,93 300,00 0,33<br />

Total 98,52 305,00<br />

Estressores Entre Grupos 10,54 5,00 2,11 3,66 0,003<br />

Dentro dos<br />

Grupos 172,58 300,00 0,58<br />

Total 183,12 305,00<br />

Fonte: Dados da pesquisa, 2010.<br />

94


Este resultado não corrobora com a pesquisa realizada por Rajeswari e<br />

Anantharaman (2003), on<strong>de</strong> relataram que os níveis <strong>de</strong> <strong>estresse</strong> não eram elevados,<br />

entre os <strong>de</strong>senvolvedores <strong>de</strong> software.<br />

Uma hipótese que po<strong>de</strong> explicar o porque dos analist<strong>as</strong> <strong>de</strong> sistem<strong>as</strong><br />

apresentarem o maior nível <strong>de</strong> <strong>estresse</strong>, em relação a outr<strong>as</strong> ativida<strong>de</strong>s (gerência,<br />

infra-estrutura, segurança e banco <strong>de</strong> dados), seja <strong>de</strong>vido a relação direta que os<br />

mesmos mantém com os usuários, sofrendo neste c<strong>as</strong>o além d<strong>as</strong> pressões<br />

inerentes a profissão como excesso <strong>de</strong> trabalho e prazos curtos a pressão continua<br />

por estarem mais próximos dos usuários do que os outros <strong>profissionais</strong> da área <strong>de</strong><br />

<strong>TI</strong>.<br />

Os analista <strong>de</strong> sistem<strong>as</strong> são os <strong>profissionais</strong> responsáveis por levantar junto<br />

aos usuários os requisitos necessários <strong>para</strong> o <strong>de</strong>senvolvimento e manutenção <strong>de</strong><br />

sistem<strong>as</strong> e em muitos c<strong>as</strong>os realizam o suporte junto a estes usuários quando o<br />

sistema apresenta problem<strong>as</strong>. Esta possibilida<strong>de</strong> é corroborada por Merlo (1999),<br />

on<strong>de</strong> cita que a alta freqüência do <strong>estresse</strong> entre os analist<strong>as</strong> <strong>de</strong> sistem<strong>as</strong> está<br />

<strong>as</strong>sociada além dos prazos curtos e sobrecarga <strong>de</strong> trabalho, a pressão exercida<br />

pelos usuários dos sistem<strong>as</strong>.<br />

Sobre os fatores estressores e estratégi<strong>as</strong> <strong>de</strong> enfrentamento dos <strong>profissionais</strong><br />

<strong>de</strong> <strong>TI</strong> (tabela 7a e tabela 7b) que trabalham ou prestam serviço em organizações <strong>de</strong><br />

caráter publico e privado, não foram constatad<strong>as</strong> diferenç<strong>as</strong> no nível <strong>de</strong> <strong>estresse</strong> (p<br />


Tabela 7a. Estratégi<strong>as</strong> <strong>de</strong> enfrentamento e nível <strong>de</strong> <strong>estresse</strong> X tipo organização<br />

Estratégia <strong>de</strong> enfrentamento Tipo <strong>de</strong><br />

Organização<br />

Qt<br />

respost<strong>as</strong><br />

Média Desvio<br />

Padrão<br />

Confronto privada 213 1,67 0,45<br />

pública 90 1,63 0,42<br />

Total 303 1,66 0,44<br />

Af<strong>as</strong>tamento privada 213 1,72 0,41<br />

pública 90 1,69 0,42<br />

Total 303 1,71 0,41<br />

Autocontrole privada 213 2,25 0,52<br />

pública 90 2,23 0,48<br />

Total 303 2,24 0,51<br />

Suporte Social privada 213 2,33 0,55<br />

pública 90 2,32 0,50<br />

Total 303 2,33 0,53<br />

Aceitação <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong> privada 213 2,28 0,53<br />

pública 90 2,28 0,55<br />

Total 303 2,28 0,54<br />

Fuga e esquiva privada 213 1,91 0,89<br />

pública 90 1,84 0,78<br />

Total 303 1,89 0,85<br />

Resolução <strong>de</strong> problem<strong>as</strong> privada 213 2,87 0,65<br />

pública 90 2,82 0,64<br />

Total 303 2,85 0,64<br />

Reavaliação positiva privada 213 2,21 0,57<br />

pública 90 2,18 0,57<br />

Total 303 2,20 0,57<br />

Estressores privada 213 2,81 0,77<br />

pública 90 2,68 0,77<br />

Total 303 2,77 0,77<br />

Fonte: Dados da pesquisa, 2010.<br />

96


Tabela 7b. Estratégi<strong>as</strong> <strong>de</strong> enfrentamento e nível <strong>de</strong> <strong>estresse</strong> X tipo organização<br />

Estratégi<strong>as</strong> <strong>de</strong><br />

Enfrentamento<br />

Confronto<br />

Af<strong>as</strong>tamento<br />

Autocontrole<br />

Suporte Social<br />

Aceitação <strong>de</strong><br />

responsabilida<strong>de</strong><br />

Fuga e esquiva<br />

Resolução <strong>de</strong> problem<strong>as</strong><br />

Reavaliação positiva<br />

Estressores<br />

Entre<br />

Grupos<br />

Dento<br />

dos<br />

Soma dos<br />

quadrados df<br />

Quadrado<br />

principal F p<br />

0,11 1 0,11 0,562 0,454<br />

Grupos 58,853 301 0,196<br />

Total 58,963 302<br />

Entre<br />

Grupos 0,075 1 0,075 0,443 0,506<br />

Dento<br />

dos<br />

Grupos 50,587 301 0,168<br />

Total 50,661 302<br />

Entre<br />

Grupos 0,03 1 0,03 0,117 0,733<br />

Dento<br />

dos<br />

Grupos 77,522 301 0,258<br />

Total 77,552 302<br />

Entre<br />

Grupos 0,01 1 0,01 0,034 0,853<br />

Dento<br />

dos<br />

Grupos 85,798 301 0,285<br />

Total 85,808 302<br />

Entre<br />

Grupos 0 1 0 0 0,984<br />

Dento<br />

dos<br />

Grupos 86,733 301 0,288<br />

Total 86,733 302<br />

Entre<br />

Grupos 0,299 1 0,299 0,408 0,524<br />

Dento<br />

dos<br />

Grupos 220,465 301 0,732<br />

Total 220,764 302<br />

Entre<br />

Grupos 0,167 1 0,167 0,402 0,527<br />

Dento<br />

dos<br />

Grupos 124,916 301 0,415<br />

Total 125,083 302<br />

Entre<br />

Grupos 0,055 1 0,055 0,17 0,681<br />

Dento<br />

dos<br />

Grupos 97,156 301 0,323<br />

Total 181,025 302<br />

Fonte: Dados da pesquisa, 2010.<br />

Total<br />

Entre<br />

97,211 302<br />

Grupos<br />

Dento<br />

dos<br />

1,148 1 1,148 1,921 0,167<br />

Grupos 179,877 301 0,598<br />

97


Este resultado lança duvid<strong>as</strong> ao senso comum <strong>de</strong> que o funcionário público<br />

possui um menor nível <strong>de</strong> <strong>estresse</strong> do que <strong>profissionais</strong> da iniciativa privada,<br />

<strong>de</strong>vido a questão da estabilida<strong>de</strong> no emprego e <strong>de</strong> não sentir impacto direto em<br />

seu emprego <strong>de</strong>vido <strong>as</strong> circunstanci<strong>as</strong> do mercado. Algum<strong>as</strong> pesquis<strong>as</strong> indicam, ao<br />

contrário, que o funcionário publico sofre com alto nível <strong>de</strong> <strong>estresse</strong>.<br />

Como exemplo, os funcionários públicos <strong>de</strong> uma agência (Azenha) do<br />

Ministério da Previdência e Assistência Social (MPAS) do Rio Gran<strong>de</strong> do Sul foram<br />

pesquisados por Martins (2004), o qual buscou conhecer <strong>as</strong> condições <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e<br />

<strong>de</strong> trabalho <strong>de</strong>sses trabalhadores. N<strong>as</strong> entrevist<strong>as</strong> realizad<strong>as</strong>, os funcionários do<br />

INSS relataram insegurança e o medo <strong>de</strong> punição, pois temiam a perda do<br />

emprego por possíveis <strong>de</strong>cisões errad<strong>as</strong>, <strong>as</strong> quais acarretariam processo<br />

administrativo.<br />

Em outro estudo, <strong>as</strong> <strong>as</strong>sistentes sociais da Prefeitura Municipal <strong>de</strong> Ponta<br />

Grossa-PR foram pesquisad<strong>as</strong> por Vochikovski e Munhoz (2005). Constatou-se<br />

que 46% d<strong>as</strong> participantes estavam estressad<strong>as</strong>, com predominância <strong>de</strong> sintom<strong>as</strong><br />

psicológicos. As principais fontes <strong>de</strong> <strong>estresse</strong> mencionad<strong>as</strong> pel<strong>as</strong> 28 <strong>as</strong>sistentes<br />

sociais foram a falta ou dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> recursos <strong>para</strong> a efetivação <strong>de</strong> seu trabalho, a<br />

questão política, os usuários, excesso <strong>de</strong> trabalho e o relacionamento interpessoal.<br />

Barros e Malagris (2005) investigaram o nível <strong>de</strong> <strong>estresse</strong>, <strong>as</strong> possíveis fontes<br />

intern<strong>as</strong> e extern<strong>as</strong> em uma instituição pública do setor bancário do município <strong>de</strong><br />

Niterói-RJ. Os resultados obtidos mostraram que 67% dos participantes<br />

encontraram-se na f<strong>as</strong>e <strong>de</strong> resistência, com predominância <strong>de</strong> sintom<strong>as</strong><br />

psicológicos. Quanto às fontes <strong>de</strong> <strong>estresse</strong>, <strong>as</strong> mais <strong>as</strong>sinalad<strong>as</strong> foram o excesso<br />

<strong>de</strong> taref<strong>as</strong> e responsabilida<strong>de</strong>s, carga horária excessiva e pressões <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>sempenho.<br />

98


Lipp e Tanganelli (2002) averiguaram o <strong>estresse</strong> ocupacional <strong>de</strong> magistrados<br />

da Justiça do Trabalho, níveis <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida, fontes <strong>de</strong> <strong>estresse</strong> e<br />

estratégi<strong>as</strong> <strong>de</strong> enfrentamento. Os resultados da pesquisa mostraram que 71% dos<br />

participantes apresentaram sintom<strong>as</strong> <strong>de</strong> <strong>estresse</strong>, sendo que a gran<strong>de</strong> maioria se<br />

encontrava na f<strong>as</strong>e <strong>de</strong> resistência. Os estressores mais freqüentes foram<br />

sobrecarga <strong>de</strong> trabalho e a estratégia mais mencionada foi conversar com o<br />

cônjuge ou alguém com quem fosse afetivamente ligado (suporte social).<br />

No que tange os fatores estressores e estratégi<strong>as</strong> <strong>de</strong> enfrentamento dos<br />

<strong>profissionais</strong> <strong>de</strong> <strong>TI</strong> (tabela 8a e tabela 8b) <strong>de</strong> acordo com o vinculo que possuem<br />

com <strong>as</strong> organizações que trabalham ou prestam serviço, os autônomos (pf)<br />

apresentam o maior nível <strong>de</strong> <strong>estresse</strong> (média=3,11). Os autônomos (pf) são os que<br />

mais usam <strong>as</strong> estratégi<strong>as</strong> <strong>de</strong> af<strong>as</strong>tamento (p=0,019, média=1,92) e os <strong>profissionais</strong><br />

terceirizados (pj) são os que mais usam <strong>as</strong> estratégi<strong>as</strong> <strong>de</strong> suporte social (p=0,029,<br />

média=2,36).<br />

Tabela 8a. Estratégi<strong>as</strong> <strong>de</strong> enfrentamento e nível <strong>de</strong> <strong>estresse</strong> X vinculo com<br />

Organização<br />

Estratégia <strong>de</strong><br />

enfrentamento<br />

Confronto<br />

Af<strong>as</strong>tamento<br />

Qt<br />

respost<strong>as</strong> Média<br />

Desvio<br />

Padrão<br />

Vínculo<br />

empregatício 243,00 1,67 0,44<br />

Terceirizado (pj) 26,00 1,68 0,44<br />

Autônomo (pf) 19,00 1,73 0,50<br />

Sócio 19,00 1,53 0,40<br />

Total 307,00 1,66 0,44<br />

Vínculo<br />

empregatício 243,00 1,72 0,40<br />

Terceirizado (pj) 26,00 1,68 0,42<br />

Autônomo (pf) 19,00 1,92 0,49<br />

Sócio 19,00 1,51 0,37<br />

Total 307,00 1,72 0,41<br />

99


Estratégia <strong>de</strong><br />

enfrentamento<br />

Autocontrole<br />

Suporte Social<br />

Aceitação <strong>de</strong><br />

responsabilida<strong>de</strong><br />

Fuga e esquiva<br />

Resolução <strong>de</strong> problem<strong>as</strong><br />

Reavaliação positiva<br />

Estressores<br />

Fonte: Dados da pesquisa, 2010.<br />

Qt<br />

Respost<strong>as</strong><br />

Média<br />

Desvio<br />

Padrão<br />

Vínculo<br />

empregatício<br />

243,00 2,26 0,51<br />

Terceirizado (pj) 26,00 2,22 0,43<br />

Autônomo (pf) 19,00 2,22 0,56<br />

Sócio 19,00 2,04 0,52<br />

Total 307,00 2,24 0,51<br />

Vínculo<br />

empregatício 243,00 2,36 0,53<br />

Terceirizado (pj) 26,00 2,38 0,56<br />

Autônomo (pf) 19,00 2,22 0,53<br />

Sócio 19,00 2,00 0,53<br />

Total 307,00 2,33 0,54<br />

Vínculo<br />

empregatício 243,00 2,28 0,54<br />

Terceirizado (pj) 26,00 2,44 0,57<br />

Autônomo (pf) 19,00 2,32 0,53<br />

Sócio 19,00 2,13 0,45<br />

Total 307,00 2,29 0,54<br />

Vínculo<br />

empregatício 243,00 1,89 0,85<br />

Terceirizado (pj) 26,00 2,19 0,91<br />

Autônomo (pf) 19,00 1,84 0,80<br />

Sócio 19,00 1,55 0,69<br />

Total 307,00 1,89 0,85<br />

Vínculo<br />

empregatício 243,00 2,84 0,64<br />

Terceirizado (pj) 26,00 3,02 0,65<br />

Autônomo (pf) 19,00 2,89 0,66<br />

Sócio 19,00 2,83 0,70<br />

Total 307,00 2,86 0,64<br />

Vínculo<br />

empregatício 243,00 2,19 0,58<br />

Terceirizado (pj) 26,00 2,36 0,50<br />

Autônomo (pf) 19,00 2,35 0,55<br />

Sócio 19,00 2,04 0,46<br />

Total 307,00 2,21 0,57<br />

Vínculo<br />

empregatício 243,00 2,78 0,75<br />

Terceirizado (pj) 26,00 2,85 0,90<br />

Autônomo (pf) 19,00 3,11 0,61<br />

Sócio 19,00 2,29 0,84<br />

Total 307,00 2,78 0,78<br />

100


Tabela 8b. Estratégi<strong>as</strong> <strong>de</strong> enfrentamento e nível <strong>de</strong> <strong>estresse</strong> X vinculo com<br />

organização<br />

Soma dos Quadrado<br />

Estratégia <strong>de</strong> enfrentamento<br />

quadrados df principal F p<br />

Confronto Entre Grupos<br />

Dentro dos<br />

0,44 3,00 0,15 0,76 0,518<br />

Grupos 58,95 303,00 0,19<br />

Total 59,39 306,00<br />

Af<strong>as</strong>tamento Entre Grupos 1,66 3,00 0,55 3,38 0,019<br />

Dentro dos<br />

Grupos 49,58 303,00 0,16<br />

Total 51,23 306,00<br />

Autocontrole Entre Grupos 0,88 3,00 0,29 1,14 0,332<br />

Dentro dos<br />

Grupos 77,81 303,00 0,26<br />

Total 78,69 306,00<br />

Suporte Social<br />

Entre Grupos<br />

Dentro dos<br />

2,58 3,00 0,86<br />

Grupos 85,40 303,00 0,28<br />

Total 87,99 306,00<br />

3,05<br />

0,029<br />

Aceitação <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong> Entre Grupos 1,10 3,00 0,37 1,28 0,283<br />

Dentro dos<br />

Grupos 87,39 303,00 0,29<br />

Total 88,49 306,00<br />

Fuga e esquiva Entre Grupos 4,58 3,00 1,53 2,13 0,096<br />

Dentro dos<br />

Grupos 217,15 303,00 0,72<br />

Total 221,73 306,00<br />

Resolução <strong>de</strong> problem<strong>as</strong> Entre Grupos 0,79 3,00 0,26 0,63 0,595<br />

Dentro dos<br />

Grupos 125,93 303,00 0,42<br />

Total 126,72 306,00<br />

Reavaliação positiva Entre Grupos 1,56 3,00 0,52 1,63 0,183<br />

Dentro dos<br />

Grupos 97,00 303,00 0,32<br />

Total 98,56 306,00<br />

Estressores Entre Grupos 6,77 3,00 2,26 3,86 0,010<br />

Dentro dos<br />

Grupos 177,11 303,00 0,58<br />

Total 183,88 306,00<br />

Fonte: Dados da pesquisa, 2010.<br />

101


Uma hipótese a ser validada, em uma futura pesquisa, do porque do autônomo<br />

(pf: pessoa física) ter um nível <strong>de</strong> <strong>estresse</strong> superior, seria <strong>de</strong>vido ao mesmo não ter<br />

a proteção dos <strong>profissionais</strong> que possuem vinculo empregatício (carteira <strong>de</strong> trabalho)<br />

e por conseqüência do salário no final do mês.<br />

Esta hipótese po<strong>de</strong> ser corroborada pelo estudo exploratório realizado por<br />

Kilimnik (1998), on<strong>de</strong> concluiu que “embora seja indiscutível que está havendo uma<br />

gran<strong>de</strong> transição n<strong>as</strong> relações <strong>de</strong> trabalho, do emprego formal <strong>para</strong> o trabalho<br />

autônomo ou terceirizado, essa f<strong>as</strong>e não necessariamente ocorre <strong>de</strong> forma tranqüila<br />

e sem problem<strong>as</strong> <strong>para</strong> os <strong>profissionais</strong> afetados, pois a criação <strong>de</strong> novos espaços <strong>de</strong><br />

trabalho pel<strong>as</strong> própri<strong>as</strong> pesso<strong>as</strong>, tem-se revelado uma empreitada difícil do ponto <strong>de</strong><br />

vista <strong>de</strong> retorno financeiro, embora muito gratificante do ponto <strong>de</strong> vista <strong>de</strong> melhoria<br />

do conteúdo do trabalho e <strong>de</strong> amadurecimento profissional”.<br />

Sobre os fatores estressores e estratégi<strong>as</strong> <strong>de</strong> enfrentamento dos <strong>profissionais</strong><br />

<strong>de</strong> <strong>TI</strong> (tabela 9a e tabela 9b) <strong>de</strong> acordo com o tempo <strong>de</strong> experiência que o<br />

profissional possui <strong>de</strong>ntro da área, os <strong>profissionais</strong> que possuem entre 1 e 5 a<strong>nos</strong> <strong>de</strong><br />

experiência apresentam o maior nível <strong>de</strong> <strong>estresse</strong> (média=2,95, p=0,015).<br />

Os <strong>profissionais</strong> que possuem entre 6 e 10 a<strong>nos</strong> <strong>de</strong> experiência são os que<br />

mais utilizam <strong>as</strong> estratégi<strong>as</strong> <strong>de</strong> confronto e af<strong>as</strong>tamento (confronto: média=1,77,<br />

p=0,009; af<strong>as</strong>tamento: média=1,79, p=0,020).<br />

102


Tabela 9a. Estratégi<strong>as</strong> <strong>de</strong> enfrentamento e nível <strong>de</strong> <strong>estresse</strong> X tempo <strong>de</strong><br />

experiência<br />

Estratégia <strong>de</strong> enfrentamento<br />

Tempo<br />

Experiência<br />

Qt<br />

respost<strong>as</strong> Média<br />

Desvio<br />

Padrão<br />

Confronto Me<strong>nos</strong> <strong>de</strong> 1 ano 10,00 1,40 0,20<br />

Entre 1 e 5 a<strong>nos</strong> 72,00 1,69 0,50<br />

Entre 6 e 10 a<strong>nos</strong> 83,00 1,77 0,48<br />

Entre 11 e 20<br />

a<strong>nos</strong> 89,00 1,66 0,39<br />

Acima <strong>de</strong> 20 a<strong>nos</strong> 52,00 1,53 0,35<br />

Total 306,00 1,66 0,44<br />

Af<strong>as</strong>tamento Me<strong>nos</strong> <strong>de</strong> 1 ano 10,00 1,77 0,37<br />

Entre 1 e 5 a<strong>nos</strong> 72,00 1,77 0,48<br />

Entre 6 e 10 a<strong>nos</strong> 83,00 1,79 0,40<br />

Entre 11 e 20<br />

a<strong>nos</strong> 89,00 1,68 0,36<br />

Acima <strong>de</strong> 20 a<strong>nos</strong> 52,00 1,57 0,38<br />

Total 306,00 1,72 0,41<br />

Autocontrole Me<strong>nos</strong> <strong>de</strong> 1 ano 10,00 2,30 0,53<br />

Entre 1 e 5 a<strong>nos</strong> 72,00 2,16 0,56<br />

Entre 6 e 10 a<strong>nos</strong> 83,00 2,25 0,57<br />

Entre 11 e 20<br />

a<strong>nos</strong> 89,00 2,32 0,42<br />

Acima <strong>de</strong> 20 a<strong>nos</strong> 52,00 2,18 0,44<br />

Total 306,00 2,24 0,51<br />

Suporte Social Me<strong>nos</strong> <strong>de</strong> 1 ano 10,00 2,53 0,53<br />

Entre 1 e 5 a<strong>nos</strong> 72,00 2,42 0,61<br />

Entre 6 e 10 a<strong>nos</strong> 83,00 2,34 0,49<br />

Entre 11 e 20 ano 89,00 2,32 0,52<br />

Acima <strong>de</strong> 20 a<strong>nos</strong> 52,00 2,17 0,51<br />

Total 306,00 2,33 0,54<br />

Aceitação <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong> Me<strong>nos</strong> <strong>de</strong> 1 ano 10,00 2,23 0,45<br />

Entre 1 e 5 a<strong>nos</strong> 72,00 2,37 0,60<br />

Entre 6 e 10 a<strong>nos</strong> 83,00 2,28 0,58<br />

Entre 11 e 20<br />

a<strong>nos</strong> 89,00 2,29 0,49<br />

Acima <strong>de</strong> 20 a<strong>nos</strong> 52,00 2,20 0,47<br />

Total 306,00 2,29 0,54<br />

Fuga e esquiva Me<strong>nos</strong> <strong>de</strong> 1 ano 10,00 1,75 0,75<br />

Entre 1 e 5 a<strong>nos</strong> 72,00 1,97 0,95<br />

Entre 6 e 10 a<strong>nos</strong> 83,00 2,01 0,81<br />

Entre 11 e 20<br />

a<strong>nos</strong> 89,00 1,88 0,89<br />

Acima <strong>de</strong> 20 a<strong>nos</strong> 52,00 1,64 0,68<br />

Total 306,00 1,89 0,85<br />

103


Estratégia <strong>de</strong> enfrentamento<br />

Tempo<br />

Experiência<br />

Qt<br />

respost<strong>as</strong><br />

Média Desvio<br />

Padrão<br />

Resolução <strong>de</strong> problem<strong>as</strong> Me<strong>nos</strong> <strong>de</strong> 1 ano 10,00 2,85 0,78<br />

Entre 1 e 5 a<strong>nos</strong> 72,00 2,89 0,63<br />

Entre 6 e 10 a<strong>nos</strong> 83,00 2,83 0,67<br />

Entre 11 e 20<br />

a<strong>nos</strong> 89,00 2,83 0,62<br />

Acima <strong>de</strong> 20 a<strong>nos</strong> 52,00 2,93 0,65<br />

Total 306,00 2,86 0,64<br />

Reavaliação positiva Me<strong>nos</strong> <strong>de</strong> 1 ano 10,00 2,30 0,58<br />

Entre 1 e 5 a<strong>nos</strong> 72,00 2,25 0,60<br />

Entre 6 e 10 a<strong>nos</strong> 83,00 2,19 0,57<br />

Entre 11 e 20<br />

a<strong>nos</strong> 89,00 2,22 0,55<br />

Acima <strong>de</strong> 20 a<strong>nos</strong> 52,00 2,12 0,57<br />

Total 306,00 2,21 0,57<br />

Estressores Me<strong>nos</strong> <strong>de</strong> 1 ano 10,00 2,54 0,77<br />

Entre 1 e 5 a<strong>nos</strong> 72,00 2,95 0,79<br />

Entre 6 e 10 a<strong>nos</strong> 83,00 2,86 0,77<br />

Entre 11 e 20<br />

a<strong>nos</strong> 89,00 2,76 0,74<br />

Acima <strong>de</strong> 20 a<strong>nos</strong> 52,00 2,50 0,76<br />

Total 306,00 2,78 0,78<br />

Fonte: Dados da pesquisa, 2010.<br />

104


Tabela 9b. Estratégi<strong>as</strong> <strong>de</strong> enfrentamento e nível <strong>de</strong> <strong>estresse</strong> X tempo <strong>de</strong><br />

experiência<br />

Estratégia <strong>de</strong> enfrentamento<br />

Soma dos<br />

quadrados df<br />

Quadrado<br />

principal F p<br />

Confronto Entre Grupos 2,59 4,00 0,65 3,46 0,009<br />

Dentro dos<br />

Grupos 56,37 301,00 0,19<br />

Total 58,95 305,00<br />

Af<strong>as</strong>tamento Entre Grupos 1,94 4,00 0,48 2,96 0,020<br />

Dentro dos<br />

Grupos 49,28 301,00 0,16<br />

Total 51,21 305,00<br />

Autocontrole Entre Grupos 1,25 4,00 0,31 1,22 0,303<br />

Dentro dos<br />

Grupos 77,31 301,00 0,26<br />

Total 78,56 305,00<br />

Suporte Social Entre Grupos 2,38 4,00 0,60 2,09 0,082<br />

Dentro dos<br />

Grupos 85,61 301,00 0,28<br />

Total 87,99 305,00<br />

Aceitação <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong> Entre Grupos 0,95 4,00 0,24 0,81 0,517<br />

Dentro dos<br />

Grupos 87,36 301,00 0,29<br />

Total 88,30 305,00<br />

Fuga e esquiva Entre Grupos 4,87 4,00 1,22 1,69 0,152<br />

Dentro dos<br />

Grupos 216,71 301,00 0,72<br />

Total 221,58 305,00<br />

Resolução <strong>de</strong> problem<strong>as</strong> Entre Grupos 0,55 4,00 0,14 0,33 0,861<br />

Dentro dos<br />

Grupos 126,15 301,00 0,42<br />

Total 126,70 305,00<br />

Reavaliação positiva Entre Grupos 0,61 4,00 0,15 0,47 0,760<br />

Dentro dos<br />

Grupos 97,96 301,00 0,33<br />

Total 98,56 305,00<br />

Estressores Entre Grupos 7,34 4,00 1,84 3,14 0,015<br />

Dentro dos<br />

Grupos 176,12 301,00 0,59<br />

Total 183,46 305,00<br />

Fonte: Dados da pesquisa, 2010.<br />

105


Em uma pesquisa realizada por Di<strong>as</strong> (2008), percebeu-se uma correlação<br />

positiva entre o uso <strong>de</strong> estratégi<strong>as</strong> <strong>de</strong> autocontrole e tempo <strong>de</strong> profissão,<br />

<strong>de</strong>monstrando que indivíduos que atuam há mais tempo na área ten<strong>de</strong>m a buscar<br />

controlar mais seus problem<strong>as</strong>.<br />

Na corrente pesquisa, percebe-se que <strong>profissionais</strong> me<strong>nos</strong> experientes<br />

possuem um maior nível <strong>de</strong> <strong>estresse</strong> e utilizam como estratégi<strong>as</strong> <strong>de</strong> enfrentamento o<br />

confronto e o af<strong>as</strong>tamento, que são estratégi<strong>as</strong> não relacionad<strong>as</strong> ao autocontrole.<br />

Esta análise está <strong>de</strong> acordo com a constatação, explicitada na tabela 4, on<strong>de</strong> é<br />

<strong>de</strong>monstrado que os <strong>profissionais</strong> que utilizam a estratégia <strong>de</strong> enfrentamento<br />

confronto possuem um alto nível <strong>de</strong> <strong>estresse</strong>, indicando que a mesma não é<br />

eficiente como estratégia <strong>para</strong> enfrentar o <strong>estresse</strong>.<br />

Sobre os fatores estressores e estratégi<strong>as</strong> <strong>de</strong> enfrentamento dos <strong>profissionais</strong><br />

<strong>de</strong> <strong>TI</strong> que trabalham ou prestam serviço em organizações <strong>de</strong> micro, pequeno, médio<br />

e gran<strong>de</strong> porte (tabela 10a e tabela 10b), não foram constatad<strong>as</strong> diferenç<strong>as</strong> no nível<br />

<strong>de</strong> <strong>estresse</strong> e os <strong>profissionais</strong> que trabalham n<strong>as</strong> médio empres<strong>as</strong> são os que mais<br />

utilizam <strong>as</strong> estratégi<strong>as</strong> confronto (média=1,90, p=0,010), autocontrole (média=2,41,<br />

p=0,015) e fuga e esquiva (média=2,23, p=0,008).<br />

Tabela 10a. Estratégi<strong>as</strong> <strong>de</strong> enfrentamento e nível <strong>de</strong> <strong>estresse</strong> X porte da<br />

organização<br />

Estratégi<strong>as</strong> <strong>de</strong><br />

Enfrentamento Porte da Organização<br />

Qt<br />

respost<strong>as</strong> Média<br />

Desvio<br />

Padrão<br />

Confronto Micro : até 9 empregados 27,00 1,55 0,33<br />

Pequena: <strong>de</strong> 10 a 49<br />

empregados 36,00 1,72 0,58<br />

Média: <strong>de</strong> 50 a 99 empregados 28,00 1,90 0,51<br />

Gran<strong>de</strong>: mais <strong>de</strong> 100<br />

empregados 216,00 1,64 0,41<br />

Total 307,00 1,66 0,44<br />

106


Estratégi<strong>as</strong> <strong>de</strong><br />

Enfrentamento<br />

Porte da Organização<br />

Qt<br />

respost<strong>as</strong><br />

Média<br />

Desvio<br />

Padrão<br />

Af<strong>as</strong>tamento Micro : até 9 empregados 27,00 1,74 0,45<br />

Pequena: <strong>de</strong> 10 a 49<br />

empregados 36,00 1,81 0,51<br />

Média: <strong>de</strong> 50 a 99 empregados 28,00 1,84 0,47<br />

Gran<strong>de</strong>: mais <strong>de</strong> 100<br />

empregados 216,00 1,68 0,37<br />

Total 307,00 1,72 0,41<br />

Autocontrole Micro : até 9 empregados 27,00 1,98 0,57<br />

Pequena: <strong>de</strong> 10 a 49<br />

empregados 36,00 2,25 0,51<br />

Média: <strong>de</strong> 50 a 99 empregados 28,00 2,41 0,60<br />

Gran<strong>de</strong>: mais <strong>de</strong> 100<br />

empregados 216,00 2,25 0,47<br />

Total 307,00 2,24 0,51<br />

Suporte Social Micro : até 9 empregados 27,00 2,31 0,57<br />

Pequena: <strong>de</strong> 10 a 49<br />

empregados 36,00 2,28 0,59<br />

Média: <strong>de</strong> 50 a 99 empregados 28,00 2,48 0,46<br />

Gran<strong>de</strong>: mais <strong>de</strong> 100<br />

empregados 216,00 2,32 0,53<br />

Total 307,00 2,33 0,54<br />

Aceitação <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong> Micro : até 9 empregados 27,00 2,27 0,70<br />

Pequena: <strong>de</strong> 10 a 49<br />

empregados 36,00 2,30 0,53<br />

Média: <strong>de</strong> 50 a 99 empregados 28,00 2,39 0,62<br />

Gran<strong>de</strong>: mais <strong>de</strong> 100<br />

empregados 216,00 2,27 0,51<br />

Total 307,00 2,29 0,54<br />

Fuga e esquiva Micro : até 9 empregados 27,00 1,56 0,74<br />

Pequena: <strong>de</strong> 10 a 49<br />

empregados 36,00 2,11 0,99<br />

Média: <strong>de</strong> 50 a 99 empregados 28,00 2,23 0,86<br />

Gran<strong>de</strong>: mais <strong>de</strong> 100<br />

empregados 216,00 1,85 0,82<br />

Total 307,00 1,89 0,85<br />

Resolução <strong>de</strong> problem<strong>as</strong> Micro : até 9 empregados 27,00 2,75 0,63<br />

Pequena: <strong>de</strong> 10 a 49<br />

empregados 36,00 2,83 0,68<br />

Média: <strong>de</strong> 50 a 99 empregados 28,00 3,05 0,61<br />

Gran<strong>de</strong>: mais <strong>de</strong> 100<br />

empregados 216,00 2,85 0,64<br />

Total 307,00 2,86 0,64<br />

107


Estratégi<strong>as</strong> <strong>de</strong><br />

Enfrentamento<br />

Reavaliação positiva<br />

Porte da Organização<br />

Qt<br />

respost<strong>as</strong><br />

Média<br />

Desvio<br />

Padrão<br />

Micro : até 9 empregados<br />

Pequena: <strong>de</strong> 10 a 49<br />

27,00 2,18 0,59<br />

empregados 36,00 2,32 0,56<br />

Média: <strong>de</strong> 50 a 99 empregados<br />

Gran<strong>de</strong>: mais <strong>de</strong> 100<br />

28,00 2,29 0,58<br />

empregados 216,00 2,18 0,57<br />

Total 307,00 2,21 0,57<br />

Estressores Micro : até 9 empregados 27,00 2,98 0,85<br />

Pequena: <strong>de</strong> 10 a 49<br />

empregados 36,00 2,84 0,71<br />

Média: <strong>de</strong> 50 a 99 empregados 28,00 2,98 0,73<br />

Gran<strong>de</strong>: mais <strong>de</strong> 100<br />

empregados 216,00 2,72 0,78<br />

Total 307,00 2,78 0,78<br />

Fonte: Dados da pesquisa, 2010.<br />

108


Tabela 10b. Estratégi<strong>as</strong> <strong>de</strong> enfrentamento e nível <strong>de</strong> <strong>estresse</strong> X porte da<br />

organização<br />

Estratégi<strong>as</strong> <strong>de</strong><br />

enfrentamento<br />

Soma dos<br />

quadrados df<br />

Quadrado<br />

principal F p<br />

Confronto Entre Grupos 2,16 3,00 0,72 3,82 0,010<br />

Dentro dos<br />

Grupos 57,23 303,00 0,19<br />

Total 59,39 306,00<br />

Af<strong>as</strong>tamento Entre Grupos 1,01 3,00 0,34 2,02 0,111<br />

Dentro dos<br />

Grupos 50,23 303,00 0,17<br />

Total 51,23 306,00<br />

Autocontrole Entre Grupos 2,67 3,00 0,89 3,55 0,015<br />

Dentro dos<br />

Grupos 76,02 303,00 0,25<br />

Total 78,69 306,00<br />

Suporte Social Entre Grupos 0,71 3,00 0,24 0,82 0,484<br />

Dentro dos<br />

Grupos 87,28 303,00 0,29<br />

Total 87,99 306,00<br />

Aceitação <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong> Entre Grupos 0,38 3,00 0,13 0,43 0,729<br />

Dentro dos<br />

Grupos 88,11 303,00 0,29<br />

Total 88,49 306,00<br />

Fuga e esquiva Entre Grupos 8,41 3,00 2,80 3,98 0,008<br />

Dentro dos<br />

Grupos 213,32 303,00 0,70<br />

Total 221,73 306,00<br />

Resolução <strong>de</strong> problem<strong>as</strong> Entre Grupos 1,42 3,00 0,47 1,15 0,331<br />

Dentro dos<br />

Grupos 125,30 303,00 0,41<br />

Total 126,72 306,00<br />

Reavaliação positiva Entre Grupos 0,79 3,00 0,26 0,81 0,488<br />

Dentro dos<br />

Grupos 97,78 303,00 0,32<br />

Total 98,56 306,00<br />

Estressores<br />

Entre Grupos<br />

3,22<br />

3,00<br />

1,07<br />

Dentro dos<br />

Grupos 180,66 303,00 0,60<br />

Total 183,88 306,00<br />

Fonte: Dados da pesquisa, 2010.<br />

1,80<br />

0,147<br />

109


Este resultado não corrobora com Kahn e Byosiere (1992) e Sutton e D´Aunno<br />

(1989) on<strong>de</strong> citam que organizações <strong>de</strong> porte maior po<strong>de</strong>m ser mais propíci<strong>as</strong> a<br />

gerar eventos estressores, <strong>de</strong>vido a distância entre os diversos níveis hierárquicos<br />

on<strong>de</strong> o funcionário tem pouco controle sobre seu trabalho. A corrente pesquisa<br />

indica que não importa o porte da empresa on<strong>de</strong> o profissional <strong>de</strong> <strong>TI</strong> trabalha, o nível<br />

<strong>de</strong> <strong>estresse</strong> é semelhante.<br />

Com relação às diferenç<strong>as</strong> entre <strong>as</strong> faix<strong>as</strong> etári<strong>as</strong> (tabela 11a e tabela 11b), no<br />

que tange fatores estressores e estratégi<strong>as</strong> <strong>de</strong> enfrentamento, não foram<br />

constatad<strong>as</strong> diferenç<strong>as</strong> no nível <strong>de</strong> <strong>estresse</strong> e os <strong>profissionais</strong> que mais utilizam a<br />

estratégia af<strong>as</strong>tamento são os <strong>profissionais</strong> <strong>de</strong> <strong>TI</strong> com até 24 a<strong>nos</strong> <strong>de</strong> ida<strong>de</strong><br />

(média=1,89, p=0,001).<br />

Tabela 11a. Estratégi<strong>as</strong> <strong>de</strong> enfrentamento e nível <strong>de</strong> <strong>estresse</strong> X faixa etária<br />

Estratégia <strong>de</strong> enfrentamento Faixa etária<br />

Qt<br />

respost<strong>as</strong> Média<br />

Desvio<br />

padrão<br />

Confronto Até 24 a<strong>nos</strong> 50 1,71 0,56<br />

Entre 25 e 35<br />

a<strong>nos</strong> 146 1,71 0,44<br />

Entre 36 e 46<br />

a<strong>nos</strong> 76 1,59 0,37<br />

Entre 47 e 57<br />

a<strong>nos</strong> 34 1,58 0,39<br />

Total 306 1,66 0,44<br />

Af<strong>as</strong>tamento Até 24 a<strong>nos</strong> 50 1,89 0,46<br />

Entre 25 e 35<br />

a<strong>nos</strong> 146 1,74 0,41<br />

Entre 36 e 46<br />

a<strong>nos</strong> 76 1,59 0,32<br />

Entre 47 e 57<br />

a<strong>nos</strong> 34 1,66 0,41<br />

Total 306 1,72 0,41<br />

Autocontrole Até 24 a<strong>nos</strong> 50 2,17 0,48<br />

Entre 25 e 35<br />

a<strong>nos</strong> 146 2,30 0,55<br />

Entre 36 e 46<br />

a<strong>nos</strong> 76 2,18 0,46<br />

Entre 47 e 57<br />

a<strong>nos</strong> 34 2,27 0,42<br />

Total 306 2,24 0,51<br />

110


Estratégia <strong>de</strong> enfrentamento Faixa etária<br />

Qt<br />

respost<strong>as</strong> Média<br />

Desvio<br />

padrão<br />

Suporte Social Até 24 a<strong>nos</strong> 50 2,41 0,53<br />

Entre 25 e 35<br />

a<strong>nos</strong> 146 2,40 0,55<br />

Entre 36 e 46<br />

a<strong>nos</strong> 76 2,20 0,50<br />

Entre 47 e 57<br />

a<strong>nos</strong> 34 2,21 0,52<br />

Total 306 2,33 0,54<br />

Aceitação <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong> Até 24 a<strong>nos</strong> 50 2,35 0,63<br />

Entre 25 e 35<br />

a<strong>nos</strong> 146 2,32 0,54<br />

Entre 36 e 46<br />

a<strong>nos</strong> 76 2,19 0,50<br />

Entre 47 e 57<br />

a<strong>nos</strong> 34 2,27 0,44<br />

Total 306 2,29 0,54<br />

Fuga e esquiva Até 24 a<strong>nos</strong> 50 1,96 0,77<br />

Entre 25 e 35<br />

a<strong>nos</strong> 146 2,00 0,90<br />

Entre 36 e 46<br />

a<strong>nos</strong> 76 1,70 0,81<br />

Entre 47 e 57<br />

a<strong>nos</strong> 34 1,75 0,78<br />

Total 306 1,89 0,85<br />

Resolução <strong>de</strong> problem<strong>as</strong> Até 24 a<strong>nos</strong> 50 2,91 0,64<br />

Entre 25 e 35<br />

a<strong>nos</strong> 146 2,87 0,62<br />

Entre 36 e 46<br />

a<strong>nos</strong> 76 2,73 0,66<br />

Entre 47 e 57<br />

a<strong>nos</strong> 34 3,03 0,67<br />

Total 306 2,86 0,64<br />

Reavaliação positiva Até 24 a<strong>nos</strong> 50 2,22 0,54<br />

Entre 25 e 35<br />

a<strong>nos</strong> 146 2,25 0,57<br />

Entre 36 e 46<br />

a<strong>nos</strong> 76 2,14 0,59<br />

Entre 47 e 57<br />

a<strong>nos</strong> 34 2,13 0,55<br />

Total 306 2,21 0,57<br />

Estressores Até 24 a<strong>nos</strong> 50 2,77 0,78<br />

Entre 25 e 35<br />

a<strong>nos</strong> 146 2,86 0,77<br />

Entre 36 e 46<br />

a<strong>nos</strong> 76 2,75 0,72<br />

Entre 47 e 57<br />

a<strong>nos</strong> 34 2,52 0,88<br />

Total 306 2,78 0,77<br />

Fonte: Dados da pesquisa, 2010.<br />

111


Tabela 11b. Estratégi<strong>as</strong> <strong>de</strong> enfrentamento e nível <strong>de</strong> <strong>estresse</strong> X faixa etária<br />

Estratégia <strong>de</strong> enfrentamento<br />

Soma dos<br />

quadrados df<br />

Quadrado<br />

principal F p<br />

Confronto Entre grupos 1,02 3 0,34 1,77 0,153<br />

Dentro dos<br />

grupos 57,94 302 0,19<br />

Total 58,95 305<br />

Af<strong>as</strong>tamento Entre grupos 2,89 3 0,96 6,02 0,001<br />

Dentro dos<br />

grupos 48,27 302 0,16<br />

Total 51,15 305<br />

Autocontrole Entre grupos 1,01 3 0,34 1,32 0,268<br />

Dentro dos<br />

grupos 77,27 302 0,26<br />

Total 78,28 305<br />

Suporte Social Entre grupos 2,73 3 0,91 3,23 0,023<br />

Dentro dos<br />

grupos 85,23 302 0,28<br />

Total 87,96 305<br />

Aceitação <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong> Entre grupos 1,03 3 0,34 1,18 0,316<br />

Dentro dos<br />

grupos 87,38 302 0,29<br />

Total 88,41 305<br />

Fuga e esquiva Entre grupos 5,31 3 1,77 2,48 0,061<br />

Dentro dos<br />

grupos 215,63 302 0,71<br />

Total 220,94 305<br />

Resolução <strong>de</strong> problem<strong>as</strong> Entre grupos 2,34 3 0,78 1,90 0,129<br />

Dentro dos<br />

grupos 124,00 302 0,41<br />

Total 126,34 305<br />

Reavaliação positiva Entre grupos 0,89 3 0,30 0,92 0,432<br />

Dentro dos<br />

grupos 97,67 302 0,32<br />

Total 98,56 305<br />

Estressores Entre grupos 3,34 3 1,11 1,87 0,134<br />

Dentro dos<br />

grupos 179,40 302 0,59<br />

Total 182,74 305<br />

Fonte: Dados da pesquisa, 2010.<br />

112


De acordo com a pesquisa, jovens <strong>profissionais</strong> <strong>de</strong> <strong>TI</strong> (ida<strong>de</strong> até 24 a<strong>nos</strong>) são<br />

os que mais utilizam estratégi<strong>as</strong> <strong>de</strong> af<strong>as</strong>tamento, que tem como algum<strong>as</strong> <strong>de</strong> su<strong>as</strong><br />

característic<strong>as</strong> evitar ou ignorar um <strong>de</strong>terminado problema, fazer com que nada<br />

tivesse ocorrido, recusar-se a pensar na situação e minimizar a situação. De um<br />

modo geral, os resultados permitiram i<strong>de</strong>ntificar que jovens <strong>profissionais</strong> <strong>de</strong> <strong>TI</strong>,<br />

diante <strong>de</strong> eventos estressores, ten<strong>de</strong>ram a utilizar estratégi<strong>as</strong> <strong>para</strong> evitar ou escapar<br />

do problema.<br />

Uma hipótese a ser futuramente validada, do porque da utilização <strong>de</strong>st<strong>as</strong><br />

estratégi<strong>as</strong>, seria <strong>de</strong>vido a baixa experiência que estes <strong>profissionais</strong> possuem, tanto<br />

n<strong>as</strong> questões <strong>de</strong> relacionamento interpessoal quanto profissional, on<strong>de</strong> por não ter<br />

vivido, ou por ter vivido pouc<strong>as</strong> situações <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>safio, preferem evitar ou<br />

ignorar um problema a enfrentá-lo.<br />

Em relação ao nível <strong>de</strong> <strong>estresse</strong>, o resultado da corrente pesquisa valida Moser<br />

(2008) on<strong>de</strong> indica que não importa a faixa etária do profissional <strong>de</strong> <strong>TI</strong>, o nível <strong>de</strong><br />

<strong>estresse</strong> é semelhante.<br />

Sobre os fatores estressores e estratégi<strong>as</strong> <strong>de</strong> enfrentamento dos <strong>profissionais</strong><br />

<strong>de</strong> <strong>TI</strong> (tabela 12a e tabela 12b) <strong>de</strong> acordo com o estado civil, não foi constatado<br />

diferença no nível <strong>de</strong> <strong>estresse</strong> e os <strong>profissionais</strong> que mais utilizam a estratégia<br />

suporte social são os <strong>profissionais</strong> <strong>de</strong> <strong>TI</strong> divorciados/se<strong>para</strong>dos (média = 2,56, p =<br />

0,015).<br />

113


Tabela 12a. Estratégi<strong>as</strong> <strong>de</strong> enfrentamento e nível <strong>de</strong> <strong>estresse</strong> X estado civil<br />

Estratégia <strong>de</strong> enfrentamento Estado civil<br />

Confronto<br />

Af<strong>as</strong>tamento<br />

Autocontrole<br />

Suporte Social<br />

Aceitação <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong><br />

Fuga e esquiva<br />

Resolução <strong>de</strong> problem<strong>as</strong><br />

Reavaliação positiva<br />

Qt<br />

respost<strong>as</strong> Média<br />

Desvio<br />

padrão<br />

C<strong>as</strong>ado/União<br />

Estável 172 1,66 0,42<br />

Solteiro 116 1,67 0,49<br />

divorciado/se<strong>para</strong>do 19 1,62 0,30<br />

Total 307 1,66 0,44<br />

C<strong>as</strong>ado/União<br />

Estável 172 1,68 0,41<br />

Solteiro 116 1,75 0,41<br />

divorciado/se<strong>para</strong>do 19 1,77 0,39<br />

Total 307 1,72 0,41<br />

C<strong>as</strong>ado/União<br />

Estável 172 2,26 0,49<br />

Solteiro 116 2,19 0,53<br />

divorciado/se<strong>para</strong>do 19 2,36 0,49<br />

Total 307 2,24 0,51<br />

C<strong>as</strong>ado/União<br />

Estável 172 2,26 0,53<br />

Solteiro 116 2,40 0,54<br />

divorciado/se<strong>para</strong>do 19 2,56 0,52<br />

Total 307 2,33 0,54<br />

C<strong>as</strong>ado/União<br />

Estável 172 2,25 0,48<br />

Solteiro 116 2,32 0,62<br />

divorciado/se<strong>para</strong>do 19 2,37 0,51<br />

Total 307 2,29 0,54<br />

C<strong>as</strong>ado/União<br />

Estável 172 1,86 0,85<br />

Solteiro 116 1,94 0,86<br />

divorciado/se<strong>para</strong>do 19 1,82 0,85<br />

Total 307 1,89 0,85<br />

C<strong>as</strong>ado/União<br />

Estável 172 2,85 0,63<br />

Solteiro 116 2,85 0,68<br />

divorciado/se<strong>para</strong>do 19 3,04 0,55<br />

Total 307 2,86 0,64<br />

C<strong>as</strong>ado/União<br />

Estável 172 2,19 0,56<br />

Solteiro 116 2,23 0,60<br />

divorciado/se<strong>para</strong>do 19 2,23 0,42<br />

Total 307 2,21 0,57<br />

114


Estratégia <strong>de</strong> enfrentamento Estado civil Qt Média Desvio<br />

C<strong>as</strong>ado/União<br />

respost<strong>as</strong> padrão<br />

Estressores<br />

Estável 172 2,77 0,77<br />

Solteiro 116 2,82 0,78<br />

divorciado/se<strong>para</strong>do 19 2,59 0,84<br />

Total 307 2,78 0,78<br />

Fonte: Dados da pesquisa, 2010.<br />

115


Tabela 12b. Estratégi<strong>as</strong> <strong>de</strong> enfrentamento e nível <strong>de</strong> <strong>estresse</strong> X estado civil<br />

Estratégia <strong>de</strong> Enfrentamento<br />

Soma dos<br />

Quadrados df<br />

Quadrado<br />

principal F p<br />

Confronto Entre grupos 0,05 2,00 0,02 0,12 0,884<br />

Dentro dos<br />

grupos 59,35 304,00 0,20<br />

Total 59,39 306,00<br />

Af<strong>as</strong>tamento Entre grupos 0,38 2,00 0,19 1,13 0,325<br />

Dentro dos<br />

grupos 50,86 304,00 0,17<br />

Total 51,23 306,00<br />

Autocontrole Entre grupos 0,60 2,00 0,30 1,16 0,315<br />

Dentro dos<br />

grupos 78,10 304,00 0,26<br />

Total 78,69 306,00<br />

Suporte Social Entre grupos 2,39 2,00 1,19 4,24 0,015<br />

Dentro dos<br />

grupos 85,60 304,00 0,28<br />

Total 87,99 306,00<br />

Aceitação <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong> Entre grupos 0,46 2,00 0,23 0,80 0,451<br />

Dentro dos<br />

grupos 88,03 304,00 0,29<br />

Total 88,49 306,00<br />

Fuga e esquiva Entre grupos 0,59 2,00 0,30 0,41 0,666<br />

Dentro dos<br />

grupos 221,14 304,00 0,73<br />

Total 221,73 306,00<br />

Resolução <strong>de</strong> problem<strong>as</strong> Entre grupos 0,65 2,00 0,33 0,79 0,457<br />

Dentro dos<br />

grupos 126,07 304,00 0,41<br />

Total 126,72 306,00<br />

Reavaliação positiva Entre grupos 0,17 2,00 0,08 0,26 0,775<br />

Dentro dos<br />

grupos 98,40 304,00 0,32<br />

Total 98,56 306,00<br />

Estressores Entre grupos 0,82 2,00 0,41 0,68 0,509<br />

Dentro dos<br />

grupos 183,07 304,00 0,60<br />

Total 183,88 306,00<br />

Fonte: Dados da pesquisa, 2010.<br />

116


De acordo com Rocha e Debert-Ribeiro (2001) os <strong>profissionais</strong> c<strong>as</strong>ados<br />

apresentaram maiores níveis <strong>de</strong> <strong>estresse</strong>. A quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> número <strong>de</strong> papéis<br />

sociais está relacionada a maiores chances <strong>de</strong> níveis <strong>de</strong> <strong>estresse</strong> e após o<br />

c<strong>as</strong>amento, tanto os homens quanto <strong>as</strong> mulheres <strong>as</strong>sumem mais papéis e com isso<br />

mais responsabilida<strong>de</strong>s (c<strong>as</strong>a, filhos, dinheiro), o que po<strong>de</strong> gerar mais conflitos e<br />

auto-avaliações negativ<strong>as</strong> por parte <strong>de</strong> ambos (SIMON, 1995).<br />

A corrente pesquisa, não validou <strong>as</strong> pesquis<strong>as</strong> realizad<strong>as</strong> por Rocha e Debert-<br />

Ribeiro (2001) e Simon (1995). Em relação ao nível <strong>de</strong> <strong>estresse</strong>, o resultado da<br />

corrente pesquisa corrobora com a pesquisa realizada por Di<strong>as</strong> (2008), on<strong>de</strong> não foi<br />

i<strong>de</strong>ntificado níveis diferentes <strong>de</strong> <strong>estresse</strong> <strong>nos</strong> <strong>profissionais</strong> <strong>de</strong> <strong>TI</strong> c<strong>as</strong>ados, solteiros e<br />

se<strong>para</strong>dos.<br />

De acordo com Diener et al (1999), a presença <strong>de</strong> um parceiro po<strong>de</strong> significar<br />

maior oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> suporte social. Na corrente pesquisa os <strong>profissionais</strong><br />

<strong>de</strong>squitados/se<strong>para</strong>dos foram os que mais utilizaram o suporte social como<br />

estratégia <strong>de</strong> enfrentamento. Como hipótese a ser futuramente validada,<br />

<strong>profissionais</strong> <strong>de</strong> <strong>TI</strong> <strong>de</strong>squitados/se<strong>para</strong>dos discutem mais com outros coleg<strong>as</strong> <strong>de</strong><br />

profissão, problem<strong>as</strong> cotidia<strong>nos</strong> inerentes a <strong>TI</strong> do que os <strong>profissionais</strong> c<strong>as</strong>ados, on<strong>de</strong><br />

não procuram levar os problem<strong>as</strong> do seu trabalho <strong>para</strong> <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> c<strong>as</strong>a.<br />

7. Conclusões e Recomendações<br />

O presente trabalho revelou que os <strong>profissionais</strong> <strong>de</strong> tecnologia da informação<br />

avaliados, apresentavam um nível mo<strong>de</strong>rado <strong>de</strong> <strong>estresse</strong> o que não valida<br />

pesquis<strong>as</strong> realizad<strong>as</strong> na década <strong>de</strong> 90 e 2000 <strong>de</strong> que os <strong>profissionais</strong> <strong>de</strong>sta área<br />

estão com alto nível <strong>de</strong> <strong>estresse</strong>. Esta constatação respon<strong>de</strong> a um dos objetivos da<br />

corrente pesquisa, ou seja, verificar se o nível <strong>de</strong> <strong>estresse</strong> dos <strong>profissionais</strong><br />

117


pesquisados po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rado alto, ou seja, se os <strong>profissionais</strong> <strong>de</strong> <strong>TI</strong> são<br />

realmente estressados.<br />

Ainda, a corrente pesquisa tinha como um dos seus objetivos, a i<strong>de</strong>ntificação<br />

dos principais estressores percebidos pelos <strong>profissionais</strong> <strong>de</strong> tecnologia da<br />

informação, a partir da Escala <strong>de</strong> Estresse no Trabalho (EET) <strong>de</strong> P<strong>as</strong>choal e<br />

Tamayo (2004) e <strong>as</strong> estratégi<strong>as</strong> <strong>de</strong> enfrentamento, a partir do Inventário <strong>de</strong><br />

Estratégi<strong>as</strong> <strong>de</strong> Coping (LAZARUS e FOLKMAN, 1984).<br />

O resultado foi que, a fonte <strong>de</strong> <strong>estresse</strong> mais freqüentemente mencionada foi<br />

relativa a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> trabalho, o que ratifica pesquis<strong>as</strong> realizad<strong>as</strong> n<strong>as</strong> ultim<strong>as</strong><br />

du<strong>as</strong> décad<strong>as</strong> <strong>de</strong> que os <strong>profissionais</strong> <strong>de</strong>sta área estão sobrecarregados. Sugere-se<br />

neste ponto, uma melhor divisão <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>ntro da área <strong>de</strong> tecnologia<br />

da informação n<strong>as</strong> empres<strong>as</strong> além <strong>de</strong> estudos no sentido <strong>de</strong> verificar a necessida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> contratação <strong>de</strong> mão-<strong>de</strong>-obra e capacitação continuada <strong>para</strong> todos os<br />

<strong>profissionais</strong> <strong>de</strong> <strong>TI</strong> da organização.<br />

Um dado interessante levantado, foi que a fonte <strong>de</strong> <strong>estresse</strong> me<strong>nos</strong> citada<br />

pelos <strong>profissionais</strong> avaliados foi relativo a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> atualização tecnológica o<br />

que <strong>de</strong>monstra que a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> atualização constante já é absorvida e<br />

percebida como natural por estes <strong>profissionais</strong>. A resolução <strong>de</strong> problema foi a<br />

principal estratégia <strong>de</strong> enfrentamento utilizada pelos <strong>profissionais</strong> <strong>de</strong> <strong>TI</strong>, o que<br />

<strong>de</strong>monstra que estes <strong>profissionais</strong>, diante <strong>de</strong> um <strong>de</strong>terminado <strong>de</strong>safio ou problema<br />

ao invés <strong>de</strong> af<strong>as</strong>tar-se ou ter uma atitu<strong>de</strong> mais agressiva, diante da situação<br />

estressante, se esforçam <strong>para</strong> resolver o problema.<br />

Um outro objetivo <strong>de</strong>sta pesquisa era verificar a relação <strong>estresse</strong> e estratégi<strong>as</strong><br />

<strong>de</strong> enfrentamento. O resultado foi que, aqueles <strong>profissionais</strong> que utilizaram como<br />

estratégia <strong>de</strong> enfrentamento o confronto e a fuga-esquiva são os que apresentaram<br />

118


o maior nível <strong>de</strong> <strong>estresse</strong> o que po<strong>de</strong>-se supor que est<strong>as</strong> estratégi<strong>as</strong> não são<br />

eficazes como elementos reguladores do <strong>estresse</strong>.<br />

No que tange ao objetivo <strong>de</strong> se verificar a influencia do sexo, estado civil, faixa<br />

etária, tempo <strong>de</strong> serviço, ativida<strong>de</strong>, tipo <strong>de</strong> organização, tipo <strong>de</strong> vinculo e tamanho<br />

da organização sobre o <strong>estresse</strong> e <strong>as</strong> estratégi<strong>as</strong> <strong>de</strong> enfrentamento. O resultado foi<br />

que, em relação ao sexo, não foram constatad<strong>as</strong> diferenç<strong>as</strong> no nível <strong>de</strong> <strong>estresse</strong>, o<br />

que neste sentido, não valida pesquis<strong>as</strong> realizad<strong>as</strong> <strong>de</strong> que <strong>as</strong> <strong>profissionais</strong> <strong>de</strong> <strong>TI</strong> são<br />

mais estressad<strong>as</strong> do que os <strong>profissionais</strong> <strong>de</strong>vido a dupla jornada <strong>de</strong> trabalho<br />

(trabalho e c<strong>as</strong>a).<br />

Ainda, foi constatado que <strong>as</strong> <strong>profissionais</strong> utilizam mais a estratégia <strong>de</strong> suporte<br />

social do que os <strong>profissionais</strong> do sexo m<strong>as</strong>culino e neste sentido sugere-se uma<br />

maior abertura dos chefes diretos e reavaliação d<strong>as</strong> polític<strong>as</strong> <strong>de</strong> recursos huma<strong>nos</strong><br />

no sentido <strong>de</strong> ouvir su<strong>as</strong> angusti<strong>as</strong>, buscando <strong>as</strong>sim minimizar os efeitos do <strong>estresse</strong><br />

e por conseqüência a melhoria da qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida no trabalho.<br />

A corrente pesquisa <strong>de</strong>monstrou que o analista <strong>de</strong> sistema é o profissional <strong>de</strong><br />

<strong>TI</strong> com maior nível <strong>de</strong> <strong>estresse</strong> e os <strong>profissionais</strong> que trabalham com banco <strong>de</strong><br />

dados apresentaram o menor nível <strong>de</strong> <strong>estresse</strong>. Uma hipótese a ser futuramente<br />

verificada é se o analista <strong>de</strong> sistema é mais estressado do que outros <strong>profissionais</strong><br />

da área <strong>de</strong> <strong>TI</strong>, como infra-estrutura, banco <strong>de</strong> dados, gerencia e segurança <strong>de</strong>vido a<br />

proximida<strong>de</strong> com os usuários finais e neste sentido sugere-se uma investigação com<br />

intuito <strong>de</strong> buscar form<strong>as</strong> <strong>de</strong> melhorar esta interação objetivando minimizar este<br />

<strong>estresse</strong> e entregar sistem<strong>as</strong> com maior nível <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>.<br />

O senso comum diz que os <strong>profissionais</strong> que trabalham em organizações <strong>de</strong><br />

caráter público trabalham me<strong>nos</strong> do que os <strong>profissionais</strong> da iniciativa privada <strong>de</strong>vido<br />

ao sentimento da estabilida<strong>de</strong> e do próprio caráter do ambiente público que não tem<br />

119


como meta o lucro financeiro m<strong>as</strong> sim social. Neste sentido, estes <strong>profissionais</strong><br />

percebem uma menor pressão e <strong>estresse</strong>.<br />

A corrente pesquisa <strong>de</strong>monstrou que tanto os <strong>profissionais</strong> da iniciativa privada<br />

quanto pública possuem níveis <strong>de</strong> <strong>estresse</strong> similares o que, neste sentido, sugere-se<br />

que <strong>as</strong> organizações, tanto pública quanto privada, <strong>de</strong>veriam disponibilizar<br />

mecanismos similares <strong>para</strong> minimizar os efeitos maléficos do <strong>estresse</strong> nestes<br />

<strong>profissionais</strong> maximizando <strong>as</strong>sim a qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>st<strong>as</strong> organizações e<br />

por conseqüência, abstraindo outr<strong>as</strong> variáveis, a rentabilida<strong>de</strong> e eficiência.<br />

Os <strong>profissionais</strong> autônomos, ou seja, sem vinculo empregatício, apresentaram<br />

um nível <strong>de</strong> <strong>estresse</strong> superior aos <strong>profissionais</strong> com carteira <strong>as</strong>sinada o que po<strong>de</strong><br />

ser um indicativo importante da necessida<strong>de</strong> do aumento da formalização <strong>de</strong>ste tipo<br />

<strong>de</strong> mão-<strong>de</strong>-obra <strong>de</strong>ntro d<strong>as</strong> organizações, o que po<strong>de</strong> ser catalisado com incremento<br />

<strong>de</strong> polític<strong>as</strong> governamentais no sentido <strong>de</strong> diminuir o custo da mão <strong>de</strong> obra <strong>para</strong> <strong>as</strong><br />

mesm<strong>as</strong>.<br />

Os <strong>profissionais</strong> <strong>de</strong> <strong>TI</strong> me<strong>nos</strong> experientes, ou seja, que possuem entre 1 e 5<br />

a<strong>nos</strong> foram os que apresentaram o nível mais elevado <strong>de</strong> <strong>estresse</strong> e aqueles com 6<br />

e 10 a<strong>nos</strong> <strong>de</strong> experiência foram os que mais utilizaram estratégi<strong>as</strong> <strong>de</strong> confronto e<br />

af<strong>as</strong>tamento como estratégi<strong>as</strong> <strong>de</strong> enfrentamento. Sugere-se uma atenção especial<br />

por parte dos supervisores diretos no que tange ao nível <strong>de</strong> pressão exercida e<br />

recursos huma<strong>nos</strong> no sentido <strong>de</strong> disponibilizar treinamentos <strong>para</strong> administração <strong>de</strong><br />

<strong>estresse</strong> e qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida n<strong>as</strong> organizações.<br />

Ainda, a pesquisa <strong>de</strong>monstrou que jovens <strong>profissionais</strong> <strong>de</strong> <strong>TI</strong>, com até 24 a<strong>nos</strong><br />

<strong>de</strong> ida<strong>de</strong>, são os que mais utilizaram estratégi<strong>as</strong> <strong>de</strong> af<strong>as</strong>tamento, que se caracteriza<br />

como fuga (evitar ou ignorar) diante <strong>de</strong> problema. Cabe aqui, a organização através<br />

<strong>de</strong> polític<strong>as</strong> <strong>de</strong> capacitação e principalmente a gerencia direta explicitar <strong>para</strong> estes<br />

120


<strong>profissionais</strong> que esta não é a melhor maneira <strong>de</strong> se lidar com um problema m<strong>as</strong> sim<br />

através <strong>de</strong> estratégi<strong>as</strong> que encarem o problema e tentem resolve-lo da melhor forma<br />

possível.<br />

Em relação ao objetivo geral <strong>de</strong>sta dissertação, ou seja, <strong>de</strong> investigar o<br />

<strong>estresse</strong> <strong>nos</strong> <strong>profissionais</strong> <strong>de</strong> tecnologia da informação <strong>de</strong>ntro d<strong>as</strong> organizações<br />

enfatizando como este profissional percebe e lida com o fenômeno no inicio <strong>de</strong> uma<br />

nova década (2010), o nível <strong>de</strong> <strong>estresse</strong> e se <strong>as</strong> estratégi<strong>as</strong> <strong>de</strong> enfrentamento<br />

utilizad<strong>as</strong> foram eficientes em sua regulação, percebe-se que os dados obtidos não<br />

revelaram um quadro preocupante no que tange <strong>estresse</strong> <strong>nos</strong> <strong>profissionais</strong> <strong>de</strong> <strong>TI</strong>,<br />

entretanto <strong>de</strong>vido ao incremento da <strong>de</strong>pendência dos <strong>profissionais</strong> <strong>de</strong> <strong>TI</strong> por parte<br />

d<strong>as</strong> organizações e <strong>de</strong> sua sobrecarga <strong>de</strong> trabalho n<strong>as</strong> ultim<strong>as</strong> décad<strong>as</strong>, torna-se<br />

fundamental atenção por parte d<strong>as</strong> organizações, principalmente d<strong>as</strong> polític<strong>as</strong> <strong>de</strong><br />

recursos huma<strong>nos</strong> como por exemplo treinamentos <strong>para</strong> administração do <strong>estresse</strong><br />

e program<strong>as</strong> <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida e uma maior atenção da gerencia direta que <strong>de</strong>ve<br />

ser um elemento minimizador da pressão e não agir como um elemento<br />

maximizador, <strong>para</strong> que este quadro não se altere <strong>de</strong> forma significativa, levando<br />

<strong>as</strong>sim uma perda <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida <strong>de</strong>ntro d<strong>as</strong> organizações e por conseqüência<br />

da eficiência organizacional.<br />

Ainda, sugere-se fortemente uma mudança <strong>de</strong> postura dos li<strong>de</strong>res d<strong>as</strong><br />

organizações no sentido <strong>de</strong> valorizar o sentimento <strong>de</strong> colaboração interna em<br />

<strong>de</strong>trimento a competição, recompensando e <strong>de</strong>stacando os <strong>profissionais</strong> que mais<br />

colaboram com os seus pares, pois o <strong>estresse</strong> também se caracteriza na atualida<strong>de</strong><br />

como um fenômeno social que po<strong>de</strong> ser melhor administrado através <strong>de</strong> uma maior<br />

e melhor interativida<strong>de</strong> interpessoal <strong>de</strong>ntro d<strong>as</strong> organizações.<br />

121


A pesquisa evi<strong>de</strong>nciou ainda que os <strong>profissionais</strong> <strong>de</strong> tecnologia da informação<br />

ao <strong>de</strong>sempenhar su<strong>as</strong> funções sofrem a influência <strong>de</strong> inúmeros fatores<br />

organizacionais estressores, tendo como principal fator no inicio da década <strong>de</strong> 2010<br />

a sobrecarga <strong>de</strong> trabalho, e que os mesmos utilizam estratégi<strong>as</strong> <strong>para</strong> lidar com estes<br />

fatores, que na corrente pesquisa, <strong>de</strong>monstraram-se eficazes, já que o nível <strong>de</strong><br />

<strong>estresse</strong> percebido pelos mesmos foi mo<strong>de</strong>rado.<br />

Como proposta <strong>para</strong> futur<strong>as</strong> pesquis<strong>as</strong>, sugere-se a verificação se estes<br />

fatores interferem efetivamente no ambiente <strong>de</strong> trabalho e no âmbito pessoal,<br />

prejudicando a saú<strong>de</strong> <strong>de</strong>sses <strong>profissionais</strong>, o <strong>de</strong>sempenho <strong>de</strong> su<strong>as</strong> ativida<strong>de</strong>s,<br />

po<strong>de</strong>ndo repercutir no suporte aos seus usuários, perante ao cliente e na eficiência<br />

global da organização.<br />

Espera-se que esta pesquisa possa ser utilizada por <strong>profissionais</strong> <strong>de</strong> <strong>TI</strong> e<br />

organizações que trabalham com estes <strong>profissionais</strong>, como uma oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

reflexão e aplicação <strong>de</strong> polític<strong>as</strong> no sentido <strong>de</strong> aprimorar prátic<strong>as</strong> <strong>para</strong> melhoria da<br />

qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida <strong>de</strong>ntro d<strong>as</strong> organizações e como incentivo a nov<strong>as</strong> pesquis<strong>as</strong><br />

nesta área.<br />

O tema abordado nesta investigação não se esgota aqui, pois o <strong>estresse</strong> é<br />

amplo e repleto <strong>de</strong> especificida<strong>de</strong>s, <strong>as</strong> quais po<strong>de</strong>rão ser contemplad<strong>as</strong> em<br />

investigações futur<strong>as</strong>, como sugestão, o estudo da relação do <strong>estresse</strong> com <strong>as</strong><br />

seguintes variáveis: absenteísmo, eficiência organizacional, salário, qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

vida, realização profissional, competência e motivação. Po<strong>de</strong>-se afirmar, ao concluir<br />

esta pesquisa, que os objetivos propostos foram alcançados.<br />

Ainda que o estudo tenha alcançado os objetivos propostos e tenha oferecido<br />

contribuições no campo do bem-estar no trabalho no que tange <strong>estresse</strong>, há<br />

limitações que merecem ser <strong>de</strong>stacad<strong>as</strong> como, por exemplo, o gran<strong>de</strong> numero <strong>de</strong><br />

122


questões <strong>nos</strong> instrumentos que me<strong>de</strong>m fatores estressores e estratégi<strong>as</strong> <strong>de</strong><br />

enfrentamento, o que levou a uma <strong>de</strong>sistência <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 40% dos respon<strong>de</strong>ntes e<br />

ao baixo índice <strong>de</strong> respon<strong>de</strong>ntes d<strong>as</strong> regiões norte e nor<strong>de</strong>ste.<br />

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Campin<strong>as</strong>/FAPESP/Hospital Daniel Lipp, 2005. p. 297-298.<br />

WEISS, M. Effects of work stress and social support on information systems<br />

managers. MIS Quarterly, 7(1), 29-43. 1983.<br />

ZAKIR, S. Enfrentamento e percepção <strong>de</strong> controlabilida<strong>de</strong> pessoal e situacional n<strong>as</strong><br />

reações <strong>de</strong> stress. Tese <strong>de</strong> Doutorado Não-publicada, Instituto <strong>de</strong> Psicologia,<br />

Pontifícia Universida<strong>de</strong> Católica <strong>de</strong> Campin<strong>as</strong>. Campin<strong>as</strong>, SP. 2001<br />

136


ANEXO A – Questionário <strong>Fatores</strong> Estressores<br />

N. QUESTÃO<br />

1 Os prazos estabelecidos <strong>para</strong> a realização d<strong>as</strong> minh<strong>as</strong> taref<strong>as</strong> são satisfatórios<br />

2 A falta <strong>de</strong> capacitação <strong>para</strong> a execução d<strong>as</strong> minh<strong>as</strong> taref<strong>as</strong> tem me <strong>de</strong>ixado<br />

nervoso<br />

3 A quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> trabalho tem me <strong>de</strong>ixado cansado<br />

4 A forma como <strong>as</strong> taref<strong>as</strong> são distribuíd<strong>as</strong> em minha área tem me <strong>de</strong>ixado<br />

nervoso<br />

5 O tipo <strong>de</strong> controle existente em meu trabalho me irrita<br />

6 Em meu trabalho não há pressão.<br />

7 A falta <strong>de</strong> autonomia na execução do meu trabalho tem sido <strong>de</strong>sg<strong>as</strong>tante<br />

8 Tenho me sentido incomodado com a falta <strong>de</strong> confiança <strong>de</strong> meu superior sobre<br />

o meu trabalho<br />

9 Sinto-me irritado com a <strong>de</strong>ficiência na divulgação <strong>de</strong> informações sobre<br />

<strong>de</strong>cisões organizacionais<br />

10 Sinto-me incomodado com a falta <strong>de</strong> informações sobre minh<strong>as</strong> taref<strong>as</strong> no<br />

trabalho<br />

11 A falta <strong>de</strong> comunicação entre mim e meus coleg<strong>as</strong> <strong>de</strong> trabalho <strong>de</strong>ixa-me<br />

irritado<br />

12 Sinto-me incomodado por meu superior tratar-me mal na frente <strong>de</strong> coleg<strong>as</strong> <strong>de</strong><br />

trabalho<br />

13 Sinto-me incomodado por ter que realizar taref<strong>as</strong> que estão além <strong>de</strong> minha<br />

capacida<strong>de</strong><br />

14 Fico <strong>de</strong> mau humor por ter que trabalhar durante muit<strong>as</strong> hor<strong>as</strong> seguid<strong>as</strong><br />

15 Sinto nervosismo em ter que me manter atualizado com <strong>as</strong> mudanç<strong>as</strong><br />

tecnológic<strong>as</strong><br />

16 Sinto-me incomodado com a comunicação existente entre mim e meu superior<br />

17 Fico irritado com discriminação/favoritismo no meu ambiente <strong>de</strong> trabalho<br />

18 Tenho me sentido incomodado com a <strong>de</strong>ficiência <strong>nos</strong> treinamentos <strong>para</strong><br />

capacitação profissional<br />

19 Fico <strong>de</strong> mau humor por me sentir isolado na organização<br />

20 Fico irritado por ser pouco valorizado por meus superiores<br />

21 As pouc<strong>as</strong> perspectiv<strong>as</strong> <strong>de</strong> crescimento na carreira tem me <strong>de</strong>ixado angustiado<br />

22 Tenho me sentido incomodado por trabalhar em taref<strong>as</strong> abaixo do meu nível<br />

<strong>de</strong> habilida<strong>de</strong><br />

23 A competição no meu ambiente <strong>de</strong> trabalho tem me <strong>de</strong>ixado <strong>de</strong> mau humor<br />

24 A falta <strong>de</strong> compreensão sobre quais são <strong>as</strong> minh<strong>as</strong> responsabilida<strong>de</strong>s neste<br />

trabalho tem causado irritação<br />

25 Sinto-me <strong>de</strong> mau humor com “fofoc<strong>as</strong>” no meu ambiente <strong>de</strong> trabalho<br />

26 Tenho estado nervoso por meu superior me dar or<strong>de</strong>ns contraditóri<strong>as</strong><br />

27 Sinto-me irritado por meu superior encobrir meu trabalho bem feito diante <strong>de</strong><br />

outr<strong>as</strong> pesso<strong>as</strong><br />

28 O tempo insuficiente <strong>para</strong> realizar meu volume <strong>de</strong> trabalho <strong>de</strong>ixa-me nervoso<br />

29 Fico <strong>de</strong> mau humor com brinca<strong>de</strong>ir<strong>as</strong> <strong>de</strong> mal gosto que meus coleg<strong>as</strong> <strong>de</strong><br />

trabalho fazem uns com os outros<br />

30 Fico incomodado por meu superior evitar me incumbir <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong>s<br />

importantes<br />

31 As estratégi<strong>as</strong> utilizad<strong>as</strong> <strong>para</strong> introduzir nov<strong>as</strong> tecnologi<strong>as</strong> me <strong>de</strong>ixa angustiado<br />

137


ANEXO B – Questionário Estratégi<strong>as</strong> <strong>de</strong> Enfrentamento<br />

Leia cada item abaixo e indique, fazendo um círculo na categoria apropriada, o<br />

que você fez em uma situação profissional p<strong>as</strong>sada, ocorrida em uma semana típica<br />

<strong>de</strong> trabalho, que tenha sido motivo <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> preocupação e <strong>de</strong>sconforto. O que<br />

você fez ou sentiu, <strong>de</strong> acordo com a seguinte cl<strong>as</strong>sificação:<br />

1. Me concentrei no que <strong>de</strong>veria ser feito em seguida , no<br />

próximo p<strong>as</strong>so.<br />

0 1 2 3<br />

2. Tentei analisar o problema <strong>para</strong> entendê-lo melhor. 0 1 2 3<br />

3. Procurei trabalhar ou fazer alguma ativida<strong>de</strong> <strong>para</strong> me<br />

distrair.<br />

4. Deixei o tempo p<strong>as</strong>sar - a melhor coisa que po<strong>de</strong>ria fazer<br />

era esperar, o tempo é o melhor remédio.<br />

0 1 2 3<br />

0 1 2 3<br />

5. Procurei tirar alguma vantagem da situação. 0 1 2 3<br />

6. Fiz alguma coisa que acreditava não daria resultados, m<strong>as</strong><br />

ao me<strong>nos</strong> eu estava fazendo alguma coisa.<br />

7. Tentei encontrar a pessoa responsável <strong>para</strong> mudar su<strong>as</strong><br />

idéi<strong>as</strong>.<br />

8. Conversei com outra(s) pessoa(s) sobre o problema,<br />

procurando mais dados sobre a situação.<br />

0 1 2 3<br />

0 1 2 3<br />

0 1 2 3<br />

9. Me critiquei, me repreendi. 0 1 2 3<br />

10. Tentei não fazer nada que fosse irreversível, procurando<br />

<strong>de</strong>ixar outr<strong>as</strong> opções.<br />

0 1 2 3<br />

11. Esperei que um milagre acontecesse. 0 1 2 3<br />

12. Concor<strong>de</strong>i com o fato, aceitei o meu <strong>de</strong>stino. 0 1 2 3<br />

13. Fiz como se nada tivesse acontecido. 0 1 2 3<br />

14. Procurei guardar <strong>para</strong> mim mesmo(a) os meus<br />

sentimentos.<br />

0 1 2 3<br />

15. Procurei encontrar o lado bom da situação. 0 1 2 3<br />

16. Dormi mais que o normal. 0 1 2 3<br />

17. Mostrei a raiva que sentia <strong>para</strong> <strong>as</strong> pesso<strong>as</strong> que causaram o<br />

problema.<br />

0 1 2 3<br />

138


18. Aceitei a simpatia e a compreensão d<strong>as</strong> pesso<strong>as</strong>. 0 1 2 3<br />

19. Disse cois<strong>as</strong> a mim mesmo (a) que me ajud<strong>as</strong>sem a me<br />

sentir bem<br />

0 1 2 3<br />

20. Me inspirou a fazer algo criativo. 0 1 2 3<br />

21. Procurei esquecer a situação <strong>de</strong>sagradável. 0 1 2 3<br />

22. Procurei ajuda profissional. 0 1 2 3<br />

23. Mu<strong>de</strong>i ou cresci como pessoa <strong>de</strong> uma maneira positiva. 0 1 2 3<br />

24. Esperei <strong>para</strong> ver o que acontecia antes <strong>de</strong> fazer alguma<br />

coisa.<br />

0 1 2 3<br />

25. Desculpei ou fiz alguma coisa <strong>para</strong> repor os da<strong>nos</strong>. 0 1 2 3<br />

26. Fiz um plano <strong>de</strong> ação e o segui. 0 1 2 3<br />

27. Tirei o melhor que po<strong>de</strong>ria da situação, que não era o<br />

esperado.<br />

0 1 2 3<br />

28. De alguma forma extrav<strong>as</strong>ei meus sentimentos. 0 1 2 3<br />

29. Compreendi que o problema foi provocado por mim. 0 1 2 3<br />

30. Saí da experiência melhor do que eu esperava. 0 1 2 3<br />

31. Falei com alguém que po<strong>de</strong>ria fazer alguma coisa concreta<br />

sobre o problema.<br />

32. Tentei <strong>de</strong>scansar, tirar féri<strong>as</strong> a fim <strong>de</strong> esquecer o<br />

problema.<br />

33. Procurei me sentir melhor, comendo, fumando, utilizando<br />

drog<strong>as</strong> ou medicação.<br />

34. Enfrentei como um gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>safio, fiz algo muito<br />

arriscado.<br />

35. Procurei não fazer nada apressadamente ou seguir o meu<br />

primeiro impulso.<br />

0 1 2 3<br />

0 1 2 3<br />

0 1 2 3<br />

0 1 2 3<br />

0 1 2 3<br />

36. Encontrei nov<strong>as</strong> crenç<strong>as</strong>. 0 1 2 3<br />

37. Mantive meu orgulho não <strong>de</strong>monstrando os meus<br />

sentimentos.<br />

0 1 2 3<br />

38. Re<strong>de</strong>scobri o que é importante na vida. 0 1 2 3<br />

39. Modifiquei <strong>as</strong>pectos da situação <strong>para</strong> que tudo <strong>de</strong>sse certo<br />

no final.<br />

0 1 2 3<br />

40. Procurei fugir d<strong>as</strong> pesso<strong>as</strong> em geral. 0 1 2 3<br />

41. Não <strong>de</strong>ixei me impressionar, me recusava a pensar muito<br />

sobre esta situação.<br />

0 1 2 3<br />

139


42. Procurei um amigo ou um parente <strong>para</strong> pedir conselhos. 0 1 2 3<br />

43. Não <strong>de</strong>ixei que os outros soubessem da verda<strong>de</strong>ira<br />

situação.<br />

44. Minimizei a situação me recusando a preocupar-me<br />

seriamente com ela.<br />

0 1 2 3<br />

0 1 2 3<br />

45. Falei com alguém sobre como estava me sentindo. 0 1 2 3<br />

46. Recusei recuar e batalhei pelo que eu queria. 0 1 2 3<br />

47. Descontei minha raiva em outra(s) pessoa(s). 0 1 2 3<br />

48. Busquei n<strong>as</strong> experiênci<strong>as</strong> p<strong>as</strong>sad<strong>as</strong> uma situação similar. 0 1 2 3<br />

49. Eu sabia o que <strong>de</strong>veria ser feito, portanto dobrei meus<br />

esforços <strong>para</strong> fazer o que fosse necessário.<br />

0 1 2 3<br />

50. Recusei acreditar que aquilo estava acontecendo. 0 1 2 3<br />

51. Prometi a mim mesmo(a) que <strong>as</strong> cois<strong>as</strong> serão diferentes na<br />

próxima vez.<br />

0 1 2 3<br />

52. Encontrei algum<strong>as</strong> soluções diferentes <strong>para</strong> o problema. 0 1 2 3<br />

53. Aceitei, nada po<strong>de</strong>ria ser feito. 0 1 2 3<br />

54. Procurei não <strong>de</strong>ixar que meus sentimentos interferissem<br />

muito n<strong>as</strong> outr<strong>as</strong> cois<strong>as</strong> que eu estava fazendo.<br />

55. Gostaria <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r mudar o que tinha acontecido ou como<br />

eu senti.<br />

56. Mu<strong>de</strong>i alguma coisa em mim, me modifiquei <strong>de</strong> alguma<br />

forma.<br />

57. Sonhava acordado(a) ou imaginava um lugar ou tempo<br />

melhores do que aqueles em que eu estava.<br />

58. Desejei que a situação acab<strong>as</strong>se ou que <strong>de</strong> alguma forma<br />

<strong>de</strong>saparecesse.<br />

59. Tinha fant<strong>as</strong>i<strong>as</strong> <strong>de</strong> como <strong>as</strong> cois<strong>as</strong> iriam acontecer, como<br />

se encaminhariam.<br />

0 1 2 3<br />

0 1 2 3<br />

0 1 2 3<br />

0 1 2 3<br />

0 1 2 3<br />

0 1 2 3<br />

60. Rezei. 0 1 2 3<br />

61. Me preparei <strong>para</strong> o pior. 0 1 2 3<br />

62. Analisei mentalmente o que fazer e o que dizer. 0 1 2 3<br />

63. Pensei em uma pessoa que admiro e em como ela<br />

resolveria a situação e a tomei como mo<strong>de</strong>lo.<br />

64. Procurei ver <strong>as</strong> cois<strong>as</strong> sob o ponto <strong>de</strong> vista da outra<br />

pessoa.<br />

0 1 2 3<br />

0 1 2 3<br />

140


65. Eu disse a mim mesmo(a) "que <strong>as</strong> cois<strong>as</strong> po<strong>de</strong>riam ter sido<br />

piores".<br />

0 1 2 3<br />

66. Corri ou fiz exercícios. 0 1 2 3<br />

141


ANEXO C – Carta <strong>de</strong> apresentação dos questionários <strong>de</strong> pesquisa<br />

Prezado (a) Colega (a)<br />

Estou realizando uma pesquisa <strong>para</strong> ser apresentada na minha <strong>de</strong>fesa (dissertação)<br />

da Universida<strong>de</strong> Católica <strong>de</strong> Br<strong>as</strong>ília, no programa Mestrado em Gestão do<br />

Conhecimento e <strong>TI</strong>.<br />

Esta pesquisa tem por objetivo levantar dados sobre o ambiente <strong>de</strong> trabalho d<strong>as</strong> <strong>TI</strong>´s<br />

n<strong>as</strong> organizações e como o profissional <strong>de</strong> <strong>TI</strong>(tecnologia da informação) se sente<br />

<strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>ste ambiente. Ao mesmo tempo, a corrente pesquisa também procura<br />

i<strong>de</strong>ntificar como os <strong>profissionais</strong> <strong>de</strong> <strong>TI</strong> lidam com um <strong>de</strong>terminado problema<br />

relacionado ao seu ambiente <strong>de</strong> trabalho. Serão 31 questões referentes ao ambiente<br />

<strong>de</strong> trabalho d<strong>as</strong> <strong>TI</strong>´s e como o profissional <strong>de</strong> <strong>TI</strong> se sente e 66 questões referentes a<br />

como os <strong>profissionais</strong> <strong>de</strong> <strong>TI</strong> lidam com um <strong>de</strong>terminado problema <strong>de</strong>ntro do seu<br />

ambiente <strong>de</strong> trabalho. O tempo médio <strong>para</strong> preencher a pesquisa é <strong>de</strong> 15 minutos.<br />

Ao respon<strong>de</strong>-la estará concordando com a divulgação dos resultados lembrando que<br />

não existe nenhuma informação que possa i<strong>de</strong>ntificá-lo. Os resultados serão apen<strong>as</strong><br />

estatísticos.<br />

Minha expectativa é que a pesquisa traga como resultado informações úteis <strong>para</strong><br />

melhoria <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida do profissional <strong>de</strong> <strong>TI</strong> <strong>de</strong>ntro d<strong>as</strong> organizações e neste<br />

sentido que os mesmos possam contribuir ainda mais <strong>para</strong> os resultados<br />

corporativos.<br />

Obrigado<br />

Sandro Servino<br />

sandro.servino@gmail.com<br />

142


Sexo<br />

M<strong>as</strong>culino<br />

Feminino<br />

Estado Civil<br />

C<strong>as</strong>ado/União Estável<br />

Solteiro<br />

Divorciado/se<strong>para</strong>do<br />

Viúvo<br />

Sua faixa etária?<br />

Até 24 a<strong>nos</strong><br />

Entre 25 e 35 a<strong>nos</strong><br />

Entre 36 e 46 a<strong>nos</strong><br />

Entre 47 e 57 a<strong>nos</strong><br />

Acima <strong>de</strong> 57 a<strong>nos</strong><br />

ANEXO D – Questionário socioeconômico<br />

Tempo que trabalha na área <strong>de</strong> informática?<br />

Me<strong>nos</strong> <strong>de</strong> 1 ano<br />

Entre 1 e 5 a<strong>nos</strong><br />

Entre 6 e 10 a<strong>nos</strong><br />

Entre 11 e 20 a<strong>nos</strong><br />

Acima <strong>de</strong> 20 a<strong>nos</strong><br />

Sua Ativida<strong>de</strong> Principal?<br />

Desenvolvimento <strong>de</strong> Sistem<strong>as</strong><br />

Suporte (help<strong>de</strong>sk)<br />

Infra-Estrutura<br />

Banco <strong>de</strong> Dados<br />

Segurança<br />

Gerência/Coor<strong>de</strong>nação/Chefia<br />

143


Trabalha ou presta serviço em uma organização?<br />

Privada<br />

Pública<br />

Em sua ativida<strong>de</strong> principal, você trabalha ou presta serviço em uma<br />

organização através <strong>de</strong>/como:<br />

Vínculo empregatício<br />

Terceirizado (pj)<br />

Autônomo (pf)<br />

Sócio<br />

Qual o tamanho da organização que atualmente está trabalhando ou prestando<br />

serviço?<br />

Micro : até 9 empregados<br />

Pequena: <strong>de</strong> 10 a 49 empregados<br />

Média: <strong>de</strong> 50 a 99 empregados<br />

Gran<strong>de</strong>: mais <strong>de</strong> 100 empregados<br />

144

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