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Trabalhando com Mulheres Jovens: Empoderamento ... - Promundo

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Uma das maiores conquistas na direção da<br />

igualdade de gênero tem sido o aumento<br />

da participação das mulheres no mercado<br />

do trabalho. A medida em que as taxas de<br />

fertilidade diminuem e os níveis de educação<br />

aumentam, as mulheres têm assumido<br />

ambos os trabalhos, remunerado e não<br />

remunerado, o que pode significar mais<br />

horas de trabalho para elas. Sua atuação<br />

nesta esfera tem ido de ocupações tradicionalmente<br />

femininas <strong>com</strong>o enfermeira,<br />

empregada doméstica ou professora a<br />

diversas outras profissões, <strong>com</strong>o cirurgiã,<br />

técnica de <strong>com</strong>putadores e outros trabalhos<br />

geralmente classificados <strong>com</strong>o masculinos.<br />

No entanto, ainda que seja importante celebrar<br />

estas conquistas, também é necessário<br />

reconhecer que as mulheres enfrentam<br />

muitas barreiras, incluindo conjugar o trabalho<br />

doméstico <strong>com</strong> a carreira profissional.<br />

Para as mulheres jovens, estes desafios vão<br />

desde pouca experiência profissional, falta<br />

de reconhecimento do trabalho doméstico<br />

e não remunerado, e a necessidade de<br />

balancear escola e trabalho (e, às vezes,<br />

maternidade).<br />

Desafios para as mulheres no mercado de trabalho<br />

Desigualdades no mercado de trabalho<br />

• Em todo o mundo, as mulheres continuam a ganhar<br />

um pouco menos de 78% do que os homens<br />

ganham na realização de uma mesma atividade<br />

(Lopez-Claros e Zahidi 2005).<br />

• Na região da América Latina, em média, as mulheres<br />

têm um maior nível de educação do que os<br />

homens, mas ainda assim não recebem o mesmo<br />

salário ou têm as mesmas oportunidades que os<br />

homens (ECLAC 2004).<br />

• As mulheres representam 40% da força de trabalho,<br />

mas ocupam menos de 20% das posições de<br />

gerência na maioria dos países.<br />

• Entre os jovens – homens e mulheres – a taxa de<br />

desemprego são as mais altas. O Censo de 2003<br />

no Brasil revelou que a taxa de desemprego entre<br />

jovens de 18 a 24 anos era de 18% <strong>com</strong>parado <strong>com</strong><br />

a taxa de 9,7% da média nacional 36 .<br />

• As mulheres têm uma carga de trabalho maior do que<br />

a dos homens (Mensch et al, 1999). Em média 4,5<br />

horas depois do “dia de trabalho” em <strong>com</strong>paração<br />

<strong>com</strong> 1,25 hora pelos homens (Próspero 2004).<br />

Em muitas regiões, especialmente na América Latina e<br />

no Caribe, as mulheres enfrentam mais dificuldades do<br />

que homens para entrar no mercado de trabalho, além<br />

de taxas de desemprego mais elevadas, independente<br />

do nível de educação (ECLAC 2004). Em parte, esta<br />

dificuldade acontece porque muitas vezes as mulheres<br />

assumem responsabilidades familiares – ainda que permaneçam<br />

inseridas na escola – limitando o seu acesso à<br />

educação e à qualificação profissional. Viver numa situação<br />

de pobreza aumenta a exclusão social do mercado<br />

de trabalho formal (ECLAC 2004). Quando as mulheres<br />

estão trabalhando em um emprego remunerado, elas<br />

enfrentam uma dupla jornada – obrigações <strong>com</strong> o tra-<br />

balho e a família (incluindo cuidar de irmãos menores ou<br />

de seus próprios filhos) – e para algumas, ainda existe a<br />

tripla jornada que inclui os estudos além das obrigações<br />

familiares e do trabalho. Com todas estas obrigações, a<br />

mulher que tem família e trabalha (e estuda) não tem<br />

tempo para o lazer e cuidar dela mesma. Com o aumento<br />

do número de mulheres <strong>com</strong>o chefes de família,<br />

habilidades para prover o sustento da família é crucial.<br />

As mesmas barreiras que dificultam as oportunidades<br />

de crescimento profissional para as mulheres também<br />

impedem que elas sustentem a sua família.<br />

A noção de que há determinados trabalhos para serem<br />

exercidos por mulheres e outros para serem exercidos<br />

36<br />

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - www.ibge.gov.br, acessado em 24/02/05.<br />

119

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